sábado, 19 de setembro de 2015
Vade retro!
O PT é uma empresa de demolição – a melhor que o país já conheceu - a quem se incumbiu a tarefa de edificar. O resultado não poderia ser outro: a desconstrução do país. E não apenas na economia, mas em todos os demais campos da cena pública.
Diante dos destroços, com o pedido de impeachment já na Câmara, prepara-se para fazer o que sempre soube: demolição – isto é, oposição. A base petista não quer a saída de Dilma, mas condena o que ela vê como tábua de salvação: seu pacote fiscal.
Diante dos destroços, com o pedido de impeachment já na Câmara, prepara-se para fazer o que sempre soube: demolição – isto é, oposição. A base petista não quer a saída de Dilma, mas condena o que ela vê como tábua de salvação: seu pacote fiscal.
Põe em cena, então, um modo singular de apoio: a favor do governo e contra seus projetos; a favor do moribundo, mas contra a medicação. No que isso vai dar, não se sabe, mas se imagina. Mais destruição. O presidente da CUT, Vagner Freitas, prometeu pegar em armas contra os que querem a saída da presidente, mas usou de igual veemência para condenar as armas que ela própria concebeu para livrar-se do impedimento, o pacote fiscal.
Cabe aí o chavão: com aliados assim, pra quê oposição? Lula et caterva sustentam que é possível continuar a crescer, manter benefícios, crédito e consumo a rodo, sem submeter a economia a remédios amargos. Não explicam como, até porque não sabem – e até porque não há como.
Mas são detalhes. Importa manter a massa inflamada, supondo que algum vilão a quer surrupiar. As elites, claro.
O partido se especializou em propaganda enganosa. Com ela, e subsidiado com propinas extorquidas da Petrobras, venceu as eleições, mas não entregou a mercadoria. Nem entregará.
Considera, mesmo assim, que o partido e sua eleita são detentores de um mandato intocável, não obstante as previsões legais e constitucionais para situações como essa.
O país está economicamente arruinado. Ainda que o pacote de Joaquim Levy fosse um achado genial – e, óbvio, não é -, não teria o governo meios de implementá-lo, por não dispor de credibilidade. Sem ela, nada feito. Economia não é ciência exata; tem forte e decisivo conteúdo psicossocial.
Se hoje Dilma dispusesse de outro Plano Real – ou de um ainda melhor -, fracassaria. Ninguém o levaria a sério. A credibilidade do governante e de seu entorno é fundamental. As pesquisas mostram que algo em torno de 7% é o que restou à presidente de apoio na sociedade. Menos que a taxa de inflação.
Se tivesse juízo, pediria o boné e voltaria para casa. Mas não tem – e isso é um dos componentes da tragédia. A presidente, no desespero de sua aridez mental, topa tudo, até a estatização do jogo do bicho e da roleta. “Não descarto nenhuma fonte de receita”, avisou semana passada. Até cobrança de IPTU para as sepulturas está em curso – parece piada, mas não é. Demolições S.A.
Antes de sair, há ainda alguns estragos à vista. A OAB, a CUT de gravata, conseguiu emplacar no STF a proibição de doações eleitorais por parte das empresas. O PT, como lembrou o ministro Gilmar Mendes, não tem com o que se preocupar: já tem doações suficientes para muitas eleições, como o demonstra o Petrolão.
Poucos se deram conta da gravidade das palavras do ministro Gilmar Mendes, ao acusar o PT de ganhar as eleições com dinheiro público roubado. Do lado avesso de suas argumentações, o ministro Marco Aurélio Mello considerou ilegítimo receber dinheiro de empresas privadas, ainda que declarado. Ou seja, considerou todo o espectro político derivado das urnas ilegítimo, já que assim funcionaram as eleições passadas – e as que as precederam.
Nem tudo é como parece. A proibição soa como medida moralista, cuja ausência teria gerado a corrupção em curso. Mas não é. A proibição não suprirá a necessidade de as eleições serem financiadas, sobretudo num país-continente. O dinheiro virá agora do caixa dois e do Estado. Como este está vazio, resta o dinheiro clandestino. O STF legalizou o caixa dois – exceto, talvez, para o PT, que está abastecido para umas dez campanhas.
Tudo o que se sabe até aqui circunscreve-se à Petrobras e a uma pontinha da Eletrobras. Mas há bem mais: BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil, fundos de pensão etc. Onde haja um cofre, há um arrombamento. Dos generosos empréstimos externos do BNDES, quanto retorna como caixa dois ao PT para os embates eleitorais futuros? Não se sabe. Ainda.
Ao final de 13 anos do PT, legenda de número 13, seu espólio está sendo julgado na 13ª vara federal de Curitiba, enquanto na Câmara dos Deputados 13 pedidos de impeachment foram reunidos em um só para dar início à reconstrução do país.
É uma numerologia macabra, em que o 13, mais que nunca, consolida sua reputação mítica de número do azar. Vade retro!
Dilma, o futuro a absolverá
Quando Dilma Rousseff foi eleita presidente da República, em 2010, o ex-presidente Lula imaginava que a reprodução do seu modelo de Governo estava apenas começando. O lulismo, como o batizaram, estava dando o primeiro passo sem a presença do seu criador. Dilma seria a porta-bandeiras por quatro ou oito anos, outro, senão o próprio Lula, assumiria, e o lulismo persistiria no poder por décadas, assim como o peronismo persiste na Argentina.
Logo na primeira troca de faixas, esse projeto que duraria “mil anos” começou a encontrar dificuldades estruturais marcantes. Dilma não seguiu à risca a cartilha do lulista. O incentivo à busca do consenso, o meio termo, os passos calculados e a eterna ampliação da base aliada não era o que Dilma tinha em mente. O início fulminante do Governo, com aprovação nas alturas e com Dilma, mãe do povo, na verdade era o fim do lulismo. O fim de um projeto que funcionou bem por oito anos, mas não tinha fôlego para ser eterno.
O dilmismo entrou em cena no fim de 2012, início de 2013, embora o povo só tenha tomado conhecimento desse novo modelo de Governo em junho de 2013, quando as manifestações explodiram país afora. A partir daí o dilmismo enraizou-se sem se alterar, sem abrir o mínimo espaço para o lulismo nos anos seguintes.
Esse conflito de pseudo-ideologias viveu uma trégua durante as eleições de 2014. Afinal, ainda havia para o ex-presidente Lula a chance de mudar a forma de atuar de sua pupila, enquanto para Dilma havia a esperança de convencer o mentor de que, no momento, o seu modelo é mais moderno e adequado para o Brasil.
Por meio de seus erros, seus equívocos, o Brasil está adotando uma mentalidade diferente da que reinou nos últimos anos. O desejo de diminuir o Estado, seja por meio do corte de ministérios ou demissão de cargos comissionados, não existe só entre a elite empresarial de São Paulo. Já se tornou um desejo nacional, onde brasileiros estão entendendo que eficiência é o que garante comida na mesa. Desburocratização, menos impostos e excelência são demandas que se ampliam entre várias camadas sociais.
Dilma está promovendo uma mudança de mentalidade na imprensa, em formadores de opinião e no meio político sem precedentes. Por conta dela e do PT, o maior partido de esquerda do país irá encolher nas próximas eleições. O Congresso tornou-se mais conservador do que foi em muitas décadas. À beira do abismo, o PT pode abrir espaço para o PMDB e o PSDB se transformem em dois gigantes, e o possível herói que pode salvar o Governo dito de esquerda ser um economista da Escola de Chicago. Não esqueçamos de que um mamute, como a Petrobras, que sairá magra, eficiente, bonita e ágil quando tudo isso passar e seus parasitas forem eliminados.
Ora, nem que quisesse, Dilma promoveria tantas mudanças que empurrariam o Brasil para um ambiente tão liberal quanto o que está se formando. Seus erros e os do PT chegaram a tal ponto que a criação do Partido Novo, de orientação liberal, está sendo saudada por várias fatias da sociedade como um sopro de novidade em um ambiente político débil e repetitivo.
Certos heróis nascem de incríveis atos de coragem em momentos de extrema dificuldade. Outros só são reconhecidos anos, décadas depois de sua existência, simplesmente por terem sido catalisadoras de grandes e inesperadas mudanças. Dilma pode muito bem ser a heroína do país no futuro, não pela forma consciente com a qual governou, mas pela revolução que seus erros terão gerado. Não vaiem agora. No futuro, poderemos estar aplaudindo.
Quase quebrado
Tem de ser um ajuste bem-feito (…) ou vamos mergulhar no abismo de todo regime populista que exite no planeta.
É um Estado agigantado para um país de renda média. Um Estado capturado, que defende interesses partidários. Ineficaz em entregar os serviços que a sociedade precisa. É um estado que está semiquebrado.
Não sou defensor do Estado mínimo e nem máximo. Tem de ser um Estado bem administrado.
'Deixem a presidente trabalhar'
Já havia começado a escrever a crônica “Lula, o canalha” quando recebi o manifesto “Deixem a presidente trabalhar”. Assinado por escritores, jornalistas, professores, lideranças cívico-políticas e religiosas, militantes sindicais, sociais e estudantis de diversas formações ideológicas, o e-mail pede que eu divulgue a preocupação deles com “...as manifestações e articulações de natureza antidemocrática, francamente golpistas, vistas no Congresso, na mídia e em movimentos de rua”. Diz o manifesto que “...o caminho urgente e único para enfrentarmos a crise e vencê-la passa por acatar-se, de vez, sem mais sofismas nem tergiversações, o resultado das urnas de 2014, calando os perdedores sua frustração e levantando o cerco de feição golpista à Presidente, a fim de que possam ela e o seu governo trabalhar e levar a Nação a retomar, em curto prazo, sua rota de crescimento e gradual...”.
E mais “...Consideramos lesiva ao povo e à Pátria a não aceitação dos resultados eleitorais com a intenção de tumultuar o processo político e favorecer os candidatos derrotados nas últimas eleições. Recusamos e condenamos o ‘culto da crise’, a prática de tentativas de acirramento das dificuldades na economia e na política, com o objetivo de intranquilizar a população e torpedear a marcha dos projetos do Governo Federal, recém-eleito e ainda no primeiro ano de exercício do seu mandato...”. O que mais me deixou espantado foram os nomes dos que já o assinaram, são membros da Academia Mineira de Letras, jornalistas, escritores, cientistas políticos, professores eméritos e titulares da UFMG etc.
Estes membros da intelligentsia falam em “culto da crise”? Quer dizer então que ela não existe? É tudo invenção da mídia golpista? E os milhões de desempregados nas filas por trabalho? São todos atores pagos pela rancorosa oposição? Então, a presidente nunca mentiu sobre a real situação econômica do país apenas para ganhar as eleições? Quer dizer que vocês é que estão certos ao elegerem-na como “símbolo de bravura republicana e dos melhores predicados da mulher brasileira”? Então, os tais mensalão e petrolão não passam de invencionices criadas apenas para instigar o povo contra os governos petistas, que de corruptos não têm nada? Ora, convenhamos, com todo o respeito que tenho pelas opiniões alheias, preciso dizer que esta turma deve morar em algum universo paralelo.
Felizmente,estamos deixando de ser uma nação de idiotas, influenciada por idiotas empedernidos que não entendem a divergência de pensamentos e não esforçam um único neurônio para entender a realidade. Será que essa turma ainda não percebeu a natureza corruptiva do governo petista? Aliás, não só do PT, mas de todos aqueles que defendem a concentração de poder pelas garras do Estado e de alguns empresários parasitas. Agora, se a questão não passa de simples ignorância ideológica, então, não há muito o que fazer, a não ser torcer pelo clareamento de suas ideias. Finalizando, o nome do criminoso guerrilheiro, João Stédile, não deveria estar no manifesto, pega mal. E por favor, esqueçam este tal ódio golpista e deixem o Brasil trabalhar.
STF, os que não vão morrer te saúdam
O escândalo do Mensalão, que pensávamos ter sido um caso único e exemplar de crime político em larga escala, foi apenas o “primo piatto” que foi servido nos tenebrosos quase 13 anos de governo do PT. Ninguém imaginava que tendo sido denunciada a compra de votos no atacado, que tendo ocorrido prisões de próceres petistas de primeiro escalão, que tendo sido um processo traumático para o país inteiro, com ênfase para os milhões de simpatizantes petistas, que ainda poderiam ocorrer casos semelhantes ou até mais dramáticos.
O petismo virou sinônimo de atividade criminal intensa e recidiva, superando com folga as façanhas de outros notáveis brasileiros como Paulo Maluf e o Juiz Nicolau dos Santos Neto, o famoso Juiz Lalau. Nem chego mais a elencar Collor de Mello nesta galeria, pois mesmo levando-se em conta o irmão doidivanas, o amigo trapalhão e os montantes supostamente envolvidos, ele ainda assim foi um sujeito que peitou corporações e lideranças que deveriam, estes sim, ter sucumbido. Ao invés disto, patrocinaram um impeachment que virou renúncia que fez mais mal do que bem para o Brasil. Peço vênia aos que discordam, mas é história pura.
Já o PT foi com furor atrás de muito dinheiro, de tudo que pudesse amealhar, não deixando de desviar qualquer coisa, em qualquer lugar. Há os que ainda acreditam que essa roubalheira tinha um objetivo nobre, que era fazer perdurar o petismo e seu projeto socialista de favorecimento às classes sociais menos favorecidas. Os anos passam e sabemos que grande parte do dinheiro foi para os bolsos da companheirada, seus filhos, noras, genros e, se nada for feito, para os netos. O PT acabou com uma Petrobras para se eleger e para poder continuar sugando as tetas públicas, mas não sem locupletarem-se com muito dinheiro de povo pobre e maltratado do país que eles mentem que respeitam.
Até aqui, todos sabemos e, não fosse Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, estaríamos em lençóis ainda bem mais puídos do que estamos. Se dependêssemos de Barroso, Tóffoli, Lewandowski e da grandessíssima maioria dos juízes do país, estaríamos iguais à Venezuela ou à Argentina. É claro que José Dirceu, Genoíno, Delúbio, João Paulo e outros discordam de mim. Lula e Dilma discordam de mim e a empresa SmartMatic discorda de mim. Eu tenho certeza de que Gilmar Mendes e o decano Celso de Mello são meus parceiros na turma dos 93% que não aprovam a cleptocracia petista.
Eis que, surpreendendo a todos, o STF instaurou a proibição de doações empresariais a políticos, partidos e campanhas. Por incrível que pareça, em pleno início de desvendamento dos danos da Operação Lava-Jato e dos fatos nebulosos envolvendo os empréstimos do BNDES, diante de suspeitas de crimes eleitorais milionários envolvendo a última campanha de Dilma, diante de tudo que ainda iremos ficar sabendo, os ilustres ministros decidiram que o PT irá reinar para toda a eternidade em Pindorama, que o PT, partido que mais se parece com uma organização criminosa de alta sofisticação (roubam até estando presos!) será dono do Palácio do Planalto enquanto quiser.
Só que...o maior resultado deste julgamento estapafúrdio que o STF promoveu, por mais surpreendente que possa parecer, deverá apressar ainda mais o afastamento do PT do poder! Agora que sabemos que o risco desta gente se apossar do que restou do Brasil chegou ao cúmulo de ter sido chancelada pela Suprema Corte do país, mais do que imperativa é a necessidade de que Dilma seja afastada pela prática de pedaladas fiscais e impedida urgentemente, que Lula seja investigado já por sua afluência sem precedentes e que o PT seja tornado legenda “non grata”, de imediato, no cenário político nacional.
Agradecemos aos senhores membros do STF por sua douta sabedoria. Quem é que poderia imaginar que eles estariam apenas, por meios intrincados, nos dando a pista final da solução para dar cabo ao perigo que ronda o país com o PT o governando? Quem teria sido capaz de perceber que os oito ministros contrários às doações privadas estavam, na verdade, a sugerir a precipitação de todas as decisões possíveis que visem o afastamento do PT do Poder Executivo na República Federativa do Brasil?
Agora sim, estamos salvos. Foi difícil de compreender de imediato, mas já “sacamos”.
Muito obrigado, STF. “Non morituri te salutant”.
Já o PT foi com furor atrás de muito dinheiro, de tudo que pudesse amealhar, não deixando de desviar qualquer coisa, em qualquer lugar. Há os que ainda acreditam que essa roubalheira tinha um objetivo nobre, que era fazer perdurar o petismo e seu projeto socialista de favorecimento às classes sociais menos favorecidas. Os anos passam e sabemos que grande parte do dinheiro foi para os bolsos da companheirada, seus filhos, noras, genros e, se nada for feito, para os netos. O PT acabou com uma Petrobras para se eleger e para poder continuar sugando as tetas públicas, mas não sem locupletarem-se com muito dinheiro de povo pobre e maltratado do país que eles mentem que respeitam.
Até aqui, todos sabemos e, não fosse Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, estaríamos em lençóis ainda bem mais puídos do que estamos. Se dependêssemos de Barroso, Tóffoli, Lewandowski e da grandessíssima maioria dos juízes do país, estaríamos iguais à Venezuela ou à Argentina. É claro que José Dirceu, Genoíno, Delúbio, João Paulo e outros discordam de mim. Lula e Dilma discordam de mim e a empresa SmartMatic discorda de mim. Eu tenho certeza de que Gilmar Mendes e o decano Celso de Mello são meus parceiros na turma dos 93% que não aprovam a cleptocracia petista.
Eis que, surpreendendo a todos, o STF instaurou a proibição de doações empresariais a políticos, partidos e campanhas. Por incrível que pareça, em pleno início de desvendamento dos danos da Operação Lava-Jato e dos fatos nebulosos envolvendo os empréstimos do BNDES, diante de suspeitas de crimes eleitorais milionários envolvendo a última campanha de Dilma, diante de tudo que ainda iremos ficar sabendo, os ilustres ministros decidiram que o PT irá reinar para toda a eternidade em Pindorama, que o PT, partido que mais se parece com uma organização criminosa de alta sofisticação (roubam até estando presos!) será dono do Palácio do Planalto enquanto quiser.
Só que...o maior resultado deste julgamento estapafúrdio que o STF promoveu, por mais surpreendente que possa parecer, deverá apressar ainda mais o afastamento do PT do poder! Agora que sabemos que o risco desta gente se apossar do que restou do Brasil chegou ao cúmulo de ter sido chancelada pela Suprema Corte do país, mais do que imperativa é a necessidade de que Dilma seja afastada pela prática de pedaladas fiscais e impedida urgentemente, que Lula seja investigado já por sua afluência sem precedentes e que o PT seja tornado legenda “non grata”, de imediato, no cenário político nacional.
Agradecemos aos senhores membros do STF por sua douta sabedoria. Quem é que poderia imaginar que eles estariam apenas, por meios intrincados, nos dando a pista final da solução para dar cabo ao perigo que ronda o país com o PT o governando? Quem teria sido capaz de perceber que os oito ministros contrários às doações privadas estavam, na verdade, a sugerir a precipitação de todas as decisões possíveis que visem o afastamento do PT do Poder Executivo na República Federativa do Brasil?
Agora sim, estamos salvos. Foi difícil de compreender de imediato, mas já “sacamos”.
Muito obrigado, STF. “Non morituri te salutant”.
Sobre o fim das doações
A decisão do STF de proibir a doação de empresas para as campanhas eleitorais significou um grande passo no sentido de dificultar a influência de poderosos grupos econômicos e empresariais no resultado das eleições. Porém, não sejamos ingênuos, a medida pouco pode interferir nas relações entre corruptos e corruptores.
Claro, será um pouco mais complicado arrecadar para as campanhas. Mas é só isso. O caixa 2, usado para a compra de partidos e apoios, nunca precisou de uma relação formal.
Apesar de o “petrolão” revelar que as propinas nas últimas duas eleições presidenciais se deram por dentro, as relações oficiosas sempre foram mais “eficientes”. Com o fim das doações, então, elas voltam com mais força no submundo da política. Enfim, a corrupção não acabará ou tampouco diminuirá apenas por essa proibição.
As empresas, especialmente as empreiteiras, continuarão sendo peças indispensáveis para as engrenagens da máquina pública e, certamente, encontrarão as formas mais adequadas e sedutoras para conquistar a simpatia dos líderes eleitos ou por se elegerem.
Portanto, com a decisão do STF, além de aumentar a fiscalização nos gastos de campanha, a necessidade maior é a de definir, urgentemente, parâmetros mais objetivos que barateiem os processos eleitorais, inclusive estabelecendo um teto de gastos por candidato. A ausência desses mecanismos de controle será a institucionalização do caixa 2.
Se sonharmos longe e imaginarmos que tudo isso irá funcionar, ou seja, se a Justiça conseguir impedir mesmo as doações, baratear as campanhas, estabelecer limites de investimento e aperfeiçoar o acompanhamento das prestações de contas, poderemos ter eleições mais justas e menos dependentes do poder financeiro. Em tese, parte do problema estaria mais ou menos resolvida.
Mas todos sabem que não é bem assim. A outra ponta, formada pelos acertos de gabinetes e pela manipulação de licitações, permanecerá solta. Não há quem acredite que a troca de favores terá um fim, até porque, depois de eleito, o prefeito, o governador, ou o presidente continuará tendo a prerrogativa de escolher quem vai prestar o serviço, mantendo o antigo sistema que se baseia no suborno e na chantagem.
A única forma de aparar as arestas em busca de um país mais justo é insistir na intolerância à prática da corrupção.
O caminho é longo demais. Ainda mais quando nos deparamos com Ricardo Pessoa, um dos delatores do petrolão, gozando de todo o luxo que o crime lhe concedeu. O dono da UTC esteve em Brasília nesta semana. Para ir até lá, ele usou o jato particular e depois entrou em um carro executivo que o aguardava do lado de fora do aeroporto.
Mesmo assumindo ser um dos responsáveis pela maior fraude contra o dinheiro público já descoberta no país, ele mantém sua vida de mordomias. Seria um típico exemplo de que o crime, no Brasil, compensa? Diminuir essa sensação que está incrustada na mente dos brasileiros é um passo ainda mais importante do que a proibição das doações privadas. Duro é saber que ainda temos quilômetros para serem percorridos.
Claro, será um pouco mais complicado arrecadar para as campanhas. Mas é só isso. O caixa 2, usado para a compra de partidos e apoios, nunca precisou de uma relação formal.
Apesar de o “petrolão” revelar que as propinas nas últimas duas eleições presidenciais se deram por dentro, as relações oficiosas sempre foram mais “eficientes”. Com o fim das doações, então, elas voltam com mais força no submundo da política. Enfim, a corrupção não acabará ou tampouco diminuirá apenas por essa proibição.
As empresas, especialmente as empreiteiras, continuarão sendo peças indispensáveis para as engrenagens da máquina pública e, certamente, encontrarão as formas mais adequadas e sedutoras para conquistar a simpatia dos líderes eleitos ou por se elegerem.
Portanto, com a decisão do STF, além de aumentar a fiscalização nos gastos de campanha, a necessidade maior é a de definir, urgentemente, parâmetros mais objetivos que barateiem os processos eleitorais, inclusive estabelecendo um teto de gastos por candidato. A ausência desses mecanismos de controle será a institucionalização do caixa 2.
Se sonharmos longe e imaginarmos que tudo isso irá funcionar, ou seja, se a Justiça conseguir impedir mesmo as doações, baratear as campanhas, estabelecer limites de investimento e aperfeiçoar o acompanhamento das prestações de contas, poderemos ter eleições mais justas e menos dependentes do poder financeiro. Em tese, parte do problema estaria mais ou menos resolvida.
Mas todos sabem que não é bem assim. A outra ponta, formada pelos acertos de gabinetes e pela manipulação de licitações, permanecerá solta. Não há quem acredite que a troca de favores terá um fim, até porque, depois de eleito, o prefeito, o governador, ou o presidente continuará tendo a prerrogativa de escolher quem vai prestar o serviço, mantendo o antigo sistema que se baseia no suborno e na chantagem.
A única forma de aparar as arestas em busca de um país mais justo é insistir na intolerância à prática da corrupção.
O caminho é longo demais. Ainda mais quando nos deparamos com Ricardo Pessoa, um dos delatores do petrolão, gozando de todo o luxo que o crime lhe concedeu. O dono da UTC esteve em Brasília nesta semana. Para ir até lá, ele usou o jato particular e depois entrou em um carro executivo que o aguardava do lado de fora do aeroporto.
Mesmo assumindo ser um dos responsáveis pela maior fraude contra o dinheiro público já descoberta no país, ele mantém sua vida de mordomias. Seria um típico exemplo de que o crime, no Brasil, compensa? Diminuir essa sensação que está incrustada na mente dos brasileiros é um passo ainda mais importante do que a proibição das doações privadas. Duro é saber que ainda temos quilômetros para serem percorridos.
Uma dieta para o Brasil
A única vitória pessoal de Dilma no seu segundo mandato foi emagrecer, melhorar a aparência e aumentar sua autoestima, no fundo do poço desde que foi julgada mentirosa e incompetente por 93% da população.
O Brasil também está precisando de uma dieta. Uma mudança radical dos hábitos alimentares do Estado glutão e obeso.
Mas primeiro é necessário um detox radical, já iniciado com a eficientíssima dieta Lava-Jato, no Spa de Curitiba, começando a descontaminação do organismo estatal inchado de gorduras, parasitas, subsídios e privilégios, que criam dependência cada vez maior de drogas fiscais.
Controlar a gula arrecadadora. Perder gordura de custos e diminuir o peso das dívidas para melhorar a saúde dos órgãos vitais. Fazer exercícios diários de eficiência para desenvolver músculos produtivos e perder banha burocrática, que gera incompetência e corrupção. Cortar projetos megalomaníacos anabolizantes que aumentam despesas para ganhar eleições. Trocar charlatãos e marqueteiros por médicos e nutricionistas ou políticos e administradores, honestos e competentes.
Na dieta brasileira não entram drogas como a velha CPMF, que funcionam como anfetamina, moderando o apetite de arrecadação do Estado, mas a médio prazo só conseguem criar mais fome, por mais impostos. A opção à dieta seria a redução cirúrgica do estômago do Estado, um impeachment da gordura e das toxinas.
O pior seria a dieta Lula: “Em vez de cortar despesas, devemos estimular investimentos e aumentar o crédito”, como se houvesse dinheiro para isso, e não fosse essa uma das origens da atual crise que, como Dilma dizia de Marina na campanha, está tirando comida da mesa do pobre.
Tanto sofrimento, tanto sacrifício, mas, sem reformas estruturais dos hábitos alimentares e dos gastos de calorias do Estado, será só uma travessia para voltar aos velhos vícios, em um efeito sanfona que logo levará de novo à obesidade, celeiro da corrupção.
A receita de Dilma para o Brasil tem tudo para repetir, de forma trágica, a piada de Tim Maia: “Fiz uma dieta rigorosa, cortei gorduras, açúcar e álcool. Em duas semanas perdi 14 dias.”
Nelson Motta
Depois das eleições
Depois de uma campanha eleitoral animada, a grande vantagem de qualquer eleição democrática é a de o povo sair, finalmente, da sala de estar dos políticos. É uma sensação de alívio que alguns eleitos descrevem como semelhante ao momento em que uma dor intensa, por qualquer razão obscura, termina.
(...) Depois de qualquer eleição a sensação dos políticos - quer tenham perdido quer tenham ganho - é a de que o povo mais profundo acaba de entrar todo num comboio, dirigindo-se, compactamente, para uma terra distante. Esse povo voltará apenas, no mesmo comboio, nas semanas que antecedem a eleição seguinte.
Esse intervalo temporal é indispensável para que o político tenha tempo para transformar, delicadamente, o ódio ou a indiferença em nova paixão genuína.Gonçalo M. Tavares
Dilma precisa de tratamento psiquiátrico. É caso de urgência
A medida, obviamente, encontra forte resistência no Conselho Curador do FGTS, porque se trata de um fundo privado, pertencente aos trabalhadores, e esse dinheiro vai ser transferido a fundo perdido, sem retorno.
Segundo reportagem de Geralda Doca, em O Globo, um dos conselheiros já advertiu que o governo não pode fazer doação de casa com dinheiro do FGTS.
Mas a presidente Dilma, como sempre, age da maneira falsa e ardilosa. Ao anunciar o pacote de medidas de ajuste fiscal, na segunda-feira, informou que iria cortar R$ 4,8 bilhões da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida. Dois dias depois, ficou-se sabendo a verdade. O governo não vai cortar nada e decidiu repassar essa conta para o FGTS, de forma totalmente irregular.
Os recursos virão da multa adicional de 10% nas demissões sem justa causa, e os R$ 4,8 bilhões correspondem exatamente ao valor arrecadado por ano. Acontece que essa receita não pode ser usada para uma finalidade específica, como pretende fazer o governo. Isso é ilegal e ilegítimo, equivale a mais uma pedalada, intencional e premeditada.
É uma maluquice. O governo não tem dinheiro para nada, não corta seus custos e ainda quer doar recursos do trabalhador. Ao mesmo tempo, já fala até em taxar o jogo-do-bicho, vejam a que ponto chegou a esculhambação.
O fato é que Dilma se demonstra mal intencionada. Reluta em diminuir o número de ministérios, não corta um só cargo em comissão, mantém as mordomias e o cartão corporativo, não admite reduzir os repasses às ONGs e nem rever os programas sociais, para evitar que pessoas de classe média, vereadores e até animais domésticos recebam o Bolsa Família, como já foi denunciado e comprovado.
Se o Executivo desse o exemplo, talvez o Legislativo e o Judiciário se mancassem e também fizessem cortes em suas despesas. Mas isto é sonho impossível. No Brasil os três Poderes estão apodrecidos. O cheiro nauseabundo já pode ser sentido a quilômetros de distância.
Rumo ao abismo
A irresponsabilidade dos atores com poder no Brasil, da presidente da República aos líderes no Congresso, da oposição ao PT a parte do empresariado, nos arrasta a um abismo desconhecido entre os mais jovens. E que os mais velhos, essas lideranças, conhecem bem.
O Brasil caminha para um choque contra um muro sem que a maioria tenha cintos de segurança. O país é pobre. Mas os condutores do processo, suficientemente informados, ricos ou corruptos, querem que se danem uns aos outros. E para o muro vamos.
O Brasil caminha para um choque contra um muro sem que a maioria tenha cintos de segurança. O país é pobre. Mas os condutores do processo, suficientemente informados, ricos ou corruptos, querem que se danem uns aos outros. E para o muro vamos.
Dilma demorou dez meses desde que (segundo disse) tomou conhecimento da crise para agir mais incisivamente. Não fosse a perda do grau de investimento há uma semana, é certo que o país continuaria em banho-maria, adiando.
O pacote apresentado agora para economizar R$ 65 bilhões a fim de pagar juros da dívida pública e conter seu aumento é de um improviso pueril. É algo assustador para o nono mês de um governo em xeque-mate desde o seu início.
A reação do líder do Congresso Eduardo Cunha não é menos infantil. Se o novo imposto sobre transações financeiras não passa, o que passaria? Uma reforma ampla da Previdência e das regras do funcionalismo? Isso demandaria meses. Mas nem isso o governo apresentou.
Já os empresários, que se imiscuíram com a “nova matriz econômica” e seus privilégios, lavam as mãos e dizem não a impostos. Querem cortes antes, que dependem do Congresso, que depende de um projeto crível do Executivo, que depende de apoio político.
O Brasil emergente volta ao Terceiro Mundo e vai se tornando irrelevante e um bananal para quem nos vê de fora. Se vier o impeachment, passaremos a algo pitoresco.
O natimorto “plano de ajuste” de Dilma e a infantilidade de nosso comando político vai deixando poucas opções.
Se não puder aumentar impostos ou mudar pontos sensíveis da Constituição, restará ao governo cortar mais fundo programas sociais como Fies, Pronatec, ProUni, Minha Casa Minha Vida e outros benefícios não-constitucionais (Bolsa Família? R$ 25 bi/ano) e os investimentos em infraestrutura/PAC.
Seria uma tragédia, com grande rebuliço social. No caso dos investimentos, adiaria ainda mais a recuperação.
Mas resolveria parte do problema fiscal no curto prazo, até que as crianças briguentas se entendam e aprovem medidas constitucionais para o médio e longo prazos. É isso o que queremos?
Sem uma trajetória de aumento de receitas (via impostos) ou corte de gastos (via aprovação no Congresso), o grande risco é a inflação correr solta mais à frente.
Segundo projeções do FMI, nosso deficit nominal neste ano (8% do PIB) só será menor do que o de países como Iraque, Eritreia e República do Djibuti. A história mostra que há uma relação inexorável entre o aumento do deficit e o descontrole inflacionário.
A reação do líder do Congresso Eduardo Cunha não é menos infantil. Se o novo imposto sobre transações financeiras não passa, o que passaria? Uma reforma ampla da Previdência e das regras do funcionalismo? Isso demandaria meses. Mas nem isso o governo apresentou.
Já os empresários, que se imiscuíram com a “nova matriz econômica” e seus privilégios, lavam as mãos e dizem não a impostos. Querem cortes antes, que dependem do Congresso, que depende de um projeto crível do Executivo, que depende de apoio político.
O Brasil emergente volta ao Terceiro Mundo e vai se tornando irrelevante e um bananal para quem nos vê de fora. Se vier o impeachment, passaremos a algo pitoresco.
O natimorto “plano de ajuste” de Dilma e a infantilidade de nosso comando político vai deixando poucas opções.
Se não puder aumentar impostos ou mudar pontos sensíveis da Constituição, restará ao governo cortar mais fundo programas sociais como Fies, Pronatec, ProUni, Minha Casa Minha Vida e outros benefícios não-constitucionais (Bolsa Família? R$ 25 bi/ano) e os investimentos em infraestrutura/PAC.
Seria uma tragédia, com grande rebuliço social. No caso dos investimentos, adiaria ainda mais a recuperação.
Mas resolveria parte do problema fiscal no curto prazo, até que as crianças briguentas se entendam e aprovem medidas constitucionais para o médio e longo prazos. É isso o que queremos?
Sem uma trajetória de aumento de receitas (via impostos) ou corte de gastos (via aprovação no Congresso), o grande risco é a inflação correr solta mais à frente.
Segundo projeções do FMI, nosso deficit nominal neste ano (8% do PIB) só será menor do que o de países como Iraque, Eritreia e República do Djibuti. A história mostra que há uma relação inexorável entre o aumento do deficit e o descontrole inflacionário.
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