Capra aegagrus ou capra hircus. Segundo a Wikipédia, estes são os nomes oficiais do animal que, recentemente, parece estar na moda. Para os mais íntimos se referem a ele como bode.
O fato é que, reduzir as expectativas a simples expulsão do caprino torna a solução simples, rápida e errada. Mas o fato de a solução ser mais simples, não implica que os efeitos de longo prazo sejam desprezíveis.
Talvez o pior efeito do bode na sala seja a redução das expectativas e ambições. Com o bode na sala, os objetivos são modestos, medíocres ou simplesmente desimportantes. O que seria normal, enfim, é comemorado como grande vitória. É desta maneira que o povo que vaia até minuto de silencio agora comemora até publicação de balanço.
Mas embora o bode não tenha causado o problema, é natural que os poderosos de plantão queiram sempre eliminar as próprias culpas. E, para isso, o nosso proverbial caprino é sempre o candidato de plantão. Fabricar bodes expiratórios não requer sacrifício ou esforço. Basta flexionar o dedo indicador. O bode expiatório preferido nos últimos anos, não parece ter nome definido. São apenas “eles”. E, dizem, faz parte da elite.
Nestes dias em que, parece, o piloto sumiu, tudo parece se resumir ao aperto do cinto. Ficar zangado, de cara amarrada, mal-humorado é normal. Amarrar o bode é esperado, mas não resolve. O bode, coitado, não tem nada a ver com isso.
Mesmo sabendo que para quem gosta, catinga de bode é perfume, convém não abusar. Existe um limite parar bodes na sala e bodes expiratórios. Paciência tem limite. E enganação tem preço.
Sem solução, a presença ostensiva do bode proverbial no dia a dia nunca acaba bem. Traz confusão, gera complicação, atrai encrenca, perturba a ordem. Dá bode, enfim.