quarta-feira, 31 de maio de 2023

Húbris, engodos e crenças: 5 erros fatais na política

Benjamin Franklin não se importaria se eu pegasse na frase dele e lhe acrescentasse que nada é mais certo neste mundo do que a morte, os impostos e os políticos a fazerem asneiras, mais ou menos percetíveis da opinião pública. Errar é humano, e a política não oferece exceção, muito pelo contrário. Aqui fica uma listagem de alguns erros fatais na política. E, sim, qualquer semelhança com a atualidade política não será coincidência.

1. Deixar-se toldar pela húbris. Vem de longe, pelo menos desde a Antiguidade, a ideia de que o poder vicia e corrompe até a mais bem-intencionada das almas. Já os romanos o sabiam com clareza, quando estipularam que, durante os desfiles de triunfo perante o povo, após uma batalha, os generais vitoriosos deviam ter um escravo ao lado para lhes sussurrar ao ouvido as palavras “memento mori”. Este “lembra-te de que és mortal”, repetido por várias vezes numa caminhada de glória, deveria fazê-los descer à terra e desinsuflar a sensação de superioridade e a arrogância que vem com ela. Não funcionou com Júlio César, mas a ideia era boa.


Foram os gregos que inventaram o conceito de húbris, que representa a insolência dos poderosos e que, segundo a mitologia, afrontava os deuses e acabava sempre em tragédia. Seriam precisos vários séculos até que a húbris fosse cunhada de síndrome, um transtorno de personalidade associado aos cargos de poder. São traços desta síndrome de que padecem muitos políticos que se prolongam no poder, a autoconfiança excessiva que se confunde com uma sensação de omnipotência, a perda de contacto com a realidade e a incompetência, que se traduz em desfechos negativos desvalorizados e causados por este distanciamento.

Se a política precisa de carisma e de autoconfiança, a húbris é fatal. Mais tarde ou mais cedo, o poder que sobe à cabeça traz péssimos resultados.

2. Tomar os eleitores por parvos. Eis um erro comum de muitos responsáveis políticos: desvalorizar a capacidade de compreensão e de análise dos eleitores, acreditando na ideia de que estes não percecionam o que está a correr mal, porque se concentram nas suas “pequenas” vidas. A economia importa, é um facto, e no topo das preocupações dos cidadãos está sempre a sua situação financeira. Já Maquiavel dizia que “os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do património”. Mas, se uma situação pessoal pior se arrasta ou se agrava, é preciso encontrar um “culpado” – e a culpa recai facilmente em quem está no poder. Não há tolerância com o erro que sempre dure, sobretudo se as pessoas andarem infelizes e os bolsos estiverem mais vazios.

3. Relacionado com este erro está outro: manter uma relação difícil com a verdade. Há quem diga que a política é a arte de mentir de propósito. Não pode ser. Só há uma verdade, não várias. Só existe uma história rigorosa, não uma amálgama de versões moldáveis a bel-prazer. Os eleitores, lá está, não são parvos e gostam pouco de ser claramente enganados. Uma mentira continua a ser fatal para a credibilidade de um político.

4. Acreditar piamente nas sondagens. Eis um erro de palmatória, como se viu, aliás, nas eleições legislativas passadas. As sondagens, cujo tratamento jornalístico é muitas vezes enganador e superficial, não são profecias que se autoalimentam. Muita coisa pode influenciar negativamente a captação da perceção e das intenções de voto dos eleitores. Desde logo, as sondagens podem ser malfeitas, tendenciosas nas questões e subjetivas no tratamento. Por outro lado, elas têm efeitos dinâmicos sobre a realidade e acabam, muitas vezes, por condicionar desfechos diferentes dos que previam. Quanto maior o número de indecisos, mais perigoso é fazer previsões, até porque o eleitor puramente racional é um mito.

5. Pensar que não há alternativa. Eis um dos erros mais comuns em lugares de poder, seja na política seja nas empresas: achar-se insubstituível. Acredita-se na inércia das pessoas, na sua humana aversão ao risco, e desvaloriza-se assim o adversário ou o concorrente. Só que, perante a necessidade, as alternativas constroem-se. Em democracia, há sempre saídas e soluções. Estas podem, é um facto, ser piores do que as que existem, mas isso os eleitores só descobrem quando o mal está feito.

Pensamento do Dia

 


Mais Carros, Minha Vida

Se a nova política industrial brasileira — a neoindustrialização — for avançar nesta picada, melhor nem começar. Não se aprende com a História. Subsídio à indústria automotiva? Já foi. Já houve. Várias vezes. Não deu certo. Iniciativa fracassada, cuja volta só se explica sob a forma de carinho a empresário não competitivo.

Justo será apor o “mais” à questão. Mais subsídio à indústria automotiva? Em 2023? Sim. Neoindustrialização. Velhos recursos pela nova industrialização. A equação não fecha. Novos recursos para adiar a falência da indústria velha. Os termos adequados.

O governo acarinha; nós pagamos a conta — que ficará maior, acrescido o custo do improviso: programa ruim, de ineficiência comprovada e divulgado sem cálculos elementares; a Fazenda que rebole para que o esqueleto (o arcabouço) tenha caixa. Assim o presidente se engaja em campanha para minimizar prejuízo setorial.


Mais subsídio para a indústria automotiva, incentivo ora dedicado à figura do carro popular. É criativo. Desonera-se em nome de bem que não existe faz tempo — o carro popular. Sejamos criativos também. O pacote — a campanha — não será produto de trama muito diferente desta que fantasio. O industrial pátrio encontra Lula e chora miséria. A blitz do chororô. Padrão. A culpa é do mundo. Pede socorro. O presidente se compromete a ajudar. Mas, adverte, tem de ser para benefício do povo. Com impacto no preço do carro popular. Que — repita-se — não existe mais. Detalhe.

A intenção é boa. Né? Romântica. Avante! Na base do dá-teu-jeito-aí, Lula manda Geraldo Alckmin levantar o troço. Surge o “Mais Carros, Minha Vida”. Surge, no ritmo do chutão, sem qualquer estudo. No abafa. E não tardaria até que tivéssemos o presidente da República abrindo evento — suposta apresentação do pacote — para então anunciar que o anúncio, razão de ser do convescote, não ocorreria. O programa não estava pronto. Faltara a etapa matemática. Precisaria de mais 15 dias.

Na exposição de motivos para o projeto, que só chegaria ao jurídico à véspera do evento, a equipe de Alckmin, também vice-presidente, esteve à vontade para simular quanto a União deixaria de arrecadar com a medida rebatendo (abatendo) o impacto via projeção de aumento de receitas em decorrência das vendas de automóveis geradas pelo programa. Que tal? A esse nível de profissionalismo chegamos.

A Lei de Responsabilidade Fiscal — convém lembrar — continua vigente. Ainda. E veda essa modalidade de comércio de terrenos na Lua. Novos gastos, incluídos os tributários, precisam ser compensados, sob apontamento objetivo, ou com cortes de despesas — isso, nem pensar — ou novas receitas. Aumento de impostos, por exemplo. (Questão de tempo.) Nunca com a perspectiva de arrecadação sonhada sob projeto que pode dar errado. Dará.

Beabá. E frustração. O empresário queria a cousa para já. Fez beiço. Será que o governo poderia ao menos anunciar os parâmetros, os critérios? Sim. Não há cálculos, nem os simples. Nada que impedisse o informe de que serão contemplados os consumos de carros até R$ 120 mil, o mais barato entre nós a cerca de R$ 65 mil, sob descontos com teto de quase 11%. Programa temporário, que Fernando Haddad quer que dure entre três e quatro meses — a maneira que encontrou para expressar ser contrário ao bicho.

Programa de quatro meses é programa inexistente — deseja Haddad. Terá sorte se ficar em um ano. Esses impulsos sempre nascem provisórios. Acabam ficando. Fato é que nem o prazo — o prometido — sabe-se ao certo. Ao certo se sabe que, a — pechinchando — R$ 60 mil, um automóvel talvez seja acessível para a classe média. Talvez. Certamente não será popular. Nem para a classe média.

Isso, a fachada, não importa. A vida do “Mais Carros, Minha Vida” é a do industrial automotivo brasileiro. O programa é (popular) para ele. Para que ao menos mantenha os empregos. Não é o que se diz? Não é mais para abrir postos. É para manter. No mundo real, nem isso se pode garantir. Todo mundo sabe. Leva o subsídio; e não será cobrado quando demitir. Demitirá.

Desoneração, mais uma, setorial. Atraso. Que, destaque-se, afronta a lógica existencial do recém-aprovado arcabouço fiscal — que não parará de pé sem aumento de receitas. O que faz o governo? Abre mão de receitas. Ninguém fez a conta, mas é renúncia bilionária. O Planalto pendurando mais incentivo ineficaz. Carregando a copa da árvore que a reforma tributária terá de podar com rigor. Teria.

Você acredita? Um governo que não corta despesas promete entregar superávits. Promete entregar superávits o governo que engorda os gastos. Um governo gastador que, prometendo rever desonerações setoriais para entregar superávit, oferta (mais) desoneração para fabricante de automóvel a combustível fóssil. Em 2023. Acredita?

No churrasco da firma a carne servida é a sua

Faz algum tempo que a palavra família circula no mundo corporativo como se fosse a coisa mais natural do mundo. A analogia traz algumas contradições interessantes. É difícil imaginar uma família na qual todo mundo trabalha suado pelo luxo extremo de poucos. Geralmente acontece o contrário: os pais se esfalfam para dar conta da renca de filhos e idosos sob seus cuidados. Isso significa que os mais frágeis, em condições de maior dependência, são os mais assistidos. Nada mais inapropriado para pensar as empresas e sua lógica cumulativa de distribuição ultra desigual.

Laços familiares seriam baseados em amor e abnegação, mas, sejamos honestos, quantos colegas te doariam um rim? A competição e a cooperação são próprias das relações entre parentes, principalmente irmãos, mas as rasteiras que ocorrem nas empresas só são comparáveis ao que se passa em famílias notáveis pela disfuncionalidade. Se empresa fosse família, seria aquela na qual era melhor não ter nascido, como em “Succession“, “The Crown” e outras encenações da família-empresa. Aquela na qual você vende a alma para permanecer no jogo e não consegue mais sair por não ter alma para se sustentar fora dele.


Chefes abusivos, injustos ou sacanas e empresas com objetivo de extorquir a força de trabalho em troca de um contrato mal remunerado e sem garantias são a regra. Mas essa não é a única fonte de sofrimento. Um dos maiores ataques à saúde mental é o não reconhecimento da experiência, o desmentido que nos faz duvidar de nós mesmos. Nesse caso, muitas vezes o sujeito só consegue responder com o sintoma. A negação da exploração —embutida na ideologia da empresa-família— é tão preocupante quanto às más condições de trabalho.

Adoecer pode ser uma saída honrosa para uma situação indigna de trabalho. Inclusive o glamourizado: como posso estar sofrendo quando trabalho numa empresa que tem mesa de pingue-pongue, sala com pufes, horários flexíveis e uma decoração de parque de diversões? Não é o que todo mundo queria?

Para muitos resta a saída pelo diagnóstico de depressão e ansiedade. Ele surge como misteriosas condições trazidas pela falha dos neurotransmissores. Se está tudo bem e eu estou mal, devo estar fazendo algo errado. Faltou yoga, sal do Himalaia, meditação, psicanálise, triatlon! Poucos se perguntam se faz algum sentido trabalhar num esquema no qual se é totalmente descartável ao mesmo tempo em que se vende a ideia de alegria, trabalho coletivo e meritocracia.

Quando as pessoas se queixam de que a geração Z é menos propensa ao mercado de trabalho atual e à aquisição de patrimônio, esquecem de se perguntar a que esse comportamento responde. São jovens que viram os mais velhos se dedicarem ao trabalho de forma insana para chegarem na velhice com poucas perspectivas de uma aposentadoria decente. O tempo de aproveitar a vida, esse que se projeta para depois da árdua jornada em busca de estabilidade, se mostra pouco promissor para essa geração.

Outra questão é que o acúmulo de bens, tão valorizado entre nós, não se organiza mais no eixo carros-imóveis-previdência. Os jovens já não se imaginam lutando anos pela aquisição cada vez mais improvável desse patrimônio. Sendo geração que entendeu que o fim do mundo está sempre à espreita, só lhes resta viver o agora.

Por fim, se empresa fosse família, funcionários herdariam algo no final. Mas no mundo da uberização, nem indenização se pode esperar.

Ambientes saudáveis se fazem com justiça, lealdade e transparência. O resto vale tanto quanto o copo de plástico no churrasco da firma, na qual a carne servida é sempre a do funcionário.

O grande impasse

A análise dos cinco primeiros meses de gestão federal mostram impasses políticos e administrativos de um governo sem unidade e sem coalizão, com um parlamento mais preocupado com compromissos paroquiais e eleitoreiros imediatos do que com interesses da República e do povo no médio e longo prazo. A formulação e aprovação do arcabouço fiscal parecem exceção, graças ao ministro Fernando Haddad em sua competência técnica e habilidade política. Mas o grande impasse do governo é sinal de um tempo em que o crescimento econômico no curto prazo não satisfaz e a vontade por um desenvolvimento sustentável no longo prazo ainda não é suficiente para apoiar sacrifícios no presente em nome do futuro distante promissor.

A crise no governo envolvendo a exploração de petróleo no litoral amazônico é a ponta de um iceberg: que tipo de desenvolvimento desejamos? Queremos aumentar o Produto Interno Bruto (PIB), com subsídios a carros chamados ironicamente de populares, ou melhorar a qualidade de vida, com transporte público decente? Queremos oferecer royalties, com destino incerto ou levar a Petrobras a investir em fontes alternativas de energia? Aumentar a renda nacional ou proteger povos primitivos e bens culturais? Obter resultados no presente ou construir um futuro sustentável?


Este é o grande impasse. O presidente Lula não é culpado de seu governo ocorrer no momento da história em que um modelo de desenvolvimento termina antes de um novo surgir com apoio político. Mas será culpa dele se agir apenas pelo instinto eleitoral imediato, ignorando o instinto histórico de dar sustentabilidade. Ao mesmo tempo, mantendo a base parlamentar e o apoio popular necessários para evitar a volta do atraso radical nas eleições de 2026.

Para caminhar através do grande impasse, o presidente precisa convencer o parlamento, mas também usar o grupo selecionado tão cuidadosamente para compor o chamado Conselhão, usar as universidades e entidades sindicais de trabalhadores e de empresários, as organizações não governamentais para buscar respostas de como enfrentar o grande impasse. Pode provocar o pensamento à questão concreta sobre optar por Ibama ou Petrobras, símbolos conjunturais de um impasse histórico. Não se trata de substituir a política, nem que assessores votem para escolher o rumo, apenas que respondam a algumas perguntas.

O embate entre Petrobras e Ibama é apenas um ponto no debate entre crescimento econômico versus desenvolvimento sustentável, e entre aumento imediato de renda e proteção do meio ambiente. Esse debate poderá dar opinião sobre questões polêmicas:

1. A Petrobras explora petróleo no território da Amazônia há 50 anos, sem um único vazamento, mas também sem impacto social positivo na região, como estão prometendo agora ao povo do Amapá. A renda gerada foi para acionistas distantes e salários de profissionais de fora, o Índice de Desenvolvimento IDH continua o mesmo, ainda que cheguem alguns recursos por royalties. O Rio de Janeiro é um bom exemplo da falta de conexão entre exploração de petróleo e população próxima aos poços.

2. Ainda que o investimento seja feito pela Petrobras, são recursos que em grande parte poderiam ser destinados aos dividendos para o acionista governo federal, que poderia destiná-los a outros propósitos com impactos sociais muito maiores para a população local. A própria empresa poderia investir esses recursos no desenvolvimento de fontes alternativas de energia que substituam o petróleo.

3. Quando, há 50 anos, foram tomadas decisões de exploração na Amazônia, a crise ambiental ainda não era uma questão decisiva para a humanidade. A Amazônia não era uma preocupação internacional e o Brasil não era um pária no cenário internacional pelo descuido com florestas e rios da Amazônia. Além disso, o petróleo não era ainda vilão do equilíbrio ecológico.

4. Não havia a perspectiva atual de repúdio ao uso de petróleo como combustível, nem à política de redução de seu consumo e em consequência a queda das rendas que ele gera. Por isso, parece um equívoco aos interesses nacionais, econômicos, sociais, ecológicos e nas relações internacionais a possibilidade de exploração de petróleo no litoral amazônico.

5. Depois de anos visto como "grande destruidor de florestas e da Amazônia", o Brasil pagará alto preço no cenário internacional se depois de gritarmos "o Brasil voltou", agirmos como no tempo da "boiada passando".

Esse é o grande impasse: "passamos a boiada" para o Brasil crescer rápido ou controlamos a economia para dar sustentabilidade, mesmo reduzindo o tipo e a taxa de crescimento.

Se não está ficando gagá, Lula sofre um apagão de inteligência

Errar é humano. Diz-se que somos o único animal capaz de aprender com os próprios erros. Duvido, dados os erros que cometemos e repetimos. Qualquer ratinho de laboratório, depois de algumas tentativas, aprende a não fazer o que só o prejudica.

Lula fez muito bem em restabelecer as relações entre o Brasil e a Venezuela rompidas nos últimos quatro anos por seu antecessor pouco inteligente e candidato a governar o país da mesma maneira autoritária como Nicolás Maduro governa o dele.

Isolar uma ditadura, como a da Venezuela, na maioria das vezes só contribui para sua estratificação. Os Estados Unidos isolaram Cuba desde que Fidel Castro desceu de Sierra Maestra em 1959. Castro morreu e, no entanto, Cuba permanece como ele a deixou.


Na véspera, ao cortejar Maduro, Lula apresentou-o como um democrata. E aconselhou-o publicamente, como antes o fizera em particular, a construir uma narrativa para convencer o mundo que a democracia está viva na Venezuela. É tudo o que não está.

A oposição vive amordaçada. O simulacro de democracia que existe na Venezuela permitiu que Maduro se reelegesse depois de excluir do páreo seus dois principais adversários. São 7 milhões de refugiados, e todos compartilham a mesma narrativa de horror.

Os abusos do regime Maduro caem à vista de todos como frutas podres. Estão quase todos documentados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e são investigados pelo Tribunal Penal Internacional, que apura crimes contra a Humanidade.

Lula, contudo, finge desconhecê-los. Disse:

“O preconceito contra a Venezuela é muito grande. […] Nossos adversários vão ter que pedir desculpas pelo estrago que eles fizeram na Venezuela”.

Nossos adversários, quem, cara pálida? Adversários de ditaduras de esquerda ou de direita são meus amigos; aliados, meus inimigos. Ontem, ao invés de corrigir-se, Lula admitiu não poder avaliar a situação da Venezuela porque não a visita há 10 anos.

Ler não dói. Se não sabia disso, Lula aprendeu nos 580 dias que passou preso em Curitiba, lendo. Relatório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos fala em “detenções arbitrárias, maus-tratos e tortura” na Venezuela de Maduro.

Os Estados Unidos são culpados por ditaduras que instalaram ou ajudaram a instalar, mas a venezuelana não é obra deles. Lula sofre de um apagão de inteligência, na melhor das hipóteses. Ou o peso da idade e a falta de atualização o estão deixando gagá.