segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O sistema


Os funcionários não funcionam.
Os políticos falam mas não dizem.
Os votantes votam mas não escolhem.
Os meios de informação desinformam.
Os centros de ensino ensinam a ignorar.
Os juízes condenam as vítimas.
Os militares estão em guerra contra seus compatriotas.
Os policiais não combatem os crimes, porque estão ocupados cometendo-os.
As bancarrotas são socializadas, os lucros são privatizados.
O dinheiro é mais livre que as pessoas.
As pessoas estão a serviço das coisas.

Eduardo Galeano 

Tema para Genoino

Os réus do mensalão receberam, aos olhos da opinião pública, penas adequadas à gravidade do mais sério escândalo político da História recente do país

O sistema penal brasileiro reserva aos réus do precioso colarinho branco — ou seja, fazem parte de algum setor da chamada elite nacional — vantagens e benesses que ficam longe das normas impostas aos condenados que pertencem, digamos assim, à grande massa dos colarinhos sujos. São considerados sujos, não se deve esquecer, porque quem os usa simplesmente não tem recursos para lavá-los.

Há menos de um ano — nove meses — o ex-deputado José Genoino e um pequeno bando de outros réus começaram a cumprir penas razoavelmente severas por suas participações no chamado “processo do mensalão”, um dos escândalos políticos mais sérios da História da política brasileira. As penas decididas pelo Judiciário mereceram o aplauso da opinião pública. Seria interessante saber se a plateia continua batendo palmas, em face do episódio mais recente dessa triste novela.

Favoritismo do mau humor

 
A consultoria Rosenberg Associados considerou que Dilma ainda é a favorita, mas emendou: “O cenário mais provável é a continuidade da mediocridade, do descompromisso com a lógica, do mau humor prepotente do poste que se transformou em porrete contra o senso comum”. 

FT aponta liderança de Marina


A ex-senadora Marina Silva poderá liderar o voto de "todos contra a presidente Dilma Rousseff" em um eventual segundo turno da eleição presidencial, disse o jornal britânico Financial Times em editorial nesta segunda-feira.

"A popularidade de Marina diminui a esperança de Dilma de conquistar a eleição (no primeiro turno)", diz o jornal. "No segundo turno, Marina poderá, então, liderar um voto de 'todos contra Dilma'", avaliou o jornal britânico.

"Se Marina concorrer, a bandeira de 'renovação política' e de 'terceira via' terá um grande apelo em um país marcado pela insatisfação com o status quo, como os grandes protestos de rua do ano passado mostraram", disse o editorial.

Segundo o jornal britânico, "a morte trágica de Campos tornou a eleição em uma corrida de três cavalos" ao alçar Marina como potencial kingmaker, termo em inglês que se refere à pessoa que escolhe o próximo rei.