sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
O nosso maior inimigo
Talvez a maior herança que a realização da Copa do Mundo em 2014 tenha nos deixado seja a introdução do zika vírus em território nacional. Passou quase despercebido, mas em maio do ano passado o então ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmava que a chegada da nova doença já era aguardada, trazida na bagagem dos milhares de turistas que aqui aportaram para assistir os jogos. Não é portanto coincidência que o registro de casos de pessoas infectadas tenha ocorrido exatamente a partir de 2014, acentuando-se no ano passado. Na época, Chioro chegou a afirmar que a descoberta do vírus não era motivo de preocupação, por se tratar de uma doença “mais branda” que a dengue…
Em novembro, menos de seis meses depois, Chioro já afastado da Pasta, o Governo decretou emergência em saúde pública. Dia a dia crescem os números de bebês nascidos com microcefalia provocada pelo zika vírus. A última contagem de casos suspeitos ultrapassava os 3,5 mil, com ocorrência em 20 das 27 unidades da Federação. Além disso, há grandes possibilidades de uma outra doença, a Síndrome de Guillen-Barré, que afeta o sistema nervoso e pode acarretar paralisia muscular, também ser causada pelo zika vírus.
O zika vírus é transmitido pelo Aedes aegypti, responsável pela difusão da dengue. O mosquito encontrava-se entre nós desde que aqui aportaram os primeiros navios negreiros, mas no começo do século XX chegou a ser totalmente erradicado. Em 1967, foi de novo constatado no Brasil, em Belém do Pará, e em 1981 ocorreu o primeiro surto de dengue comprovado laboratorialmente, em Boa Vista (RR). O ano passado registrou a maior epidemia da história: mais de 1,6 milhão de casos, com 863 mortes. Além disso, o mosquito também dissemina a febre chikungunya, registrada inicialmente em 2010.
É fato que o nosso sistema de saúde está falido. Hospitais lotados, falta de medicamentos, profissionais mal pagos, tudo contribui para que a população, principalmente a mais pobre, sofra as consequências de décadas de má administração das verbas públicas, assentada no profundo desprezo que os políticos todos, sem exceção, devotam à coletividade. Assim como a educação, saúde no Brasil nunca foi direito, mas sim privilégio. Desconhecemos o conceito de prevenção, que é olhar à frente, a longo prazo. Aqui, tudo é provisório, precário, inconsequente.
A confissão do ex-ministro da Saúde, de que se sabia que o zika vírus poderia ser introduzido por turistas durante a Copa do Mundo, é mais uma prova de nosso desleixo. Evidentemente, não se tinha notícia, naquela altura, da relação entre o vírus e a malformação congênita de fetos, mas de qualquer maneira a incidência da dengue já era suficientemente grande para colocar os órgãos públicos em alerta. Entretanto, valores mais altos estavam em jogo: enquanto o Brasil gastou R$ 25,6 bilhões para realizar a Copa do Mundo – deste total, 84% foram investimentos públicos –, a FIFA, mergulhada em escândalos de corrupção, faturava R$ 19 bilhões.
Algumas perguntas ficam dando voltas, como moscas a nos incomodar. Quanto o Ministério da Saúde irá gastar daqui para a frente para continuar combatendo, sem sucesso algum, o Aedes aegypti? Quanto a economia brasileira perde a cada vez que um trabalhador tem que se ausentar do serviço por conta das consequências da dengue e da chikungunya? Qual a extensão da Síndrome de Guillen-Barré? Pior: quantos bebês com microcefalia estarão condenados pelo resto da vida a uma existência sacrificada? O que o Estado fará por eles? E pela família deles?
Assim como a Copa do Mundo, as Olimpíadas do Rio de Janeiro, que ocorrem entre 5 e 21 de agosto, foram reivindicadas pelo Brasil dentro de um contexto de ufanismo. Enganávamo-nos acreditando que havíamos deixado para trás nossa história de incompetência, de corrupção e de provincianismo, e que poderíamos ombrear com os países ricos, diferenciando-nos do resto do mundo, embalados por um conceito abstrato, o dos BRICs, criado pelos especuladores de Wall Street… O nosso maior inimigo não é a corrupção, o Aedes aegypti, a ignorância… Nosso maior inimigo somos nós mesmos, que não conseguimos nunca pensar coletivamente, que não conseguimos nunca sair do conforto da nossa imensa mediocridade…
Luiz Ruffato
Em novembro, menos de seis meses depois, Chioro já afastado da Pasta, o Governo decretou emergência em saúde pública. Dia a dia crescem os números de bebês nascidos com microcefalia provocada pelo zika vírus. A última contagem de casos suspeitos ultrapassava os 3,5 mil, com ocorrência em 20 das 27 unidades da Federação. Além disso, há grandes possibilidades de uma outra doença, a Síndrome de Guillen-Barré, que afeta o sistema nervoso e pode acarretar paralisia muscular, também ser causada pelo zika vírus.
O zika vírus é transmitido pelo Aedes aegypti, responsável pela difusão da dengue. O mosquito encontrava-se entre nós desde que aqui aportaram os primeiros navios negreiros, mas no começo do século XX chegou a ser totalmente erradicado. Em 1967, foi de novo constatado no Brasil, em Belém do Pará, e em 1981 ocorreu o primeiro surto de dengue comprovado laboratorialmente, em Boa Vista (RR). O ano passado registrou a maior epidemia da história: mais de 1,6 milhão de casos, com 863 mortes. Além disso, o mosquito também dissemina a febre chikungunya, registrada inicialmente em 2010.
É fato que o nosso sistema de saúde está falido. Hospitais lotados, falta de medicamentos, profissionais mal pagos, tudo contribui para que a população, principalmente a mais pobre, sofra as consequências de décadas de má administração das verbas públicas, assentada no profundo desprezo que os políticos todos, sem exceção, devotam à coletividade. Assim como a educação, saúde no Brasil nunca foi direito, mas sim privilégio. Desconhecemos o conceito de prevenção, que é olhar à frente, a longo prazo. Aqui, tudo é provisório, precário, inconsequente.
A confissão do ex-ministro da Saúde, de que se sabia que o zika vírus poderia ser introduzido por turistas durante a Copa do Mundo, é mais uma prova de nosso desleixo. Evidentemente, não se tinha notícia, naquela altura, da relação entre o vírus e a malformação congênita de fetos, mas de qualquer maneira a incidência da dengue já era suficientemente grande para colocar os órgãos públicos em alerta. Entretanto, valores mais altos estavam em jogo: enquanto o Brasil gastou R$ 25,6 bilhões para realizar a Copa do Mundo – deste total, 84% foram investimentos públicos –, a FIFA, mergulhada em escândalos de corrupção, faturava R$ 19 bilhões.
Algumas perguntas ficam dando voltas, como moscas a nos incomodar. Quanto o Ministério da Saúde irá gastar daqui para a frente para continuar combatendo, sem sucesso algum, o Aedes aegypti? Quanto a economia brasileira perde a cada vez que um trabalhador tem que se ausentar do serviço por conta das consequências da dengue e da chikungunya? Qual a extensão da Síndrome de Guillen-Barré? Pior: quantos bebês com microcefalia estarão condenados pelo resto da vida a uma existência sacrificada? O que o Estado fará por eles? E pela família deles?
Assim como a Copa do Mundo, as Olimpíadas do Rio de Janeiro, que ocorrem entre 5 e 21 de agosto, foram reivindicadas pelo Brasil dentro de um contexto de ufanismo. Enganávamo-nos acreditando que havíamos deixado para trás nossa história de incompetência, de corrupção e de provincianismo, e que poderíamos ombrear com os países ricos, diferenciando-nos do resto do mundo, embalados por um conceito abstrato, o dos BRICs, criado pelos especuladores de Wall Street… O nosso maior inimigo não é a corrupção, o Aedes aegypti, a ignorância… Nosso maior inimigo somos nós mesmos, que não conseguimos nunca pensar coletivamente, que não conseguimos nunca sair do conforto da nossa imensa mediocridade…
Luiz Ruffato
Das Ordenações Filipinas às Desordenações Lulistas
Meu dia começa com o café da manhã e a leitura do Blog do Noblat e dos jornais. É um vício cultivado com enorme prazer. Começo pela capa, depois passo para os artigos e, em seguida, leio o Blog e os jornais, inteirinhos. Gosto especialmente dos artigos assinados e tenho como hábito ler quem assina um texto antes de lê-lo.
Por isso, quando vi a “Carta aberta em repúdio ao regime de supressão episódica de direitos e garantias verificado na Operação Lava Jato”, tive o trabalho de ler aquele montão de assinaturas. Reconheci no máximo uns oito nomes, de tanto que são repetidos nos jornais em matérias sobre o Mensalão ou sobre o Petrolão.
E me enfronhei na leitura. Fiquei surpresa, diria mesmo que estupefacta.
Sempre achei que em algum momento estouraria um movimento contra o juiz Sergio Moro, a Lava Jato, o Ministério Público e a Polícia Federal. Só não sabia de que lado viria o tranco.
Afinal, eles estão mostrando aos brasileiros como foi que o Brasil se comportou nos últimos 14 anos e pela primeira vez na vida o Brasil está vendo graúdos receberem o que a Justiça determinou que lhes cabe.
Mas o ataque vir justo do grupo que muito lucrou com os processos? Dos advogados contratados a peso de ouro para defender os acusados?
Suspeito que habituados a ver minguar a força do poder do dinheiro, os signatários da Carta estavam em estado de choque ao assinar o texto que um deles redigiu.
Dizer, como disseram e assinaram, que os juízes se intimidaram pelo noticiário e que assim julgaram os casos de seus clientes?.Ou seja, que a Imprensa é quem julga?
Será que não lhes passou pela cabeça que os Donos do Poder perderam a força que tinham quando a sociedade, envergonhada com sua própria fraqueza ao permitir durante tanto tempo que o Brasil fosse o Reino da Impunidade, resolveu que ia respeitar seu Sistema Judiciário e ignorar o choro ridículo de seus detratores?
O que eles estão é preocupados pois que de agora em diante creio que poucos serão os acusados, indiciados e que tais que se submeterão a pagar as quantias fantásticas que lhes são pedidas, já que a delação premiada, se comprovada, fará por eles o que seus patronos não fizeram.
“A delação premiada é um instrumento criado por nós. O portal da transparência fomos nós que criamos. A Lei do Acesso à Informação fomos nós que criamos. A Controladoria Geral da República fomos nós que criamos e demos autonomia. O Ministério Público nunca teve tanta autonomia. A Polícia Federal nunca teve tanto pessoal contratado para investigar”, lembra Lula.
Estará Lula enganado? Talvez, ele não mente. Engana-se.
Acontece que a História do Brasil colonial garante que isso não é fato. Já nas Ordenações Filipinas, de 1565, o texto que se referia à “Delação Premiada” tem a seguinte redação: “Como se perdoará aos malfeitores que derem outros à prisão”.
Aos poucos fomos perdendo as imposições das Ordenações Filipinas e a elegância da linguagem.
Não seria bom ler “Vamos Perdoar ao Lula, a Viva Alma mais Honesta do Planeta, Posto Que, Ao Falar O Que Sabe e o Que Fez, Deu Terceiros à Prisão?”
Por isso, quando vi a “Carta aberta em repúdio ao regime de supressão episódica de direitos e garantias verificado na Operação Lava Jato”, tive o trabalho de ler aquele montão de assinaturas. Reconheci no máximo uns oito nomes, de tanto que são repetidos nos jornais em matérias sobre o Mensalão ou sobre o Petrolão.
E me enfronhei na leitura. Fiquei surpresa, diria mesmo que estupefacta.
Sempre achei que em algum momento estouraria um movimento contra o juiz Sergio Moro, a Lava Jato, o Ministério Público e a Polícia Federal. Só não sabia de que lado viria o tranco.
Mas o ataque vir justo do grupo que muito lucrou com os processos? Dos advogados contratados a peso de ouro para defender os acusados?
Suspeito que habituados a ver minguar a força do poder do dinheiro, os signatários da Carta estavam em estado de choque ao assinar o texto que um deles redigiu.
Dizer, como disseram e assinaram, que os juízes se intimidaram pelo noticiário e que assim julgaram os casos de seus clientes?.Ou seja, que a Imprensa é quem julga?
Será que não lhes passou pela cabeça que os Donos do Poder perderam a força que tinham quando a sociedade, envergonhada com sua própria fraqueza ao permitir durante tanto tempo que o Brasil fosse o Reino da Impunidade, resolveu que ia respeitar seu Sistema Judiciário e ignorar o choro ridículo de seus detratores?
O que eles estão é preocupados pois que de agora em diante creio que poucos serão os acusados, indiciados e que tais que se submeterão a pagar as quantias fantásticas que lhes são pedidas, já que a delação premiada, se comprovada, fará por eles o que seus patronos não fizeram.
“A delação premiada é um instrumento criado por nós. O portal da transparência fomos nós que criamos. A Lei do Acesso à Informação fomos nós que criamos. A Controladoria Geral da República fomos nós que criamos e demos autonomia. O Ministério Público nunca teve tanta autonomia. A Polícia Federal nunca teve tanto pessoal contratado para investigar”, lembra Lula.
Estará Lula enganado? Talvez, ele não mente. Engana-se.
Acontece que a História do Brasil colonial garante que isso não é fato. Já nas Ordenações Filipinas, de 1565, o texto que se referia à “Delação Premiada” tem a seguinte redação: “Como se perdoará aos malfeitores que derem outros à prisão”.
Aos poucos fomos perdendo as imposições das Ordenações Filipinas e a elegância da linguagem.
Não seria bom ler “Vamos Perdoar ao Lula, a Viva Alma mais Honesta do Planeta, Posto Que, Ao Falar O Que Sabe e o Que Fez, Deu Terceiros à Prisão?”
Monólogos da TPN
Foi dada a largada para o concurso de o homem mais honesto do Brasil.
Nas duas primeiras posições, disputando cabeça a cabeça a liderança, estão Paulo Salim Maluf, que corre na raia desde 2002, quando assim se declarou, e Lula da Silva, que entrou na competição esta semana.
Nas duas primeiras posições, disputando cabeça a cabeça a liderança, estão Paulo Salim Maluf, que corre na raia desde 2002, quando assim se declarou, e Lula da Silva, que entrou na competição esta semana.
Apesar de ter entrado atrasado na corrida, Lula já ameaça a liderança de Maluf, por ter colocado na disputa a Polícia Federal, a Justiça, a alma e até mesmo o Vaticano.
A impetuosa entrada de Lula na competição assustou o concorrente Maluf, que tranquilamente desfilava a passe de trote, mantendo o mesmo ritmo desde 2002, quando entrou na raia disputando sozinho o grande páreo- o que parecia garantir-lhe uma vitória tranquila.
Cercado por uma plêiade de blogueiros amigos, amestrados e salivantes, o ex-presidente Lula, no instituto que leva seu nome, lançou-se à disputa com um repto que fez estremecer o solo, devidamente anotado e transmitido ao mundo por seus taquígrafos de estimação:
“Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste País, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”.
A declaração de Lula causou viva animação entre os combatentes das tropas governistas nas redes sociais e uma profunda consternação entre os partidários de Paulo Maluf, que disputava sozinho a primazia e já se aproximava do disco final sem ser ameaçado por ninguém.
A posição de Maluf foi bastante enfraquecida pela falta de substância em relação à declaração de Lula. Maluf disse, em 2002, que era apenas “o político mais honesto do Brasil”. Não envolveu em sua enfática declaração nem sequer uma mísera comparação com o Pai, o Filho nem o Espírito Santo.
Convenhamos: que glória há em ser apenas “o político mais honesto do Brasil” perto de alguém que é nada menos do que “a viva alma mais honesta do Brasil”?
Mas o ex-presidente não se limitou a ditar aos seus taquígrafos as compulsões de seu transtorno de personalidade (na psiquiatria, o nome do distúrbio de Lula é conhecido como TPN- Transtorno de Personalidade Narcisista). Ele também discorreu sobre generalidades como economia, política, Lava Jato, etc. Só não fez nenhuma divagação sobre a descoberta do nono planeta do sistema solar, descoberto pelos astrônomos, porque ninguém perguntou.
O monólogo de Lula teve também os tradicionais excertos de delírio persecutório (claro que a Lava Jato é uma espécie de conspiração contra ele: “já ouvi que delação premiada tem que ter o nome de Lula, senão não vale") e de seus habituais sofismas ( “Dilma um dia será enaltecida porque criou condições para que neste país todos saibam que tem que andar na linha”).
Depois de dizer que Dilma é uma mulher “de fortes convicções” (eufemismo lulês para cabeça dura?) e que ele é “um liberal”, Lula declarou que, diante do exposto, está “muito tranquilo”.
De fato, é normal que todas as pessoas muito tranquilas reúnam seus tranquilos amigos e vassalos
A impetuosa entrada de Lula na competição assustou o concorrente Maluf, que tranquilamente desfilava a passe de trote, mantendo o mesmo ritmo desde 2002, quando entrou na raia disputando sozinho o grande páreo- o que parecia garantir-lhe uma vitória tranquila.
Cercado por uma plêiade de blogueiros amigos, amestrados e salivantes, o ex-presidente Lula, no instituto que leva seu nome, lançou-se à disputa com um repto que fez estremecer o solo, devidamente anotado e transmitido ao mundo por seus taquígrafos de estimação:
“Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste País, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”.
A declaração de Lula causou viva animação entre os combatentes das tropas governistas nas redes sociais e uma profunda consternação entre os partidários de Paulo Maluf, que disputava sozinho a primazia e já se aproximava do disco final sem ser ameaçado por ninguém.
A posição de Maluf foi bastante enfraquecida pela falta de substância em relação à declaração de Lula. Maluf disse, em 2002, que era apenas “o político mais honesto do Brasil”. Não envolveu em sua enfática declaração nem sequer uma mísera comparação com o Pai, o Filho nem o Espírito Santo.
Convenhamos: que glória há em ser apenas “o político mais honesto do Brasil” perto de alguém que é nada menos do que “a viva alma mais honesta do Brasil”?
Mas o ex-presidente não se limitou a ditar aos seus taquígrafos as compulsões de seu transtorno de personalidade (na psiquiatria, o nome do distúrbio de Lula é conhecido como TPN- Transtorno de Personalidade Narcisista). Ele também discorreu sobre generalidades como economia, política, Lava Jato, etc. Só não fez nenhuma divagação sobre a descoberta do nono planeta do sistema solar, descoberto pelos astrônomos, porque ninguém perguntou.
O monólogo de Lula teve também os tradicionais excertos de delírio persecutório (claro que a Lava Jato é uma espécie de conspiração contra ele: “já ouvi que delação premiada tem que ter o nome de Lula, senão não vale") e de seus habituais sofismas ( “Dilma um dia será enaltecida porque criou condições para que neste país todos saibam que tem que andar na linha”).
Depois de dizer que Dilma é uma mulher “de fortes convicções” (eufemismo lulês para cabeça dura?) e que ele é “um liberal”, Lula declarou que, diante do exposto, está “muito tranquilo”.
De fato, é normal que todas as pessoas muito tranquilas reúnam seus tranquilos amigos e vassalos
num tranquilo café da manhã para recitar monólogos sobre a própria tranquilidade. Talvez seja uma variante pouco estudada do TPN.
Mas intranquilo mesmo está Paulo Maluf. Esta ele já perdeu.
Mas intranquilo mesmo está Paulo Maluf. Esta ele já perdeu.
Vigarice socialista
Esgotaram-se os argumentos torpes dessa quadrilha. Se nem na União Soviética, cuja população foi submetida a uma disciplina draconiana, a uma doutrina totalitária, que se envolveu ativamente numa guerra mundial e que tinha o segundo maior exército do planeta o socialismo sobreviveu – uma vez que os socialistas se assemelharam a uma praga de cupins, comendo toda a estrutura daquele governo até tudo vir abaixo –, quem disse que poderíamos juntar os trapos por aqui numa grande américa latrina, fazendo disso aqui um imenso cubão encantado?
Quando você tira o musgo dessa ideia e ilumina suas diretrizes, a imbecilidade fica ainda mais imbecil. Essa gente ancorou a cabeça no comunismo de sessenta anos atrás, quando não havia uma nova classe média em ascensão, nem revolução digital ou redes sociais, que escancaram o embuste todo para quem quer ver. Ficaram estacionados nos Trabants, nos megafones, nas pedaladas e na tunga do dinheiro alheio, sempre por uma causa ignóbil. Divididos entre “ativos e passivos”, os socialistas são um bando que rouba o Estado e outro maior, que finge que não vê o que está em andamento.
É que todo socialismo “light”, dito “democrático”; uma invenção perfeita para acobertar a esculhambação da ideologia, que descamba mesmo é para o ativismo. Um é a ladeira do outro, meus caros. O país não deixa negar a natureza rumbeira dessa gente marreta, nem o compadrio com que se mistura nessa mesma lama. Se há um lado bom nessa tragédia é ver que o petismo está morrendo, soterrado na própria ignorância, empáfia e truculência. E vai levar junto o restante de seus amiguinhos irmanados, tragados na mesma tempestade que ainda vai lavar o país dessa sujeira toda. Ainda vou viver pra ver isso.
Nem Mineirinho surfa essa onda do atraso
Otimismo versus pessimismo é tema perfeitamente oportuno neste momento. E não apenas porque um novo ano está começando. Isso é normal em todos os anos, quando estão começando. As pessoas, acho que no mundo inteiro, pelo menos no mundo do calendário gregoriano, tendem a aderir ao pessimismo ou ao otimismo nas passagens de anos – e a fazer prognósticos sobre o ano que entra.
Mas este ano é especial no Brasil.
A economia brasileira está no fundo do poço. Pior do que isso. Está sem ninguém que aponte uma saída minimamente viável. Segundo pesquisa recentemente divulgada pelos jornais, atribuída ao Pew Research Center, abrangendo 40 países, 87% dos brasileiros acham que a economia vai mal e apenas 13% pensam que vai bem.
Mas na cabeça das pessoas as coisas não parecem tão mal assim. Outros dados da mesma pesquisa mostram que 66% dos brasileiros acham que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses, 13% acham que vai ficar igual e 21% acham que vai piorar. Digamos, pois, que uma maioria de brasileiros olha a economia com certo otimismo e uma minoria, 34%, ou não crê ou está pessimista. É um contingente nada desprezível. Mas é claro que, se 2015 tivesse terminado com a economia em crescimento, mesmo que pequeno, esse contingente seria menor.
A quantidade de pessimistas e de otimistas, medida por pesquisas, tem, no entanto, menor importância do que os sentimentos que envolvem as pessoas e que as pesquisas não medem: desesperança e descrença, além da frustração. A frustração em amplas camadas da população que pensavam ter tirado o pé da lama nos governos do PT deve ser acabrunhante. Somam-se a ela os sentimentos de desesperança e descrença diante do quadro político atual. Nas TVs, o que se vê, com o início dos horários de propaganda eleitoral, é o mesmo discurso vazio de gente sem a menor categoria para liderar ou animar quem quer que seja ou de quem já passou pelo poder e não tem mais nada a dizer ou a propor. É o ramerrão costumeiro sobre promessas ou planos inviáveis. Sem falar no desanimador panorama dos que já estão encastelados no poder, no Legislativo ou no Executivo federais, e que se entregam à gafieira de salão em torno de Eduardo Cunha, Dilma Rousseff, Michel Temer e do agora mais novo suspeito na Lava Jato: Jaques Wagner.
“Sei que tivemos um ano difícil, mas estou otimista com 2016. Acredito na força do nosso povo e na agenda que traçamos para o País”, disse a chefa da Nação na sua mensagem de ano-novo ao povo brasileiro. “A agenda de reformas do Estado vai aprofundar a democracia e fortalecer as bases do crescimento sustentável.”
A crença na força do nosso povo e a crença na hipótese de o Brasil ser maior que as crises são o refrão de quem não tem mensagem e tem a obrigação de parecer otimista.
Mas, talvez, se ela recitasse ou apresentasse a “agenda que traçamos para o País” e esmiuçasse os passos concretos que o seu governo pretende dar neste ano para conseguir atravessar a turbulência, estabilizar pelo menos a economia e desanuviar o nó político que a impede de governar, o do seu impeachment, talvez conseguisse incutir algo do seu declarado otimismo “com 2016” na alma dos brasileiros que a ouviam.
Mas nada disso se ouviu. Nenhum pormenor que pudesse ser levado a sério. Essa pessoa que nos dirige vem prometendo o futuro e entregando o atraso desde que tomou posse pela primeira vez. E sob seus pés ou asas rolam os maiores escândalos de corrupção, de desrespeito à coisa pública e de desatinos administrativos de que se tem notícia.
Pode ser que o Brasil seja forte e grande o bastante para surfar essa onda perversa e sair dela como o campeão Adriano de Souza, o Mineirinho. Mas, francamente, está muito difícil. E, do jeito que este governo deixa o País, 2016 talvez seja um problema bem menor do que os anos seguintes.
Mas este ano é especial no Brasil.
A economia brasileira está no fundo do poço. Pior do que isso. Está sem ninguém que aponte uma saída minimamente viável. Segundo pesquisa recentemente divulgada pelos jornais, atribuída ao Pew Research Center, abrangendo 40 países, 87% dos brasileiros acham que a economia vai mal e apenas 13% pensam que vai bem.
A quantidade de pessimistas e de otimistas, medida por pesquisas, tem, no entanto, menor importância do que os sentimentos que envolvem as pessoas e que as pesquisas não medem: desesperança e descrença, além da frustração. A frustração em amplas camadas da população que pensavam ter tirado o pé da lama nos governos do PT deve ser acabrunhante. Somam-se a ela os sentimentos de desesperança e descrença diante do quadro político atual. Nas TVs, o que se vê, com o início dos horários de propaganda eleitoral, é o mesmo discurso vazio de gente sem a menor categoria para liderar ou animar quem quer que seja ou de quem já passou pelo poder e não tem mais nada a dizer ou a propor. É o ramerrão costumeiro sobre promessas ou planos inviáveis. Sem falar no desanimador panorama dos que já estão encastelados no poder, no Legislativo ou no Executivo federais, e que se entregam à gafieira de salão em torno de Eduardo Cunha, Dilma Rousseff, Michel Temer e do agora mais novo suspeito na Lava Jato: Jaques Wagner.
“Sei que tivemos um ano difícil, mas estou otimista com 2016. Acredito na força do nosso povo e na agenda que traçamos para o País”, disse a chefa da Nação na sua mensagem de ano-novo ao povo brasileiro. “A agenda de reformas do Estado vai aprofundar a democracia e fortalecer as bases do crescimento sustentável.”
A crença na força do nosso povo e a crença na hipótese de o Brasil ser maior que as crises são o refrão de quem não tem mensagem e tem a obrigação de parecer otimista.
Mas, talvez, se ela recitasse ou apresentasse a “agenda que traçamos para o País” e esmiuçasse os passos concretos que o seu governo pretende dar neste ano para conseguir atravessar a turbulência, estabilizar pelo menos a economia e desanuviar o nó político que a impede de governar, o do seu impeachment, talvez conseguisse incutir algo do seu declarado otimismo “com 2016” na alma dos brasileiros que a ouviam.
Mas nada disso se ouviu. Nenhum pormenor que pudesse ser levado a sério. Essa pessoa que nos dirige vem prometendo o futuro e entregando o atraso desde que tomou posse pela primeira vez. E sob seus pés ou asas rolam os maiores escândalos de corrupção, de desrespeito à coisa pública e de desatinos administrativos de que se tem notícia.
Pode ser que o Brasil seja forte e grande o bastante para surfar essa onda perversa e sair dela como o campeão Adriano de Souza, o Mineirinho. Mas, francamente, está muito difícil. E, do jeito que este governo deixa o País, 2016 talvez seja um problema bem menor do que os anos seguintes.
A alma do outro mundo
Décadas atrás, para assustar as criancinhas, os mais velhos ameaçavam com a aparição das “almas do outro mundo”. Tratava-se de forma mais amena do que lembrar da existência de lobisomens, vampiros, mulas-sem-cabeça, cucas, zumbis e penduricalhos.
Pois acaba de aparecer outro tipo de alma, até prova em contrário, deste mundo mesmo. É a “viva alma que neste país não tem mais honesta do que a dele”. Assim definiu-se o Lula em encontro com blogueiros, quarta-feira. Pretensão igual só no almanaque dos santos. Situou-se no mesmo patamar da Polícia Federal, do Ministério Público, dos Sindicatos e das Igrejas Católica e Evangélica. Sua alma, motivo de orgulho, equivale ao grande prêmio nas delações premiadas. Ganha o delator que conseguir citá-lo mais vezes.
O Lula saiu em defesa dos companheiros processados, condenados e presos, ainda que referidos tenham sido apenas João Vaccari Neto e José Dirceu. Há ansiedade na longa fila formada atrás deles, também ávidos de uma solidariedade até agora invisível.
Direito de defender-se, e aos condenados, o ex-presidente possui. Como também de processar jornalistas, mesmo tornando-se agressão atacar nossa dignidade profissional. Até de comparar a roubalheira verificada no PT com a de outros partidos. O que não dá para aceitar é a ausência de alma mais honesta do que a dele. Afinal, sua performance na presidência da República, e depois, vem sendo objeto de referências nas delações premiadas. Apartamentos milionários, sítios, viagens, negócios e palestras subsidiadas por empreiteiras e governos estrangeiros, filhos endinheirados sem explicação da origem, amigos privilegiados, auxiliares na cadeia – tudo merece ser examinado à luz da honestidade da alma, se não for do outro mundo.
Vai ficando claro que o Lula se defende mais do que devia ou podia. Suas observações beiram a incerteza, ao acentuar que “perdemos a nossa gente”, junto com reprimendas à sucessora. Trocar Joaquim Levy por Nelson Barbosa, para ele, dá a impressão de substituir seis por meia dúzia. E sua candidatura em 2018 parece a única saída para o PT.
Nos anos setenta a propaganda do regime militar contagiava os Estados através do “milagre brasileiro”. Os governadores, mesmo impotentes e subservientes, buscavam imitar o modelo nacional. No Paraná desenvolveu-se intensa campanha que começava na fronteira com Santa Catarina. O motorista que chegava deparava-se com imensa placa de promoção onde se lia: VOCÊ ESTÁ ENTRANDO NO PARANÁ. AQUI SE TRABALHA!
Os catarinas não gostaram e dias depois apareceu outra placa, maior e em sentido contrário: VOCÊ ESTÁ ENTRANDO EM SANTA CATARINA. AQUI SEMPRE SE TRABALHOU…
Pois acaba de aparecer outro tipo de alma, até prova em contrário, deste mundo mesmo. É a “viva alma que neste país não tem mais honesta do que a dele”. Assim definiu-se o Lula em encontro com blogueiros, quarta-feira. Pretensão igual só no almanaque dos santos. Situou-se no mesmo patamar da Polícia Federal, do Ministério Público, dos Sindicatos e das Igrejas Católica e Evangélica. Sua alma, motivo de orgulho, equivale ao grande prêmio nas delações premiadas. Ganha o delator que conseguir citá-lo mais vezes.
O Lula saiu em defesa dos companheiros processados, condenados e presos, ainda que referidos tenham sido apenas João Vaccari Neto e José Dirceu. Há ansiedade na longa fila formada atrás deles, também ávidos de uma solidariedade até agora invisível.
Direito de defender-se, e aos condenados, o ex-presidente possui. Como também de processar jornalistas, mesmo tornando-se agressão atacar nossa dignidade profissional. Até de comparar a roubalheira verificada no PT com a de outros partidos. O que não dá para aceitar é a ausência de alma mais honesta do que a dele. Afinal, sua performance na presidência da República, e depois, vem sendo objeto de referências nas delações premiadas. Apartamentos milionários, sítios, viagens, negócios e palestras subsidiadas por empreiteiras e governos estrangeiros, filhos endinheirados sem explicação da origem, amigos privilegiados, auxiliares na cadeia – tudo merece ser examinado à luz da honestidade da alma, se não for do outro mundo.
Vai ficando claro que o Lula se defende mais do que devia ou podia. Suas observações beiram a incerteza, ao acentuar que “perdemos a nossa gente”, junto com reprimendas à sucessora. Trocar Joaquim Levy por Nelson Barbosa, para ele, dá a impressão de substituir seis por meia dúzia. E sua candidatura em 2018 parece a única saída para o PT.
Nos anos setenta a propaganda do regime militar contagiava os Estados através do “milagre brasileiro”. Os governadores, mesmo impotentes e subservientes, buscavam imitar o modelo nacional. No Paraná desenvolveu-se intensa campanha que começava na fronteira com Santa Catarina. O motorista que chegava deparava-se com imensa placa de promoção onde se lia: VOCÊ ESTÁ ENTRANDO NO PARANÁ. AQUI SE TRABALHA!
Os catarinas não gostaram e dias depois apareceu outra placa, maior e em sentido contrário: VOCÊ ESTÁ ENTRANDO EM SANTA CATARINA. AQUI SEMPRE SE TRABALHOU…
O que mais dói
O que mais dói não é sofrer saudade
Do amor querido que se encontra ausenteNem a lembrança que o coração sente
Dos belos sonhos da primeira idade.
Não é também a dura crueldade
Do falso amigo, quando engana a gente,
Nem os martírios de uma dor latente,
Quando a moléstia o nosso corpo invade.
O que mais dói e o peito nos oprime,
E nos revolta mais que o próprio crime,
Não é perder da posição um grau.
É ver os votos de um país inteiro,
Desde o praciano ao camponês roceiro,
Pra eleger um presidente mau.
Patativa do Assaré
Conserto complicado
Vem sendo noticiado que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, recebeu a missão de tomar as medidas necessárias para fazer a economia voltar a crescer o mais rápido possível. Também tem sido veiculado que a presidente Dilma determinou que o ministro elabore as estratégias e tome as medidas de política econômica necessárias sem fazer alarde e sem estardalhaço. Teria a presidente percebido os erros cometidos em seu primeiro mandato e, agora, resolvido sepultar sua tal “nova matriz econômica”, que tanto mal fez à economia e produziu a séria crise atual? Difícil, pois ela acabou de trocar um defensor da austeridade, Joaquim Levy, por Barbosa, um expoente da ala adepta da ampliação de gasto público.
O sonho de todo governante dito de esquerda e, principalmente, dos órfãos do comunismo é descobrir alguma alternativa milagrosa de gestão da economia a fim de conseguir crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), baixo desemprego e baixa inflação. O resultado das invenções de política econômica, em geral, é a deformação dos motores do capitalismo, excesso de intervenção estatal, desequilíbrio de contas públicas, excessivo endividamento governamental, crise de confiança, desestímulo à iniciativa empreendedora e piora das condições sociais.
O capitalismo não é perfeito e a economia livre não é o paraíso. Entretanto, o desafio de empreender, criar riquezas, gerar empregos e melhorar a vida da população depende de trabalho duro, boa educação básica, qualificação profissional e sacrifício de toda a sociedade. A principal missão do governo nesse campo é fazer o possível para a manutenção da confiança nas instituições, estimular a iniciativa empresarial, não atrapalhar quem quer produzir, garantir a estabilidade da moeda, manter as contas do governo sob controle e contribuir com a distribuição de renda.
Nelson Barbosa precisaria de muita humildade para aceitar os fatos – ele estava no governo do PT quando foram abandonados os pilares da política econômica iniciada no governo Fernando Henrique e mantidos no primeiro mandato de Lula – e desistir de inventar medidas que já provaram ser ineficientes para promover o crescimento; só assim o Brasil poderia abreviar o tempo de recessão. Mas a América Latina prova que os governos esquerdistas saudosistas do socialismo falido não desistem de tentar caminhos errados que sempre lançam a economia de seus países no caos. Aconteceu com a Argentina, com a Venezuela e, agora, com o Brasil. A população desses países, cansada do atraso, vem impondo derrotas eleitorais a esses governos, como ocorreu recentemente na Argentina e na Venezuela.
O desafio do ministro da Fazenda é particularmente complicado porque ele tem de desfazer o emaranhado de leis, políticas e medidas que ajudaram a provocar o caos, além da necessidade de encaminhar algumas reformas – a fiscal, a trabalhista, a tributária e a da previdência social. Há medidas que dependem apenas do Poder Executivo e estão nas mãos do ministro e da presidente da República; o governo pode implementá-las para começar a reverter o quadro de desconfiança e desestímulo aos investimentos. Quanto às reformas estruturais, embora elas não possam ser aprovadas em prazo curto, o simples ato de elaborá-las e encaminhar ao Congresso poderia ajudar a criar um ambiente favorável à retomada dos negócios e investimentos produtivos. Mas, para isso, é imprescindível sair do campo do discurso e das boas intenções e passar para a ação.
O sonho de todo governante dito de esquerda e, principalmente, dos órfãos do comunismo é descobrir alguma alternativa milagrosa de gestão da economia a fim de conseguir crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), baixo desemprego e baixa inflação. O resultado das invenções de política econômica, em geral, é a deformação dos motores do capitalismo, excesso de intervenção estatal, desequilíbrio de contas públicas, excessivo endividamento governamental, crise de confiança, desestímulo à iniciativa empreendedora e piora das condições sociais.
Nelson Barbosa precisaria de muita humildade para aceitar os fatos – ele estava no governo do PT quando foram abandonados os pilares da política econômica iniciada no governo Fernando Henrique e mantidos no primeiro mandato de Lula – e desistir de inventar medidas que já provaram ser ineficientes para promover o crescimento; só assim o Brasil poderia abreviar o tempo de recessão. Mas a América Latina prova que os governos esquerdistas saudosistas do socialismo falido não desistem de tentar caminhos errados que sempre lançam a economia de seus países no caos. Aconteceu com a Argentina, com a Venezuela e, agora, com o Brasil. A população desses países, cansada do atraso, vem impondo derrotas eleitorais a esses governos, como ocorreu recentemente na Argentina e na Venezuela.
O desafio do ministro da Fazenda é particularmente complicado porque ele tem de desfazer o emaranhado de leis, políticas e medidas que ajudaram a provocar o caos, além da necessidade de encaminhar algumas reformas – a fiscal, a trabalhista, a tributária e a da previdência social. Há medidas que dependem apenas do Poder Executivo e estão nas mãos do ministro e da presidente da República; o governo pode implementá-las para começar a reverter o quadro de desconfiança e desestímulo aos investimentos. Quanto às reformas estruturais, embora elas não possam ser aprovadas em prazo curto, o simples ato de elaborá-las e encaminhar ao Congresso poderia ajudar a criar um ambiente favorável à retomada dos negócios e investimentos produtivos. Mas, para isso, é imprescindível sair do campo do discurso e das boas intenções e passar para a ação.
Ora, sejamos marxistas
Na semana passada, 105 advogados, vários deles com clientes indiciados na Operação Lava Jato, divulgaram um manifesto contra o juiz Sergio Moro. Em sua “carta aberta em repúdio ao regime de superação episódica de direitos e garantias verificado na Operação Lava Jato”, acusaram promotores, policiais, juízes e “a mídia” de “menoscabo à presunção de inocência”. Despertaram a ironia de articulistas, o repúdio de integrantes do Ministério Público, o desprezo silencioso de outros advogados e o aplauso público ou discreto de dirigentes do PT.
Uma vez mais ficou explícita a unidade disciplinada entre o discurso dos causídicos que defendem os interesses dos empreiteiros tornados réus e o discurso dos petistas de alta patente, que, quando defendem o governo (pois de vez em quando o atacam), alegam tratar-se de um governo de esquerda. As diferenças ideológicas que havia entre os dois discursos – o do PT e o das empreiteiras – desapareceram como enxurrada engolida pela boca de lobo. As megaconstrutoras de ultradireita, viciadas em dinheiro público, e o partido nascido à esquerda, das greves do ABC, já foram antípodas. Agora cantam em dueto. São duas mãos que se lavam em águas enlameadas.
Descartada por absurda a hipótese de que as empreiteiras se tenham convertido ao socialismo utópico, façamos a pergunta inevitável: esse partido é mesmo de esquerda? Será de esquerda o dueto entre o PT que não gostava do capital e o capital que não gosta de concorrência? Será uma “aliança tática”? Será que, no imaginário da nomenklatura, a perfeita simbiose se justifica para combater “inimigos de classe” mais “reacionários” e mais fatais, como repórteres mal remunerados, delegados de polícia e magistrados de primeira instância? Será que, comparados ao reportariado, os empreiteiros são assim tão “progressistas”? Serão eles os mais fiéis “companheiros de viagem” na marcha rumo ao fim da exploração do homem pelo homem?
Falemos sério. O mais provável não é nada disso. O mais provável é o mais horrível. Já não é o lobby das construtoras que se apressa a socorrer o caixa eleitoral dos companheiros, mas a máquina dos ex-sindicalistas que adere a um modo de produção parasitário (um híbrido promíscuo entre a acumulação primitiva e o capitalismo de Estado), ao qual dá sustentação reverencial, como quem ampara a galinha dos ovos de ouro (ou como quem venera um totem).
Aquilo que a olhos otimistas não passa de desvios infelizes a manchar a trajetória de uma organização partidária combativa talvez não seja apenas isso, quer dizer, talvez não seja meramente uma sucessão de incidentes desabonadores, mas a manifestação de um caráter histórico que até outro dia se ocultara. Aquilo a que damos o nome genérico de corrupção não seria, enfim, um deslize criminal episódico, mas uma determinante estrutural; não seria uma traição da política, mas a mais acabada expressão da política de colaboração de classe entre uma legenda de retórica trabalhista e uma burguesia inculta e retrógrada. Não, não estamos falando de uma colaboração de classe qualquer, mas de um pacto sem lei no qual a rapinagem do erário, em lugar de evento excepcional, é o método.
Em resumo: o que tem o aspecto de desvio não é bem um desvio, um ato que escapou do campo da ação política, mas a realização material da política, a política em sua matéria mais irredutível.
Se for verdadeira essa hipótese, os sinais do discurso petista estão todos invertidos. O encadeamento dos governos que aí estão há 13 anos, que esse discurso insiste ser de esquerda, seria o oposto. Não terá sido para tornar viável uma agenda de inclusão social que alguns se deixaram aliciar pelo capital selvagem. O que parece ter acontecido é o contrário: foi para tornar viável um modelo de poder que passava pela subtração prolongada – deslocando o centro do Estado para uma órbita estranha ao interesse público – que se fez necessário acenar com benefícios aos eleitores pobres. Os tais programas de distribuição de renda e de combate à pobreza não teriam sido uma política pública inclusiva, mas uma concessão equivalente ao custo de manutenção do modelo.
Não que políticas públicas de combate à pobreza constituam um vício em si mesmas. Elas são justas e dramaticamente necessárias no Brasil. O que fez delas uma manobra oportunista, ineficaz e infértil não foi o seu conteúdo, mas o caráter do modelo de poder que as acionou. Elas não traduziram uma estratégia de resgate dos pobres, mas de instrumentalização deles.
É triste. O PT não é Itabira ou Orlândia, mas se reduz aos poucos a uma fotografia na parede. Como dói. A verdade que se vai decantando na imagem machuca os olhos. Haverá futuro? Não é provável, a menos que as vozes vivas que ainda resistem nas cercanias do partido enunciem respostas públicas, destemidas, objetivas e materiais sobre sua tragédia ética e sua farsa.
Em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, Karl Marx lembra que a primeira revolução (burguesa) de Napoleão libertou os camponeses da semisservidão e os transformou em pequenos proprietários de terra. Não por solidariedade, mas porque o poder por trás das guerras napoleônicas dependia de varrer o feudalismo (a servidão) para patrocinar o capitalismo. Poucos anos depois do que parecia ter sido uma conquista, os tais pequenos proprietários se deram mal. Marx anota: “A forma ‘napoleônica’ de propriedade, que no princípio do século 19 constituía a condição para libertação e enriquecimento do camponês francês, desenvolveu-se no decorrer desse século na lei da sua escravização e pauperização”.
A estrela do PT chegou a reluzir como a via de promoção dos desassistidos, mas não os libertou da pobreza. O projeto de classe parece que foi outro. Os empreiteiros, que não são marxistas, sabem muito bem por quê.
Descartada por absurda a hipótese de que as empreiteiras se tenham convertido ao socialismo utópico, façamos a pergunta inevitável: esse partido é mesmo de esquerda? Será de esquerda o dueto entre o PT que não gostava do capital e o capital que não gosta de concorrência? Será uma “aliança tática”? Será que, no imaginário da nomenklatura, a perfeita simbiose se justifica para combater “inimigos de classe” mais “reacionários” e mais fatais, como repórteres mal remunerados, delegados de polícia e magistrados de primeira instância? Será que, comparados ao reportariado, os empreiteiros são assim tão “progressistas”? Serão eles os mais fiéis “companheiros de viagem” na marcha rumo ao fim da exploração do homem pelo homem?
Falemos sério. O mais provável não é nada disso. O mais provável é o mais horrível. Já não é o lobby das construtoras que se apressa a socorrer o caixa eleitoral dos companheiros, mas a máquina dos ex-sindicalistas que adere a um modo de produção parasitário (um híbrido promíscuo entre a acumulação primitiva e o capitalismo de Estado), ao qual dá sustentação reverencial, como quem ampara a galinha dos ovos de ouro (ou como quem venera um totem).
Aquilo que a olhos otimistas não passa de desvios infelizes a manchar a trajetória de uma organização partidária combativa talvez não seja apenas isso, quer dizer, talvez não seja meramente uma sucessão de incidentes desabonadores, mas a manifestação de um caráter histórico que até outro dia se ocultara. Aquilo a que damos o nome genérico de corrupção não seria, enfim, um deslize criminal episódico, mas uma determinante estrutural; não seria uma traição da política, mas a mais acabada expressão da política de colaboração de classe entre uma legenda de retórica trabalhista e uma burguesia inculta e retrógrada. Não, não estamos falando de uma colaboração de classe qualquer, mas de um pacto sem lei no qual a rapinagem do erário, em lugar de evento excepcional, é o método.
Em resumo: o que tem o aspecto de desvio não é bem um desvio, um ato que escapou do campo da ação política, mas a realização material da política, a política em sua matéria mais irredutível.
Se for verdadeira essa hipótese, os sinais do discurso petista estão todos invertidos. O encadeamento dos governos que aí estão há 13 anos, que esse discurso insiste ser de esquerda, seria o oposto. Não terá sido para tornar viável uma agenda de inclusão social que alguns se deixaram aliciar pelo capital selvagem. O que parece ter acontecido é o contrário: foi para tornar viável um modelo de poder que passava pela subtração prolongada – deslocando o centro do Estado para uma órbita estranha ao interesse público – que se fez necessário acenar com benefícios aos eleitores pobres. Os tais programas de distribuição de renda e de combate à pobreza não teriam sido uma política pública inclusiva, mas uma concessão equivalente ao custo de manutenção do modelo.
Não que políticas públicas de combate à pobreza constituam um vício em si mesmas. Elas são justas e dramaticamente necessárias no Brasil. O que fez delas uma manobra oportunista, ineficaz e infértil não foi o seu conteúdo, mas o caráter do modelo de poder que as acionou. Elas não traduziram uma estratégia de resgate dos pobres, mas de instrumentalização deles.
É triste. O PT não é Itabira ou Orlândia, mas se reduz aos poucos a uma fotografia na parede. Como dói. A verdade que se vai decantando na imagem machuca os olhos. Haverá futuro? Não é provável, a menos que as vozes vivas que ainda resistem nas cercanias do partido enunciem respostas públicas, destemidas, objetivas e materiais sobre sua tragédia ética e sua farsa.
Em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, Karl Marx lembra que a primeira revolução (burguesa) de Napoleão libertou os camponeses da semisservidão e os transformou em pequenos proprietários de terra. Não por solidariedade, mas porque o poder por trás das guerras napoleônicas dependia de varrer o feudalismo (a servidão) para patrocinar o capitalismo. Poucos anos depois do que parecia ter sido uma conquista, os tais pequenos proprietários se deram mal. Marx anota: “A forma ‘napoleônica’ de propriedade, que no princípio do século 19 constituía a condição para libertação e enriquecimento do camponês francês, desenvolveu-se no decorrer desse século na lei da sua escravização e pauperização”.
A estrela do PT chegou a reluzir como a via de promoção dos desassistidos, mas não os libertou da pobreza. O projeto de classe parece que foi outro. Os empreiteiros, que não são marxistas, sabem muito bem por quê.
Com desemprego a pino, ministro cita 'conquistas importantes' do governo
No ano de 2015, foram mandados para o olho da rua 1.542.371 brasileiros. Apenas no mês de dezembro, o desemprego abalroou 596.208 trabalhadores, arrancando-os do abrigo da CLT. Foi o pior resultado da série estatística, que começou a ser divulgada em 1992. Pela primeira vez desde 1999, o número de demissões superou o de contratações no país.
Ao comparecer à boca do palco para anunciar o desastre, o ministro Miguel Rossetto (Trabalho) achou que seria uma boa oportunidade para enaltecer o governo petista. “Se tivemos um ano difícil em 2015, preservamos as conquistas importantes dos últimos anos em relação à ampliação forte do mercado de trabalho.'' Hã?!? “Não é correto afirmar que 2015 destruiu as conquistas dos últimos anos. Continuamos com mercado formal elevado no país, mesmo que números do ano passado não tenham sido positivos.” Ah, bom!
Se Deus tiver de aparecer para os desempregados, não se atreverá a aparecer em outra forma que não seja a de um contrato de trabalho. Ao perder o emprego, o sujeito já havia se dado conta de que Deus existe, mas não dá expediente é full time. Quando ouve o ministro falando “das conquistas dos últimos anos” na tevê, conclui que Deus não merece existir.
Mesmo com o desemprego a pino, submetido a uma conjuntura de estagflação, em que se misturam a estagnação econômica e a inflação, Rossetto considerou adequado vender esperança. Falou de um futuro promissor, em que os empregos serão reativados pela expansão do crédito, a retomada das exportações, as concessões de serviços públicos e a terceira fase do programa Minha Casa.
O diabo é que o futuro é um espaço impreciso. Nele cabe tudo, pois o futuro não pode ser conferido. Como será 2018, futuro dos 16 anos de PT no poder? Diz-se que o futuro a Deus pertence. Mas o governo não deveria tergiversar sobre o passado. Quem responderá pelo desemprego de 2015? Que fim levou a Pasárgada do segundo mandato de Dilma, futuro da campanha de 2014?
Ao comparecer à boca do palco para anunciar o desastre, o ministro Miguel Rossetto (Trabalho) achou que seria uma boa oportunidade para enaltecer o governo petista. “Se tivemos um ano difícil em 2015, preservamos as conquistas importantes dos últimos anos em relação à ampliação forte do mercado de trabalho.'' Hã?!? “Não é correto afirmar que 2015 destruiu as conquistas dos últimos anos. Continuamos com mercado formal elevado no país, mesmo que números do ano passado não tenham sido positivos.” Ah, bom!
Mesmo com o desemprego a pino, submetido a uma conjuntura de estagflação, em que se misturam a estagnação econômica e a inflação, Rossetto considerou adequado vender esperança. Falou de um futuro promissor, em que os empregos serão reativados pela expansão do crédito, a retomada das exportações, as concessões de serviços públicos e a terceira fase do programa Minha Casa.
O diabo é que o futuro é um espaço impreciso. Nele cabe tudo, pois o futuro não pode ser conferido. Como será 2018, futuro dos 16 anos de PT no poder? Diz-se que o futuro a Deus pertence. Mas o governo não deveria tergiversar sobre o passado. Quem responderá pelo desemprego de 2015? Que fim levou a Pasárgada do segundo mandato de Dilma, futuro da campanha de 2014?
Oceanos poderão ter mais plástico do que peixes em 2050
Caso não haja uma mudança drástica, em 2050, a quantidade de lixo plástico nos oceanos deverá superar a de peixes, alerta um estudo divulgado nesta terça-feira (19/01) pela Fundação Ellen MacArthur, em parceira com a consultoria McKinsey.
Estima-se que, atualmente, mais de 150 milhões de toneladas de plásticos poluam os oceanos. De acordo com o estudo, em 2014, a proporção entre as toneladas desse material e as de peixe era de um para cinco. Caso não ocorram mudanças na maneira de descarte do lixo, em 2025, a proporção será de um para três.
Pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos por ano, o equivalente a um caminhão de lixo por minuto, diz o relatório. "Se nenhuma ação for tomada, a expectativa é que esse número aumente para dois por minuto até 2030 e para quatro por minuto até 2050", ressalta.
O estudo aponta que a economia perde 95% das embalagens plásticas, no valor estimado entre 80 e 120 bilhões de dólares, após serem usadas apenas uma vez.
Para reverter esse cenário, o estudo, baseado em diversas fontes, propõe a criação de um novo sistema para reduzir o descarte de plástico na natureza, especialmente nos oceanos, e buscar alternativas para o petróleo e o gás natural na produção desse material. Caso não seja encontrada uma alternativa, essa indústria deverá consumir 20% da produção petrolífera em 2050.
Uma mudança radical no consumo de plástico necessita, porém, da cooperação mundial entre empresas de bens de consumo, produtores de embalagens, empresas responsáveis pela coleta de lixo, cidades, políticos e outras organizações, diz o relatório, que propõe a criação de um organismo independente para a coordenação da iniciativa.
Plástico reutilizado poderia ser uma commodity valiosa na "economia circular", que estimula a reciclagem, ressalta Martin Stuchtey, do Centro McKinsey para Negócios e Meio Ambiente. "Nossa pesquisa confirma que a aplicação esses princípios circulares pode gerar uma onda de inovação com benefícios para toda a cadeia de fornecimento", reforça.
São Paulo inaugura as 'Zica Vias': atentai ciclistas
Quase 3 mil casos de suspeita de microcefalia. 1,6 milhão de infectados por dengue. Hordas e hordas de pessoas contaminadas com zika e chikungunya, as graves variantes do mosquito Aedes aegypti.
Já não bastasse o ato de fé que é viver no Brasil e escapar de tudo isso, um novo desafio se interpõe entre o morador de São Paulo e a simples tarefa de praticar seu esporte.
São Paulo tem 210 kms de vias destinadas aos ciclistas. Haddad diz que inaugurou 149,2 kms desde 2014.
Bem: este blogueiro passou esta semana visitando algumas dessas ciclovias na região dos Jardins e Centro de São Paulo.
Sabe o que encontrei? As ciclovias padecem de algo muito simples: viraram, digamos, “Zika Vias”, “Aegypti vias” ou “Ciclo Ckikungunias”.
Simples: os pequenos postes de PVC, que Haddad implantou nas ciclovias, como forma de sinalização, são autênticos ovários de Aedes aegypti.
Os pequenos postes amarelos estão todos destampados. Em 4 pontos da cidade este blog os fotografou: dentro dos pequenos cilindros, aninham-se insetos, lixo, água parada, o diabo. Um autêntico parque de diversões para o mosquito.
Por que a Prefeitura não notou que as ciclovias degeneraram também em ovário de doenças fatais?
Prefeito Haddad: custa botar uma tampinha nesses cilindros?
Vai demorar para licitar essas tampinhas?
Enquanto a solução não vem, vivamos pois com as Zika Vias.
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