domingo, 30 de agosto de 2015
A CPMF é uma extorsão oficial
A CPMF é um roubo. Uma usurpação dos direitos do trabalhador. Quem disse isso foi Lula, no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Lula foi a Brasília denunciar o imposto extorsivo sobre o cheque. Mas Lula ainda era oposição. Em 2007, presidente do Brasil, mudou radicalmente. Comparou a CPMF à salvação da pátria. Citou Raul Seixas para explicar que ele, Lula, era uma metamorfose ambulante.
Tudo é mentiroso na CPMF. A começar pelo nome: Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras. É uma trapaça ao idioma. “Contribuições” costumam ser voluntárias – a palavra contribuir vem do latim e significa “ter parte numa despesa comum”. Foi chamada de “provisória” mas virou “permanente” até ser derrubada em 2007, numa derrota fragorosa de Lula no Senado.
Ao se referir a “movimentações financeiras”, parece punir os ricos, os que movimentam mundos e fundos. Não. É um imposto sobre cada cheque emitido, recebido, depositado. É um confisco direto sobre as transações bancárias e comerciais, sobre as compras no supermercado. É uma assombração e uma bitributação, porque já pagamos o IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras – que, aliás, foi aumentado quando a CPMF acabou, em 2007. É tão matreira que se paga CPMF até no ato de pagar os impostos.
Oremos e lembremos o que Lula disse em 2007. “Estamos perdidos sem a CPMF.” “Se os senadores votarem contra a CPMF, temos de mostrar quem é o responsável de deixar milhões de pessoas sem esse programa (o Bolsa Família).” “Todo mundo sabe que o Estado brasileiro não pode viver sem a CPMF.” Sabem o que Lula fez para tentar aprovar a continuidade da CPMF há oito anos? Liberou R$ 500 milhões de verbas para senadores. O mesmo que Dilma fez nesta semana.
A CPMF é um imposto tão impopular que precisa de uma cirurgia plástica invasiva para se tornar palatável. Primeiro, muda-se o nome. Vira CIS: Contribuição Interfederativa da Saúde. Ah, ela se tornaria, portanto, um “imposto do bem”. Quem pode ser contra ajudar o SUS, combater a penúria dos hospitais públicos, reduzir as filas de doentes? Quem? O duro é o dinheiro chegar lá. Pois uma década de CPMF não mudou o caos da Saúde.
Mais uma mentira, mais uma extorsão, mais uma imoralidade num país de pixulecos e pinóquios. Quem, em sã consciência, acredita que os impostos beneficiam os pobres no Brasil? A CPMF ludibriou até mesmo um de seus criadores, o ex-ministro da Saúde Adib Jatene. Ele se demitiu ao perceber que a verba caíra no colo do Tesouro.
O maior sonegador de todos é o Estado brasileiro. O Estado sonega da população o que arrecada de nós, os contribuintes. Dilma quer ressuscitar a CPMF para cobrir o maior rombo do governo central desde 1997 – mais de R$ 9 bilhões –, divulgado na quinta-feira. A CPMF é portanto um oportunismo de princípio, meio e fim.
Dilma, além de liberar meio bilhão de reais para parlamentares, também prometeu repassar aos Estados e municípios uma parcela dos R$ 80 bilhões por ano que seriam arrecadados com a nova CPMF. A promessa deixou assanhadinhos os governadores e os prefeitos – todos pensando no bem público.
Há duas maneiras de equilibrar um orçamento. Sabemos disso dentro de casa. Ou se cortam gastos ou se aumenta a renda. Os brasileiros cortam gastos. Não roubam dos vizinhos. Não roubamos de quem tem menos que nós, porque eles estão com a corda no pescoço. Aliás, não roubamos porque é crime.
Oi, Planalto! Os brasileiros estão inadimplentes, desempregados. O programa federal mais popular hoje é o Minha Casa Minha Dívida. Não dá para criar mais imposto. Precisa desenhar? Dilma, corte R$ 80 bilhões em sua ilha da fantasia. E não venha com essa desculpa esfarrapada de que não sabia, no ano passado, a gravidade da crise.
Vi uma cena, no programa Bom dia Rio, na TV Globo, de cortar o coração. Para agendar o recebimento do seguro-desemprego, homens e mulheres têm passado a noite inteira ao relento, deitados sobre papelões improvisados. Como eles se sentem? “Eu me sinto humilhado”, disse um deles. Os pedestres passam ao largo, achando que são todos moradores de rua, pedintes.
A volta da CPMF é a maior pauta-bomba surgida até agora. Mostra o desespero de um governo que obriga os outros a decretar falência, a fechar seus negócios, a se reinventar, mas que continua a aumentar os gastos além da inflação.
A sociedade civil deveria aproveitar para exigir transparência no destino dos impostos que já pagamos. Prestação de contas. Nós merecemos. Só vemos deputados, senadores, juízes ganhando reajustes superiores à inflação. Mais de 22 mil cargos comissionados no Executivo, 39 ministérios, uma barafunda no aparato do Estado. Nós não merecemos.
Ruth de Aquino
Ao se referir a “movimentações financeiras”, parece punir os ricos, os que movimentam mundos e fundos. Não. É um imposto sobre cada cheque emitido, recebido, depositado. É um confisco direto sobre as transações bancárias e comerciais, sobre as compras no supermercado. É uma assombração e uma bitributação, porque já pagamos o IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras – que, aliás, foi aumentado quando a CPMF acabou, em 2007. É tão matreira que se paga CPMF até no ato de pagar os impostos.
Oremos e lembremos o que Lula disse em 2007. “Estamos perdidos sem a CPMF.” “Se os senadores votarem contra a CPMF, temos de mostrar quem é o responsável de deixar milhões de pessoas sem esse programa (o Bolsa Família).” “Todo mundo sabe que o Estado brasileiro não pode viver sem a CPMF.” Sabem o que Lula fez para tentar aprovar a continuidade da CPMF há oito anos? Liberou R$ 500 milhões de verbas para senadores. O mesmo que Dilma fez nesta semana.
A CPMF é um imposto tão impopular que precisa de uma cirurgia plástica invasiva para se tornar palatável. Primeiro, muda-se o nome. Vira CIS: Contribuição Interfederativa da Saúde. Ah, ela se tornaria, portanto, um “imposto do bem”. Quem pode ser contra ajudar o SUS, combater a penúria dos hospitais públicos, reduzir as filas de doentes? Quem? O duro é o dinheiro chegar lá. Pois uma década de CPMF não mudou o caos da Saúde.
Mais uma mentira, mais uma extorsão, mais uma imoralidade num país de pixulecos e pinóquios. Quem, em sã consciência, acredita que os impostos beneficiam os pobres no Brasil? A CPMF ludibriou até mesmo um de seus criadores, o ex-ministro da Saúde Adib Jatene. Ele se demitiu ao perceber que a verba caíra no colo do Tesouro.
O maior sonegador de todos é o Estado brasileiro. O Estado sonega da população o que arrecada de nós, os contribuintes. Dilma quer ressuscitar a CPMF para cobrir o maior rombo do governo central desde 1997 – mais de R$ 9 bilhões –, divulgado na quinta-feira. A CPMF é portanto um oportunismo de princípio, meio e fim.
Dilma, além de liberar meio bilhão de reais para parlamentares, também prometeu repassar aos Estados e municípios uma parcela dos R$ 80 bilhões por ano que seriam arrecadados com a nova CPMF. A promessa deixou assanhadinhos os governadores e os prefeitos – todos pensando no bem público.
Há duas maneiras de equilibrar um orçamento. Sabemos disso dentro de casa. Ou se cortam gastos ou se aumenta a renda. Os brasileiros cortam gastos. Não roubam dos vizinhos. Não roubamos de quem tem menos que nós, porque eles estão com a corda no pescoço. Aliás, não roubamos porque é crime.
Oi, Planalto! Os brasileiros estão inadimplentes, desempregados. O programa federal mais popular hoje é o Minha Casa Minha Dívida. Não dá para criar mais imposto. Precisa desenhar? Dilma, corte R$ 80 bilhões em sua ilha da fantasia. E não venha com essa desculpa esfarrapada de que não sabia, no ano passado, a gravidade da crise.
Vi uma cena, no programa Bom dia Rio, na TV Globo, de cortar o coração. Para agendar o recebimento do seguro-desemprego, homens e mulheres têm passado a noite inteira ao relento, deitados sobre papelões improvisados. Como eles se sentem? “Eu me sinto humilhado”, disse um deles. Os pedestres passam ao largo, achando que são todos moradores de rua, pedintes.
A volta da CPMF é a maior pauta-bomba surgida até agora. Mostra o desespero de um governo que obriga os outros a decretar falência, a fechar seus negócios, a se reinventar, mas que continua a aumentar os gastos além da inflação.
A sociedade civil deveria aproveitar para exigir transparência no destino dos impostos que já pagamos. Prestação de contas. Nós merecemos. Só vemos deputados, senadores, juízes ganhando reajustes superiores à inflação. Mais de 22 mil cargos comissionados no Executivo, 39 ministérios, uma barafunda no aparato do Estado. Nós não merecemos.
Ruth de Aquino
No centro do tabuleiro
No fim, as pretas estão com muito mais material: uma dama e duas torres além de manter o par de bispos, enquanto têm apenas um peão a menos. Mas o material não ajudou as pretas. As brancas foram capazes de usar suas peças remanescentes, dois cavalos e um bispo, para forçar mate.
“Errei em ter demorado tanto para perceber que a situação era pior do que imaginávamos”, fala pronunciada por nossa presidente e noticiada em toda a mídia na última terça-feira, não causou o impacto que deveria. Ou seja, nenhum de nós disparou até o banheiro, acendeu a luz, e, ao encarar o próprio reflexo no espelho, enrubesceu de tanta vergonha.
Digo, nem o beócio mais espetacular, baba escorrendo pela gravata, pode dar guarida para tamanha desculpa esfarrapada. Dilma sabia muito bem o que acontecia, uma responsabilidade atestada pelo bom senso e garantida por lei. Sua notória incapacidade para combinar um raciocínio com início, meio e fim, não pode servir de escudo, assim como, diga-se, serviu para que amealhasse o título de “honrada” - quando, de concreto mesmo, apenas cumpriu a promessa de fazer o diabo para vencer.
Mas quer saber? O que Dilma diz ou deixa de dizer já não tem importância. Nunca passou de um produto ruim embebido em marketing de quinta. A diferença é que agora já não esquenta a cadeira para Lula como deveria. No caso do PT, faz o papel da novela ruim que contamina a audiência do programa seguinte.
Tanto que, se puxarmos pela memória, a imagem de um Lula perdido, sem saber como se comportar, errando no que diz e nas escolhas que faz, começa a aparecer só lá no final dos anos 80. Claro, mesmo após ter sido eleito, não foram poucas as situações em que falou bobagens ou se viu em apuros - depender da benevolência de Fernando Henrique para não sofrer impeachment foi o fundo do poço. Mas, insisto, o momento é outro.
Não ter a mídia a seus pés faz diferença. Não poder contar com o otimismo do povo faz diferença. Ver a militância, outrora orgulhosa, hoje fundamentalmente reduzida a fiéis profissionais, também faz diferença. Assim como não ter a caneta na mão e constatar o envelhecimento da ladainha sobre herança maldita. Porém, nada, absolutamente nada dificulta e ainda dificultará mais a estratégia de Lula que o desbaratamento público do assalto ao Brasil orquestrado pelo PT.
Seu último discurso, alardeando uma possível candidatura em 2018, foi sintomático. Nada a ver com bravata, estejam seguros, mas um passo para lá de calculado. Por ele, o impeachment de Dilma seria uma dádiva só inferior à antecipação das eleições para semana que vem. Seu cacife político ainda definha em ritmo mais lento que o do PT, mas até quando nem ele mesmo pode garantir. Assim como não existem garantias para o estrago que um longo período de escândalos e recessão pode causar na hora do voto.
Como se não bastasse, desejar um fato novo para frear a derrocada, com Sérgio Moro não dando o menor sinal de esmorecimento, talvez não seja muito prudente.
No longínquo 1851, Londres, o Simpson’s-in-The-Strand foi palco de uma inesquecível partida de xadrez, disputada entre o Adolf Andersen e o Lionel Kiezeritsky. Ao final, Kiezeritsky fez questão de telegrafar cada movimento para seu clube de xadrez em Paris. O trecho no início do texto detalha o último deles. Andersen venceu com as brancas e até hoje o jogo é reverenciado como “imortal”.
Não sou um craque de xadrez, confesso, mas sei o básico. E hoje, na dúvida entre atacar ou defender, o rei das vermelhas se vê sozinho, exatamente no centro do tabuleiro.
O mate nunca esteve tão próximo de acontecer.
A crise e o poder político
Incompetência e corrupção sempre estiveram mais ou menos presentes na política e na administração pública ao longo da nossa História, no Brasil colônia, no Império e na República – nesta, tanto em seus períodos democráticos como nos autoritários. Mas essas mazelas tradicionais têm aumentado nos últimos anos. A crise atual é mais uma no rol das muitas desenvolvidas através dos séculos, no terreno fértil da doença histórica.
Corrigi-la é problema cuja solução se estenderá por muitos anos, talvez por gerações, se vier a acontecer. Não se corrige de um dia para o outro a cultura da permissividade, consolidada na estrutura mental. Com democracia, a correção implica educação para o exercício de direitos e deveres políticos. Implica rever a organização partidária, a metodologia político-eleitoral e nosso sistema presidencialista, marcado pelo apetite das dezenas de partidos amorfos que apoiam (?) o governo – o que explica o surrealista número de ministérios vazios de conteúdo objetivo. Implica reorganizar nossa ordem federativa, hoje política, mas não fiscal, caracterizada pela distribuição de encargos (em tese, correta) e concentração de recursos na União. Implica a reorganização do serviço público, que o proteja do “aparelhamento” venal e incompetente. Implica, enfim, a redução do Estado grande, da cultura histórica do Estado provedor que tudo pode – o que justificaria sua apoteótica interveniência na economia, fertilizante da corrupção, tema que abrange a polêmica questão das privatizações
.
Todas elas medidas penosas, de óbvio custo político-eleitoral no curto prazo, mas indispensáveis à superação da crise. Pretender superá-la com medidas paliativas (se tanto, quando não contraditórias) simpáticas é ilusão a serviço do problema político-eleitoreiro. Os tropeços em seus trânsitos políticos, evidentemente maiores no Congresso Nacional, onde estão sujeitos às vicissitudes político-eleitorais, evidenciarão as posições relativas de seus atores: se preocupados com o País e propensos ao estadismo altruísta à altura da crise, ou se pautados por interesses atendidos pelo populismo eleitoreiro.
As frequentes acusações de que a correção penosa é antitrabalhador não passam de manifestações tendenciosas: antitrabalhador seria deixar a crise chegar ao desastre, de que a maior vítima seria exatamente o trabalhador desempregado...
Há cerca de 120 anos outro Joaquim, o Murtinho, viveu problema similar no Ministério da Fazenda do governo Campos Sales, também decorrente da condução do País em anos imediatamente anteriores. A persistência na solução dolorosa livrou o País da crise de então. Será isso possível hoje, terá Joaquim Levy o apoio político decisivo que teve Joaquim Murtinho...?
Em paralelo com o controle da crise impõe-se, é claro, um “basta” na corrupção. Mas essa correção transcende a crise atual (envenenada pela corrupção) e se estende à cultura tradicional. A força histórica da permissividade e, com ela, da improbidade vai exigir que o empenho em curso (Polícia Federal, Ministério Público e Justiça) não venha a ser apenas um espasmo episódico. Deve persistir por muito tempo.
É preciso que a sociedade e o nosso mundo político entendam que a legalidade do governo ou, mais abrangente, do poder político (Executivo e Legislativo) instituído democraticamente é, de fato, assegurada pela eleição. Mas sua legitimidade no correr do mandato decorre da eficiência e correção de seu funcionamento. A fragilidade da conciliação entre o poder baseado na lei e a legitimidade baseada no seu desempenho debilita o poder legal – quando não o desacredita – e acaba fazendo emergir hipóteses de substituição do poder político eleito, racionais, nos trilhos da lei, ou emocionais e abstratas, na desordem do turbilhão dos fatos, de consequências, no mínimo, inseguras.
A fisionomia política predominante hoje não inspira firme esperança de que a evolução positiva venha a ocorrer rapidamente: viveremos avanços positivos e concessões paliativas que freiam o processo, em coerência com a permissividade e o ânimo estatista (capital clientelista e povo) brasileiro. Ao cidadão comum consciente do problema resta pressionar, manifestar-se favorável e “torcer” para que a evolução ocorra logo, em benefício da tranquilidade e do progresso nacional.
Lula, o esvaziado
Ciclotímico quanto à sua afilhada, ora amigo fiel, ora crítico mordaz que a coloca abaixo do volume morto, Lula tem agido como quem não mais acredita na possibilidade de Dilma concluir o mandato.
Esbraveja, acusando de golpistas aqueles que trabalham com a hipótese de renúncia ou impedimento constitucional. Ao mesmo tempo, amplia sua presença em palcos-palanques, que, mesmo em ambientes fechados e audiência contada a dedo, ele chama de comícios.
Tenta manter alguns fios da esgarçada rede de apoio e sempre que pode cava um jeitinho de se dizer candidato, “se necessário for”.
E quem precisa de Lula? Fora o PT, alguns asseclas e velhos companheiros sindicalistas, não há qualquer clamor pelo volta Lula. Nem mesmo os viúvos da esquerda da primeira metade do século passado ele consegue arregimentar.
Longe da popularidade que gozava quando deixou o governo e sacou Dilma do colete – algo que ele tem confessado a muitos como seu maior erro -, Lula parece saber que até para ele, que se tinha como infalível, está difícil dar a volta por cima e se reinventar. Hoje, perderia eleição para qualquer um dos desafetos tucanos – Aécio Neves, Geraldo Alckmin ou José Serra – e também para Marina Silva, segundo dados do Instituto Paraná de Pesquisas, divulgados na segunda-feira passada.
Suas plateias, até as convocadas pela CUT, como aconteceu na sexta-feira, em Belo Horizonte, estão cada vez menores, incapazes de lotar auditórios, quanto mais ambientes externos.
Nas ruas, o que tem feito sucesso é o Pixuleko ou Pixulula, boneco inflável de Lula vestido de presidiário.
Apresentado ao público pelos manifestantes de Brasília no último dia 16, o boneco virou símbolo dos atos contra a roubalheira, contra Dilma, Lula e o PT. E parece ter incomodado mais do que as centenas de milhares que foram às ruas em março, abril e agosto, ou os frequentes panelaços. A ponto de mobilizar gente para tentar destruí-lo, como ocorreu no Viaduto do Chá, em São Paulo, quando o boneco foi esvaziado a facadas.
Alvo de críticas severas do presidente do PT, Rui Falcão, e até da presidente, conseguiu algo que nem a recessão estampada no PIB negativo de 1,9%, nem a inflação ou o desemprego crescente, que de acordo com o Dieese-Seade bateu em 13,7% na Grande São Paulo, chegaram perto: provocar furiosa indignação em Dilma, para quem o boneco ultrapassou “todos os limites”.
Além das investigações que a cada dia se aproximam mais de Lula e dos seus, o ex, hoje esvaziado, paga o preço de ter inflado Dilma e a si próprio.
A letalidade da roubalheira do Carf
A Operação Zelotes, conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, está comendo o pão que o Tinhoso amassou. Ela começou em março e explodiu uma quadrilha de ex-conselheiros, parentes e amigos de conselheiros que vendiam decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, um órgão do Ministério da Fazenda. Depois de dois anos de investigações sigilosas e 2.300 horas de escutas telefônicas, foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão.
Passados na peneira, separaram-se 74 processos com cheiro de queimado, todos de peixes gordos. Num grampo autorizado pela Justiça, um ex-conselheiro disse o seguinte: "Aqui no Carf só os pequenos devedores pagam. Os grandes, não". Ou, noutra versão, mais crua: "Quem não pode fazer acordo, acerto –não é acordo, é negociata– se fode".
A coisa funcionava assim há muitos anos: uma grande empresa ou um grande banco era autuado em R$ 100 milhões pela Receita Federal, recorria ao Carf e liquidava a fatura reduzindo a autuação para algo como R$ 5 milhões.
Essa modalidade de corrupção é muito mais daninha do que tudo que se viu na Lava Jato. Num raciocínio cínico, a tia de um empreiteiro que cobrou R$ 100 milhões por uma obra que valia R$ 50 milhões, sempre poderá dizer que, apesar de tudo, a obra do seu sobrinho está lá. Já a tia de um magano que alugava por R$ 150 milhões um navio-sonda que o mercado oferece por R$ 100 milhões também dirá que o navio está no litoral de Campos, fazendo seu serviço.
No caso do Carf, a empresa que devia R$ 100 milhões pagou R$ 5 milhões à Receita e uns R$ 3 milhões à quadrilha. Só se produziu prejuízo e propina. Nem refinaria, muito menos navio-sonda.
Coisas estranhas aconteceram com a Operação Zelotes. Quando ela foi desencadeada, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, julgou desnecessário prender pelo menos quatro acusados, contentando-se com os mandados de busca e apreensão. Jogo jogado. Em junho, o Ministério Público pediu e conseguiu seu afastamento.
Noutra ponta, saiu da Câmara dos Deputados um pedido de informações com algumas perguntas banais ao Ministério da Fazenda: Quais os valores de cada processo milionário julgado no Carf? Quais recursos foram aceitos? Em junho, o doutor Carlos Alberto Freitas Barreto, presidente do Conselho, informou que devido a uma mudança no sistema de armazenamento de dados esse detalhamento só poderia ser apresentado "em breve". Passaram-se três meses e nada.
Numa nova surpresa, o coordenador-geral de investigação da Receita Federal, Gerson Schaan, deu uma entrevista à repórter Andreza Matais na qual disse o seguinte: "O que a quadrilha fazia era direcionar o julgamento para uma Turma que tinha entendimento a favor do contribuinte. Trata-se de um caso de corrupção, não de sonegação". Em tese, tudo bem; na prática, a ver. O centro dessa questão só será mais bem entendido "em breve", quando o Carf fulanizar nomes e cifras.
Nos pixulecos do Carf podiam ocorrer três situações:
1) O contribuinte sabia que estava sonegando e dava a pedalada tributária porque esperava ganhar a parada no Carf. Nesse caso há corrupção e sonegação.
2) O contribuinte pode ter razão, mas comprou o "direcionamento". A Receita errou, mas falta explicar melhor como uma Turma entende uma coisa e outra vai na direção oposta, sobretudo sabendo-se, há anos, que uma quadrilha orientava o trânsito. Nesse caso, há um atravessador corrupto e um empresário corruptor.
3) No pior dos casos, o contribuinte tinha razão, mas foi informado de que iria para a lâmina se não pagasse o pedágio. Segundo um dos integrantes da quadrilha: "Se eu participar (...) eles têm mais ou menos 95% de chances de ganhar. Caso contrário, perderão, com certeza".
Essas diferenças poderão ser esclarecidas se a Operação Zelotes entrar no estilo da Lava Jato. Pelo andar da carruagem, apesar dos esforços da Polícia Federal e do Ministério Público, ela está devagar, quase parando.
Corre o risco de ficar parecida com a Castelo de Areia, aquela que livrou a empreiteira Camargo Corrêa de qualquer suspeita. Passaram-se seis anos e agora a empresa está colaborando com o juiz Sergio Moro.
Organizações Tabajara
Um ex-ministro de Dilma Rousseff costuma chamar seu governo de Organizações Tabajara. Assim como a empresa fictícia do "Casseta & Planeta", diz ele, o Planalto está sempre bolando alguma ideia mirabolante fadada ao fracasso.
A ressurreição da CPMF foi o novo produto dessa fábrica de trapalhadas. Ao propor o retorno de um novo imposto, o governo voltou a irritar a classe média e, ao mesmo tempo, afugentou empresários que se aventuravam a defender a presidente.
Na política, as reações também foram desastrosas. A oposição reforçou o discurso de que a sociedade paga a conta da crise, e o petismo se recolheu em silêncio envergonhado. O vice Michel Temer, cortejado por conspiradores, ganhou motivo para se afastar ainda mais de Dilma.
O tiro no pé poderia ter sido evitado com uma simples avaliação do cenário. Se a CPMF foi derrubada em 2007, quando Lula batia recordes de popularidade, a chance de aprová-la agora seria próxima de zero. Por que gerar tumulto com uma ideia que jamais sairia do papel?
Nunca antes um governo espalhou tantas cascas de banana na calçada em que pisa. No início da semana, Dilma já havia transformado uma boa notícia em armadilha ao anunciar os cortes na Esplanada. Como ela não informou os alvos da navalha, criou-se um novo terremoto na base aliada. Partidos que se estapeavam por cargos de segundo escalão agora estão em pânico com a ameaça de perder ministérios.
Na sexta-feira, um ministro petista lamentava a sucessão de trombadas: "Estávamos saindo da mira, mas terminamos a semana com todos os canhões apontados para nós".
Na noite de sábado, o governo se rendeu ao óbvio e desistiu da ideia funesta de retomar a CPMF. Mesmo assim, Dilma será criticada pelo recuo. Sua política econômica voltou à roleta do improviso, e o buraco nas contas públicas continua aberto. As Organizações Tabajara não fariam pior.
A ressurreição da CPMF foi o novo produto dessa fábrica de trapalhadas. Ao propor o retorno de um novo imposto, o governo voltou a irritar a classe média e, ao mesmo tempo, afugentou empresários que se aventuravam a defender a presidente.
Na política, as reações também foram desastrosas. A oposição reforçou o discurso de que a sociedade paga a conta da crise, e o petismo se recolheu em silêncio envergonhado. O vice Michel Temer, cortejado por conspiradores, ganhou motivo para se afastar ainda mais de Dilma.
O tiro no pé poderia ter sido evitado com uma simples avaliação do cenário. Se a CPMF foi derrubada em 2007, quando Lula batia recordes de popularidade, a chance de aprová-la agora seria próxima de zero. Por que gerar tumulto com uma ideia que jamais sairia do papel?
Nunca antes um governo espalhou tantas cascas de banana na calçada em que pisa. No início da semana, Dilma já havia transformado uma boa notícia em armadilha ao anunciar os cortes na Esplanada. Como ela não informou os alvos da navalha, criou-se um novo terremoto na base aliada. Partidos que se estapeavam por cargos de segundo escalão agora estão em pânico com a ameaça de perder ministérios.
Na sexta-feira, um ministro petista lamentava a sucessão de trombadas: "Estávamos saindo da mira, mas terminamos a semana com todos os canhões apontados para nós".
Na noite de sábado, o governo se rendeu ao óbvio e desistiu da ideia funesta de retomar a CPMF. Mesmo assim, Dilma será criticada pelo recuo. Sua política econômica voltou à roleta do improviso, e o buraco nas contas públicas continua aberto. As Organizações Tabajara não fariam pior.
Um pelo outro sem querer volta
Quando o Lula declara não poder dizer se será ou não candidato à presidência da República, em 2018, na realidade está dizendo que hoje, não seria. Amanhã, só se o vento virar. O ex-presidente tem consciência de que o PT, Dilma, e ele próprio perderam a confiança nacional. Fossem as eleições na próxima semana e nem o segundo lugar Lula conquistaria, tamanha a rejeição popular causada pela lambança encenada no governo. Lançar-se para perder, o primeiro-companheiro não admite.
Prefere ficar entre o triplex quase pronto no Guarujá, o sítio que frequenta bissextamente e uma ou outra viagem ao exterior que as empreiteiras se arrisquem a proporcionar-lhe. Aceitará convites de sindicatos e associações ligadas ao PT para sinalizar que está vivo, mas concorrer outra vez parece por enquanto fora de seus planos. Mesmo mantendo aberta uma fresta de janela, não arriscará. Três anos e picos são muito tempo.
Se porventura afastada a hipótese de o ex-presidente concorrer, obviamente para não perder, importa menos saber quem o PT convocará para o sacrifício, se Jacques Wagner, Aloysio Mercadante, Rui Falcão ou qualquer outro condenado ao papel de figurante. É para o lado de lá que as atenções devem voltar-se. Aécio Neves, Geraldo Alckmin ou José Serra compõem um elenco sem surpresas, ainda que preparando-se para embates violentos entre eles. Correndo por fora, Marina Silva e, outra vez posicionado, Ciro Gomes.
Do lado oposto da cerca, Joaquim Barbosa, Sergio Moro, Rodrigo Janot e que novos modelos pouco ortodoxos poderiam ser pinçados?
De todo esse raciocínio sem maior expressão, conclui-se pela ausência de um candidato capaz de despertar esperanças e expectativas, por razão muito simples: nenhum dos nomes referidos, a começar pelo Lula, dispõe de mensagem, programa ou contingente organizado capaz de empolgar os eleitores. Nada de novo no front, além de velhas trincheiras cavadas em árido terreno. Partidos capengas e carentes de personalidade misturam-se sem ensejar à sociedade um rumo alternativo. Nada que empolgue ou aponte um saída para a amorfa, insossa e inodora realidade. Equivalem-se os candidatos pela falta de opções. Ao eleitor, ao menos por enquanto, resta dar um pelo outro e não querer volta.
A CPMF que faltava
A perda de prestígio e de popularidade da presidente Dilma, em 2015, foi além do limite de segurança. O ambiente em volta está saturado de insatisfações. O ajuste fiscal se revelou ineficaz e, pior, perde apoio dos setores que representam os pilares da economia nacional. A credibilidade do governo está em nível mais do que morto e sem previsão de reabastecimento.
O vice Michel Temer se afastou da coordenação política. Como andorinha, o peemedebista está pronto para mudar de continente, à procura de outra primavera.
No horizonte ampliam-se as incertezas. A presidente não consegue explicar a que serve tanto sacrifício e desemprego provocados pelos apertos. Como e quando sairemos desta violenta tempestade? Sacrifício todos estão dispostos a fazer quando tem uma meta.
Isso Dilma não responde, não convence. Joaquim Levy provoca saudade de Guido Mantega.
Setores especulativos, e apenas esses, vêm tirando proveito do ajuste fiscal. Quem paga a conta é quem trabalha e emprega. O Brasil é um sistema cada vez mais injusto e demagogo? Quem especula se esbalda de lucros.
Na última semana a histórica Dedini, de Piracicaba, empresa líder mundial em equipamentos para a indústria sucroalcooleira, um dos raros casos de sucesso tecnológico brasileiro, demitiu 650 funcionários. Fechou as portas da fábrica e aguarda resposta ao pedido de recuperação judicial. Não perdem apenas Piracicaba e os acionistas. Empresa modelo em gestão sucumbiu aos desmandos dos governos.
A quebra da Dedini em proporções nacionais, para um país que é referência em biocombustíveis, está como a quebra da Volkswagen na Alemanha, referência mundial em produção de veículos. Ninguém se manifestou, ninguém chorou, uma perda catastrófica para o Brasil. Tecnologia que sai pelo ralo da incompetência oficial.
Mais que uma empresa, o Brasil perde um patrimônio tecnológico que importaremos em breve de um país asiático. Mais de cem usinas de açúcar quebradas e nenhum plano de enfrentamento, como se um setor que gera mais de 1 milhão de empregos fosse nada. É revoltante ver como os partidos se aglutinam apenas para desfrute do poder e para vampirizar a nação.
Nem a capacidade de compreender o valor estratégico para o planeta e para o Brasil de manter-se na dianteira de um setor que será uma das maiores demandas do futuro. Nem com as terras, o sol, a mão de obra, a tecnologia de ponta conseguimos evitar fracassos. Líderes apenas em corrupção mundial. Desmancha-se um esquema, surgem dois piores e mais graves. Mensalão, petrolão, eletrolão, aguardando o próximo.
O vice Michel Temer se afastou da coordenação política. Como andorinha, o peemedebista está pronto para mudar de continente, à procura de outra primavera.
No horizonte ampliam-se as incertezas. A presidente não consegue explicar a que serve tanto sacrifício e desemprego provocados pelos apertos. Como e quando sairemos desta violenta tempestade? Sacrifício todos estão dispostos a fazer quando tem uma meta.
Isso Dilma não responde, não convence. Joaquim Levy provoca saudade de Guido Mantega.
Setores especulativos, e apenas esses, vêm tirando proveito do ajuste fiscal. Quem paga a conta é quem trabalha e emprega. O Brasil é um sistema cada vez mais injusto e demagogo? Quem especula se esbalda de lucros.
Na última semana a histórica Dedini, de Piracicaba, empresa líder mundial em equipamentos para a indústria sucroalcooleira, um dos raros casos de sucesso tecnológico brasileiro, demitiu 650 funcionários. Fechou as portas da fábrica e aguarda resposta ao pedido de recuperação judicial. Não perdem apenas Piracicaba e os acionistas. Empresa modelo em gestão sucumbiu aos desmandos dos governos.
A quebra da Dedini em proporções nacionais, para um país que é referência em biocombustíveis, está como a quebra da Volkswagen na Alemanha, referência mundial em produção de veículos. Ninguém se manifestou, ninguém chorou, uma perda catastrófica para o Brasil. Tecnologia que sai pelo ralo da incompetência oficial.
Mais que uma empresa, o Brasil perde um patrimônio tecnológico que importaremos em breve de um país asiático. Mais de cem usinas de açúcar quebradas e nenhum plano de enfrentamento, como se um setor que gera mais de 1 milhão de empregos fosse nada. É revoltante ver como os partidos se aglutinam apenas para desfrute do poder e para vampirizar a nação.
Nem a capacidade de compreender o valor estratégico para o planeta e para o Brasil de manter-se na dianteira de um setor que será uma das maiores demandas do futuro. Nem com as terras, o sol, a mão de obra, a tecnologia de ponta conseguimos evitar fracassos. Líderes apenas em corrupção mundial. Desmancha-se um esquema, surgem dois piores e mais graves. Mensalão, petrolão, eletrolão, aguardando o próximo.
Por mínima que fosse a representação de movimentos sindicais em contraposição aos desfiles de milhões de “classe média”, ainda manteve Dilma ancorada, evitando que o barco dela virasse. Mas até quando?
A oposição “tucana” mostra divisão interna. Como sempre. Os governadores do partido não são a favor de acelerar a queda de Dilma, as bancadas e os parlamentares pensam que caçar a presidente é agora ou nunca, mas junto com o vice dela, para ter nova e imediata eleição, quer dizer mais do que provável eleição do “aquecido” Aécio Neves.
O golpe de misericórdia para Dilma na capacidade dela de se autodestruir. A proposta de voltar com a CPMF, mais que uma gota em copo cheio, é chute no balde. A CPMF para os setores</CW> produtivos representa mais uma perda de competitividade e sustentabilidade (não é imposto recuperável e se soma em cascata) e penaliza o cidadão, não só no 0,38% alardeado, mas em todos os 0,38% das operações necessárias para que o bem chegue até o desfrute dele. Aí nada se salva, mais CPMF e menos comida, menos combustível, menores as condições de enfrentamento dos apertos. Mais perda de empregos.
A medida numa economia recessiva acelerará a recessão, poderia ser considerada um gesto demencial se não fossem seus propositores vinculados aos grandes bancos do país. A CPMF é uma taxa que é arrecadada pelos bancos e repassada para a União, amplia os caixas do sistema financeiro, entre outras perversidades.
Apenas o fundo partidário subiu neste ano mais de 300%, são mais R$ 2 bilhões para os partidos, entidades mais inúteis no quadro nacional, nada produzem, apenas gastam e são ineficazes a evitar os descalabros e a corrupção que devasta o país. Vale mais para o Brasil uma Dedini (tecnologia nacional) que 30 partidos. Mas isso não segue a prioridade de quem está no poder. Não se enxerga qualquer medida mitigadora, qualquer sinalização ou plano que preserve a estrutura produtiva do país. A proposta da CPMF colocará provavelmente a presidente em paredão e o pelotão do Congresso livre para atirar, assim como atirou no Collor. A sentença, em 1992, apontou um carro Elba, a questão será apenas encontrar ou inventar outro “Elba”?
Neste momento Michel Temer representa no Congresso o PMDB, o partido mais habilidoso a tirar proveito do cenário político. Ainda ocupando as presidências da Câmara e do Senado, pode determinar o encerramento de uma era de poder.
Os filhos da CUT e os filhos do Brasil
Há dois grupos em conflito: os filhos da CUT e os filhos do Brasil. Eles podem ser facilmente reconhecidos pelas cores que usam nas manifestações: os filhos do Brasil vão de verde-amarelo; os filhos da CUT preferem vermelho.
Os filhos da CUT invadem propriedades (como fizeram com a Fazenda Figueira, em Londrina, uma das mais produtivas do Brasil). Os filhos do Brasil garantem uma safra recorde e carregam a economia do País nas costas. Mesmo assim, os filhos do Brasil são chamados de capitalistas, burgueses, exploradores e escravocratas. Enquanto isso, os filhos da CUT recebem polpudas verbas federais para continuar realizando suas marchas e invasões.
Os filhos da CUT chamam os filhos do Brasil de golpistas. E, no entanto, é o presidente da CUT que incita seus correligionários a pegar em armas para defender a “presidenta”. Os filhos da CUT chamam os filhos do Brasil de fascistas. E, no entanto, são os filhos de CUT que poderiam dizer, com Mussolini: “Tudo para o Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”. Os filhos da CUT chamam os filhos do Brasil de inimigos da democracia, mas quem defende a turma do mensalão e do petrolão são os filhos da CUT; e também são os filhos da CUT que querem censurar os filhos do Brasil nos jornais e nas redes sociais.
Os filhos da CUT estão muito nervosos de um tempo para cá, principalmente depois de certas prisões efetuadas pela Operação Lava Jato. Ultimamente eles também não têm apreciado bonecos infláveis. Por falar em Lava Jato, há um teste infalível. Se você estiver em dúvida se alguém é filho da CUT ou filho do Brasil, pronuncie calmamente as palavras “Sérgio Moro”. Se o sujeito sorrir, é filho do Brasil. Se fizer careta ou sair correndo, é filho da CUT.
Os filhos da CUT também são filhos do Brasil, e merecem perdão. Mas ajudaria se eles parassem de mandar em nós. Misericórdia!
Coisa de batedor de carteira fantasiado de governante
A ideia de ressuscitar a CPMF com codinome trocado é mais que outra esperteza tramada pelos embusteiros acampados no poder há quase 13 anos. É uma bofetada no rosto do Brasil que pensa e presta, habitado por gente que paga todas as despesas do governo arruinado pela incompetência e pela corrupção. É também um insulto intolerável aos milhões de indignados que exigem nas ruas o imediato encerramento da era da canalhice.
A carga tributária é cada vez mais indecente, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Mas cinismo e safadeza não têm cura. Enquanto programam nas sombras mais aumentos, os extorsionários federais planejam a exumação da CPMF. Não para melhorar a saúde, mas para reduzir as dimensões siderais do buraco escavado por Lula e ampliado pelo poste que instalou no Planalto.
De novo, os incapazes capazes de tudo querem transferir a conta da farra de que desfrutaram para os lesados de sempre ─ já crescentemente atormentados pela inflação sem controle e pela expansão do desemprego. Se a pilantragem não for sepultada no Congresso, a imensa maioria de inconformados precisa tomar o freio nos dentes e juntar-se num movimento de desobediência civil cuja bandeira principal será a suspensão do pagamento de todo tipo de tributo que não tenha como escapar da retaliação merecidíssima.
Esse calote superlativo, que se estenderia até a interdição dos perdulários irrecuperáveis, foi resgatado do terreno da fantasia pelas pesquisas de opinião e pelas portentosas manifestações de rua. Os brasileiros decididos a abreviar o mandato de Dilma vão chegando a 70%. São tratados pelo governo lulopetista como se fossem um bando de idiotas. Os que permanecem na seita agonizante nem chegam a 10%. É hora de mostrar-lhes como se deve tratar todo batedor de carteira fantasiado de governante.Augusto Nunes
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