Já havia começado a escrever a crônica “Lula, o canalha” quando recebi o manifesto “Deixem a presidente trabalhar”. Assinado por escritores, jornalistas, professores, lideranças cívico-políticas e religiosas, militantes sindicais, sociais e estudantis de diversas formações ideológicas, o e-mail pede que eu divulgue a preocupação deles com “...as manifestações e articulações de natureza antidemocrática, francamente golpistas, vistas no Congresso, na mídia e em movimentos de rua”. Diz o manifesto que “...o caminho urgente e único para enfrentarmos a crise e vencê-la passa por acatar-se, de vez, sem mais sofismas nem tergiversações, o resultado das urnas de 2014, calando os perdedores sua frustração e levantando o cerco de feição golpista à Presidente, a fim de que possam ela e o seu governo trabalhar e levar a Nação a retomar, em curto prazo, sua rota de crescimento e gradual...”.
E mais “...Consideramos lesiva ao povo e à Pátria a não aceitação dos resultados eleitorais com a intenção de tumultuar o processo político e favorecer os candidatos derrotados nas últimas eleições. Recusamos e condenamos o ‘culto da crise’, a prática de tentativas de acirramento das dificuldades na economia e na política, com o objetivo de intranquilizar a população e torpedear a marcha dos projetos do Governo Federal, recém-eleito e ainda no primeiro ano de exercício do seu mandato...”. O que mais me deixou espantado foram os nomes dos que já o assinaram, são membros da Academia Mineira de Letras, jornalistas, escritores, cientistas políticos, professores eméritos e titulares da UFMG etc.
Estes membros da intelligentsia falam em “culto da crise”? Quer dizer então que ela não existe? É tudo invenção da mídia golpista? E os milhões de desempregados nas filas por trabalho? São todos atores pagos pela rancorosa oposição? Então, a presidente nunca mentiu sobre a real situação econômica do país apenas para ganhar as eleições? Quer dizer que vocês é que estão certos ao elegerem-na como “símbolo de bravura republicana e dos melhores predicados da mulher brasileira”? Então, os tais mensalão e petrolão não passam de invencionices criadas apenas para instigar o povo contra os governos petistas, que de corruptos não têm nada? Ora, convenhamos, com todo o respeito que tenho pelas opiniões alheias, preciso dizer que esta turma deve morar em algum universo paralelo.
Felizmente,estamos deixando de ser uma nação de idiotas, influenciada por idiotas empedernidos que não entendem a divergência de pensamentos e não esforçam um único neurônio para entender a realidade. Será que essa turma ainda não percebeu a natureza corruptiva do governo petista? Aliás, não só do PT, mas de todos aqueles que defendem a concentração de poder pelas garras do Estado e de alguns empresários parasitas. Agora, se a questão não passa de simples ignorância ideológica, então, não há muito o que fazer, a não ser torcer pelo clareamento de suas ideias. Finalizando, o nome do criminoso guerrilheiro, João Stédile, não deveria estar no manifesto, pega mal. E por favor, esqueçam este tal ódio golpista e deixem o Brasil trabalhar.
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