quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Nosferatu

Num voo noturno
Pousou nesse solo
Um ser abjeto,
Dentes pontiagudos,
De secretos dolos
E pesados coturnos.

Trouxe à tiracolo
Um pesado livro
De pesadelos soturnos,
Que abriu, espalhando
A desgraça: fruto
Do seu próprio crivo.

A ave indigente
De ares sisudos
E olhos de fel,
Não sabe ser gente,
É réu da desgraça,
Senhor da discórdia.

Por onde ele passa,
Espalha, sem dó,
A franca mixórdia;
- Paródia do demo,
Triste criatura,
Que habita o supremo!

Ana Bailune

Nenhum comentário:

Postar um comentário