quarta-feira, 21 de maio de 2014

Não se silencia

"Na primeira noite colhem uma flor de nosso jardim, e não dizemos nada. Na segunda, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que, conhecendo nosso medo, arrancam-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada" 
Vladimir Mayakovsky (1893/1930), conhecido como "o poeta da Revolução", foi poeta, dramaturgo e teórico russo 

Fábrica de presidentes suspeitos


O ex-presidente salvadorenho Francisco Flores Pérez se juntou ao grupo dos outros ex-presidentes constitucionais e governantes de fato da América Central que foram denunciados por suposta corrupção. De um total de 32 homens e mulheres que governaram os seis países centro-americanos entre 1990 e 2010, há 13 que estão sendo ou foram interrogados por supostos atos irregulares e um deles – o guatemalteco Alfonso Portillo Cabrera – já foi extraditado aos Estados Unidos e está preso por “lavagem” de dinheiro e outras acusações.
O histórico dos presidentes e ditadores nos últimos 35 anos é desigual. Há políticos com prestígio e outros, do costarriquenho Oscar Arias Sánchez, que coleciona títulos honoris causa de universidades na América, Europa e Ásia e é um dos mais prestigiados da região, até Efraín Ríos Montt, acusado de genocídio em seu regime despótico de 1982 e 1983, ou o nicaraguense Anastasio Somoza Debayle, herdeiro de uma ditadura instalada em 1934, derrubado em 1979 e assassinado em um ataque com bazuca no Paraguai, em 1980.
A crise judicial envolvendo políticos ou militares que chegaram ao poder por meios legais ou ilegais tem sido uma constante nos últimos anos, e o caso mais recente é o de Flores, que governou de 1999 a 2004. No dia 1º de maio, e no fim de mais de seis meses de tensões na Justiça, a Procuradoria-Geral de El Salvador o acusou de peculato, enriquecimento ilícito e desobediência de particulares, e ordenou a prisão dele. Em 9 de maio, a Polícia Internacional (Interpol) emitiu um alerta vermelho para pedir a prisão de Flores em algum dos seus 190 países associados e colocou a fotografia do ex-mandatário na sua página na Internet.

Cabo Frio

Giuseppe Giannini Pancetti (1902/1958), 
mais conhecido como José Pancetti

O que a Copa mudou na África do Sul


Moradora da periferia de Johanesburgo, maior cidade da África do Sul, Yvonne Raedane diz não se importar "nem um pouco" com futebol. Mas questionada se sediar a Copa do Mundo de 2010 foi um bom negócio, ela diz: "Para mim, foi claramente um bom negócio".
Raedane se refere às melhorias feitas no transporte público de Joanesburgo na véspera do Mundial, que surtiram grande efeito em sua rotina.
Pouco antes do torneio, o governo local inaugurou os primeiros trechos de um sistema de corredores de ônibus (BRT) e de um trem de alta velocidade.
Numa cidade sufocada pelo trânsito e em que, até então, a maioria dos moradores dependia de carros ou lotações para se deslocar, os investimentos tiveram um impacto sensível.
A postura de Joanesburgo contrasta com a da maioria das cidades brasileiras que sediarão jogos da Copa, onde grande parte das obras em transporte público planejadas para o evento foi abandonada ou não será entregue a tempo.