quinta-feira, 10 de março de 2016

Um cidadão acima de qualquer suspeita. É como Lula se vê

Um comentário de Lula durante reunião, ontem, em Brasília, com 20 senadores do PMDB e de outros partidos, ficará como exemplo notável da sua real incompreensão dos deveres de um ex-presidente da República devolvido à condição de cidadão comum.

Depois de se apresentar como “vítima” de uma perseguição implacável que lhe seria movida pelo juiz Sérgio Moro, e de falar sobre o sofrimento de sua família, Lula observou que, quando tudo no país estava bem politicamente, ninguém questionava nada a respeito de seus atos.

Agora, queixou-se amargo, “tudo tem que ser explicado. Estão querendo me incluir de todo o jeito [na Lava-Jato]. Estão forçando a barra”. A maioria dos senadores concordou com ele. Mas dois ou três argumentaram que um homem público é obrigado a se explicar.
Poucas foram as explicações dadas por Lula quando era presidente para sua papel nos escândalos que pontuaram os seus dois governos. No caso do mensalão, quando o marqueteiro Duda Mendonça confessou que havia sido pago com dinheiro de caixa dois no exterior, Lula pediu desculpas.

Foi um pedido de desculpas canhestro, pobre, falso como uma nota de três dólares. Lula se disse traído, mas se recusou a apontar os traidores. Tentou reduzir a compra de voto de deputados a um reles crime de caixa dois, que significa o uso de dinheiro sujo para financiar campanhas.

Desde então, e apesar da condenação dos mensaleiros pelo Supremo Tribunal Federal, repete que o mensalão jamais existiu. E porque não existiu, a roubalheira na Petrobras não poderia ser uma extensão dele. Lula não concede que tenha ocorrido nem mesmo o saque à Petrobras.

O presidente que se valeu da força e dos privilégios do cargo para não explicar satisfatoriamente os seus atos só poderia desaguar no cidadão que imaginou desfrutar de força e de iguais privilégios para bordar e pintar a seu talante. Quebrou a cara. E parece não entender por que quebrou.

A rebater de maneira convincente as acusações que atingem sua reputação, prefere exibir-se como vítima de desafetos que, desde já, pretendem subtrair-lhe o direito de ser candidato outra vez a presidente da República. Fatura como vítima. Dribla as explicações.

No passado, já foi melhor nisso. Está fora de forma. E a conjuntura, para sua desgraça, mudou em seu desfavor. Reclame à Dilma.

Nem tudo pode Lula

O clima já não está bom. Fica ainda mais incendiado quando os petistas apostam em vencer no grito do quandto pior melhor.

Foi o que aconteceu nesta quarta-feira quando ofereceram a Lula quarto ou cinco ministérios (a sugestão da pasta da Justiça foi piada) para aquele que o ministro Ricardo Berzoini considera o Pelé corintiano da política. Seria um genial jogador capaz de atuar em qualquer posição?

O oferecimento tinha sob a complacência de Dilma, que está inscrevendo-se na história brasileira, de longe, como a pior administração desde a chegada de Cabral. O que não é pouco, porque supera mesmo os governos coloniais que nunca foram santos.
Alvo

As vagas abertas para Lula não seriam por sua extrema capacidade de administrar qualquer área. Descaradamente era oferta de uma saída para dar foro privilegiado a um ex-presidente como em qualquer outra republiqueta, dando uma banana para a Justiça. "Aqui cês não me pegam!"

Lula parece ter rejeitado aceitar cargo e explicitamente admitir culpa no cartório. Preferiu congregar peemedebistas em massa na casa do presidente do Senado para articular a segurança de Dilma.

No caldeirão entulhos da desgovernança brasileira, o que se alimenta é apenas a falta de caráter. E todos se prontificaram a ouvir Lula, dando mais um espetáculo midiático.

Foi a Quarta de Lula, na qual chafurdou cono pinto no lixo. Voltou forte aos noticiários para animar as massas da bolsa mortadela para nenhum petista reclamar de que não se dá voz ao guru.

Mas os fados parecem estar implacáveis com o ex. Crente de voltar por cima da carne seca, todo pimpão e saracoteando as baboseiras de sempre, levou à noite uma chamada do Ministério Público paulista. Ao lado da mulher e de um dos filhos, foi denunciado por ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro.

Os petistas esqueceram que podem oferecer, todo poderosos, imunidade ao grande cacique, mas nem pensar proteger a família dele. Lula foi dormir com mais essa e o Brasil deitou sonhando que a Justiça ainda pode finalmente bater o martelo contra o poder dos blindados.

Viver com medo, que há de?

Aqui e ali se aponta como erro tático do juiz Sérgio Moro a decisão de autorizar a condução coercitiva de Luiz Inácio da Silva para prestar depoimento aos procuradores da Operação Lava Jato. Teria, com isso, dado ao ex-presidente o discurso de vítima do arbítrio e o pretexto de que ele precisava para mobilizar a militância petista em sua defesa.

É uma das conclusões possíveis na análise das consequências políticas daquela marcante sexta-feira. Juízo muito parecido com o que fez o PSDB lá pelos idos de 2005/2006, quando decidiu que era melhor não radicalizar para cima do então presidente quando o marqueteiro Duda Mendonça confessou ter recebido "por fora" o pagamento de seus serviços à campanha eleitoral de 2002.


Na avaliação dos oposicionistas, era melhor deixar Lula "sangrar" sob os efeitos do escândalo que fornecer a ele a saída da intimidação por meio de um chamamento "às ruas". Note-se que à época o presidente sofrera um baque, mas ainda tinha um capital político e social bastante substantivo. Devido à recuperação e à reeleição, os tucanos pagaram o preço daquilo que se considerou excessiva e equivocada complacência.

Talvez estivessem errados mesmo, mas hoje se vê que o raciocínio fazia sentido. Optaram pelo passo atrás na expectativa de dar dois à frente. Movimento comum na política. Não se sabe o que teria dado se tivessem pagado para ver na ocasião. Foi uma escolha.

Já o juiz Sérgio Moro não pode nem deve se pautar pelos mesmos critérios dos partidos. Nesses dois anos de Operação Lava Jato já havia, antes de Lula, autorizado a expedição de 116 mandados de condução coercitiva e a ninguém - a não ser aos advogados de defesa - ocorreu contestá-lo. Quando os fatos chegaram a Lula, o juiz nada mais fez do que aplicar a regra que vinha adotando como geral.

Queriam o quê? Decisão diferente equivaleria a dar tratamento, senão privilegiado, ao menos diferenciado ao ex-presidente. Estaria igualmente exposto a críticas. Preferiu seguir o padrão. Pode não ter sido a intenção do juiz, mas com isso evitou que o PT criasse um carnaval maior ainda com a convocação do depoimento para data posterior. Lula posaria de vítima da mesma forma. Só que durante mais tempo.

Liquidada essa parte da questão, veremos como a vida há de seguir e quem é mais forte: a intimidação petista ou a serena, porém firme, convicção da maioria de que o crime não pode compensar. A conferir domingo próximo.

De quem é o Brasil?

Siga o pedalinho

“Esta pergunta não está à altura da Polícia Federal”, reagiu um arrogante Lula ao ser indagado, na fatídica sexta-feira, sobre os pedalinhos mantidos no sítio de Atibaia. Mas a lógica da pergunta decorre da regra “siga o dinheiro”. No rastro dos pedalinhos, há muito mais que a propriedade do próprio sítio. Eles indicam o caminho da Internacional lulista – uma articulação que, ao contrário das Internacionais operária, socialista, comunista e trotskista, rege-se por um misto de política e negócios.

Do Casco Antiguo da Cidade do Panamá, não se avista mais a península. “O horizonte do Golfo se perdeu”, lamenta a presidente de uma organização consagrada à proteção do patrimônio histórico do país ístmico. De fato, em 20 de maio de 2011 foi inaugurado o viaduto de seis pistas e 2,8 quilômetros que rasga o mar à frente do centro histórico, uma obra da Odebrecht contratada por US$ 780 milhões. Lula participou da inauguração, a convite do presidente panamenho Ricardo Martinelli, com quem participaria de um jantar oferecido pela Odebrecht. O evento contou com a presença do ministro José Domingo Arias, candidato do presidente a sucedê-lo, que acabou derrotado em 2014, apesar dos esforços do marqueteiro João Santana.

Lula, Odebrecht, Santana. Na Internacional lulista, o quarto componente é o BNDES, responsável pelo financiamento do metrô da capital panamenha e da Autopista Madden-Colón, obras tocadas pela mesma Odebrecht, que venceu todas as grandes licitações no governo Martinelli. O Panamá não é um caso singular: o esquema quadripartite repetiu-se na Argentina (ferrovia Sarmiento), no Peru (hidrelétrica de Chaglla), na Venezuela (ponte sobre o Orenoco e metrô de Caracas), na República Dominicana (termelétrica de Punta Catalina e 16 outras obras) e em Angola (hidrelétrica de Lauca e dezenas de outras obras). Sem Santana, mas com a Odebrecht e o BNDES, a Internacional operou em Moçambique (BRT de Maputo e aeroporto de Nacala), no Equador (hidrelétricas de San Francisco e Manduriacu) e em Cuba (Porto de Mariel). Finalmente, com a Odebrecht e Santana, mas sem o BNDES (ufa!), seus tentáculos alcançaram El Salvador.


“Lula é uma fonte de inspiração para a América Latina”, proclamou Danilo Medina, presidente da República Dominicana, em janeiro de 2013, durante uma visita de Lula patrocinada pela Odebrecht e seguida pela concessão de vultosa linha de financiamento do BNDES. A Internacional dos negócios expandiu-se em países sob governos “progressistas”, um adjetivo com dúbios significados políticos. Na América Latina, apoiou-se nos ombros do chavismo, do kirchnerismo e do castrismo, mas estabeleceu laços com líderes populistas como Ollanta Humala, do Peru; Mauricio Funes, de El Salvador; e o próprio Medina. Na África, ligou-se ao ditador angolano José Eduardo dos Santos, do MPLA, presidente desde 1979, que converteu os processos eleitorais em farsas macabras e comanda um dos regimes mais corruptos do mundo.

Tudo começou durante os mandatos de Lula, mas prosseguiu sob Dilma Rousseff. Bombado por multibilionárias transferências de recursos oriundos da emissão de dívida pública, o BNDES lançou-se numa escalada de financiamentos no exterior. A Odebrecht, a maior beneficiária deles, obteve cerca de US$ 8 bilhões. Dias atrás, na esteira do depoimento de Lula, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse que será preciso “dialogar com o povo brasileiro” para “explicar como são feitas as palestras, em que países aconteceram”. Há muito a explicar, mas inexiste mistério sobre os países selecionados: em geral, coincidem com empreendimentos da Odebrecht subsidiados pelo BNDES.

Lula deixou a Presidência, mas não o poder, o que pode ser verificado pelas quedas sucessivas dos ministros Aloizio Mercadante, Joaquim Levy e José Eduardo Cardozo. O Instituto Lula e a empresa que agencia as palestras do ex-presidente receberam R$ 56 milhões em quatro anos. Lula tornou-se, ao lado de Bill Clinton, o palestrante mais caro do planeta. Sem o BNDES, tais feitos seriam impossíveis. Luciano Coutinho, presidente do banco público, deveria “explicar” ao “povo brasileiro” os critérios de seleção dos países e empreiteiras agraciados por empréstimos subsidiados. Até hoje, ele proferiu platitudes sobre o estímulo a negócios de empresas brasileiras no exterior, mas nunca enfrentou a questão do custo de oportunidade desses financiamentos. Num país tão carente em infraestruturas e saneamento básico como o Brasil, falta uma justificativa plausível para o direcionamento de capitais escassos ao metrô de Caracas, ao viaduto monumental do Panamá, ao Porto de Mariel ou às múltiplas obras do regime cleptocrático angolano.

A ciranda financeira no duto que interliga o BNDES, a Odebrecht e o Instituto Lula seria suficiente, num país sério, para destruir a carreira política de Lula e ensejar processos judiciais devastadores. Tudo se complica com as evidências de que, muitas vezes, o triângulo transforma-se em retângulo pela adição dos serviços de João Santana, proprietário de uma empresa de marketing político que já confessou operar caixa dois nas suas aventuras internacionais. As excessivas coincidências sugerem que a Internacional lulista, como sua predecessora comunista, organiza-se sob a égide do “centralismo democrático”.

Num país sério, os pedalinhos, esses singelos presentes aos netinhos de Lula, poderiam ser ignorados por policiais, procuradores e juízes. Mas, no Brasil, onde o “governo popular” dedicou-se à modernização das mais tradicionais práticas patrimonialistas, a Polícia Federal tinha o dever de formular as perguntas que provocaram a indignação de Lula. Os pedalinhos não são patrimônios, mas indícios. Seguindo as delicadas ondulações causadas pelo movimento deles, chegamos a um projeto internacional que associa poder e dinheiro: a geopolítica do lulismo.

Demétrio Magnoli

Única saída para Lula é tentar ganhar no peito e na raça

O segundo mandato de Dilma Rousseff acabou antes de começar. A máquina administrativa está paralisada e a economia entrou em fase terminal, com a dívida pública se elevando a cada dia, sem que o governo procure adotar qualquer providência para reverter a maior crise das últimas décadas. Ao invés de atuar com firmeza e fazer logo um ajuste fiscal, a presidente dedica-se exclusivamente a garantir que seu mandato vá até o final, sob a patética argumentação de que o governo, o PT e seu antecessor Lula estão sendo vítimas de perseguição do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da grande mídia.

Esta é a fantasiosa versão “oficial”, mas o fato concreto é que as evidências e provas se acumulam, em meio ao tsunami das delações premiadas. O ministro Teori Zavascki, relator dos inquéritos da Operação Lava Jato no Supremo, tem razão em afirmar que o pior está para vir.

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A cada dia a situação se agrava para o ex-presidente Lula, para sua sucessora Dilma Rousseff e também para o PT, e tudo isso ocorre em dose dupla, porque há també os processos de cassação na Justiça Federal, que estão sendo abastecidos com a farta documentação já obtida pela força-tarefa da Lava Jato. A derrocada está em curso, é apenas uma questão de tempo.

Não há dúvida de que a investigação do processo de enriquecimento ilícito da família Lula vai avançar inexoravelmente, envolvendo não só o ex-presidente, mas também a própria mulher, os filhos, uma das noras e os amigos mais próximos, incluindo os que aceitaram fazer o papel de “laranjas” e acabarão sendo também incriminados por cumplicidade.

No desespero, Lula procurou um dos maiores criminalistas do país, Nilo Batista, que recorreu simultaneamente a todas as instâncias jurídicas imagináveis, incluindo o Conselho Nacional do Ministério Público, para evitar que o ex-presidente prestasse depoimento, e acabou derrotado em todas as petições.

Já prevendo o pior, Lula acaba de contratar mais um advogado em Curitiba, Juarez Cirino dos Santos, para acompanhar mais de perto a evolução dos inquéritos da Lava Jato. Acontece que nenhum advogado, por mais competente e ardiloso, consegue fazer milagres numa situação desse tipo, em que provas testemunhais e materiais se avolumam progressivamente. Sabe-se que as autoridades policiais e judiciais costumam ser bastante compreensivas com processos envolvendo celebridades e milionários, mas tudo tem limite, porque não existem argumentos que possam suplantar fatos concretos.

Portanto, as perspectivas para Lula, Dilma e o PT são sinistras, especialmente em função de novas delações premiadas – Delcídio do Amaral, Alexandre Romano, OAS, Odebrecht e até a mulher do marqueteiro Santana já se interessa, é um nunca-acabar. E cada depoimento representa mais munição à força-tarefa da Lava Jato.

Não há alternativa para Lula, que está para se tornar réu no inquérito do triplex. Pleitear um cargo e ministro é impossível, porque significaria crime de responsabilidade da presidente Dilma Rousseff. Só resta esperar que produza efeitos a conclamação do PT à militância, para tumultuar a situação política, implantando o caos nas ruas, com objetivo de melar o jogo, como se dizia antigamente. Mas não há clima para isso.

Na verdade, os ativistas do PT e os movimentos sociais, incluindo o “exército de Stédile” estão de mãos atadas. Não podem enfrentar a manifestação pelo impeachment de Dilma neste domingo, porque a Polícia Militar vai agir com rigor em todas as grandes cidades e as tropas de choque das Forças Armadas estarão de prontidão.

Lula está acuado e sem alternativa de escape. Na segunda-feira terá de prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro, acerca de seu relacionamento de amizade com o empresário José Carlos Bumlai, preso em Curitiba. Lula terá de ir até a sede da Polícia Federal, no centro de São Paulo, para depor em videoconferência. Com toda a certeza, haverá grande concentração de militantes petistas diante do prédio, para evitar o depoimento. É justamente aí que mora o perigo, como se diz hoje em dia.

A iniciativa da coragem

A postura decente é vir a público, reconhecer que fizeram coisa errada, afastar os executivos comprometidos, indenizar o poder público e se comprometer com políticas novas de alteração desse padrão de conduta. Não precisa governo para isso, não precisa político, não precisa nada. Precisa iniciativa privada corajosa
Sérgio Moro em palestra para empresários em Curitiba nesta quarta-feira

O que há de comum entre China e Brasil

Frequentemente apontada como aquilo que o Brasil gostaria de ser, já ha muito mais de comum entre a crise chinesa e a brasileira do que sonham os nossos filósofos de botequim. Mais, desgraçadamente, do lado ruim que do lado bom que aquela quinta parte da humanidade tem para exibir.

O regime comunista chinês começou a “privatizar” as primeiras residências para seus súditos já com a década de 90 do século 20 caminhando para o fim. Os primeiros contemplados com as autorizações para comprar casa própria foram os trabalhadores de “colarinho branco” com salários mais altos das cidades mais ricas. Eles tiveram, primeiro, acesso a crédito para comprar suas casas e, na sequência, programas do governo para ajudá-los a reformar, mobiliar e equipar essas casas e, até, comprar uma segunda casa como investimento.

A China rural e também os 270 milhões (hoje) de trabalhadores migrantes de salários mais baixos ficaram fora da festa. A razão é bem objetiva. Pelas médias de hoje esses trabalhadores ganham o equivalente a US$ 573 por mes, o que representa 70% do metro quadrado de apartamentos novos nas cidades menores do país e uma fração desse mesmo metro em cidades como Pequim e Shangai. Não dava mesmo para eles entrarem e até hoje isso é um problema sem solução.


Acontece que, como sempre em regimes com déficit agudo de democracia – o único antídoto eficiente contra a corrupção conhecido – os quadros do Partido Comunista Chinês logo descobriram que a criação de uma indústria imobiliária a partir do nada era a sua grande chance de saltar para o mundo dos ricos acariciado nos seus sonhos secretos. Lá, toda terra pertence ao estado e, como o estado pertence ao Partido Comunista Chinês, o partido único, e o partido único são pessoas, toda terra pertence na verdade a quem, dentro da hierarquia do partido, está em posição de ter o controle sobre esse bem, no caso, as células municipais do Partido Comunista Chinês.

Tudo se deu, portanto, entre amigos e correligionários (“companheiros” como se diz por aqui). O “construtor/incorporador”, o segundo elo dessa corrente da felicidade depois do pessoal do partido (um Odebrecht da vida), tinha de conseguir dele a autorização do partido para se tornar construtor, o financiamento do banco do partido para “comprar” a terra “pertencente” à célula municipal do partido, as máquinas do fabricante de máquinas do partido e os materiais de construção dos importadores e/ou das manufaturas do partido e, assim, tocar as obras e incorporar os imóveis a serem vendidos, com financiamento do partido, aos súditos escolhidos pelo partido.

Deu pra imaginar a festa? Uma vasta cadeia de petrobrases (ainda que tenham sido ordenhadas com competência aparentemente maior do que foi a nossa)…

Um estudo calculou em 4,5 trilhões de yuans ou 1/3 do PIB da China, já em 2003, o valor que foi “privatizado” por esse expediente para os “colarinhos brancos” e seus patrocinadores na primeira onda do processo. Mas ele estava apenas começando. A crise financeira internacional de 2007 expandiu a coisa para proporções gigantescas sob o pretexto bem conhecido dos brasileiros de “criar uma força anticíclica” para “impedir a entrada da crise no país” ou, dito em linguagem mais popular, transformar tsunamis em “marolinhas“. O PCC atirou-se a um frenesi de construção de estradas, ferrovias e gigantescos projetos imobiliários, tanto ligando coisa com coisa quanto o nada a lugar nenhum; tanto onde havia quanto onde não havia gente ou dinheiro para comprá-los e usá-los ou outra forma racional qualquer de justificativa ou expectativa de sustentabilidade.

Resultado: ha hoje na China imóveis novos desocupados suficientes para abrigar 90 milhões de pessoas, o equivalente à população da Alemanha inteira, e 90% deles estão em cidades de terceira ou quarta categoria, ou em verdadeiras cidades-fantasma, como Tianducheng, esta com cara de Paris que aparece na foto que abre esta postagem, onde nem ha ninguém morando, nem ha, nas vizinhanças, qualquer atividade que permita sustentar quem venha, um dia, a fazê-lo.

Dos 270 milhões de trabalhadores migrantes chineses, só 1% tem casa própria nas cidades onde trabalha mas o salário é insuficiente para comprar casas construídas segundo um raciocínio “político”, se é que pode-se chamar assim o que ocorreu, e não segundo uma lógica de mercado. Foi essa imensa bolha que acelerou artificialmente todas as economias do mundo, especialmente as fornecedoras de commodities (tipo ferro para citar só uma) como a nossa. Foi essa imensa bolha que, furada, vem esvaziando de fato as economias do mundo, especialmente as fornecedoras de commodities como a nossa.

Agora, com a ponta de cima dos assalariados chineses saturada de imóveis o PCC, à beira do pânico, tenta de todo jeito colocar os trabalhadores migrantes comprando imóveis faclitando-lhes o crédito e a burocracia envolvida. Só que é tarde demais. A indústria imobiliária tocava a cadeia mais importante da economia nacional e ocupava um grande numero desses trabalhadores migrantes, a produção doméstica de aço, outra de mão de obra intensiva, caiu pela primeira vez em 2015 depois de cortadas todas as importações (nós) e, com ela, foi andando para trás o resto da cadeia. Mesmo com todos os incentivos para as cidades pequenas e mais o congelamento das autorizações para compra de imóveis nas grandes, os empregos estão cada vez mais incertos. As construções novas caíram 15% em 2015 e prometem despencar mais em 2016 e isto ameaça toda a economia nacional inclusive com expectativa de crise bancária sistêmica.

Na cava da onda chinesa, afundam todas as economias do resto do mundo que tomaram por certo a permanência para sempre na crista dela.

Tudo isso vem demonstrar, mais uma vez, que por menos que se goste dela, a alternativa para a famigerada “mão invisivel do mercado” fiscalizada por um estado profilaticamente “desmisturado” dela ditando o rumo e o ritmo da economia é a mão do ladrão livre para agir em função do casamento do poder político com o poder econômico pisando em tudo e em todos, roendo por baixo a riqueza nacional e cobrando, por cada ano de “avanço” pelo caminho “fácil” vendido aos trouxas pela esperteza pretensamente iluminada, 5 ou 6 de marcha a ré na hora que a ficha cai.

Até prova em contrário, Lula, agora, quer incendiar o país

Vi e ouvi o discurso do ex-presidente Lula pelo 36º aniversário do PT. Depois de dizer que está de “saco cheio”, o petista insinuou que será candidato em 2018: “Em 2018”, disse, “estarei com 72 anos e ‘tesão’ de 30 para ser candidato a presidente da República”.

Lula sempre gostou de expressões chulas. Foi assim que aprendeu a fazer discursos, desde as portas de fábricas em São Bernardo do Campo. Só que o público de que antes dispunha foi se afastando aos poucos. Muitos dos que o ouviram ontem, hoje, são mais exigentes. Dispensam essa linguagem que, na realidade, é a principal característica do seu capital político. Extremamente pobre, aliás.

Logo depois que ouvi o seu pretensioso falatório, meu computador se encheu de mensagens contendo detalhes do que teria dito o senador petista Delcídio do Amaral, em delação que teria sido feita no dia 19 de fevereiro, na qual mira não só o PT, mas outros partidos.

É terrível o perfil psicológico que o senador traça de si mesmo. Mas, se o que foi divulgado tiver um mínimo de verdade, a presidente Dilma e o velho parlapatão dificilmente se salvarão. No caso da presidente, a coisa é pior: cai por terra a aura que muitos brasileiros ainda atribuem a ela: “Ela tem muitos defeitos”, dizem, “mas desonesta não é”. (Atenção, leitor: o que Delcídio disse precisa ser confirmado).

Em seguida, a operação Lava Jato atingiu o seu ponto crucial. Por decisão do juiz Sérgio Moro, o petista foi coercitivamente conduzido para depor na Polícia Federal e, de quebra, teve quebrados os sigilos bancário e fiscal. Depois de prestar depoimento, aproveitou para fazer comício na sede do PT de São Paulo. Bastante irritado, cuspiu marimbondos. Acha-se definitivamente acima de tudo e de todos. Sua condução coercitiva, que nada teve de anormal (ou não somos todos iguais perante a lei?), serviu para acordar a jararaca. Disse o diabo contra a imprensa, a Justiça e a elite (à qual pertence hoje), mas não deu explicações substantivas às acusações que se avolumam contra ele.
Ao lado do súdito Rui Falcão e de uma galera adrede escolhida, deitou e rolou, exibindo, em sinal de fraqueza, uma arrogância que, ao que me pareceu, piorou e cresceu com o tempo. Encerrado o comício, desliguei o televisor e concluí que Lula, não por algum ideário, mas por vaidade e, agora, vingança, quer mesmo botar fogo no país.

No dia seguinte, recebi o vídeo feito por Jandira Feghali apoiando o companheiro. Nele, enquanto a deputada (PCB-RJ) dizia que o ex-presidente estava muito calmo, ouvia-se, ao fundo, o próprio Lula dizer à presidente Dilma, por telefone, a seguinte frase: “Eles que enfiem no c. todo o processo”. Ao se defender tão grosseiramente, postou-se no canto do ringue que ele mesmo construiu. Aguentará, afinal, quantos rounds?

A verdade é que Lula não consegue se livrar do poder que lhe subiu à cabeça. Considera-se o maior presidente da história do país e o que mais recebeu homenagens no mundo, mas não percebe (ou finge não perceber) que, no mínimo, como presidente, ganhou presentes milionários de empreiteiras provadamente comprometidas com desvios criminosos de dinheiro público. Embora saibamos, leitor, que tal prática é antiga no país, essa verdade não o absolve nem justifica o que fez.

Mas a grande falha de Lula está mesmo na escolha de sua sucessora. A presidente Dilma demonstra, pela segunda vez, que é um mal para o país, agravado, claramente, pela atuação do seu criador.

Só as ruas salvarão a democracia!

Circo renascido no fogo

Se os movimentos esquerdistas estão ligados com os Direitos Humanos, não estão para promover algo harmônico, cauteloso, prudente ou gradual. Querem que o circo pegue fogo, pois acreditam que do fogo nascerá… um circo maior ainda.
Hiago Rebello

Lula ministro é berçário dado ao rei Herodes

Dilma Rousseff aceitou oferecer um de seus ministérios para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar que ele seja preso na Lava Jato por uma decisão do juiz Sergio Moro. A informação é do jornal Folha de S.Paulo . Ministros próximos de Dilma e de Lula tentaram convencer o ex-presidente a aceitar a oferta.

O plano agora é nomear Lula no ministério para mudar a lei e atrofiar a lava jato.

Não tem solução via policia ou judiciário.

Sobra o legislativo.

Seria na pratica os corrompidos legislarem para tornar ineficaz a operação que persegue a corrupção.

Imaginação para isso não falta no Congresso e menos nos empreiteiros que financiaram a eleição desse no Congresso.

O foco é regulamentar matando a delação.

Lembrem-se: dos 32 partidos registrados no Brasil, 28 receberam dinheiro das empreiteiras investigadas na Lava Jato nas duas últimas eleições gerais.

As empreiteiras investigadas na Lava Jato canalizaram 70% das doações que declararam à Justiça eleitoral em 2010 e 2014 a candidaturas do PT, do PSDB e do PMDB. Dos R$ 930 milhões (em valores atualizados pelo IPCA/IBGE) repassados por essas empresas, R$ 660 milhões bancaram candidatos dessas três legendas. O PT ficou com R$ 308 milhões (33%), o PSDB com R$ 189 milhões (20%) e o PMDB com R$ 162 milhões (17%).

Essas construtoras financiaram, ainda, outras 25 legendas com R$ 270 milhões. Ou seja, dos 32 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, 28 (87%) foram financiados nas duas últimas eleições gerais por empreiteiras acusadas pelo Ministério Público Federal de integrar um cartel para desviar recursos da Petrobras, o chamado “clube do bilhão”.Apenas o Psol, o PCB, o PSTU e o PCO – legendas de esquerda e extrema-esquerda, não foram beneficiadas pelo grupo.

Só no ano passado, PT, PSDB e PMDB tiveram um auxílio de R$ 306 milhões dos grupos Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Toyo Setal e UTC Engenharia. Dessas, só a Toyo não doou a esses três partidos em 2010.

Esse é o golpe: Lula blindado pelo legislativo que também come das empreiteiras…

E o país na ...


Ela sairá do poder – ou será saída – numa boa. Com direito a uma confortável aposentadoria, ajudantes de ordem, seguranças, etc...
Deixará para trás um país afundado na ... Pois é.
Ricardo Noblat, "Governo de merda" 

O governo perante a lei

O mineiro Artur Bernardes entrou para a História como um presidente autoritário, que governou em grande parte de seu mandato sob estado de sítio. A ele é atribuída uma sentença que não deixa dúvidas quanto a isso: “Aos amigos, tudo; aos inimigos, o rigor da lei”. O gaúcho Getúlio Vargas, que derrubou a República Velha, adotou-a e empregou-a como palavra de ordem de comandante da Revolução de 1930, presidente provisório, escolhido de forma indireta em 1934, ditador do Estado Novo e eleito pelo povo, em 1950. Esse lema poderia até substituir o dístico da Bandeira Nacional, inspirado no positivismo de Augusto Comte: “Ordem e progresso”.

Neste instante em que o retrocesso traz, como “nunca antes na História deste país”, a perspectiva assustadora do caos, pois a presidente da República se mantém no poder, mas não governa, e a economia desaba no buraco do passado, a garantia da prosperidade pela ordem parece mais uma anedota de humor negro. E à sociedade desamparada, aflita pela queda de produção e consumo, que gera o desemprego crescente, resta apegar-se à recente conquista de um Estado Democrático de Direito de verdade, cujo objetivo é a igualdade de todos perante a lei, agora ameaçada por quem comanda a máquina pública federal por delegação da maioria dos cidadãos, consultados em eleição.

Uma nesga de esperança raiou no céu da Pátria quando recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a Ação Penal (AP) n.º 470, conhecida vulgarmente como mensalão, esquema de corrupção assim definido pelo delator Roberto Jefferson. Nele o governo corrompia o Poder Legislativo para garantir apoio a suas decisões. Sob a presidência de Carlos Ayres Britto e, depois, de Joaquim Barbosa, a mais elevada Corte de Justiça processou e condenou altos dirigentes do governo e do partido de Luiz Inácio Lula da Silva. E atingiu pioneiramente maganões da República corrompida, negando o axioma ancestral de que cadeia é exclusividade de pretos, pobres e prostitutas.

Mas a força-tarefa da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), sob a égide do juiz federal Sergio Moro, em Curitiba, dissipou essa ilusão otimista ao investigar como funcionava o propinoduto da Petrobrás e também de outras empresas e autarquias federais para enriquecer companheiros e beneficiar aliados. Uma série de coincidências afortunadas, iniciada com a devassa de lavagem de dinheiro de burocratas e políticos corrompidos pelas maiores empreiteiras do País, revelou evidências de que não eram descabidas as denúncias de malversação de dinheiro do povo na contratação de obras públicas. O caixa 2 de um posto de gasolina em Brasília virou uma cornucópia inimaginável.

Isso só foi possível por uma série de eventos inesperados. O primeiro deles foi a volta do juiz que mais conhece lavagem de dinheiro no País à primeira instância no Estado onde nasceu, viveu e prosperou o doleiro reincidente Alberto Youssef. A repetição da impunidade garantida na Operação Castelo de Areia tornou-se mais difícil depois da morte do mago das causas vitoriosas em tribunais de terceira instância para cima, Márcio Thomaz Bastos. E a devassa ficou mais consistente e ágil por causa da competência e da lisura dos agentes e procuradores federais e da obediência ao acordo internacional que incorporou o Brasil ao Primeiro Mundo no combate à corrupção. Isso se completa com o aprimoramento da contribuição de réus confessos à Justiça, erroneamente definida de forma pejorativa como delação premiada, que dá aos investigadores o caminho das pedras para obterem provas.

A pusilanimidade da oposição foi compensada pela labuta diligente e corajosa dos meios de comunicação, que têm informado à sociedade fatos relevantes revelados em delação. E também pela histórica decisão do STF de autorizar ordens de prisão contra condenados em segunda instância.
O assassínio do autor do programa de governo na primeira vitória de Lula à Presidência, Celso Daniel, a rapina na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), o mensalão, o petrolão, a compra de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e a concessão de privilégios a “compadritos” pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não são casos estanques. Mas constituem um escândalo só.

Delitos comprovados e passeios de burocratas e dirigentes de partidos do governo, em especial o PT, pelo Código Penal e entre vários processos mostram que o assalto a estatais foi planejado, organizado e cometido após a ocupação de altos cargos na máquina e nas empresas públicas. Do noticiário pode-se concluir que os gestores da União nestes 13 anos, ao contrário do que imaginavam seus adversários, não seguiram as diretrizes do marxismo-leninismo, do stalinismo, do foquismo cubano, do socialismo, peronismo, bolivarianismo, sandinismo ou qualquer ideologia de esquerda.

A ruína econômica de Cuba e Venezuela foi construída pelos tiranetes de esquerda Fidel e Raúl Castro, Hugo Chávez e Nicolás Maduro. E estes inspiram seus asseclas brasileiros por saberem tirar proveito do acesso sem fiscalização a orçamentos públicos. É o caso do comunista angolano José Eduardo dos Santos, pai de Isabel, a mulher mais rica da África. Mas seus reais inspiradores são, de fato, assaltantes comuns, como Tião Medonho e Fernandinho Beira-Mar. A retórica populista é só pretexto.

A visita de Dilma ao antecessor em solidariedade por sua condução coercitiva pela força-tarefa da Lava Jato não deixa dúvidas de que a chefe do governo apoia o líder dos investigados na operação policial. E não os investigadores. Seu desgoverno presta serviço à impunidade e ao privilégio e fica contra agentes do Estado que tentam garantir a igualdade de todos diante da lei e devassar o maior escândalo de corrupção da História, para puni-los.
José Nêumanne

Nos escaninhos da Justiça, a jararaca é fujona

Na última sexta-feira, abespinhado por ter sido conduzido pela Polícia Federal para prestar depoimento em inquérito da Lava Jato, Lula pintou-se para a guerra: “Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, porque a jararaca está viva.” Fez pose de valente: “Não devo e não temo.”

Decorridos quatro dias, Lula bateu novamente na porta do STF. Pede que o plenário da Suprema Corte analise seu pedido para suspender as investigações sobre a propriedade de dois imóveis: o tríplex no Guarujá, que Lula diz ter desistido de comprar depois que virou escândalo, e o sítio de Atibaia, que virou escândalo porque ele utiliza mesmo sem comprar.

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A ministra Rosa Weber havia indeferido na semana passada liminar sobre o mesmo pedido. Mas a defesa de Lula não se conforma com a investigação. O objetivo explícito é retirar o caso das mãos do juiz Sérgio Moro. A meta oculta é empurrar com a barriga o encontro de Lula com suas fragilidades.

Ao criticar o juiz da Lava Jato por ter emitido contra ele uma ordem de “condução coercitiva” até o local do depoimento, Lula tachou a medida de desnecessária. Disse que, como “melhor presidente que esse país já teve”, merecia “mais respeito”. “Bastava o Moro me convidar, que eu iria a Curitiba. Eu adoro Curitiba.”

Num comício de desagravo realizado no Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Jararaca rosnou: “Cutucaram o cão com vara curta. Eu quero oferecer a vocês esse jovem de 70 anos de idade, com tesão de 30, corpo de atleta de 20 anos. […] A partir de hoje, a única resposta à insolência e ofensa que fizeram a mim é ir pra rua e dizer: ‘Eu tô vivo e sou mais honesto que vocês’.”

Com sua nova petição ao STF, a Jararaca revela-se capaz de tudo, menos de dar explicações. No escurinho dos escaninhos da Justiça, a valentia é substituída pela fuga. A cobra criada do PT não tem nada a temer, salvo o próprio medo. Sofre de Morofobia.