domingo, 13 de dezembro de 2015
A foto da neta de Lula
Essa foto retrata muito mais do que uma menina mal educada e aparentemente entediada. Ela representa a alegoria da família Lula da Silva. Vulgaridade, falta de respeito, arrogância e hostilidade são as qualidades que a foto da neta do Lula me passa como impressão.
1 – O avô dessa figura se gabava de falar errado, de não ter estudado, de falar palavrão em palanque, de se apresentar ao público vestido de “Evo Morales” ou, todo suado, com camisa da CUT ou do MST. Temos aí a vulgaridade.
2 – Lula sempre foi um traíra, um desrespeitoso para com a família e para com o Brasil. É um cara que passa um sujeito para trás chamando-o de “meu amigo”. Já o vimos inúmeras vezes dizer que não conhecia pessoas a quem chamava de “meu irmão”. Lula abandona as pessoas. Lula traiu sua mulher com a Rose. Lula não queria reconhecer um filho. Lula toma Romaneé-Conti , Chateau D’Yquem e fica hospedado no George V com 30 assessores com o meu, com o seu dinheiro. Lula e sua turma saquearam e acabaram com a Petrobras. O Lulinha ficou rico do dia para a noite. Saiu do zoológico para uma cobertura em Vila Nova Conceição. Temos aí um pequeno exemplar da falta de respeito.
3 – Lula zomba da cara dos brasileiros. Ele diz que se a crise está apertando o bolso do povo,”eles que não comam carne”. Lula se acha o político mais popular do Brasil, mesmo com mais da metade do País querendo o seu encarceramento. Lula acha que pode tudo, que está acima da lei. Zomba dos eleitores. Lembra quando ele disse que Pelotas era “exportadora de viado”? Lula criou o Foro de São Paulo porque ele acha que pode mandar e desmandar na política interna de nações soberanas. Aí está a arrogância.
4 – Lula, como um bom autoritário, gosta de calar todo mundo, seja por processo, seja por “democratização da mídia” ou, quem sabe, indo as vias de fato, né, Celsão? Lula diz que vai colocar os terroristas do MST, que matam vacas prenhas, bezerros e cavalos de fazendas produtivas, que invadem propriedade alheia, para enfrentar os cidadãos de bem e verdadeiramente trabalhadores desse País. Lula diz vai usar a CUT para pegar em armas contra 93% do país. Os filhos de Lula andam cercados de seguranças e o Lulinha já disse aos condôminos do prédio onde mora que ninguém se atreva a mexer com ele. Se não, vai ter. Eis aí ahostilidade.
Viu, como essa foto diz tudo sobre o Lula e a sua família?
É por isso que temos que ir às ruas nesse domingo, 13 de Dezembro, às 13 horas para pressionar as autoridades a tirar essa cambada do Poder.
Fora PT.
Rafael Hollanda
Bia Lula, secretária de Juventude do PT de Maricá, é filha de Lurian, outra integrante do do bonde Silva no município |
Cada uma dessas qualidades se encaixa perfeitamente, como em um molde, nas ações dos membros da família Lula:
1 – O avô dessa figura se gabava de falar errado, de não ter estudado, de falar palavrão em palanque, de se apresentar ao público vestido de “Evo Morales” ou, todo suado, com camisa da CUT ou do MST. Temos aí a vulgaridade.
2 – Lula sempre foi um traíra, um desrespeitoso para com a família e para com o Brasil. É um cara que passa um sujeito para trás chamando-o de “meu amigo”. Já o vimos inúmeras vezes dizer que não conhecia pessoas a quem chamava de “meu irmão”. Lula abandona as pessoas. Lula traiu sua mulher com a Rose. Lula não queria reconhecer um filho. Lula toma Romaneé-Conti , Chateau D’Yquem e fica hospedado no George V com 30 assessores com o meu, com o seu dinheiro. Lula e sua turma saquearam e acabaram com a Petrobras. O Lulinha ficou rico do dia para a noite. Saiu do zoológico para uma cobertura em Vila Nova Conceição. Temos aí um pequeno exemplar da falta de respeito.
3 – Lula zomba da cara dos brasileiros. Ele diz que se a crise está apertando o bolso do povo,”eles que não comam carne”. Lula se acha o político mais popular do Brasil, mesmo com mais da metade do País querendo o seu encarceramento. Lula acha que pode tudo, que está acima da lei. Zomba dos eleitores. Lembra quando ele disse que Pelotas era “exportadora de viado”? Lula criou o Foro de São Paulo porque ele acha que pode mandar e desmandar na política interna de nações soberanas. Aí está a arrogância.
4 – Lula, como um bom autoritário, gosta de calar todo mundo, seja por processo, seja por “democratização da mídia” ou, quem sabe, indo as vias de fato, né, Celsão? Lula diz que vai colocar os terroristas do MST, que matam vacas prenhas, bezerros e cavalos de fazendas produtivas, que invadem propriedade alheia, para enfrentar os cidadãos de bem e verdadeiramente trabalhadores desse País. Lula diz vai usar a CUT para pegar em armas contra 93% do país. Os filhos de Lula andam cercados de seguranças e o Lulinha já disse aos condôminos do prédio onde mora que ninguém se atreva a mexer com ele. Se não, vai ter. Eis aí ahostilidade.
Viu, como essa foto diz tudo sobre o Lula e a sua família?
É por isso que temos que ir às ruas nesse domingo, 13 de Dezembro, às 13 horas para pressionar as autoridades a tirar essa cambada do Poder.
Fora PT.
Rafael Hollanda
Apesar de vocês
“Pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal, parece que não…Também me disseram que sua biografia é a sincera homenagem de um fã. Lamento pelo autor, que diz ter empenhado 15 anos de sua vida em pesquisas e entrevistas com não sei quantas pessoas, inclusive eu. Só que ele nunca me entrevistou.” (Chico Buarque de Holanda, O Globo, 16/10/2013)
Nasci em Botafogo, mas tive uma afortunada infância em Milão, e só voltei ao Rio pela determinação de papai em adaptar Perdoa-me Por me Traíres para o cinema. Somente então, após ter aceitado escrever a música tema do filme, Chico Buarque passou a existir para mim.
Claro, demorei para contemplar a infinita beleza de “Mil Perdões”, principalmente quando interpretada por Gal Costa, mas não foram poucas as minhas visitas ao longínquo sítio no Recreio dos Bandeirantes, onde o grande músico, ainda por cima tricolor como eu, recebia convidados para renhidas e tecnicamente sofríveis peladas.
Felizmente o tempo passou, aprendi que ao Recreio não se vai, e que torcer pelo Fluminense não assegura o caráter de ninguém. Quanto a Chico, apesar de ser um completo perna de pau, faz por merecer um paralelo com Diego Armando Maradona; em seu métier é inegavelmente um craque, mas como figura pública não vale nada.
Pergunto, caso fosse realizada hoje, qual seria o resultado de uma pesquisa sobre os grandes pecados do brasileiro? O cardápio é vasto, mas convenhamos, dada a escalada de falcatruas a que o país tem sido submetido nos últimos anos, muito provavelmente o tema corrupção ganharia destaque.
Ainda assim, mesmo dando razão ao senso comum, não conseguiria deixar de mencionar nossa mania de regalar imunidade moral a artistas, desportistas, e figuras de destaque em geral.
Nasci em Botafogo, mas tive uma afortunada infância em Milão, e só voltei ao Rio pela determinação de papai em adaptar Perdoa-me Por me Traíres para o cinema. Somente então, após ter aceitado escrever a música tema do filme, Chico Buarque passou a existir para mim.
Claro, demorei para contemplar a infinita beleza de “Mil Perdões”, principalmente quando interpretada por Gal Costa, mas não foram poucas as minhas visitas ao longínquo sítio no Recreio dos Bandeirantes, onde o grande músico, ainda por cima tricolor como eu, recebia convidados para renhidas e tecnicamente sofríveis peladas.
Felizmente o tempo passou, aprendi que ao Recreio não se vai, e que torcer pelo Fluminense não assegura o caráter de ninguém. Quanto a Chico, apesar de ser um completo perna de pau, faz por merecer um paralelo com Diego Armando Maradona; em seu métier é inegavelmente um craque, mas como figura pública não vale nada.
Pergunto, caso fosse realizada hoje, qual seria o resultado de uma pesquisa sobre os grandes pecados do brasileiro? O cardápio é vasto, mas convenhamos, dada a escalada de falcatruas a que o país tem sido submetido nos últimos anos, muito provavelmente o tema corrupção ganharia destaque.
Ainda assim, mesmo dando razão ao senso comum, não conseguiria deixar de mencionar nossa mania de regalar imunidade moral a artistas, desportistas, e figuras de destaque em geral.
Soa como corruptela do você sabe com quem está falando?, e no entanto é fundamentalmente uma concessão não solicitada. É lamentável constatar, mas nos regozijamos em outorgar salvo-condutos para que estes seres, em teoria especiais, existam fora dos próprios muros que nos delimitam.
Ironia das ironias, um gesto de gratidão, até mesmo de devoção, a expressão ah, mas é fulano, fulano pode tudo, acaba revelando o pequeno déspota dentro de cada um de nós.
Ranzinzice minha? Má vontade? De forma alguma, extrapolar a habilidade do sujeito em sua área de atuação, principalmente quando esta emociona, é muito compreensível e não acontece somente por aqui. Exageramos na dose e fazemos mal a nós mesmos, porém, quando construímos uma redoma em torno de quem é visto como exemplo.
Se a letra de uma música deixará de ser brilhante, caso seu compositor flerte com ideias autoritárias, como por exemplo apoiar a censura prévia de biografias não autorizadas? Certamente não. Por outro lado é compreensível, para não dizer justo, e até mesmo justíssimo, que uma atitude tão detestável provoque antipatia e desilusão no grande público.
O mesmo vale para artistas que endossem um governo comprovadamente corrupto, responsável não só pela má gestão do país, mas também por ensejar ideologias nocivas para o seu futuro. E por que cargas d’água não poderiam ser criticados? Afinal de contas, se cafunés não são poupados quando estes mesmos emitem opiniões consideradas válidas, ou incentivam causas sociais importantes, por que as críticas deveriam?
Chafurdar em obviedades seria desnecessário, tanto a respeito deste viciado mainstreamque abençoa convertidos à esquerda e demoniza os demais (Regina Duarte que o diga), quanto sobre o direito que todos temos de defender nossas idéias e posicionamentos. Todos, inclusive este autêntico Curupira do universo progressista, o intelectual.
É ao chancelar a impermeabilidade de alguns, em tempos cada vez mais abertos ao debate, que a coisa toda não apenas perde o sentido, como beira à injustiça.
Se não é fácil separar a pessoa pública do gênio, podem ter certeza, amalgamá-los é definitivamente perigoso.
O fantasma de Collor
Perto de jogos decisivos da Seleção todo brasileiro é técnico de futebol. Diante de uma gripe ou um simples mal estar, dá dicas, receita remédios, vira médico. Agora, o que não falta é analista jurídico, cada um mais criativo do que o outro. Seja para fazer vingar ou para melar o pedido de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Mas o que importa mesmo está em outra esfera: impeachment é um processo político ao qual Dilma, por soberba e talvez ignorância, se autocondenou.
Em pouco mais de uma semana, o país viu de tudo. Chantagem do presidente da Câmara e do Planalto, baixaria. Mais chantagem, mais baixaria. Ruptura e falsa conciliação do PMDB com Dilma. Tapas e bofetões na Câmara. Parlamentares black blocs. Interpretações constitucionais de conveniência na Câmara, no Senado e no governo. E até de ministro togado, caso de Luiz Edson Fachin, que chegou a afirmar que iria legislar – parece ter recuado – para normatizar de vez os trâmites constitucionais, a maior parte estabelecida na lei 1.079, de abril de 1950.
O pronunciamento do STF sobre o ritual do processo deve acontecer na quarta-feira, 16, se ministro algum pedir vistas. Até lá, vão pipocar mais e novas interpretações.
Incitados pelo próprio Fachin, Planalto e Senado apresentaram argumentos inéditos na sexta-feira. Dilma quer anular tudo e exige direito de defesa preliminar – algo que não está previsto nem na lei de 1950 nem na Constituição de 1988. O aliado Renan Calheiros força para puxar o processo para o Senado, casa menos hostil à presidente.
Nenhum desses argumentos tinha surgido até Dilma ser derrotada na votação que consagrou a chapa da oposição para compor a comissão da Câmara que analisará o aceite ou não do impeachment. Ali, em votação secreta, Dilma se viu com apenas 199 votos, 28 a mais do que precisa para impedir sua cassação. Uma margem arriscadíssima e de flagrante minoria para tentar governar caso não seja desapeada.
Deputados do PT e até o procurador-geral da República, Rodrigo Janot – sabe-se lá por que Janot se meteu nisso –, defenderam o voto aberto. Um excelente princípio. Mas tudo indica que, confessados os votos, o resultado seria ainda pior para a presidente, rejeitada por dois de cada três brasileiros.
Parte da justificativa do Senado tem cobertura constitucional. Não para esta, mas para a próxima fase, depois da aprovação da abertura do processo pela Câmara. Diz respeito à suspensão imediata da presidente. Nisso, a regra é clara, nem carece de interpretações. A Constituição estabelece que a suspensão nos crimes de responsabilidade se dê após “a instauração do processo pelo Senado Federal”.
Mas a mesma Constituição dá à Câmara a prerrogativa de iniciar e aprovar o processo sem que o Senado meta a colher, algo que Renan tenta inverter com análises criativas.
Ainda que paralisado pelo despacho de Fachin, o impeachment avança. E na pior área para a presidente: a documentação do conteúdo do crime.
Matéria publicada no jornal Valor Econômico da última sexta-feira não deixa dúvida quanto ao conhecimento, à intenção e ao mando para as pedaladas fiscais, mesmo diante dos sucessivos alertas de ilegalidade feitos pelos técnicos do Tesouro. Os documentos obtidos pela jornalista Leandra Peres falam mais do que um fiat Elba. E ainda que não tenham o apelo emocional de Pedro Collor – números dificilmente dialogam com a alma – são tão ou mais contundentes.
A cassação de um presidente tem de se pautar em procedimentos legais, mas sabe-se - e sobre isso os pró e os contra impeachment concordam – que o processo é, sobretudo, político.
Isso apavora Dilma. Além de não ser do ramo, ela tem ojeriza ao aprendizado. Acha que tudo sabe. Agiu e age como quem não precisa de nada nem de ninguém. Nunca teve aliados, só interessados. Nem mesmo os que ainda hoje precisam fingir que estão ao seu lado apostam nela.
A ela, que agora apela às lágrimas para conseguir apoio que negligenciou, restam os ecos do brado de Collor dias antes da renúncia: não me deixem só.
Tarde demais. Dilma já está só.
Em pouco mais de uma semana, o país viu de tudo. Chantagem do presidente da Câmara e do Planalto, baixaria. Mais chantagem, mais baixaria. Ruptura e falsa conciliação do PMDB com Dilma. Tapas e bofetões na Câmara. Parlamentares black blocs. Interpretações constitucionais de conveniência na Câmara, no Senado e no governo. E até de ministro togado, caso de Luiz Edson Fachin, que chegou a afirmar que iria legislar – parece ter recuado – para normatizar de vez os trâmites constitucionais, a maior parte estabelecida na lei 1.079, de abril de 1950.
O pronunciamento do STF sobre o ritual do processo deve acontecer na quarta-feira, 16, se ministro algum pedir vistas. Até lá, vão pipocar mais e novas interpretações.
Incitados pelo próprio Fachin, Planalto e Senado apresentaram argumentos inéditos na sexta-feira. Dilma quer anular tudo e exige direito de defesa preliminar – algo que não está previsto nem na lei de 1950 nem na Constituição de 1988. O aliado Renan Calheiros força para puxar o processo para o Senado, casa menos hostil à presidente.
Deputados do PT e até o procurador-geral da República, Rodrigo Janot – sabe-se lá por que Janot se meteu nisso –, defenderam o voto aberto. Um excelente princípio. Mas tudo indica que, confessados os votos, o resultado seria ainda pior para a presidente, rejeitada por dois de cada três brasileiros.
Parte da justificativa do Senado tem cobertura constitucional. Não para esta, mas para a próxima fase, depois da aprovação da abertura do processo pela Câmara. Diz respeito à suspensão imediata da presidente. Nisso, a regra é clara, nem carece de interpretações. A Constituição estabelece que a suspensão nos crimes de responsabilidade se dê após “a instauração do processo pelo Senado Federal”.
Mas a mesma Constituição dá à Câmara a prerrogativa de iniciar e aprovar o processo sem que o Senado meta a colher, algo que Renan tenta inverter com análises criativas.
Ainda que paralisado pelo despacho de Fachin, o impeachment avança. E na pior área para a presidente: a documentação do conteúdo do crime.
Matéria publicada no jornal Valor Econômico da última sexta-feira não deixa dúvida quanto ao conhecimento, à intenção e ao mando para as pedaladas fiscais, mesmo diante dos sucessivos alertas de ilegalidade feitos pelos técnicos do Tesouro. Os documentos obtidos pela jornalista Leandra Peres falam mais do que um fiat Elba. E ainda que não tenham o apelo emocional de Pedro Collor – números dificilmente dialogam com a alma – são tão ou mais contundentes.
A cassação de um presidente tem de se pautar em procedimentos legais, mas sabe-se - e sobre isso os pró e os contra impeachment concordam – que o processo é, sobretudo, político.
Isso apavora Dilma. Além de não ser do ramo, ela tem ojeriza ao aprendizado. Acha que tudo sabe. Agiu e age como quem não precisa de nada nem de ninguém. Nunca teve aliados, só interessados. Nem mesmo os que ainda hoje precisam fingir que estão ao seu lado apostam nela.
A ela, que agora apela às lágrimas para conseguir apoio que negligenciou, restam os ecos do brado de Collor dias antes da renúncia: não me deixem só.
Tarde demais. Dilma já está só.
É política sim, Geraldo
O Brasil no final de 2015: a bacia do Rio Doce foi destruída, e a lama avança sobre o oceano; o presidente da Câmara dos Deputados,Eduardo Cunha (PMDB), um homem investigado por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, que escondeu contas na Suíça, dá início ao processo que pode resultar no impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), depois de constatar que deputados petistas votariam contra ele no Conselho de Ética, numa ação que pode cassar seu mandato; a Polícia Militar do Rio de Janeiro dispara 111 tiros e fuzila cinco jovens negros porque passeavam de carro à noite; as brasileiras não podem engravidar porque há um surto de microcefalia causado por vírus transmitido pelo Aedes aegypti e aquelas que estão grávidas foram condenadas a viver em pânico diante do zumbido de um mosquito; o governador de São Paulo,Geraldo Alckmin (PSDB), autoriza a PM a jogar bombas de gás e a bater em estudantes de escolas públicas.
Diante desse despedaçamento, há que se cuidar para que as palavras disponíveis, aquelas que dão nome a conceitos cuja construção é o que de melhor a humanidade criou, não sejam pervertidas e restem também elas obscenas. É neste ponto, profundo, que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cometeu um ato simbólico de extrema violência, para além da truculência concreta de sua polícia nas ruas de São Paulo. Em 2 de dezembro, no Palácio dos Bandeirantes, ele afirmou:
– Não é razoável obstrução de via pública, é nítido que há uma ação política no movimento. Há uma nítida ação política.
A frase do governador foi amplificada pela imprensa, em títulos de jornais e chamadas nas rádios, TV, internet. O governador denunciando o movimento dos estudantes que ocupavam as escolas públicas de São Paulo em protesto contra um plano que, em nome da “reorganização escolar”, fecharia mais de 90 escolas e remanejaria mais de 300.000 alunos. Mas, vale repetir, o que o governador denuncia? Que o movimento é político. Qual seria a acusação? É óbvio que o movimento é político. E a melhor qualidade do movimento é justamente a de que é político.
Obscenidade é a palavra que chega mais perto, mas é fraca demais para representar o Brasil atual. E também ela fracassa. Procuram-se palavras que deem conta do excesso de real da realidade. A crise de representação assumiu proporções inéditas. E o ano ainda não acabou.
Diante desse despedaçamento, há que se cuidar para que as palavras disponíveis, aquelas que dão nome a conceitos cuja construção é o que de melhor a humanidade criou, não sejam pervertidas e restem também elas obscenas. É neste ponto, profundo, que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cometeu um ato simbólico de extrema violência, para além da truculência concreta de sua polícia nas ruas de São Paulo. Em 2 de dezembro, no Palácio dos Bandeirantes, ele afirmou:
– Não é razoável obstrução de via pública, é nítido que há uma ação política no movimento. Há uma nítida ação política.
A frase do governador foi amplificada pela imprensa, em títulos de jornais e chamadas nas rádios, TV, internet. O governador denunciando o movimento dos estudantes que ocupavam as escolas públicas de São Paulo em protesto contra um plano que, em nome da “reorganização escolar”, fecharia mais de 90 escolas e remanejaria mais de 300.000 alunos. Mas, vale repetir, o que o governador denuncia? Que o movimento é político. Qual seria a acusação? É óbvio que o movimento é político. E a melhor qualidade do movimento é justamente a de que é político.
Dois primores
Acho que o livro de Celso Arnaldo, que fiquei de me dar de presente de natal assim que atingir o recesso parlamentar a que deveria ter direito, fica ainda melhor quando adornado pelo delicado e soberbo arranjo de palavras de minha querida Tina Boots para descrevê-lo aqui. Nada faltou ao requintado desenho deste luxuoso release, generosamente urdido pela menina cujas botas de sete léguas percorrem todos os escaninhos desta nossa política tão jeca e bufa, com tiradas de raro humor, humores e matizes. Sou fã de ambos.
Como tal, não poderia deixar de registrar que o grande Augusto Nunes não poderia estar em melhor companhia neste elegante condomínio. É claro que não quero estragar a festa com minhas inconveniências observacionais, nem errar de andar ao comentar aqui mesmo o que vai no andar de baixo, em mais um dos editoriais do jornalão, sobre “A grande obra de Dilma”. É que existem textos e textos, meus caros. Se estes aqui são primorosos na urdidura e na tessitura, desnudando um caráter e uma mentalidade que acompanham a pior presidonta, presidanta, presidinta que o Brasil já se esmerou em ter, o andar de baixo é recheado de superficiais iguarias.
Sim, porque o jornalão se empenha em desfilar fatos e números com competência e talentos inquestionáveis, mas esquece de dar a linha mestra pela qual se deu todo o desastre que ele descreve de forma avassaladora. O pior da presidência ainda não é tudo aquilo que o editorial ali perfilou de forma tão correta e ordeira. O pior dessa presidência é o que não se lê nessa “mídia”, da qual o jornal também é parte inquestionável. “Pode-se afirmar”, como “vende-se frango”, que todos os tijolos estão ali, mas não se vê a construção intelectual em andamento.
A sequência de desastres protagonizados pela mandante atual, em conluio com todo o séquito de mandantes anteriores, só faz sentido pleno quando vista como parte de um plano, de uma mentalidade e de uma seita, que se apoderou do Brasil sem que este se manifestasse, como se rouba uma galinha ou se furta um doce de uma criança. A mulher barbada, alvo de ambos os analistas, Celso Arnaldo por Tina Boots e a descrita no editorial em referência, são absolutamente a mesma pessoa. Indissociáveis.
Como tal, não adianta olhar a sucessão de estragos como uma sucessão de acidentes de um percurso errático, de uma idiotia cristalizada, mas sim como uma trama meticulosamente mal ensaiada e cuidadosamente mal elaborada para vender uma ideologia manca que não pára em pé, e não presidir um país. É nesse hiato que nos equilibramos, meus caros. No silêncio constrangedor de quem foi pego com o tailleur na botija e procura se desmentir agora, buscando palavras desconexas lá no cantinho dos olhinhos revirados. É a sanha e a senha da mentira.
Quando se quer ser muito esperto sendo burro, o resultado é um Lulão, sua cria, cuja língua virou livro e o país que eles pilharam, porque era, essa desde a mais tenra ideia, a verdadeira natureza destes três calhordas, reunidos neste amarfanhado pesadelo. Cada um tem a parcela de culpa que lhes cabe neste latifúndio. Ela porque não governa. Ele porque goza de privilégios esquisitos – não escritos em nenhum manual de boas maneiras – e não vai preso. E o país porque acata a falsa legitimidade de ambos como algo absolutamente natural; e não é. É sim a falsidade, que transborda em certos editoriais que descrevem o tijolo, mas não mostram a verdadeira obra em construção. Isso é coisa das esquerdas. O cheiro é inconfundível.
Como tal, não poderia deixar de registrar que o grande Augusto Nunes não poderia estar em melhor companhia neste elegante condomínio. É claro que não quero estragar a festa com minhas inconveniências observacionais, nem errar de andar ao comentar aqui mesmo o que vai no andar de baixo, em mais um dos editoriais do jornalão, sobre “A grande obra de Dilma”. É que existem textos e textos, meus caros. Se estes aqui são primorosos na urdidura e na tessitura, desnudando um caráter e uma mentalidade que acompanham a pior presidonta, presidanta, presidinta que o Brasil já se esmerou em ter, o andar de baixo é recheado de superficiais iguarias.
Sim, porque o jornalão se empenha em desfilar fatos e números com competência e talentos inquestionáveis, mas esquece de dar a linha mestra pela qual se deu todo o desastre que ele descreve de forma avassaladora. O pior da presidência ainda não é tudo aquilo que o editorial ali perfilou de forma tão correta e ordeira. O pior dessa presidência é o que não se lê nessa “mídia”, da qual o jornal também é parte inquestionável. “Pode-se afirmar”, como “vende-se frango”, que todos os tijolos estão ali, mas não se vê a construção intelectual em andamento.
A sequência de desastres protagonizados pela mandante atual, em conluio com todo o séquito de mandantes anteriores, só faz sentido pleno quando vista como parte de um plano, de uma mentalidade e de uma seita, que se apoderou do Brasil sem que este se manifestasse, como se rouba uma galinha ou se furta um doce de uma criança. A mulher barbada, alvo de ambos os analistas, Celso Arnaldo por Tina Boots e a descrita no editorial em referência, são absolutamente a mesma pessoa. Indissociáveis.
Como tal, não adianta olhar a sucessão de estragos como uma sucessão de acidentes de um percurso errático, de uma idiotia cristalizada, mas sim como uma trama meticulosamente mal ensaiada e cuidadosamente mal elaborada para vender uma ideologia manca que não pára em pé, e não presidir um país. É nesse hiato que nos equilibramos, meus caros. No silêncio constrangedor de quem foi pego com o tailleur na botija e procura se desmentir agora, buscando palavras desconexas lá no cantinho dos olhinhos revirados. É a sanha e a senha da mentira.
Quando se quer ser muito esperto sendo burro, o resultado é um Lulão, sua cria, cuja língua virou livro e o país que eles pilharam, porque era, essa desde a mais tenra ideia, a verdadeira natureza destes três calhordas, reunidos neste amarfanhado pesadelo. Cada um tem a parcela de culpa que lhes cabe neste latifúndio. Ela porque não governa. Ele porque goza de privilégios esquisitos – não escritos em nenhum manual de boas maneiras – e não vai preso. E o país porque acata a falsa legitimidade de ambos como algo absolutamente natural; e não é. É sim a falsidade, que transborda em certos editoriais que descrevem o tijolo, mas não mostram a verdadeira obra em construção. Isso é coisa das esquerdas. O cheiro é inconfundível.
Assustada, a oligarguia precisa da crise
Impeachment, Dilma Rousseff, Michel Temer e Eduardo Cunha são ingredientes secundários de um momento muito maior. Vice-presidente de olho na cadeira do titular é coisa comum. Oposição querendo derrubar o governo também é coisa que acontece. O que há de novo e saudável no Brasil de hoje é que pela primeira vez desde o desembarque de Tomé de Souza, em 1549, o braço do Estado está investigando, encarcerando e punindo personagens da oligarquia política e econômica da terra de Santa Cruz, hoje Brasil. Diante dessa novidade, Dilma, Temer e Eduardo Cunha são explosivos asteriscos. Em graus variáveis, estão mais próximos do problema do que de sua solução.
O Supremo Tribunal Federal investiga os presidentes da Câmara e do Senado. Estão na cadeia o dono da maior empreiteira do país, um poderoso banqueiro e o líder do governo no Senado. Dois ex-diretores da Petrobras colaboram com as investigações. Cinquenta e sete pessoas já foram condenadas a penas que somam 680 anos de prisão.
Nesse momento inédito, foram para a prisão pessoas que se comportavam como se estivessem acima das leis. Empreiteiros que desqualificavam a Operação Lava Jato deram-se conta de que a festa acabou e passaram a colaborar com o Ministério Público. Superestimando sua invulnerabilidade, o senador Delcídio do Amaral articulava a fuga de Nestor Cerveró com direito a mesada de R$ 50 mil. Está preso.
Uma parte do Ministério Público e do Judiciário dissociou-se da secular tradição que protegia os maus costumes oligarquia política e econômica. A briga do Planalto com Eduardo Cunha é apenas um momento explosivo no curso dessa grande mudança. De um lado está a doutora Dima ("não respeito delator") eleita por um partido que teve dois presidentes e dois tesoureiros encarcerados. Do outro, o comandante de uma poderosa bancada pluripartidária, apanhado com uma fortuna escondida no banco suíço Julius Bär.
Os petistas dizem-se perseguidos, mas, entre os 68 políticos investigados, seu partido está empatado com o PMDB (ambos com 12 notáveis). A taça ficou com o Partido Progressista, com 31 acusados. O PP tem uma peculiaridade: abriga um plantel de doutores cujas raízes remontam ao tempo da ditadura. Nunca afastaram-se do poder. Símbolo dessa grei é Paulo Maluf. Olhando-se para as empreiteiras que tiveram executivos encarcerados chega-se a empresas poderosas desde a metade do século passado.
Ferida, a oligarquia está atemorizada. É comum ouvir-se a pergunta: "Onde é que isso vai parar?" Em geral, ela significa outra coisa: "Será que vai chegar a mim?" Também é frequente a advertência: na Itália, a Operação Mãos Limpas desaguou em nove anos de poder de Silvio Berlusconi com suas bandalheiras. Novamente, a frase tem outro significado: "É melhor deixar tudo como está". A Mãos Limpas obrigou a oligarquia italiana a mudar de modos. Berlusconi perdeu os direitos políticos e batalha para não pagar na cadeia os onze anos a que está condenado. Matteo Renzi, o atual primeiro-ministro da Itália, não tem as ligações perigosas dos cardeais da extinta democracia cristã, nem as traficâncias da última geração de políticos socialistas. A "Mani Pulite" não transformou a Itália numa Nova Zelândia, mas tornou mais arriscado o ofício de roubar.
O Brasil teve muitos sacolejos, mas nunca a oligarquia se viu ameaçada nos seus métodos. Passou por sustos, mas no conjunto sempre saiu invicta. A ameaça da Lava Jato não é ideológica, muito menos política, é apenas a afirmação de um braço do Estado para que as leis sejam cumpridas. Corrupção passou a dar cadeia, o medo da cadeia gerou a colaboração e cada colaborador ampliou e fortaleceu as investigações.
Dilma pode ou não continuar na Presidência. Para a oligarquia ameaçada, isso não tem importância. O que se precisa é quebrar os ossos de parte do Ministério Público e de parte do Judiciário. Está cada vez mais difícil.
O Supremo Tribunal Federal investiga os presidentes da Câmara e do Senado. Estão na cadeia o dono da maior empreiteira do país, um poderoso banqueiro e o líder do governo no Senado. Dois ex-diretores da Petrobras colaboram com as investigações. Cinquenta e sete pessoas já foram condenadas a penas que somam 680 anos de prisão.
Nesse momento inédito, foram para a prisão pessoas que se comportavam como se estivessem acima das leis. Empreiteiros que desqualificavam a Operação Lava Jato deram-se conta de que a festa acabou e passaram a colaborar com o Ministério Público. Superestimando sua invulnerabilidade, o senador Delcídio do Amaral articulava a fuga de Nestor Cerveró com direito a mesada de R$ 50 mil. Está preso.
Uma parte do Ministério Público e do Judiciário dissociou-se da secular tradição que protegia os maus costumes oligarquia política e econômica. A briga do Planalto com Eduardo Cunha é apenas um momento explosivo no curso dessa grande mudança. De um lado está a doutora Dima ("não respeito delator") eleita por um partido que teve dois presidentes e dois tesoureiros encarcerados. Do outro, o comandante de uma poderosa bancada pluripartidária, apanhado com uma fortuna escondida no banco suíço Julius Bär.
Os petistas dizem-se perseguidos, mas, entre os 68 políticos investigados, seu partido está empatado com o PMDB (ambos com 12 notáveis). A taça ficou com o Partido Progressista, com 31 acusados. O PP tem uma peculiaridade: abriga um plantel de doutores cujas raízes remontam ao tempo da ditadura. Nunca afastaram-se do poder. Símbolo dessa grei é Paulo Maluf. Olhando-se para as empreiteiras que tiveram executivos encarcerados chega-se a empresas poderosas desde a metade do século passado.
Ferida, a oligarquia está atemorizada. É comum ouvir-se a pergunta: "Onde é que isso vai parar?" Em geral, ela significa outra coisa: "Será que vai chegar a mim?" Também é frequente a advertência: na Itália, a Operação Mãos Limpas desaguou em nove anos de poder de Silvio Berlusconi com suas bandalheiras. Novamente, a frase tem outro significado: "É melhor deixar tudo como está". A Mãos Limpas obrigou a oligarquia italiana a mudar de modos. Berlusconi perdeu os direitos políticos e batalha para não pagar na cadeia os onze anos a que está condenado. Matteo Renzi, o atual primeiro-ministro da Itália, não tem as ligações perigosas dos cardeais da extinta democracia cristã, nem as traficâncias da última geração de políticos socialistas. A "Mani Pulite" não transformou a Itália numa Nova Zelândia, mas tornou mais arriscado o ofício de roubar.
O Brasil teve muitos sacolejos, mas nunca a oligarquia se viu ameaçada nos seus métodos. Passou por sustos, mas no conjunto sempre saiu invicta. A ameaça da Lava Jato não é ideológica, muito menos política, é apenas a afirmação de um braço do Estado para que as leis sejam cumpridas. Corrupção passou a dar cadeia, o medo da cadeia gerou a colaboração e cada colaborador ampliou e fortaleceu as investigações.
Dilma pode ou não continuar na Presidência. Para a oligarquia ameaçada, isso não tem importância. O que se precisa é quebrar os ossos de parte do Ministério Público e de parte do Judiciário. Está cada vez mais difícil.
Para sair do inferno astral
O caos tomou conta do meio político, econômico e social, com graves reflexos sobre a vida do cidadão.
A sensação que respinga é a de um barco sem timoneiro à mercê da tempestade. Se Dilma, como presidente, deixa a desejar e alimenta a tese de seu impeachment, quem mais agravou o desempenho do governo é um vesgo à frente do Ministério da Fazenda.
Contratado para pôr ordem nas contas do governo, ele as agravou, apertando os botões errados, desregulando e confundindo os motores da economia nacional.
Passará à história como um dos maiores desastres que já se abateram sobre o país. A “levyanização” do Brasil se comprova pelos índices em queda e ainda pelo descrédito internacional em que mergulhou o país. Mais que atraso na aprovação dos ajustes que ele propôs de costas para a produção e o emprego, é a nítida inconsistência deles.
O período de Levy está sendo comemorado apenas pelos bancos e por quem conspira contra o atual governo. Perdeu-se o rumo. O navio pega as ondas no costado, nos pontos de menor resistência, as velas se rasgaram. Levy não controla nada, cismou que o ajuste se daria arrecadando mais, “simplesmente” cobrando mais impostos num país sufocado pelo excesso de tributação e pelo arcaísmo fiscal que adota.
Levy desconhece que a arrecadação aumenta com o aumento das atividades econômicas, impulsionada pelos setores produtivos e primários, que empregam, recolhem impostos, investem e fazem a roda girar.
Tomaram-se de mira exatamente os mamilos da vaca, a fonte do leite, e deixaram-se à vontade os setores especulativos, os carrapatos. Pede sacrifícios a quem deveria dar fôlego, esquecendo-se de que a despesa pública nacional é contaminada de excessos, quantitativos e qualitativos. Paga-se muito por algo que não se reverte em benefícios para a população e em sustentabilidade. Burocracia e mordomias encontraram em Levy o sinal verde para passar e crescer.
Os resultados econômicos de 2015 comprovam que suas atitudes e seu discurso sem nexo jogaram no fundo do poço os setores produtivos, desestruturaram o que funcionava, mataram a confiança do mercado, trucidaram a esperança, colocaram em fuga os investimentos bons, atrofiaram ainda os setores industriais, sua receita fez rebaixar o Brasil ao fundo dos fundos.
A tentativa de impedimento que sofre Dilma, mais que às pedaladas, se deve à crise que o país enfrenta, à desesperança de que esse governo possa sinalizar uma luz no fim do túnel. A força de um governante está nos resultados, mais que nas palavras. Está na mesa farta, nos empregos, na segurança que cerca o cidadão.
A demora em tomar atitudes, a persistência nos erros, as interferências deletérias no setor energético, no petróleo e na eletricidade, a fraqueza das iniciativas sociais esgarçaram a presidente. Com um império em suas mãos, conseguiu gerar o descontentamento na ampla maioria do Congresso Nacional.
Como nunca, corre sérios riscos com a abertura de um processo de impeachment, que sabe-se como começa, mas não como acabará. O julgamento dela, mais que jurídico, será político e testará não só a resistência dela, mas a do povo, que sofre as consequências do desajuste econômico.
Dessa forma, a medida mais eficiente para evitar a perda do mandato deverão ser a defenestração de Joaquim Levy, a mudança de discurso e a nomeação, para o comando da Fazenda, de alguém como Henrique Meirelles. Nisso Dilma já está atrasada.
Se é para combater corrupção e imoralidade, confesso: Sou golpista
Gente, vamos botar os pontos nos is. Como afirmei aí em cima, se é para compartilhar com essa esquerda de botequim, essa imundície petista que cobre de lama o país, confesso, mais uma vez: sou golpista.
Sou golpista ao lado da maioria dos brasileiros que não quer mais a Dilma nem o Lula mandando no país.
Sou golpista porque torço para que o Zé Dirceu, Vaccari e Delúbio mofem na cadeia, paguem pelos assaltos que fizeram aos cofres públicos.
Sou golpista, com muita convicção, porque torço para que os diretores da Petrobrás e os políticos que se locupletaram com o dinheiro roubado da empresa sejam punidos e condenados pelos crimes que cometeram.
Sou golpista porque defendo a estabilidade econômica, a queda da inflação e a retomada do crescimento.
Sou golpista porque condeno os pelegos sindicais que vivem às custas do dinheiro do FAT e se dizem defensores dos trabalhadores, mas que, na verdade, não passam de um bando picaretas que vive às custas do assalariado obrigado a pagar o famigerado imposto sindical.
Sou golpista porque defendo a alternância de poder, o pluripartidarismo e a democracia, conquistada por brasileiros abnegados que deram a vida para que respirássemos liberdade.
Sou golpista porque sou contra o “Exército Vermelho” do Stédeli que bagunça o país e ameaça pegar em armas quando Lula se sente contrariado e aborrecido com a oposição que exige moralidade e menos corrupção.
Sou golpista porque defendo as empresas públicas como a Petrobrás e a Eletrobrás, cujo patrimônio foi dilapidado pela quadrilha que se espalhou nas estatais como aves de rapina, roubando o dinheiro do contribuinte e depositando os bilhões de dólares em bancos estrangeiros.
Sou golpista porque não considero o impeachment um ato antidemocrático, já que a Constituição legaliza o impedimento de um presidente que quebra o juramento de zelar pelo país e pelo seu povo. De um presidente corrupto, incompetente e insano que leva o país a bancarrota.
Sou golpista porque defendo as investigações sobre o escândalo da refinaria de Pasadena, no Texas, que lesou a Petrobrás em 1 bilhão de dólares, quando a Dilma era presidente do conselho da empresa e autorizou a sua compra.
Sou golpista porque apoio com rigor as apurações do juiz Sergio Moro que estão levando alguns políticos e militantes petistas, que se achavam acima da lei, à cadeia.
Sou golpista porque defendo as investigações do TCU que apuram as pedaladas da Dilma, que usou dinheiro de bancos públicos para mascarar o rombo das contas do governo.
Sou golpista porque considero o PT um partido nefasto, enganador e manipulador.
Sou golpista porque estive ao lado do povo brasileiro na defesa do impeachment do Collor. Fomos às ruas e legalmente, dentro dos preceitos constitucionais, mudamos de presidente – para um Brasil que seria melhor.
Golpistas de todo o Brasil, uni-vos. Vamos à luta no dia 13!
Omissão e negligência administrativas são motivos de impeachment
Este blog é democrático, está aberto a todas as tendências, mas tudo tem limites. Alguns comentaristas têm procurado me abastecer com artigos a favor da presidente Dilma Rousseff e eu procuro atender, em nome da pluralidade de opiniões, mas a tarefa é árdua, porque os defensores do status quo, como se dizia antigamente, estão tocando a mesma nota. É duro aturar que a defesa de Dilma se baseie quase que exclusivamente no ataque a Eduardo Cunha, como se ele fosse o autor do pedido de impeachment. Cunha é um corrupto deplorável, cuja atuação pode ser comparada à do senador Delcídio Amaral, que até poucos dias era o respeitadíssimo líder do governo no Senado. Ambos são novos ricos, tipo família Lula, e seguem a regra do tudo por dinheiro, que Silvio Santos nos desculpe.
O fato de Cunha ter aceitado o pedido é apenas um detalhe. Em situação normal de temperatura e pressão, num ambiente democraticamente ideal, todo presidente da Câmara está moral e funcionalmente obrigado a aceitar qualquer pedido de impeachment presidencial que tenha parecer favorável da Assessoria Jurídica.
Já expliquei aqui na Tribuna da Internet que não cabe ao presidente da Câmara avaliar o mérito do pedido de impeachment. Esta função é da Assessoria Jurídica da Mesa, que analisa o requerimento e as provas apresentadas, para decidir liminarmente se são procedentes ou não, se existem justificativas para que se declare o impeachment ou não.
Quando a Assessoria Jurídica apresenta parecer técnico contra o pedido, o presidente da Câmara não tem condições morais para aprová-lo, seria um escândalo colossal. Deve arquivá-lo de pronto. Se algum parlamentar não concordar com o parecer e com o arquivamento, que então recorra ao plenário, nos termos do Regimento da Câmara, como aconteceu no fracassado pedido de impeachment de FHC, feito pelo então deputado José Dirceu (PT-SP).
Como se sabe, o requerimento de Dirceu foi arquivado pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), Dirceu recorreu ao plenário e foi derrotado por maioria absoluta. Anos antes, no governo Itamar Franco, o deputado Jaques Wagner (PT-BA) também pedira impeachment do presidente, com argumentação pífia e mentirosa, foi derrotado.
No caso de Dilma Rousseff, o PT e seu aliados agora tentam desesperadamente mudar o foco das discussões, querendo transformar Eduardo Cunha em personagem principal, quando ele concorre apenas ao Oscar de ator coadjuvante.
É impressionante a quantidade de artigos, contra e a favor de Dilma, enviados à Tribuna da Internet. A imensa maioria sem argumentos sólidos, uma chatice. Às vezes, o editor se distrai e deixa passar um ou outro artigo desse nível rasteiro, pedimos desculpas sinceras.
Como me ensinou a célebre Laura Alvim (a verdadeira garota de Ipanema, que doou ao Rio de Janeiro seu mais sofisticado centro cultural), é preciso insistir sem esmorecer. O que precisamos discutir é se a sra. Dilma Vana Rousseff cometeu crimes de responsabilidade ao maquiar as contas com pedaladas fiscais e/ou decretos ilegais permitindo despesas não-autorizadas pelo Congresso. E discutir também se a presidente cometeu algum crime previsto na Lei de Improbidade Administrativa, que justifica perda de mandato até mesmo por omissão ou má gestão administrativa, não importa se ocorreram com caráter culposo, ou seja, sem intenção.
A Lei da Improbidade Administrativa existe, não estamos inventando nada, pena que os juristas aliados ao PT não conheçam direito a legislação pátria. Vejam este voto de Teori Zavascki, quando estava no STJ: “A controvérsia sobre a aplicabilidade da Lei 8.429/92 aos agentes políticos foi superada, no julgamento da Rcl 2.790/SC, pelo STJ, quando entendeu que “não há norma constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4.º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza” (Rel. Min. Teori Zavascki).
Por fim, proclamar que Dilma é honesta, jamais teve intenção de delinquir, a culpa é toda de Lula, do PT e da base aliada – tudo isso tem pouco significado. O que interessa, de fato, é o seguinte: a sra. Dilma Vana Rousseff é responsável pelo feitos e pelos malfeitos de sua gestão. É responsável por dolo, culpa, negligência ou omissão.
A 'transposição'
Transformar ideologia em “ciência” não é algo novo para a esquerda. Os indicadores nos dizem que as perspectivas da humanidade estão em franca ascensão. A pobreza está em declínio, as colheitas mais abundantes e os seres humanos estão vivendo vidas mais longas e saudáveis, malgrado o leve aquecimento que temos experimentado. E, apesar desses avanços (ou talvez por causa deles), os líderes ocidentais estão se preparando para, convenientemente, limitar o crescimento, transferir riqueza e centralizar o poder da forma como os progressistas sempre sonharamDavid Harsanyi
Como o livro de Celso Arnaldo celebra o melhor do Brasil
Quando o cérebro do Homo sapiens alcançou de 2% a 3% do peso corporal e passou a consumir 25% da energia do corpo em repouso, enquanto o órgão nos outros primatas exigia apenas 8%, nosso ancestral assumiu a postura ereta. Um dos custos anatômicos desse fato determinante na evolução humana foi o estreitamento do canal do parto nas fêmeas, justamente no momento evolutivo em que a circunferência craniana dos bebês aumentava. A natureza solucionou isso encurtando a gestação humana. Assim, vimos ao mundo num estado precoce de ontogênese, para um período de inércia, segundo G.B.Campbell, de 2 a 3 anos de duração.
Tal vulnerabilidade da cria humana inscreveu nos nossos genes o gregarismo que, além de culminar nos almoços de domingo com a parentada – o que eu adoro –, impediu a nossa extinção. Esse atavismo ensejou a fala, uma das dimensões da linguagem; e quem fala, fala uma língua: por exemplo, o dilmês da governante rasteira; e o português, que Celso Arnaldo engrandece e do qual o vendedor de frangos numa birosca no litoral norte de São Paulo faz uso honesto e eficaz. “Vende frango-se” é a hipótese que um falante semiletrado elabora do idioma e pela qual desempenha a parte que lhe cabe no clássico pacto da comunicação de Jürgen Habermas, realizando dois de seus princípios: 1 – enquanto o ouvinte se dispõe a entender, o falante se empenha em se fazer entender; 2 – o falante é sincero.
Ora, o erro e a graça involuntários não comprometeram a compreensão nem enganaram ninguém: ali, de fato, vendiam-se frangos. O dilmês desmantela esse arranjo civilizador. Enquanto Celso Arnaldo vencia a impenetrabilidade dos pensamentozinhos moles da presidente traduzindo a agonia deles nas palavras dela, alertava para o fato de os erros gramaticais e a sintaxe desconexa denunciarem a incompetência infalível da figura bisonha, em vez de a camuflarem no pretenso tecnicismo do idioleto caricato.
Nem todos ouviram e deu no que está chegando às livrarias: as análises sofisticadas e de clareza límpida distribuídas em deliciosas 207 páginas desvelando o núcleo do perturbador caráter intelecto-político-moral da presidente tão xexelenta. Longe de ser linguística apenas, esta é uma questão de como o respeito e a honestidade são sonegados ao país pela mulherzinha autoritária, isolada no idioleto apalermado, sem saber onde fica o Brasil que ela e a escória que integra devastaram e sem entender a língua dos estranhos habitantes que tocam a vida decentemente se virando como podem.
“Dilmês, o idioma da mulher sapiens” nasceu em berço de ouro, nesta coluna de um jornalista ícone do Brasil que presta e na qual os indignados buscamos os vestígios do país que resistiram à moldura miserável de uma era grotesca. O livro integra essa resistência dos brasileiros de bem que tentam deixar para trás a paisagem primitiva habitada pela súcia da falante do idioleto bisonho. Só conseguirão se exigirem o fato determinante para a evolução do país – a extinção política da mulher sapiens e seu bando.
Ora, o erro e a graça involuntários não comprometeram a compreensão nem enganaram ninguém: ali, de fato, vendiam-se frangos. O dilmês desmantela esse arranjo civilizador. Enquanto Celso Arnaldo vencia a impenetrabilidade dos pensamentozinhos moles da presidente traduzindo a agonia deles nas palavras dela, alertava para o fato de os erros gramaticais e a sintaxe desconexa denunciarem a incompetência infalível da figura bisonha, em vez de a camuflarem no pretenso tecnicismo do idioleto caricato.
Nem todos ouviram e deu no que está chegando às livrarias: as análises sofisticadas e de clareza límpida distribuídas em deliciosas 207 páginas desvelando o núcleo do perturbador caráter intelecto-político-moral da presidente tão xexelenta. Longe de ser linguística apenas, esta é uma questão de como o respeito e a honestidade são sonegados ao país pela mulherzinha autoritária, isolada no idioleto apalermado, sem saber onde fica o Brasil que ela e a escória que integra devastaram e sem entender a língua dos estranhos habitantes que tocam a vida decentemente se virando como podem.
“Dilmês, o idioma da mulher sapiens” nasceu em berço de ouro, nesta coluna de um jornalista ícone do Brasil que presta e na qual os indignados buscamos os vestígios do país que resistiram à moldura miserável de uma era grotesca. O livro integra essa resistência dos brasileiros de bem que tentam deixar para trás a paisagem primitiva habitada pela súcia da falante do idioleto bisonho. Só conseguirão se exigirem o fato determinante para a evolução do país – a extinção política da mulher sapiens e seu bando.
'Miserável, aonde me levas?'
Passado um ano da reeleição de Dilma Roussef, os brasileiros ainda não conseguem entender o que está acontecendo, nem para onde estão sendo levados.
Há percepção generalizada de que o Planalto está completamente perdido, de que as promessas da campanha eleitoral foram mentiras vultosas e de que o tamanho da pilhagem aos cofres públicos assume caráter inominável, conforme evoluem as investigações da Polícia Federal. Estabeleceu-se uma conjuntura melancólica que afeta diretamente nosso cotidiano.
Em frente ao meu condomínio, há um supermercado onde costumo comprar, entre outros produtos, iogurte. O aumento do preço de março pra cá foi de 50%, algo tão desproporcional ao reajuste do meu salário, que inviabilizou seu consumo frequente. E a contaminação no valor de outros itens da cesta básica seguiu o mesmo caminho progressivo.
A inflação foi ressuscitada e me afastou, dentre outros alimentos, do iogurte.
Também, observo entre os jovens um desânimo geral com relação a trabalho, pois onde quer que entreguem seus currículos, são informados de que não existe perspectiva de contratos novos, e pelo contrário, estão ocorrendo várias dispensas.
Sumiram os empregos, e boa parte da juventude está sendo empurrada à marginalidade devido ao ócio vazio.
Para piorar, temos um Governo que mal iniciou o encargo executivo, e já perdeu completamente a condição ética para continuá-lo; faltam três anos para o término legal do mandato, e a PresidentA resume-se a lutar contra ameaças de impeachment.
Petistas dilatam as estatísticas carcerárias com seus filiados, promovem acordos com qualquer um que possa contemplar suas conveniências, desenham uma crise moral ‘nunca antes vista na história deste país’, e ainda refletem suas mazelas na credibilidade do Governo.
Atingimos o limite em suportar inépcia, demagogia e corrupção por parte dos nossos condutores; estamos confinados num vagão desgovernado, aflitos por um facho de luz no fim do túnel.
Lembra o conto ‘Sua Excelência’ de Lima Barreto no qual o protagonista, trancafiado num coupé em alta velocidade, sem conseguir abrir as janelas, gritava desesperadamente ao cocheiro:
– Aonde vamos? Miserável, aonde me levas?
Márcio Andrade
Há percepção generalizada de que o Planalto está completamente perdido, de que as promessas da campanha eleitoral foram mentiras vultosas e de que o tamanho da pilhagem aos cofres públicos assume caráter inominável, conforme evoluem as investigações da Polícia Federal. Estabeleceu-se uma conjuntura melancólica que afeta diretamente nosso cotidiano.
A inflação foi ressuscitada e me afastou, dentre outros alimentos, do iogurte.
Também, observo entre os jovens um desânimo geral com relação a trabalho, pois onde quer que entreguem seus currículos, são informados de que não existe perspectiva de contratos novos, e pelo contrário, estão ocorrendo várias dispensas.
Sumiram os empregos, e boa parte da juventude está sendo empurrada à marginalidade devido ao ócio vazio.
Para piorar, temos um Governo que mal iniciou o encargo executivo, e já perdeu completamente a condição ética para continuá-lo; faltam três anos para o término legal do mandato, e a PresidentA resume-se a lutar contra ameaças de impeachment.
Petistas dilatam as estatísticas carcerárias com seus filiados, promovem acordos com qualquer um que possa contemplar suas conveniências, desenham uma crise moral ‘nunca antes vista na história deste país’, e ainda refletem suas mazelas na credibilidade do Governo.
Atingimos o limite em suportar inépcia, demagogia e corrupção por parte dos nossos condutores; estamos confinados num vagão desgovernado, aflitos por um facho de luz no fim do túnel.
Lembra o conto ‘Sua Excelência’ de Lima Barreto no qual o protagonista, trancafiado num coupé em alta velocidade, sem conseguir abrir as janelas, gritava desesperadamente ao cocheiro:
– Aonde vamos? Miserável, aonde me levas?
Márcio Andrade
Lula usou o São Francisco para inventar obra que ruína sem ter existido
Graças à prisão de quatro executivos de empresas que andaram pescando quilos de dinheiro às margens do São Francisco, a milagrosa transposição das águas acaba de transferir-se do cartório onde jaz o Brasil Maravilha para o noticiário político-policial. Agonizante desde os trabalhos de parto, o que deveria ser a obra do século é hoje o mais recente esqueleto do acervo acumulado pelo escândalo do milênio. A extravagância fluvial nem precisou ser inaugurada para transformar-se num portentoso símbolo da Era da Mediocridade. E numa prova de que, num momento infeliz da nossa história, o povo brasileiro desempenhou aplicadamente o papel de otário.
Em 2004, estacionado no Ceará, o palanque ambulante jurou que até 2006 seria materializado um dos grandes sonhos de Dom Pedro II (ou “Predo”, na pronúncia do Pedro III de botequim). “Muitas vezes a coisa pública foi tratada no Brasil como se fosse uma coisa de amigos, um clube de amigos, e não uma coisa pública de verdade”, ensinou Lula durante a discurseira ufanista. Como o gênio da raça descobrira que a coisa pública deve ser tratada como coisa pública, sobravam as verbas que sempre faltaram. “Dinheiro não vai faltar”, gabou-se o maior dos governantes desde Tomé de Souza.
Na campanha presidencial de 2006, o aspirante a um segundo mandato não pronunciou uma única e escassa palavra sobre a multiplicação das águas que continuavam onde sempre estiveram. A vitória nas urnas refrescou-lhe a a memória. Sem apresentar justificativas para os dois anos de atravo, avisou que ainda faltavam quatro para que o sertão virasse mar. “Em 2010, um nordestino pobre vai fazer o que nem um imperador conseguiu”, recomeçou a lengalenga. O vídeo abaixo mostra os capítulos seguintes da farsa.
Em 2010, o padrinho avisou que a transposição seria inaugurada pela afilhada dali a dois anos. Em 2012, Dilma prometeu concluir em dezembro “a primeira fase” da proeza invisível a olho nu. O resto teria de esperar até 2014. Convidado a explicar-se durante a campanha pela reeleição, o poste fabricado por Lula descobriu que a coisa era complicada demais para ser feita tão em pouco tempo. “Houve uma subestimação da obra”, escapuliu a doutora em nada que subestima obras e a inteligência da plateia.
Em 2015, Lula ressuscitou a tapeação ao som da lira do delírio. De novo, repetiu que os brasileiros ficarão grávidos de orgulho patriótico quando puderem contemplar o colosso “que nem Dom Pedro II conseguiu realizar”. A nova etapa da Operação Lava Jato, apropriadamente batizada de Operação Vidas Secas, já apurou ladroagens que somam pelo menos R$ 200 milhões, embolsados por banqueiros amigos e empreiteiros de estimação do chefe supremo. Ainda é cedo para calcular com precisão o produto do roubo.
Também não tem preço o assombro parido por Lula às margens do São Francisco. O fundador do império do embuste inventou uma espécie de obra que enriquece meio mundo antes de virar ruína sem ter existido.
Em 2004, estacionado no Ceará, o palanque ambulante jurou que até 2006 seria materializado um dos grandes sonhos de Dom Pedro II (ou “Predo”, na pronúncia do Pedro III de botequim). “Muitas vezes a coisa pública foi tratada no Brasil como se fosse uma coisa de amigos, um clube de amigos, e não uma coisa pública de verdade”, ensinou Lula durante a discurseira ufanista. Como o gênio da raça descobrira que a coisa pública deve ser tratada como coisa pública, sobravam as verbas que sempre faltaram. “Dinheiro não vai faltar”, gabou-se o maior dos governantes desde Tomé de Souza.
Em 2010, o padrinho avisou que a transposição seria inaugurada pela afilhada dali a dois anos. Em 2012, Dilma prometeu concluir em dezembro “a primeira fase” da proeza invisível a olho nu. O resto teria de esperar até 2014. Convidado a explicar-se durante a campanha pela reeleição, o poste fabricado por Lula descobriu que a coisa era complicada demais para ser feita tão em pouco tempo. “Houve uma subestimação da obra”, escapuliu a doutora em nada que subestima obras e a inteligência da plateia.
Em 2015, Lula ressuscitou a tapeação ao som da lira do delírio. De novo, repetiu que os brasileiros ficarão grávidos de orgulho patriótico quando puderem contemplar o colosso “que nem Dom Pedro II conseguiu realizar”. A nova etapa da Operação Lava Jato, apropriadamente batizada de Operação Vidas Secas, já apurou ladroagens que somam pelo menos R$ 200 milhões, embolsados por banqueiros amigos e empreiteiros de estimação do chefe supremo. Ainda é cedo para calcular com precisão o produto do roubo.
Também não tem preço o assombro parido por Lula às margens do São Francisco. O fundador do império do embuste inventou uma espécie de obra que enriquece meio mundo antes de virar ruína sem ter existido.
Os reacionários no Brasil de Lula, Dilma e do PT
Diante da radicalização das posições políticas no país, acentuada desde a aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma pela Câmara dos Deputados, e da truculência das patrulhas ideológicas contra quem não conjuga o pensamento das esquerdas, decidi republicar aqui um post que escrevi sobre o tema (leia a íntegra abaixo). Publicado originalmente no site de ÉPOCA em março de 2013, o post parece mais pertinente do que nunca.
Embora a chamada “direita” tenha se fortalecido de forma significativa no Brasil desde aquele período – alavancada pela bandalheira promovida pelo PT e por seus aliados e pelo fracasso do modelo de capitalismo de compadrio implantado por Lula e Dilma –, as patrulhas ideológicas estão com a corda toda. Para enfrentá-las, nada melhor do que recorrer à sabedoria do grande Nelson Rodrigues.
“Hoje, o sujeito prefere que lhe xinguem a mãe e não o chamem de reacionário”, disse Nelson Rodrigues numa de suas crônicas, à qual deu o título de O ex-covarde. Publicada em sua coluna no jornal “O Globo”, em 18 de outubro de 1968, a crônica do grande Nelson, na qual ele falava sobre a superação do medo que sentia de expressar publicamente suas ideias libertárias e anti-esquerdistas, é uma daquelas obras primas que sobrevivem ao tempo e ao contexto em que foram produzidas. Não fosse pela menção a alguns personagens da época, como o escritor e pensador católico Alceu Amoroso Lima (1893-1983), o líder chinês Mao Tsé Tung, o “Grande Timoneiro”, e Che Guevara, o “herói” da “Revolução Cubana”, ela poderia ser republicada hoje sem que ninguém pudesse desconfiar de que foi escrita 45 anos atrás.
No Brasil atual, como nos tempos de Nelson Rodrigues, é preciso ser de esquerda ou pelo menos parecer de esquerda, para não se tornar alvo do escárnio das “patrulhas ideológicas”. Não importa se você é da situação ou da oposição, se é rico ou pobre, doutor ou analfabeto. Pode ser empresário da Fiesp, a entidade que reúne os industriais paulistas, banqueiro de terno escuro, coronel do Nordeste, artista, intelectual, jornalista e até “rato de praia” da zona sul carioca. Ninguém quer ser chamado de “reacionário”, “de direita”, “conservador”, “liberal” ou “neoliberal” – as palavras de baixo calão que designam hoje no país o ser “abominável” capaz de acreditar que “a liberdade é mais importante do que o pão”, como dizia Nelson Rodrigues. “Por medo das esquerdas, grã finas e milionários fazem poses socialistas”, escreveu ele em sua crônica – um fenômeno que continua acontecer no Brasil, em pleno século XXI. Poucos, muito poucos, têm a coragem que ele teve de manter suas convicções e enfrentar o ímpeto difamatório da tropa de choque da gauche. Caberiam numa Kombi.
Embora o Muro de Berlim tenha caído em 1989 e a União Soviética se desintegrado em 1991, a impressão que se tem no Brasil hoje é de que ainda estamos em plena Guerra Fria. Experimente, por exemplo, defender abertamente o capitalismo numa mesa de bar na Vila Madalena, em São Paulo, ou no Baixo Leblon, no Rio. Ou, se preferir, diga que a Cuba de Fidel Castro é uma ditadura que não respeita os direitos humanos. Ou, então, tente defender abertamente os Estados Unidos, considerado o satã mundial pela esquerda tupiniquim. Os “patrulheiros” de plantão provavelmente vão ridicularizá-lo em praça pública, como fazia o regime de Mao, durante a Revolução Cultural, nos anos 1960.
A diferença dos tempos de Nelson Rodrigues é que, na época de Nelson, Lula e o PT ainda não existiam e eram os comunistas de tonalidades variadas que formavam as milícias ideológicas. Hoje, no Brasil, o patrulhamento parte, com frequencia, do próprio governo, que divide a sociedade entre “nós” – a situação -, os defensores dos pobres e oprimidos, e “eles” – a oposição -, os representantes das elites, “que não aceitam a ascensão de um líder popular como Lula”.
No Brasil dominado pelo PT e por seus simpatizantes, o maniqueísmo ideológico transformou-se em política de Estado. Quem ousa dizer que Lula deveria ser investigado por sua participação no mensalão e defende abertamente a condenação dos mensaleiros petistas pelo Supremo Tribunal Federal, por compra de votos no Congresso Nacional e desvio de dinheiro público, é tratado como inimigo público pela turma de Brasília, pelos dirigentes do PT e pela “guarda revolucionária”, que se multiplica pelas redes sociais.
Muitas vezes, como ocorreu com a blogueira cubana Yoani Sánchez, impedida pelos fundamentalistas de esquerda de realizar palestras e noites de autógrafos de seu livro no país, os patrulheiros reagem com truculência. Com frequencia, disparam campanhas difamatórias pela internet, por meio de ONGs obscuras financiadas com recursos públicos ou, nas palavras do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, com “o seu o meu, o nosso” dinheirinho. Se alguém tiver alguma pretensão política e não rezar pela cartilha da esquerda, será carimbado como “inimigo do povo” e dificilmente conseguirá se livrar do rótulo incômodo, por mais que ele tenha pouco ou nada a ver com a realidade. De toda forma, o que é ser “inimigo do povo”? Não foi o capitalismo, afinal, o regime que permitiu o maior desenvolvimento da história às sociedades que o adotaram?
Diante desse patrulhamento obsoleto e inaceitável, ressuscitado com aval oficial, talvez seja o caso de todos os que se sentem incomodados por esse ímpeto difamatório deixarem o medo para trás e repetirem, para si mesmos, as sábias palavras de Nelson Rodrigues: “Sou um ex-covarde”. “Para mim, é de um ridículo abjeto ter medo das Esquerdas, ou do Poder Jovem, ou do Poder Velho, ou de Mao Tsé-Tung, ou de Guevara. (...) Para ter coragem, precisei sofrer muito. Mas a tenho”, disse ele, ao fechar sua crônica imortal.José Fucs
No Brasil atual, como nos tempos de Nelson Rodrigues, é preciso ser de esquerda ou pelo menos parecer de esquerda, para não se tornar alvo do escárnio das “patrulhas ideológicas”. Não importa se você é da situação ou da oposição, se é rico ou pobre, doutor ou analfabeto. Pode ser empresário da Fiesp, a entidade que reúne os industriais paulistas, banqueiro de terno escuro, coronel do Nordeste, artista, intelectual, jornalista e até “rato de praia” da zona sul carioca. Ninguém quer ser chamado de “reacionário”, “de direita”, “conservador”, “liberal” ou “neoliberal” – as palavras de baixo calão que designam hoje no país o ser “abominável” capaz de acreditar que “a liberdade é mais importante do que o pão”, como dizia Nelson Rodrigues. “Por medo das esquerdas, grã finas e milionários fazem poses socialistas”, escreveu ele em sua crônica – um fenômeno que continua acontecer no Brasil, em pleno século XXI. Poucos, muito poucos, têm a coragem que ele teve de manter suas convicções e enfrentar o ímpeto difamatório da tropa de choque da gauche. Caberiam numa Kombi.
Embora o Muro de Berlim tenha caído em 1989 e a União Soviética se desintegrado em 1991, a impressão que se tem no Brasil hoje é de que ainda estamos em plena Guerra Fria. Experimente, por exemplo, defender abertamente o capitalismo numa mesa de bar na Vila Madalena, em São Paulo, ou no Baixo Leblon, no Rio. Ou, se preferir, diga que a Cuba de Fidel Castro é uma ditadura que não respeita os direitos humanos. Ou, então, tente defender abertamente os Estados Unidos, considerado o satã mundial pela esquerda tupiniquim. Os “patrulheiros” de plantão provavelmente vão ridicularizá-lo em praça pública, como fazia o regime de Mao, durante a Revolução Cultural, nos anos 1960.
A diferença dos tempos de Nelson Rodrigues é que, na época de Nelson, Lula e o PT ainda não existiam e eram os comunistas de tonalidades variadas que formavam as milícias ideológicas. Hoje, no Brasil, o patrulhamento parte, com frequencia, do próprio governo, que divide a sociedade entre “nós” – a situação -, os defensores dos pobres e oprimidos, e “eles” – a oposição -, os representantes das elites, “que não aceitam a ascensão de um líder popular como Lula”.
No Brasil dominado pelo PT e por seus simpatizantes, o maniqueísmo ideológico transformou-se em política de Estado. Quem ousa dizer que Lula deveria ser investigado por sua participação no mensalão e defende abertamente a condenação dos mensaleiros petistas pelo Supremo Tribunal Federal, por compra de votos no Congresso Nacional e desvio de dinheiro público, é tratado como inimigo público pela turma de Brasília, pelos dirigentes do PT e pela “guarda revolucionária”, que se multiplica pelas redes sociais.
Muitas vezes, como ocorreu com a blogueira cubana Yoani Sánchez, impedida pelos fundamentalistas de esquerda de realizar palestras e noites de autógrafos de seu livro no país, os patrulheiros reagem com truculência. Com frequencia, disparam campanhas difamatórias pela internet, por meio de ONGs obscuras financiadas com recursos públicos ou, nas palavras do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, com “o seu o meu, o nosso” dinheirinho. Se alguém tiver alguma pretensão política e não rezar pela cartilha da esquerda, será carimbado como “inimigo do povo” e dificilmente conseguirá se livrar do rótulo incômodo, por mais que ele tenha pouco ou nada a ver com a realidade. De toda forma, o que é ser “inimigo do povo”? Não foi o capitalismo, afinal, o regime que permitiu o maior desenvolvimento da história às sociedades que o adotaram?
Diante desse patrulhamento obsoleto e inaceitável, ressuscitado com aval oficial, talvez seja o caso de todos os que se sentem incomodados por esse ímpeto difamatório deixarem o medo para trás e repetirem, para si mesmos, as sábias palavras de Nelson Rodrigues: “Sou um ex-covarde”. “Para mim, é de um ridículo abjeto ter medo das Esquerdas, ou do Poder Jovem, ou do Poder Velho, ou de Mao Tsé-Tung, ou de Guevara. (...) Para ter coragem, precisei sofrer muito. Mas a tenho”, disse ele, ao fechar sua crônica imortal.José Fucs
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