terça-feira, 28 de julho de 2015

É pecado falar de felicidade hoje no Brasil?

A história de Vitória, a cadelinha de rua que tem uma conversa divertida com as águas do mar
Vitória, na praia. / J. A.
Vitória não é uma personagem inventada. Existe. É jovem, mora na rua e tem pelagem branca e marrom. Vejo-a todo dia conversando e brincando com as ondas do mar numa praia vazia no início da manhã. Observando-a, eu me pergunto se ainda há espaço no Brasil para a felicidade.

Vejo a cachorrinha como o velho emblema deste país com vocação, capaz de buscar espaços de sossego e liberdade apesar das crises que o afligem.

Corre como um galgo a uma velocidade quase irreal. E o faz na beira da água. Percorre, indo e vindo, quilômetros de praia.

Batizei-a de Vitória porque já é vencedora por não ter medo da felicidade. Conversa com as ondas que morrem na orla. Parece provocá-las. Entra no mar o bastante para sentir a água beijando suas patas, mas não se arrisca com as ondas grandes.

Brinca e dialoga com essa água limpa do Atlântico, misturando seus latidos jovens e agudos com o som das ondas que se apagam.

Antes de sair, eu acabava de folhear meia dúzia de jornais e fui à praia levando este rosário cotidiano de índices negativos, de anúncios e presságios de mais crises e mais detenções de empresários e políticos corruptos e dos perigos institucionais que se abatem sobre o Brasil.

De vez em quando, após suas corridas de beira-mar, Vitória se aproxima de mim ou de outro corredor solitário e nos olha com seus olhos molhados de areia, como se quisesse compartilhar sua felicidade. Em seguida, volta a correr até a beira do mar.

Ofende este grande país quem insiste em vê-lo como geneticamente mais violento que outros

Talvez seja o contraste da tristeza que me invade a cada manhã com o boletim do estado de saúde econômica, política e moral do Brasil doente que me faz contemplar, como uma terapia, a alegria plena da Vitória, que já amanhece feliz ao saber que na praia, sob o Sol, alheia às nuvens pesadas que pairam sobre a sociedade, a esperam suas amigas ondas.

Chega sempre antes de mim. Me cumprimenta por uns segundos e sai em disparada para o seu encontro. Às vezes, eletrizada de felicidade, traça circos e figuras com suas patas na areia que ninguém ainda pisou.

Durante o dia, enquanto mergulho nas notícias que são a alma do meu trabalho de jornalista, quando a tristeza me aperta vendo este país que amo crispado, desenganado e perplexo com os desmandos dos que deveriam velar por sua prosperidade, a lembrança da cachorrinha de rua, feliz com tão pouco, sempre alegre, e que não sei onde come nem dorme, desperta minha esperança.

A violência deste país, onde, é verdade, mata-se mais que em quase todos os outros lugares do mundo, é institucional

É verdade que nada é tão ruim que não possa piorar, mas também é certo que é possível sair até das piores crises. Nada é eterno, nem sequer a dor.

Contemplo toda manhã minha cachorrinha de rua que joga e se diverte com as ondas do mar como a expressão do Brasil, cuja vocação, como a da maioria dos latino-americanos, é a festa.

Ofende este grande país quem insiste em vê-lo como geneticamente mais violento que outros. Não é. Foi objeto de violência desde que aqui chegaram os primeiros conquistadores. Um deles escreveu em 1547 que os indígenas, donos essas terras, “surgiam a partir da decomposição de matéria morta, como as minhocas e os fungos” (Brasil: Uma Biografia, Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling, Companhia das Letras, página 29). Por isso, podiam ser escravizados e exterminados sem arrependimentos excessivos.

O ódio que alguns políticos atribuem hoje à sociedade brasileira também não pertence à sua genética. A violência deste país, onde, é verdade, mata-se mais que em quase todos os outros lugares do mundo (sobretudo negros, pobres, jovens e analfabetos), é institucional. É gerada pelas feridas da desigualdade herdada da escravidão e da voracidade de certos políticos que repetem a dura imagem evangélica de “lobos em pele de cordeiro”.

Nesta manhã voltei à praia. E, pela primeira vez, Vitória não estava. A areia parecia triste e escurecida sem a sua alegria.

Tomara que volte a aparecer amanhã com o presságio de que o Brasil saberá sair vitorioso do túnel de sua atual desilusão.

Num continente como o latino-americano, castigado por abusos e tentações autoritárias, com as instituições democráticas muitas vezes em perigo, o Brasil conseguiu até agora que a política não degenere em tirania. Não é pouco, mas até quando?

Um amigo que leu esta coluna antes de ser enviada ao jornal me pergunta: “Mas como você se atreve a falar de felicidade no ambiente de pessimismo e confronto verbal vivido pelo país?”

É que prefiro ver o Brasil mais como a Vitória, a doce e brincalhona cadela de rua, feliz com pouco, do que como os derrotistas tristes e acomodados.

Quando cheguei aqui, há 15 anos, fiz minha primeira entrevista com a atriz Fernanda Montenegro. Ainda recordo uma de suas recomendações: “Se quiser entender o Brasil, lembre-se de que a diferença entre nós e vocês, europeus, é que nós não temos vergonha de dizer que somos felizes, e vocês sim.”

Não esqueci. E meu medo hoje é que o clima de desencanto criado pela crise política e econômica possa desmentir a grande atriz, se o país perder a esperança de continuar sonhando.

Tomara que amanhã encontre a Vitória brincando com as ondas. Ela ainda não sabe que o Brasil está triste.

Vem pra rua

A 'estagiária'


É preciso acabar de uma vez por todas com a lenda segundo a qual a presidente Dilma Rousseff enfrenta imensas dificuldades políticas porque não é afeita ao varejo das negociações com o Congresso e porque ela tampouco se anima a se expor aos eleitores em busca de popularidade. O desastre de sua presidência não resulta dessas características, e sim de sua incontestável incapacidade de diagnosticar os problemas do País e de ministrar-lhes os remédios adequados. A esta altura, a maioria absoluta dos brasileiros, de todas as classes sociais, já se deu conta de que o problema de Dilma não é sua reclusão ou sua ojeriza aos políticos, mas simplesmente sua incompetência. Prometeram-lhes uma “gerentona” e lhes entregaram uma estagiária
Estadão editorial 

Como amar a crise


Não aguento mais a crise. A crise está enchendo o saco. Só se fala em crise. Quando a crise vai acabar?

Nunca? O Brasil é uma crise? Talvez, mas antes as crises eram analógicas, isoladas. Esta crise é épica, digital, a crise preenche as redes sociais – a crise é online. Que restará do Brasil quando acabar a crise? Apenas um grande vazio sem assunto? Que faremos sem ela? Talvez tristeza pura, porque a crise nos dava uma torta alegria de viver, um motivo para termos esperança. E se acabar também a esperança?

A crise é política, mas é também existencial. Estamos todos em crise.

A crise justifica tudo. Não tenho dinheiro por causa da crise, me separei por causa da crise, o Brasil perdeu de 7 a 1, por causa da crise. – “Meu bem, desculpe, não consigo. É a crise.”

A crise é uma novela de suspense: quem vai ser o corrupto de amanhã? Para os acusados políticos, a crise nunca existiu; eles sempre negaram tudo: nego, nego, não fiz, é invenção do Janot e do Sergio Moro. A crise para eles é apenas uma alucinação nossa. Quem melhor explica a crise são os motoristas de táxi; eles dizem: “a vaca vai pro brejo, sempre foi assim...” Discordo do doce chofer – nunca antes foi assim, e mais: a vaca já foi para o brejo. A partir do brejo, podemos sair da lama. Como vão prender tanta gente no final da crise? Esse é o perigo da crise: ser um rio sem foz, tão extensa e lenta que pode não dar conta de tantos processos. Com o passar do tempo, talvez digamos: “que crime esse cara cometeu mesmo?”

A crise também é uma ilusão para o governo. Não houve nada, tudo culpa da outra crise, a internacional. “Somos vítimas da crise de 2008 até agora.” Pela crise, conhecemos pessoas que estavam escondidas nos subterrâneos de Brasília. Ou nos esgotos. Surgiram carantonhas horrendas onde está estampada a caricatura da corrupção. Temos de tudo: máscaras, bonecos de engonço, mamulengos, temos um desfile de caras, de bocas, de mãos trêmulas, de risos e choros constrangidos, temos as vaidades na fogueira, os falsos clamores de honradez, os falsos testemunhos, vemos a lama debaixo das dignidades, vemos as sujeiras escorrendo sob as frestas da lei – um reality show sobre o Brasil. A crise mostra que há ladrões de dois tipos: o intensivo e o extensivo – os que roubam às vezes, pois a ocasião faz o ladrão, e os ladrões extensivos, que roubaram e roubarão sempre não por necessidade, mas por tesão. Não se emendam depois de 20 anos: começam com Fiat Elba e terminam com Lamborguines de R$ 5 milhões. A crise mostra que a cumbuca é sem fundo. A corrupção excita muito – quando se abrem as malas de dólares, os bordéis se enchem. Há pouco, soubemos que foram gastos mais de US$ 150 mil nos prostíbulos de Brasília. A crise só foi boa para as prostitutas.

A crise limpa muita gente; ser contra a corrupção, por exemplo, nos faz mais puros, mas honestos, mesmo que tenhamos pegado um troco aqui e ali, que ninguém viu. A crise nos lava mais branco. A crise testa nossa honestidade – será que eu aceitaria uma gorjeta de US$ 10 milhões? A crise mostra que consciência social no Brasil é medo da polícia. A crise estremece o Congresso; a arrogância deu lugar ao tremor. A crise é democrática – atinge todo mundo, até os presidentes do Congresso. Você vê a crise no medo dos ricos, no rosto dos tristes viajantes de ônibus, a crise enfeia as pessoas, a crise engorda, emagrece, mata. A crise contamina e estimula a criminalidade, pois, se todos roubam, por que não podemos nós? A crise cria balas perdidas e assassinatos a faca. A crise acabou com a Petrobras, porque, como cantávamos antigamente: o petróleo é nosso – eles se gabam.

Por isso, por essa pletora de horrores, temos de encontrar algum lado bom da crise.

A crise é boa para nos dar a sensação de que a vida muda, que a história anda. A crise nos tira o sono e nos faz alertas.

A crise nos inclui na vida política; vivíamos sonolentos e na sombra, e agora saímos nas ruas a bater panelas.

A crise é uma aula – quase um videogame. A crise é um thriller em nossas vidas. A crise nos permite ver a verdade de cabeça para baixo. Ensina que a verdade é o contrário de tudo que alegam os depoentes. A verdade é tudo que os políticos negam.

A crise também é cultura. A crise é Brecht, Shakespeare, Nelson Rodrigues.

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A crise nos ensinou que os “revolucionários” no poder são tão escrotos quanto os “reacionários”. Qual a diferença entre Sarney e Vaccari? A crise nos mostra que um ex-proletário metido a guia do povo pode virar um deslumbrado com jatinhos e uísque 30 anos e que sabe e sabia de tudo. Ele criou a crise pela ignorância e pelo narcisismo. A crise nos ensina que presidentes têm de estudar e ter competência. A crise é boa porque acaba com a mistificação do PT, que era o partido dos “puros”. A crise acaba com os fins justificando os meios, ou seja, como pensavam e pensam: podemos ferrar a Petrobras em nome de uma “revolução”.

A crise mostra que o Brasil progride enquanto dorme. A crise nos ensina que a miséria nasce nos intestinos das classes altas. A crise prova que as pessoas não são “cumpanheiros” ou militantes, mas seres narcisistas, compulsivos, agressivos, invejosos, fracassados e com problemas sexuais. A crise é mais Freud do que Marx.

A crise mostra que a esquerda velha não tem projeto, mas um sonho que virou pesadelo. A crise nos diploma como cientistas políticos. A crise não é uma crise, mas uma “mutação” histórica. Nunca mais seremos os mesmos. A crise acaba com o angustiante futuro e nos devolve o doce presente. A crise também foi boa para nos dar uma porrada na cara, para deixarmos de ser bestas.

Lula engata o modo psicopata para dourar o discurso do desespero

lula

No Sindicato dos Bancários do ABC, o ex-presidente Lula, prestes a ver o sol nascer quadrado, mostrou-se ainda mais desesperado que o costumeiro dos últimos meses. Logo ele, cujo partido bate recorde de mentiras, se disse “cansado das mentiras e safadezas”. O mestre do cinismo quer nos convencer de que as pedaladas fiscais, a corrupção na Petrobrás e o estelionato eleitoral são antes invenções da oposição do que fatos do mundo, comprováveis empiricamente.
O livro "Without Conscience", de Robert Hare, nos lembra de um detalhe fundamental: os psicopatas são caracterizados, dentre muitos outros fatores, por se fingirem de vítimas quando são pegos. Nessa toada, Lula faz seu draminha patético:
"O que a gente vê na televisão parece os nazistas criminalizando o povo judeu."
Ah, parece, Lula? Então nada melhor que este vídeo mostrando quem realmente se comporta feito nazista. Aliás, há apenas duas diferenças entre o nazismo e o petismo: (1) a classe definida como “opressora” pelo nazismo era a judaica, no caso do PT são várias, de acordo com o marxismo cultural, (2) o nazismo fez tantas vítimas por ter conseguido o poder totalitário e ter criado um cenário de caos social absoluto, o que lhes serviu para facilitar seus massacres, e o petismo ainda não conseguiu concretizar suas ambições.

Mas, seja lá como for, o vídeo abaixo fecha a questão, não com as diferenças, mas com as semelhanças entre o nazismo e o petismo:

Este vídeo merece ser viralizado, com certeza.
Já o show de absurdos prossegue incansavelmente:
"Não tem pessoa com caráter mais forte nesse País que a Dilma."
Ele realmente está tirando com a cara do povo. Quer dizer então que não há “caráter mais forte” neste país do que a Dilma? O problema é que tirando os mamadores de tetas estatais e seus zumbis, tornou-se jogo ruim tentar convencer o povo brasileiro de que Dilma não tem falhas de caráter, principalmente depois da campanha política mais mentirosa da história, o que futuramente se exibiu como um grotesco caso de estelionato eleitoral, exatamente o ponto que tem derrubado mais a popularidade da presidente.
Em suma, é difícil encontrar falhas de caráter nesta dimensão no resto do Brasil. 

Se Dilma é um “exemplo de caráter” para Lula, isso explica muita coisa. E se no Brasil não há “caráter mais forte” do que ela, então é melhor fechar este país de uma vez, pois estaríamos em situação pior do que no filme Mad Max. Mas, como sempre, as avaliações de Lula são feitas para testar os limites da credulidade de seus zumbis. Ele com certeza morre de rir depois de proferir suas bravatas.
Como não poderia deixar de ser, ele conclui com o clichê, dizendo que a elite não gosta do PT por causa das conquistas sociais:
"Sei que é difícil para parte da elite brasileira aceitar certas coisas […] Tudo que é conquista social incomoda uma elite perversa."
Que conquistas sociais, Lula? Com indicadores falsos, tudo não passa de alegação sem provas. Alias, se existisse uma conquista social verdadeira, a elite estaria em festa, pois pessoas com maior poder de compra podem comprar mais. Não existe mito mais inconvincente do que aquele que diz que “elite quer ver o pobre cada vez mais pobre”, o que seria, antes de tudo, uma burrice extrema. Os pobres dos Estados Unidos e da Europa, por exemplo, podem comprar muito mais.
Mas, em termos de elite, que tal lembrarmos dos vários empresários das empreiteiras, que fizeram a festa com verba estatal, hoje vendo o sol nascer quadrado? Ou seja, a elite ama o PT, não por “conquistas sociais” inexistentes, mas pelas tetas estatais rosadíssimas colocadas à sua disposição.
Que vergonha para um país ter sido governado por um sujeito como Lula.
Luciano Ayan

Este é o PT


Os "professores" como Whasington Quaquá, presidente regional do PT e prefeito de Maricá, se dão assim ao desrespeito, como é comum entre petistas. Os cargos, bem remunerados dos trombadinhas políticos, servem para demonstrar a falta de educação deles. Por estarem em cargos públicos, se consideram acima de qualquer ética e moral e adotam a verdadeira face: a da sarjeta de tanto frequentar pé sujo.   

Tereziiiinhaaaaa

Mais uma ideia original. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência produz em série. Está em planejamento, por exemplo, um aplicativo em que os portadores de celular tanto poderão receber as novidades governamentais, como enviar ao Planalto suas opiniões sobre o governo e a presidente. Consideradas as sondagens da opinião pública sobre Dilma e seu atual mandato, constata-se que a adesão da Presidência à modernidade tecnológica terá utilidade científica, como prática atualizada de masoquismo, assunto de interesse para os estudos das ciências psicológicas.
É um avanço, sim, embora ainda à espera de definição. A Secretaria de Comunicação instalada com o primeiro mandato tinha a peculiaridade de rejeitar a comunicação. Com isso, contribuiu muito para vários dos conceitos que se disseminaram sobre a presidente e sobre o governo. Como pregava o personagem mais característico da TV Globo, o Velho Guerreiro, depois do seu lema cultural "Tereziiiiinhaaaaa!!!", "quem não se comunica se trumbica". Ou vira especialista em comunicação.

A nova Secretaria atua até em política. Sempre com originalidade, claro. Por exemplo, tivesse ou não tivesse Lula a intenção de conversar com Fernando Henrique sobre o momento brasileiro, como a Folha noticiou, o Instituto Lula negou tal pedido do ex-presidente à intermediação de amigos. Com razões desconhecidas, se existiam, o secretário Edinho Silva desprezou a escapatória dos seus correligionários e fez a opinião pública saber que ele vê "com bons olhos a possibilidade de diálogo entre Fernando Henrique e Lula, como vejo com naturalidade que o mesmo aconteça com a presidente". Dada a importante opinião dele, é apenas natural que a da presidente da República a siga.

Assim, sem informação do que se passava, inclusive com a dúbia resposta inicial de Fernando Henrique, o comunicador ofereceu o microfone e soprou o petardo humilhante que esse ex-presidente mandou ao outro e a Dilma. É incerto, no entanto, que na original Secretaria de Comunicação hajam deduzido, dessa mancada, que também quem comunicar pode se trumbicar.

Mas o gasto de dinheiro público nessas originalidades é pequeno. Menos tranquilizadora é a conclusão ao deparar outras e caras iniciativas originais. É o que se passa com a visão de anúncio a cores, em página nobre de jornal carioca, do financiamento agrícola. Nesse caso, quem se trumbica com a Secretaria de Comunicação é o pagador de impostos.

Dilma achou a quem culpar pela crise econômica




Primeiro foi a crise internacional, que já não mais existe. Dilma culpou-a pelos maus resultados do seu primeiro governo. Como se ela nada tivesse a ver com eles.

Ontem, em reunião com 12 ministros no Palácio do Planalto, Dilma culpou a Operação Lava Jato pela queda do PIB – Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no país.

Por acaso ela quis dizer que o melhor teria sido que não houvesse a Lava Jato, operação destinada a apurar a bandalheira na Petrobras?

Dilma precisava de uma desculpa para explicar o desastre da economia sob o seu comando. Sobrou então para o juiz Sérgio Moro e a Polícia Federal.

Nunca se esqueça de que a Petrobras foi assaltada por diretores nomeados por Lula e empreiteiras a que hoje ele serve como palestrante e lobista internacional.

A culpa, portanto, é de Lula. E também de Dilma que fingiu desconhecer o que se passava por lá. Quando parou de fingir já era tarde.

Este é um governo desorientado. Ninguém dentro dele sabe para onde irá. E, muito menos, como deveria ir.

Dilma é uma presidente fraca que se cercou de ministros e de auxiliares igualmente fracos.

Ela sabe que seu governo só sairá do buraco se a economia voltar a esquentar. Mas não parece saber como fazer isso.

Ou melhor: pode até saber. Mas não parece convencida de que o caminho escolhido deverá ser mantido.

O ministro Joaquim Levy, da Fazenda, está perto do limite de sua paciência. Dá sinais de que talvez não suporte por muito mais tempo o esforço do PT em sabotá-lo.

Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, está pronto para substituir Levy caso seja necessário.

O ajuste fiscal não saiu como Levy imaginava. Tampouco sairá o ajuste do ajuste.

Dilma acorda cedo diariamente e sai para passear de bicicleta pelos arredores do Palácio da Alvora.

Vai do nada à coisa alguma.

Dilma vem aí

Dilma tem muito o que explicar, mas não vai falar nada no anunciado programa televisivo do PT no próximo mês sobre o que o país quer saber. Nem mesmo se espera dela um gesto realmente presidencial. Quem foi capaz de falar em fazer o diabo para vencer as eleições, não venceria em país sério.

Sob o patrocínio de pai Santana, vai mentir mais uma vez ao lado do companheiro Lula, para uma população já cansada e sofrida por tanta mentira. O mágico do marketing político acredita, insistir na mentira anima a população. Não é bem assim que toca a banda.

Dilma, Lula e o PT estão desacreditados por mais que exibam na tevê cara de confiança no futuro do país. Tanto que até mesmo esperam outro estrondoso panelaço. Não será para menos.

O governo petista, apesar de apregoar ser um partido do povo, fez mais para os ricos, e mais ainda para os bancos, do que para a população. E agora quem vai pagar a conta da palhaçada são os mais pobres, aqueles mesmos que seriam salvos da miséria pelo PT. E o pior para o governo é que ninguém mais acredita em conto da carochinha petista.

Em nome do poder, e mesmo para se livrar da prisão, como no caso de Lula, se sujeitam a qualquer coisa. Querem embrulhar o país de que tudo ainda será resolvido este ano. Nem o mais imbecil petista acredita que vai sair do atoleiro em que lhe meteram em tão pouco tempo.

A exibição será mais uma farsa para empurrar com a barriga, gorda de dinheiro roubado e muita corrupção, o maior problema do país: um governo que não governa há mais de um ano e uma presidente que se acha sendo tão pequena.