segunda-feira, 24 de março de 2014

A guerra da água

Vive-se em plena guerra pela água, ao menos entre os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Segundo o governador Cabral, em fim de mandato, a "água que abastece o povo" é intocável. Frase típica de governante farofeiro, que no próprio estado pouco tratamento dá ao abastecimento. É mais um foguetório para o “povo”, do qual sai em defesa, mas a quem a empresa estadual de águas vem negando o abastecimento, ou fazendo as firulas de instalar canos que ainda viverão anos secos. Ou então, montam a mágica de até construir elevatória em cidade sem um pingo de água ou em eterna crise de desabastecimento no período Primavera/Verão.
Vila dos Patos é uma dessas cidades. Com 4%, se chegar a isso, de esgoto – jogado in natura na lagoa, ou privada pública - e uns 10% de rede de água, vive a fantasia prometida do Estado. A magia se reforça com a mirabolante buraqueira municipal que faz propaganda paga pelo erário de se levar água a todo município. Estado e município continuam a brincar com coisa séria, bancando os bonzinhos com obras fajutas apenas para garantir votos em eleições sejam elas quais forem. Afinal é preciso se eleger mesmo que seja a burro-sem-rabo.
E em meio às batalhas pela água, surge agora a mais nova estrepolia em Vila dos Patos. O município, se considerando em plenos direitos sobre corpo e alma dos cidadãos, também se torna “dono” da água no subsolo. Há em vigência um imposto sobre quem perfurar a partir de agora poço artesiano ou fizer mesmo uma cacimba. Talvez Vila dos Patos esteja se preparando para criar de vez, concretamente, a tão propalada Companhia Municipal de Águas com que ameaçou muito o governo estadual.          

Foi ontem ou é hoje?

Há mais semelhanças, que não são meras coincidências, entre a ditadura e os 12 anos de lulismo do que se possa pensar. Não será apenas no setor econômico (leia "Os ecos da ditadura na economia brasileira"), mas também em todos os outros. "Quando o general Médici estava na Presidência, talvez a época mais dura da repressão, ele era popular. A Arena (partido que sustentava os governos militares no Congresso) vencia em toda parte. O povo não estava preocupado com política e queria saber do seu bem-estar" (Fernando Henrique Cardoso). Mera semelhança?

Nova bizarrice

Quando político não tem o que falar, enrola. Ou, mais comumente, inventa sandice. Sem faltar, é claro, uma redefinição de termos. Foi o que aconteceu com a faxineira Didi. Para falar qualquer coisa criou uma definição nova para democracia, que de sistema de governo passou a ser quase tudo. "Com muito esforço, conquistamos a democracia. E democracia é saber que esse país é imenso, é diverso, tem diferenças de posições políticas, visões culturais diferentes, mas somos aqueles que convivem entre si de forma harmônica".
Fessora falou, falou e não disse nada! (Na claque, aplausos basbaques)