terça-feira, 9 de setembro de 2025

Pensamento do Dia

 


'Não ficaremos em silêncio'

O silêncio que nos permitimos hoje pode em breve ser involuntário e absoluto. Vamos reunir um pouco da coragem da Dra. Safiya, do jovem Mohammad, de Sophie Scholl e de Hussam al-Masri e falar enquanto podemos.

Em seus últimos minutos de liberdade antes de ser preso pelo exército israelense, o Dr. Hussam Abu Safiya, vestido com um jaleco branco de médico, caminhou sozinho em direção a dois tanques israelenses. Seus captores o aguardavam em meio aos escombros do hospital Kamal Adwan, em Gaza. Um artista rapidamente criou um pôster dramático mostrando o Dr. Safiya caminhando pelas ruínas do hospital que ele dirigia. O artista, David Solnit, atualizou recentemente a legenda do pôster. Agora, diz: Libertem o Dr. Abu Safiya, oito meses de prisão, de 27 de dezembro de 2024 a 27 de agosto de 2025.

O Dr. Safiya já havia sofrido perdas agonizantes no hospital Kamal Adwan. No final de outubro de 2024, um ataque de drone israelense matou seu filho, também médico. Em um ataque ao hospital em novembro de 2024, o Dr. Safiya foi ferido por estilhaços, mas continuou trabalhando, insistindo que não fecharia o hospital. Ele testemunhou seus colegas sendo humilhados, espancados e levados para a prisão. Em 27 de dezembro de 2024, quando o calvário do Dr. Safiya como prisioneiro começou, a maioria dos hospitais em Gaza estava inoperante.

Em 28 de agosto de 2025, a advogada do Dr. Safiya, Ghaid Ghanem Qassem, visitou-o na Prisão de Ofer. Ela relata que ele perdeu um terço do seu peso corporal. Enquanto estava preso no Centro de Detenção Militar de Sde Teiman, localizado em uma base militar israelense no deserto de Negev, ele apresentou sinais de tortura. Submetido a choques elétricos e cassetetes, ele sofreu golpes que podem também causar a perda do olho direito. No entanto, sua mensagem permanece intacta:

“Entrei em nome da humanidade e sairei em nome da humanidade… Permaneceremos em nossa terra e continuaremos a prestar serviços de saúde às pessoas, se Deus quiser, mesmo de uma tenda.”

Última foto do Dr. Hussam Abu Safiya, detido em Gaza

Regimes que conduzem um genocídio têm mais de um motivo para eliminar profissionais corajosos que tentam, vida após vida, desfazer seu trabalho desumano: os médicos não apenas buscam retardar a morte, mas também, assim como os jornalistas que o regime israelense tão freneticamente persegue, estão especialmente posicionados e qualificados para reportar com precisão a intensidade e a natureza da campanha de extermínio de Israel. Silenciar os cidadãos mais capazes de reportar a selvageria genocida é um objetivo fundamental do genocídio.

Em um dos esforços mais flagrantes para eliminar uma testemunha ocular importante, as forças navais israelenses, em 9 de maio de 2025, mataram Mohammed Saeed al-Bardawil, de 12 anos, que, como um transeunte ao lado de seu pai, testemunhou a execução de 15 socorristas desarmados por Israel, antes do amanhecer de 23 de março. Os paramédicos assassinados haviam conduzido suas ambulâncias claramente identificadas para um local onde pretendiam resgatar vítimas de um ataque anterior. As balas que os mataram foram disparadas ao longo de seis minutos, enquanto soldados israelenses avançavam para atirar diretamente nas cabeças e torsos dos sobreviventes, usando posteriormente equipamentos de movimentação de terra para enterrar seus corpos e veículos. Naquele dia, Mohammed e seu pai foram detidos e obrigados a deitar de bruços perto de uma ambulância em chamas. Ele é listado como fonte em um vídeo bem documentado do NYT sobre o massacre, datado de 2 de maio . Onze dias depois, uma canhoneira israelense disparou contra o barco de pesca de seu pai, matando Muhammed na presença dele, na costa da província de Rafah, no sul de Gaza.

Foi há menos de duas semanas, em 25 de agosto, que Israel matou o operador de câmera da Reuters, Hussam Al Masri, e dezenove outros, quatro deles também jornalistas, em uma série de ataques aéreos guiados de precisão com duplo disparo contra prédios e uma escada do Hospital Al Nasser. Al Masri era facilmente um alvo, pois transmitia uma transmissão de vídeo ao vivo de um posto avançado da Reuters no último andar de um hospital. Descrevendo a segunda onda do ataque, Jonathan Cook escreve : "E quando Israel atacou 10 minutos depois com dois mísseis coordenados, sabia que as principais vítimas seriam os socorristas que foram resgatar os sobreviventes do primeiro ataque e os jornalistas — amigos de al-Masri — que estavam por perto e correram para o local... Nada foi um "acidente". Foi planejado nos mínimos detalhes."

Atiradores de elite e operadores de drones armados matam rotineiramente palestinos que corajosamente continuam a vestir coletes à prova de balas, instalar câmeras e reportar as atrocidades de Israel. Israel recusa a entrada de jornalistas estrangeiros e, quando jovens palestinos corajosos, enlutados e apaixonados insistem em documentar cuidadosamente a agonia de seu povo para veículos de notícias ocidentais, Israel os persegue cuidadosamente usando telefones rastreáveis ​​e equipamentos de transmissão necessários ao seu trabalho, antes de rotulá-los postumamente como agentes do Hamas. Autoridades ocidentais covardes observam de dentro dos Estados patronais de Israel, desconsiderando vidas negras sob quaisquer pretextos frágeis que as autoridades brancas lhes ofereçam. Quase diariamente, novos rostos aparecem em uma coleção de fotos mostrando centenas de jornalistas que Israel matou.

Profissionais de saúde e jornalistas que ainda estão vivos trabalham em meio à luta para evitar que suas famílias, colegas, vizinhos e, claro, a si mesmos morram não apenas por massacre direto, mas também pela fome imposta militarmente e sua companheira, a doença epidêmica. Cirurgiões relatam estar fracos demais para permanecer de pé durante uma operação. Repórteres documentam a própria fome.

Os palestinos anseiam por proteção, mas mesmo a perspectiva de forças de proteção mandatadas pela ONU traz consigo possibilidades aterrorizantes. E se as "forças de paz" designadas para monitorar os palestinos coletassem dados que os israelenses usariam para controlá-los? "Forças estabilizadoras" armadas, equipadas com tecnologia de vigilância dos EUA, poderiam ser usadas para alvejar, prender, assassinar e matar de fome ainda mais palestinos.

No verão de 1942, em Munique, Alemanha, cinco estudantes e um professor reuniram uma coragem impressionante para desafiar um regime genocida ao qual, relutantemente, temos que recorrer se quisermos encontrar uma crueldade racista comparável à que atualmente toma conta não apenas da liderança de Israel, mas, em pesquisa após pesquisa, de uma grande maioria de sua população não nativa. O coletivo estudantil, chamado A Rosa Branca, distribuiu panfletos denunciando as atrocidades nazistas. "Não nos calaremos" era a última frase de cada panfleto. Hans Scholl, de 24 anos, e sua irmã, Sophie Scholl, de 21, entregaram pessoalmente os panfletos em seu campus universitário em fevereiro de 1943. A Gestapo os prendeu depois que um zelador os viu distribuindo os panfletos. Quatro dias depois, Hans e Sophie, assim como seu colega Christopher Probst, foram executados na guilhotina.

Com o arsenal nuclear de Israel capaz de matar mais que o regime nazista em poucos minutos e, no processo, incitar a guerra final da humanidade; e com sua liderança e população radicalizadas por décadas de impunidade fascista a ponto de endossar não apenas um genocídio, mas múltiplos ataques militares preventivos contra a maioria de seus vizinhos de uma só vez, podemos muito bem estar chegando ao momento em que, como resultado de termos deixado Israel assassinar, impunemente, os repórteres de seus crimes, não restará ninguém no mundo exterior para receber os relatórios.

O silêncio que nos permitimos hoje pode em breve ser involuntário e absoluto. Vamos reunir um pouco da coragem da Dra. Safiya, do jovem Mohammad, de Sophie Scholl e de Hussam al-Masri e falar enquanto podemos.

Tarcísio demonstra desconhecer a História

O governador paulista, Tarcísio de Freitas, deu início, na semana passada, a um movimento golpista. Não é paranoia ou hipérbole. É simples leitura da História. Tarcísio anda falando muito disso, de História, em sua pregação pela anistia de Bolsonaro e dos generais. Como, ao recontar essa história, fala muita bobagem, é razoável acreditar que não conheça como se formou a República que ele deseja governar. Por isso é possível dar-lhe o benefício da dúvida. Ele acha que é esperto politicamente e não tem ideia do perigo que desperta. Mas é importante deixar uma coisa clara: ele está mexendo com forças da nossa cultura política muito perigosas, que exigem de todos os democratas, à direita, à esquerda e, principalmente, ao centro, máxima atenção.


O primeiro ponto: dar golpe de Estado não é trivial. Um golpe é, em essência, um truque. O golpista neutraliza as peças certas no Estado e o imobiliza. O que precisa é convencer atores o suficiente de que o regime passado deixou de existir e é quem manda agora. Durante seu governo, Jair Bolsonaro tentou. Neutralizou a Procuradoria-Geral da República. Mas não conseguiu controlar nem Congresso, nem STF. Bolsonaro precisou enfrentar também pressão americana do governo Joe Biden. O núcleo forte da advocacia resistiu, a partir do Largo de São Francisco. Empresários o suficiente fizeram frente, assim como toda a grande imprensa. Nesse cenário, ele não conseguiu mobilizar generais no Alto-Comando do Exército.

Tarcísio anda dizendo que o Brasil sempre anistiou. É verdade parcial. Anistiou militares golpistas, mas não os outros. Um dos exemplos absurdos que deu em um discurso mostra que não sabe do que fala. Disse que Getúlio anistiou quem promoveu a Intentona Comunista. Mentira: ficaram presos por dez anos. Olga Benário e Elisabeth Saborowski, judias, foram despachadas por Getúlio para a Alemanha nazista, na abjeta política de boa vizinhança varguista. Morreram nos campos. O marido de Saborowski, Arthur Ewert, foi tão torturado nos porões de Filinto Müller que perdeu a razão. Morreu, depois de expulso do Brasil em 1947, num sanatório da Alemanha Oriental.

O segundo ponto: de fato, o Brasil anistiou muito. E quase todos os militares anistiados voltaram a tentar golpes de Estado. Fizeram parte do golpe de 1889 Hermes da Fonseca (era capitão) e Augusto Tasso Fragoso (era tenente). Nada sofreram, o golpe deu certo. Hermes comandou a tentativa de golpe em 1922 que conhecemos como “18 do Forte”. Tasso liderou o golpe que apeou Washington Luís da Presidência em 1930. Na tentativa de 1922, eram tenentes Eduardo Gomes e Arthur da Costa e Silva. Foram anistiados. O brigadeiro Eduardo Gomes estava entre os vitoriosos de 1930 e conspirou contra Getúlio em 1954. Costa e Silva estava no meio de 1954, assim como na tentativa de golpe contra Jango, em 1961. Essa, Tancredo Neves neutralizou. Mas ele voltou a tentar um golpe em 1964, e este conseguiu. Tornou-se o segundo general-ditador.

Esses são apenas alguns dos muitos exemplos, e não são acidentais. Golpe é algo que se aprende a fazer. Não sabemos o que aconteceu no turbilhão entre 2019 e 2022. Mas quem estava envolvido no golpe sabe exatamente o que faltou. Que general não foi convencido e por quê. O que poderia ter sido dito para este ou aquele político. Onde se deveria ter posto dinheiro. Quem era incompetente, mas encarregado de tal missão.

Essa é a história da República brasileira. Toda ela. Golpes que deram certo são oito: 1889, 1891, 1930, 1937, 1945, 1955 (o contragolpe), 1964 e 1968. Golpes que deram errado e escaparam sem punição são mais que o dobro. Em todos os golpes que deram errado, havia militares que depois comandaram golpes que deram certo. Porque aprenderam. Porque estavam livres para usar o que aprenderam.

Na última semana, no Supremo, nenhum advogado de defesa, de militares ou políticos, negou que tenha havido tentativa de golpe. Uma anistia é deixar livres golpistas que aprenderam. Serão soltos num país exausto de Lula, cansado do STF, com o Congresso dominado por um Centrão irresponsável. E há um iliberal na Casa Branca.

Ainda assim, a união de democracia liberal com economia de mercado é a fórmula que mais levou a enriquecimento, distribuição de riqueza e construção de felicidade na História. Vivemos isso entre os anos 1990 e 2000. Não podemos perder isso. A irresponsabilidade de Tarcísio com a democracia não pode definir nosso futuro.

O marketing da extrema direita

Parece ser vontade confessa dos líderes do PL transmutar-se em partido de extrema direita de tendência apenas bolsonarista. Para a eleição de 2026, desejam apresentar somente candidatos identificados com o credo. Quem não ajoelhar diante do pneu terá de procurar outro altar.

Em princípio, é boa jogada de marketing. No mundo das redes, o que importa são as identidades. Nada opaco prospera, haja vista o deslustrado Hugo Motta, que não é nem cruz nem caldeirinha. Daí que uma marca, mesmo polêmica, soa como artifício publicitário adequado. Gruda na memória.

Com o tempo, até Geraldo Alckmin rendeu-se em paz à imagem de picolé de chuchu, e o PSDB nunca quis descer do muro, porque tucano voa baixo. Jânio Quadros jamais negou gostar bastante de uma birita — “bebo porque é líquido”, celebrizou. Difícil mesmo é não pensar no general Figueiredo e sua preferência olfativa por cheiro de cavalo. São adjetivos que ficam.

Apesar de indecisões típicas de quem ouve vozes, Jair Bolsonaro deixou na internet vídeos em que escande sua visão preconceituosa sobre a vida alheia. Lembro-me de alguns de seus bordões:


— Não te estupro porque você não merece;

— Preferia um filho morto do que (sic) gay;

— Eu sou favorável à tortura.

E o afamado “E daí? Não sou coveiro”. À sua maneira, são slogans.

Ao contrário de Dilma Rousseff, com suas tiradas surrealistas, o glossário do capitão é feito de ódio, preconceito e rasantes mentais. Penso que seja algo a constar do programa partidário do ideológico PL: mandamentos e execuções.

Caso avance, a proposta de um partido de extrema direita radicalmente bolsonarista expurgará alguns moderados abrigados na legenda. Não conheço nenhum deles, mas o líder Sóstenes Cavalcante diz identificá-los e os ameaça com a “sostenização” dos quadros. Reivindica o apoio férreo do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.

Existem paralelos históricos no passado para o lançamento de partidos monotemáticos. À direita e à esquerda. Os exemplos não são auspiciosos, porque acabaram em prisão, exílio e torturas. Nem sempre nessa ordem.

O fracasso das iniciativas talvez se deva ao caráter ambíguo do nosso povo. Sempre identificados com a ideia de um partido-feira, os eleitores preferem barracas com ofertas múltiplas — abobrinha, batata ou peixe. Ao gosto do freguês, quero dizer, para não perder a viagem. Estaríamos distante de uma agremiação com um único produto — picles? —, dado que o eleitor nem sempre é honesto consigo mesmo. Depois de tantos posts, as pesquisas dão apenas 15% para quem se diz da extrema direita bolsonarista. Espremendo, o número pode ser maior ou menor, devido ao folclore do eleitor-urso, que abraça um candidato e vota no outro.

Talvez o PL de Sóstenes se espelhe no exemplo macabro da Ação Integralista Brasileira (AIB), ativa e histérica a partir da década de 1930. De imediato, lembro a tentativa de golpe e a identificação dos militantes com o mito deles, Plínio Salgado. Católico radical, emulou a obsessão de Mussolini por um uniforme militar. O desejo de guerras e sangue vinha como método de afirmação política. Salgado, pequeno, magro, ostentava um bigode ridículo, era um extremista de direita capaz de horrorizar até Getúlio Vargas. Os integralistas se fantasiavam de verde (da nossa bandeira) e desfilavam em arranjo militar. Não acreditavam na democracia e no voto popular. Postulavam que o populacho não sabia distinguir salame de mortadela. Portanto, liberdade vigiada para a turba.

Muitos de seus seguidores, como o ideólogo Gustavo Barroso, eram antissemitas e violentos. Se o bolsonarismo raiz buscou o ombro do governo americano, os integralistas tinham o colo financeiro da embaixada italiana. Depois de uma tentativa de golpe, Plínio Salgado foi exilado em Portugal e então aderiu — adivinha! — à ditadura militar, aquela defendida pelo capitão.

Na outra mão, o Partido Comunista, fundado entre outros pelo capitão Luís Carlos Prestes, apoiou a política do ditador Getúlio Vargas. Mesmo perseguido, Prestes emitia sinais de simpatia ao caudilho e, como Plínio e Jair, também tentou seu golpe. Coincidência ou não, os comunistas obedeciam aos sinais de rígida disciplina partidária emanados da URSS de Stálin.

Pelo jeito, do PL de Bolsonaro e do PC de Prestes ao integralismo de Plínio Salgado, o que os une são as tentativas de golpe. À direita ou à esquerda, é uma marca, e isso sempre acaba em exílio ou cadeia.

Amotinados continuam numa boa

No sábado fez um mês da violenta ocupação do plenário da Câmara com grave ameaça a Hugo Motta (Republicanos-PB) de interdição no seu trajeto rumo à cadeira da presidência da Casa.

Outro mês ainda vai transcorrer até completarem-se os 60 dias que generosamente o presidente afrontado deu à corregedoria para definir punição aos amotinados.

A julgar pelo silêncio em torno do caso e da vitória que obtiveram ao conseguir colocar a anistia na agenda, nada de mal lhes acontecerá. O episódio está com todo o jeito de que vai ficar por isso mesmo: o dito pelo não dito, os considerados agressivos naquele dia pelos reabilitados no transcurso do tempo.


No calor da rebelião, vozes se levantaram em defesa da necessidade de não se deixar barato, sob pena da erosão de autoridade do deputado Motta. Esfriada a temperatura, calaram-se todos. Os que são instados a se manifestar alegam que há outras sanções mais importantes com as quais o país deve se preocupar.

Cobram atenção às "injustiças" do Supremo Tribunal Federal contra executores, patrocinadores e incentivadores da tentativa de anular o resultado das eleições de 2022. Dizem que há mais infratores a serem punidos que os rebelados de 6 de agosto, por esta interpretação tidos como vítimas autorizadas a se utilizar de quaisquer meios para reagir.

Trata-se de uma versão convenientemente distorcida do ocorrido nas ocupações dos plenários da Câmara e do Senado. Ali houve tentativa de golpe parlamentar com execução explícita de atos não apenas preparatórios, mas efetivamente executados.

A ideia era mostrar ao presidente da Câmara eleito meses antes que havia na Casa uma força que se sobrepunha às regras do regimento e aos parâmetros do decoro parlamentar. A falta de uma reação imediata e rigorosa exibiu a fragilidade de Hugo Motta frente aos compromissos assumidos com governo e oposição para ser ungido ao comando.

Depende agora dele e da banda sadia do colegiado escolher de que lado estão: do malfeito ou do que deve ser bem feito.