quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Grande audiência



O califado petista

Eles não confiam na 'sociedade'; só pensam no Estado, na interferência em tudo
As eleições para presidente não serão “normais” — apenas uma disputa entre dois partidos para ver quem fica com o poder. Não. Trata-se de uma batalha entre democratas e não democratas. Está na hora de abrirmos os olhos, porque está em curso o desejo de Dilma e seu partido de tomar o governo para mudar o Estado. Não tenho mais saco para tentar análises políticas sobre a “não política”. Não aguento mais tentar ser “sensato” sobre a insensatez. Por isso, só me resta fazer a lista do que considero as doenças infantis do petismo, cuja permanência no poder pode arrasar a sociedade brasileira de forma irreversível.

O petismo tem a compulsão à repetição do que houve em 1963; querem refazer o tempo do Jango, quando não conseguiram levá-lo para uma revolução imaginária, infactível. Os petistas querem a democracia do Comitê Central, o centralismo democrático, o eufemismo que Lênin inventou para controlar Estado e sociedade. Eles não confiam na “sociedade”; só pensam no Estado, na interferência em tudo, no comportamento dos bancos, nos analistas de mercado e principalmente no velho sonho de limitar a liberdade de opinião. Assinam embaixo da frase de Stálin: “As ideias são muito mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas, por que deveríamos permitir que tenham ideias?”. Nossa maior doença — o Estado canceroso — será ignorada e terá uma recaída talvez fatal. Não fazem autocrítica e não querem ser criticados.
Leia mais o artigo de Arnaldo Jabor

Recomenda-se cuidado


É preciso matar o medo


Só tem medo quem receia perder as regalias ou teme ver seus crimes desvendados
 As últimas pesquisas fazem prever que os marqueteiros vão recomendar o discurso do medo e a utilização de chavões como falta de preparo e um risco Brasil para conter a qualquer custo o fortalecimento de Marina Silva na corrida eleitoral, após a morte de Eduardo Campos. Esse surrado discurso, que enche bolsos criminosos com dinheiro público, precisa ser rejeitado para que se estabeleça uma discussão política sem penduricalhos fabricados em estúdios.  

Qualquer eleitor com credibilidade, honesto em seu voto, renega essas arapucas que só fazem imenso mal. Nossas eleições não destacam o valor político, suplantado pela arrumação de profissionais da maquiagem. Se tornou um vício, condenável, o eleitor se socorrer nas pesquisas e marquetagem para definir-se.

Foi-se o tempo da discussão livre, leve e solta, do debate para se concluir. Resta-nos acompanhar marionetes, quando não têm o que dizer, manipuladas por publicitários. Uma visão aterradora para qualquer democracia que se considere séria por mostrar que tudo não passa de uma mascarada para apenas manter o que já está.   

Uma das “armas” arquitetadas para o combate será uma falta de preparo que o PT pretende imputar a Marina, uma cidadã formada em História, integrante das lutas de Chico Mendes, ex-queridinha de Lula, ex-ministra e atual senadora. Como o eleitor honesto, não corrompido pela lavagem petista, pode alegar falta de preparo diante de tal currículo?

Evangelismo também é cotado para diminuir o potencial da candidata. Mas o que fazem tantos evangélicos, altamente participantes e captalizadores de votos fiéis, que não seja catecismo politiqueiro, e estão aí disputados a tapa pelos próprios petistas?

Qualquer eleitor que deseje sinceramente acompanhar uma eleição, escolher seu candidato sem o excesso de maquiagem das campanhas, precisará se livrar desses chavões surrados que marcam as últimas eleições.

E principalmente deve rejeitar o medo, esse fantasma que usam como se assustassem criancinhas, e o eleitor assim se deixa levar como um cidadão infantil. O uso do medo é mais um jeito fascista de dirigir as eleições, que se tem que rejeitar com veemência. Nenhum cidadão pode ter medo de votar em quem acha o mais preparado. Se apropriar do medo como ingrediente para afugentar eleitores de um determinado candidato, é uma das maiores cafajestadas seja contra quem for.

Está no direito do eleitor errar ou acertar. Como nos últimos 12 anos quando por duas vezes errou feio, e sem medo. E está pagando caro por dar com os burros n’água. Mas vai aprender um dia sem precisar ser um medroso incapaz como querem os marqueteiros do continuísmo.