sexta-feira, 1 de maio de 2015

Viva a farofa, e viva o Dia do Trabalho!

Irresponsável usina de crises!

Neste Dia do Trabalhador, a presidente não falará em cadeia nacional, talvez porque haja companheiros seus em cadeia federal. Ou porque suspeitou que a notícia do dia seguinte fosse um formidável panelaço interestadual. Falará, então, às redes sociais. Que tantas redes são essas e como elas se interconectam de modo a gerar uma comunicação de amplo alcance, não entendo. O que importa é o fato: estamos sob uma presidência que não pode aparecer em público, que só se comunica com os seus. E em recinto fechado.

É sobre as razões disso que escrevo. Faz sentido o isolamento. O governo, afinal, jogou o país num jamais visto conjunto de crises.

CRISE MORAL – tem sua face mais visível no assalto à Petrobras e nos esquemas de propina organizados em relação às obras públicas, mas inclui inúmeras práticas reprováveis. Entre outras: a) o assassinato de reputações; b) a utilização de agentes provocadores e militantes violentos para produzir objetivos políticos; c) parcerias traçadas dentro do Foro de São Paulo, que sugerem crime de alta traição; d) uso de fundos públicos para apoiar ditaduras e governos violadores de direitos humanos.

CRISE DE CREDIBILIDADE – determinada pelo destampado emprego da mentira, da mistificação e da falsificação de dados oficiais para fins eleitoreiros, criando na sociedade a ilusão de que tudo ia bem quando tudo já ia irremediavelmente mal. A crise de credibilidade do governo tem reflexo interno e externo de vastas proporções.
CRISE FISCAL – determinada pela insolente e pretensiosa tese segundo a qual o partido governante, pela nobreza de suas intenções sociais, recusa a “lógica neoliberal”, segundo a qual o governo não deve gastar mais do que arrecada. O governo, então, jogou na privada a Lei de Responsabilidade Fiscal. Gastou demais para garantir a reeleição, esbanjou irresponsavelmente, no Brasil e no exterior, e está sem recursos para atender as mais urgentes demandas nacionais.

CRISE DA INTELIGÊNCIA – talvez seja a que mais inibe nosso desenvolvimento. O mundo vai na direção das liberdades econômicas, da criatividade, da liberdade, dos avanços tecnológicos, da valorização do trabalho, do mérito e da qualificação dos recursos humanos. O petismo e seus intelectuais orgânicos se empenham, há décadas, na direção oposta. Dedicam-se a tornar hegemônica uma ideologia do atraso, semelhante à de seus parceiros do Foro de São Paulo, que viola o direito de propriedade, desqualifica o mérito, cria dependências em relação ao poder público, mitifica o Estado e desfavorece a iniciativa privada.

CRISE ECONÔMICA – produzida com sucessivos desarranjos na estrutura do gasto público. Entre os muitos equívocos, se incluem condutas simbolicamente irresponsáveis como as que privilegiaram a “conquista” da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Com consequências ainda mais graves, envolvem os elásticos financiamentos privilegiados, concedidos por compadrio. Tem sido negligente com a infraestrutura nacional, criando gargalos até mesmo para o desenvolvimento do agronegócio. Manipulou as tarifas de energia e os preços dos combustíveis como explícitas plataformas eleitorais. Com consequências já medidas na redução dos postos de trabalho e da massa salarial, concedeu incrementos aos salários acima da expansão do PIB e pretendeu “aquecer” o consumo endividando a sociedade e desestimulando a poupança.

CRISE DA GOVERNABILIDADE – Desde a segunda metade da gestão Lula II, o governo, como articulador de políticas de interesse nacional, simplesmente acabou. Os gestores petistas têm usado como base de negócios tudo que podem submeter à sua influência. Põe no mesmo carrinho, como num supermercado, os órgãos do próprio governo, da administração permanente e do Estado, sem qualquer unicidade e sem estratégias, exceto as de curtíssimo prazo, ligadas à manutenção do poder. Muito antes de a presidente Dilma terceirizar seu governo nas últimas semanas, ele já fora terceirizado, por Lula, a facções políticas dos partidos da base, muitas das quais, só pelo traje, se distinguem das organizações criminosas que operam no submundo nacional.

CRISE DA INCONFORMIDADE - O que mais incomoda toda consciência bem formada e todo cidadão esclarecido é saber que não precisávamos passar por tais dificuldades! A conta do estrago, a conta dessa irresponsável usina de crises, como já era previsto há bom tempo, será paga com desemprego, inflação, carestia, mais impostos, redução da massa salarial e falta de recursos para as atividades essenciais de Educação, Saúde e Segurança Pública. É esta última crise, a da inconformidade, que tem levado o povo brasileiro às ruas.

Percival Puggina

Pensar é fácil: mais fácil ainda, depois de pensado

Quem pensou assim foi uma das cabeças mais geniais desse país: o jornalista, humorista, desenhista e mais um tanto de “istas” Millôr Fernandes. Sem dúvida e sem discussão, um dos intelectuais mais inteligentes e notáveis do nosso (por enquanto) Brasil. Foi ele quem disse que “pensar é fácil, é só pensar…” E eu completo: mais fácil, ainda, depois de pensado.

Pensei, inicialmente, em devolver as duas medalhas da Inconfidência Mineira que recebi durante minha vida pública. Todavia, para mim, um desorganizado organizado, pensar e fazer é mais difícil que qualquer outra coisa. Confesso que minha desorganização é tão organizada que não consegui encontrar no meio de meus “troços” essas até há pouco famosas condecorações. Vou continuar procurando, mas não sei, caso as encontre, se irei devolvê-las.

Depois que o terrorista Stédile recebeu essa “merdalha” e todo mundo descobriu que ela agora serve para homenagear qualquer pé-rapado, perdeu a graça. A ideia comum é sem graça e se confunde com espírito de imitação. Eu me satisfaço é com a originalidade do fato, não com o fato em si… Então uso emprestado o espaço desta coluna para comunicar “a quem interessar possa”, inclusive ao novo medalhador, que não me considero mais medalhado. Eu posso ser qualquer coisa, menos um burro que não está entendendo aonde esses petistas querem chegar. Bem, se chover cangalhas, sei que não serei arriado…

Mudando de pau pra cavaco, a Câmara Federal começa a discussão sobre a competência para criar ou “descriar” ministérios. Aliás, criar ministérios aqui é mais fácil que assaltar a Petrobras, e quem quiser poderá fazê-lo à vontade. Existe até ministro sem ministério, caso daquele tal de Afif não sei das quantas. Sobre política partidária, penso que já ouvi muita coisa, até que se trata da arte do diabo. Mas não é tudo isso não. A forma de fazer e quem a pratica é que fazem a diferença. Mentir, mentir, mentir sempre é o estilo da política atual, um tempo que não vai deixar saudade, mas não pode ser esquecido.

Podia ter sido diferente. Será? Claro… Aécio, por pior que pudesse ser, jamais entregaria o governo a não sei quantos procuradores autorizados… E pensar que perdeu a eleição nos detalhes… Quer ver? Fez tudo certo e se esqueceu de Minas Gerais, como quem viaja e deixa a casa aberta. Nos debates, no meu entendimento, poderia ter nocauteado a madrasta do PAC, quando disse “Ministério Econômico” e Dona Dilma o corrigiu, afirmando que não conhecia esse Ministério. Em vez de se emendar, devia ter perguntado: a propósito de ministérios, a senhora poderia me dizer o nome dos seus 39 ministérios e respectivos ministros?”.

Quer saber? Melhor é lembrar Manoel de Barros: “Para enxergar as coisas sem feitio é preciso não saber nada. É preciso entrar em estado de árvore. É preciso entrar na palavra. Só quem está em estado de palavra pode enxergar as coisas sem feitio”. Para o bom entendedor…

Petrolão: Salvam-se quase todos


Salvo engano, a pizza está no forno. Fica evidente que um juiz só não faz verão, como a andorinha. Apesar de toda a diligência do juiz Sérgio Moro, nove presos no escândalo da Petrobras acabam de ser soltos por decisão do Supremo Tribunal Federal. Ficou um só, porque como os demais que não são parlamentares, estão em casa, livres para acertar seus depósitos fajutos no estrangeiro. Desconfia-se que tenham agido assim os já beneficiados com a delação premiada, que cumprem suas penas em casa.

Mas tem pior. Os 42 deputados e senadores integrantes da lista do Procurador Geral estão, teoricamente, sendo investigados por inquérito judicial junto ao Supremo Tribunal Federal para apurar se também participaram da lambança. Sendo esses inquéritos sigilosos, ignora-se quem foi e quem não foi ouvido até agora, tudo a cargo da Polícia Federal.

Só que a Procuradoria Geral da República e os policiais federais estão em choque, tendo o dr. Rodrigo Janot exigido que cheguem ao seu gabinete detalhes das inquirições que a PF ainda vai fazer. Quer informações prévias sobre o tempo, local e configuração dos atos, ou seja, vai opinar até sobre as perguntas que serão feitas aos detentores de mandato, para aprová-las ou não.

Em resumo, assim como no caso do mensalão, parece que salvar-se-ão quase todos. Uma prova de que o ritmo de trabalho da mais alta corte nacional de justiça continua em descompasso com os anseios da sociedade. São essas coisas que desmoralizam o Brasil perante outras nações.

Não será tão cedo que o Congresso apreciará as medidas do ajuste fiscal propostas pelo ministro da Fazenda, mas a precedência será para a supressão de direitos trabalhistas. Sinais inexistem de que deputados e senadores apreciarão as medidas provisórias que suprimem regalias do empresariado, como a que acaba com a desoneração das folhas de pagamento. Deixou de ser apresentada pelo governo a medida provisória que cria o imposto sobre grandes fortunas, assim como a que estabelece o imposto sobre herança.

No dia do trabalhador, quem continua dando as cartas é o patrão.

Qual será o posto do pitbull na PM do Paraná?

parana7

“— Amanhã, luto. Na terça, luta”
 Hermes Leão, presidente do sindicato dos professores públicos no Paraná


Um 1º de Maio muito triste, este de hoje. Estranho, logo num país governado pelo Partido dos Trabalhadores, a data máxima dedicada ao trabalho estar envolta em dor, medo e desesperança.

Indignada com a violência em Curitiba, com a cena do cachorro mordendo com fúria um cinegrafista da Band que estava ali a trabalho, fiquei mais horrorizada ainda com a postura de dona Dilma ontem, no encontro que teve com centrais sindicais no Planalto. Ela se limitou a reprovar a violência durante os protestos contra trabalhadores. Pouco, muito pouco, diante do horror que se passou em Curitiba.

Do Ministro do Trabalho não ouvimos nem um pio. Já o Ministro dos Direitos Humanos, Pepe Vargas, deu a seguinte resposta a respeito da violência da polícia e dos cães pitbull a serviço da PM: "Na minha opinião, não é aceitável".

Aceitável... Bem, não era o que eu esperava ouvir, mas pelo menos ele deu sua opinião.

O medo dos trabalhadores com o futuro imediato, com seu dia a dia, com os compromissos que assumiram estimulados pelos governos Lula/Dilma e que já agora sabem que dificilmente poderão honrar, não é exatamente um bom terreno para se comemorar o Dia do Trabalho.

Escrevo este artigo nos primeiros minutos do dia 1º de maio. Não sei como será a festa dos trabalhadores. Sei que dona Dilma não vai falar em rede nacional. Agradeço. Menos um aborrecimento no dia de hoje.

Bastam outras coisas que nos levam a temer por nosso futuro: os bilhões surrupiados do nosso Tesouro, o enfraquecimento dos fundos de pensão, a tentativa de desabonar a Justiça do Paraná, uma decisão infeliz do STF, a farra do Fundo Partidário, as pedaladas fiscais, as gráficas a serviço da lavagem de dinheiro, as picuinhas entre Cunha e Renan, Deus, a lista pode ser longa!

Na minha idade, aquela idade feliz dos que tiveram a sorte de ser longevos, o que mais pesa, além da imensa preocupação com o futuro de filhos e netos, são os planos de saúde e o aumento exorbitante dos preços dos remédios.

Dona Dilma ontem defendeu, na tal reunião com as centrais sindicais, a preservação dos direitos trabalhistas e se disse “contra generalizar o trabalho terceirizado no País” (Blog do Planalto). Renan Calheiros e Lula, o ex-presidente em exercício, têm opiniões semelhantes a esse respeito.

Renan disse que a terceirização seria um retrocesso e o País não "pode pagar esse preço". Lula diz que é “um retrocesso pré-Getúlio que a companheira Dilma tranquilamente vai rejeitar”.

Já o Ministro da Fazenda diz que o governo corta na própria carne, que não somos só nós, sociedade, que vamos sofrer. Algo como “Plante que o Governo garante”, lembram? Foi slogan do governo João Figueiredo (1979/1985).

Garantiu? Pois é...

Partidos deviam viver da contribuição de seus filiados


Os partidos são entidades com outras quaisquer. De diferença, apenas as finalidades e a legislação própria. Pergunto: como vivem as demais entidades? Ora, da contribuição dos associados. Não seria mais legal, em todos os sentidos, os partidos que dizem ter tantos “filiados” recolherem recursos deles?

É espaço nos meios de comunicação, isenções, recebimento de fundo com recursos públicos, doações de “empresários”. Muita facilidade, safadeza à vontade. Está mais do que na hora de virar a mesa. Dilma quer apoiar seu partido e seus aliados. Afinal, precisa continuar levando seu “governixo” adiante e agora só com distribuição de verbas aos partidos e deputados/senadores, daí ter aceitado triplicar o Fundo Partidário.

Aqueles partidos que são contra, pois que deem o exemplo: devolvam e mostrem ao povo que querem fazer política séria.

Os partidos fazem e desfazem, metem as duas mãos no bolsos do povo e nas empresas públicas. Amanhã, parcela do povo se revolta ou o Exército nacional é chamado a intervir, dirão que é golpe. E o que estão fazendo de sacanagem e desrespeito com o povo e a nação é o que?

Vejam o exemplo do governador do Acre, o petista Tião Viana. Em depoimento sobre as generosas doações de campanha que recebeu, disse simplesmente que não conhece as empresa, também não sabe quem são os dirigentes delas, desconhece quem contribuiu para sua eleição, nem ele nem seus coordenadores de campanha sabem nada. Mas o dinheiro foi bem recebido. Não importa a origem, quem doou e tudo mais. O que vale a a grana no bolso, ou melhor, no banco.

Ou seja, os sócios da empresa enlouqueceram e estão jogando dinheiro fora. Fizeram doações para a campanha de um desconhecido, alguém que não sabe quem investe em seu mandato. Conclusão: doar para um sujeito assim é jogar dinheiro fora.

Por fim, até parece que a doença do “não sei” é epidêmica no PT. E se isto pode pegar no pessoal que cuida das chaves da carceragem, não é mesmo?

Quanto custa fazer um rico?


E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?
Almeida Garret (João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garret, 1799-1854)
genildo

Os petistas julgam que os outros brasileiros não têm cérebros

Depois de espancar uma pessoa quase até à morte, o agressor, notando testemunhas, ou seja, não arrependido mas receoso da cadeia, chamou socorro para a vítima e seus graves ferimentos. Identificado o elemento, ele alega não saber direito o que o motivou, mas entende que isso agora é passado, uma página virada, sua consciência está tranquila e tudo o mais está ou ficará bem !

No mundo de fato, assim que o escândalo equivalente se iniciou, os famosos petistas afirmavam não existir corrupção na Petrobrás, contrataram auditorias para provar isso. Com a consolidação das falcatruas e envolvimentos indeléveis, impossibilitados de negar o óbvio, desataram a atacar a oposição e a mídia, inclusive ressuscitando casos de 20 anos passados (com os quais não se importavam até o momento, visto que nada fizeram antes), se levantaram contra o juiz do caso, contra as manifestações voluntárias, contra Deus e o diabo, imaginando e torcendo para que todos fossem ou continuassem tolos.

Percebendo que essa estratégia infame também não aliviaria suas responsabilidades, agora dizem e gritam que a Petrobrás, apesar de tudo, é sólida e seus trabalhadores dignos, que ela não merece tal sofrimento, soltam números e dados da produção petrolífera e dos prêmios conquistados (apesar de tudo, frise-se), mais uma vez querendo eles afirmar – os gênios petistas – que tudo não passa de um golpe contra a empresa, quase implorando que se acredite que os golpistas querem destruir a grande empresa que os petistas e aliados quase destruíram de verdade.

Realmente, para continuar agindo assim, eles encaram e julgam o Brasil e os brasileiros como uma nação totalmente desprovida de cérebro, talvez por testar previamente essas hipóteses em seus militantes com sucesso, os quais aplaudem e ainda repercutem essas insanidades.

Os brasileiros honestos e independentes nunca quiseram destruir a Petrobrás para com isso destruir o PT e as razões são bem simples: 1. O PT não é a Petrobrás e 2. A Petrobrás nunca será o PT – ela é muito maior e melhor que esse punhado de homenzinhos e mulheres horríveis e desestruturados.

Os milhares de servidores aliados aos milhões de acionistas e brasileiros que admiram o trabalho petrolífero realizado há mais de 50 anos, apenas desejam que a mão sombria que se abateu sobre a empresa seja retirada e punida, para que esta, orgulho do Brasil, continue e avance na sua missão gloriosa e lucrativa, sem carregar os parasitas que a sugam.

Pensar que a corrupção se iniciou em 2003 com Lula seria inocência, entretanto, não enxergar que sob o domínio petista essa corrupção prosperou, se alastrou, contaminou, se enraizou e virou regra, seria estupidez, pois em 12 anos foi feito mais que nos 500 anos anteriores, como gostam de dizer e comparar – talvez o exagero tenha sido o principal erro da sua conduta desonesta, sendo que ainda há outros nichos a serem devassados.

Se havia uma ferida no dedo do pé, após 12 anos o paciente mal respira com uma infecção generalizada, infecção essa muito bem incentivada e cuidada criteriosamente para que se expandisse, apenas não contavam com a descoberta de antibióticos válidos e médicos persistentes e corajosos.

A Petrobrás é e continua forte, nos próximos anos terá seu verdadeiro valor reconhecido, uma das maiores e melhores empresas do mundo, orgulho do Brasil e dos brasileiros, não é contra ela que se pede justiça e prisão, seria o mesmo que prender a vítima citada no início por haver sido agredida – o povo exige sim a punição do agressor, dos verdadeiros agressores e não adiantarão as tentativas de mudança do foco, esse tempo terminou para o PT e apaniguados.

Um dia voltaremos a acreditar que corrupção é coisa de uns tantos larápios isolados e não, como se apresentou nos últimos anos, um modo de vida e de manutenção do poder.

Olisomar P. Pires (Auditor fiscal e autor de “Cortes e Lâminas”)

É nosso, mas não dá para pegar

A Petrobras não está cumprindo os índices de nacionalização nos equipamentos que opera.

A Petrobras está atrasada na exploração de campos do pré-sal na Bacia de Campos, sofrendo por isso reclamações da Agência Nacional do Petróleo.

A companhia não está em condições financeiras de pesquisar e explorar novos campos, por isso vai se concentrar nos poços já em produção.

A estatal não tem condições de assumir novas responsabilidades na exploração do pré-sal.

Não é campanha do contra. São comentários feitos pelo presidente da empresa, Aldemir Bendine, em depoimento no Senado.

E deles se conclui que a Petrobras está simplesmente bloqueando novos investimentos no pré-sal. Assim: a legislação atual exige que a estatal seja dona de 30% de todos os poços do pré-sal e a única operadora de todos eles. Isso exige dinheiro, coisa em falta na companhia.

Como admitiu Bendine, se a ANP lançasse agora uma rodada de concessões no pré-sal, a Petrobras teria “dificuldades”, modo elegante de dizer que não tem recursos para fazer novos investimentos no que quer que seja, de poços a refinarias. O caixa “não é confortável”, explicou.

Perguntaram a ele se apoiaria a mudança na legislação, de modo a aliviar as obrigações da Petrobras e permitir que outras empresas, nacionais ou estrangeiras, comprem e explorem novos campos do pré-sal. Disse que não cabia a ele iniciar esse debate.

Mas está na hora de se iniciar, pois a situação é clara: ou se muda a regra atual, abrindo o pré-sal à exploração privada completa, ou não haverá novos investimentos ali até que a Petrobras se recupere, o que vai levar tempo.

Tudo considerado, verifica-se que a mudança na legislação do petróleo patrocinada por Lula e Dilma não cumpre nenhum de seus objetivos.

Deveria fortalecer a Petrobras, reservando para ela o filé do mercado. A companhia não tem nem para o picadinho de segunda.

Deveria acelerar a exploração da riqueza do pré-sal. Está travando.

Deveria nacionalizar os equipamentos. Produziu uma imensa confusão, e possivelmente corrupção, pois não há regras claras de como verificar a nacionalização de equipamentos complexos. Além disso, empresas locais não têm condições de atender às necessidades do setor, o que encarece e atrasa a entrega dos equipamentos.

Isso sem contar os cinco anos sem novos rodadas de concessão, de 2009 a 2014, enquanto se tratava de mudar a legislação. O Brasil perdeu a oportunidade de licitar campos de petróleo no momento em que o óleo apresentava os melhores preços da História.

Quando apresentou seu balanço, a Petrobras colocou R$ 44 bilhões como perdas em consequência de ineficiência, má gestão e mudanças no mercado.

Pois parece que o país perdeu muito mais que isso.

Foi há poucos dias: o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Lee Wan-Koe, renunciou em consequência de denúncias de corrupção.

A denúncia: teria recebido fundos ilegais em sua campanha para deputado, no valor total de R$ 80 mil — dinheiro que os promotores da Lava-Jato nem levariam em consideração.

O denunciante: um empresário que diz ter feito os pagamentos.

O empresário suicidou-se. No bolso de seu paletó, a polícia encontrou uma lista de nomes de políticos que haviam sido subornados.

O primeiro-ministro, que estava nessa lista, alegou inocência, mas disse que não tinha mais condições éticas de permanecer no cargo. Afinal, ele havia assumido o cargo prometendo “guerra à corrupção”.

Dois anos atrás, outro primeiro-ministro renunciou, ao assumir a responsabilidade pela ineficácia dos órgãos públicos na prevenção e no resgate às vítimas do naufrágio de um barco lotado de estudantes. Reparem: ele se considerou responsável pelos erros de funcionários de vários escalões abaixo e sobre os quais não tinha controle direto. Mas estava certo: ele tinha, digamos, o domínio do governo.

Por aqui, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, são investigados no Supremo Tribunal Federal, e acham que isso não tem nada demais. Não largam o cargo porque certamente lá têm mais força para fugir das acusações.

E todo mundo vai deixando por isso mesmo.

Os conflitos se multiplicam. Renan, por exemplo, comanda o processo de aprovação de um novo ministro para o Supremo — ministro que irá julgá-lo.

Tem gente que acha isso moralismo. Mas está na cara que tem uma grave crise ética no país.

Pedido atendido

A sujeira das placas de ruas

Ilustre desconhecido parente da recém eleita deputada e mulher de prefeito?
O Brasil tem o péssimo costume de trocar os sugestivos e populares nomes de ruas. Os políticos veem na placa de rua um panteão de glória, própria ou de amigos, vivos ou mortos, mesmo que nenhum deles preste. A falta de méritos é uma constante nos nomes de ruas, que só servem para encimar um poste pipidódromo dos cachorros, a maior glória dos tais escolhidos.

Nesse tipo de homenagem, saem pespegando por aí as placas. Caso famoso é do coronel Antonio Moreira César, nome de rua em muitas cidades, conhecido por Corta-Cabeças, em Canudos, onde morreu depois de cometer barbaridades na Revolta da Armada (1893 - 1894) e na Revolução Federalista (1893-1895), que lhe valeu o patriótico apelido.

Há muito o costume deveria ser abolido para o cidadão não morar em cidade empesteada por gente que desconhece e desmerece ganhar tal glória. É um desserviço à democracia que tão poucos, como os vereadores e prefeitos, usem e abusem das ruas para puxar saco de qualquer um. Como o prefeito que homenageou o irmão morto, conhecido nas rodas por "Bode", e deu o nome a uma "ponte" e a um centro cultural, quando para o homenageado cultura era pó.

Renuncie, senhora presidente!

Senhora presidente, faça um gesto de grandeza que causará incomensurável bem a si mesma e a este país: renuncie!
Pense em sua filha, Paula. Em seu netinho, Gabriel. Neto é a melhor coisa que há no mundo (digo porque sei muito bem o que é isso, sinto isso to santo dia, a cada momento), e eles crescem muito, mas muito rapidamente. E, para as crianças, o que conta, o que importa, é a convivência, a presença. Avô distante não tem o mesmo afeto do neto que avô presente.
A senhora é uma mulher culta, gosta muito de ler, conhece bem diversos museus, conforme revelou há pouco Marta Suplicy, que era sua companheira e, como tantos companheiros, a atraiçoou, passou a falar mal – publicamente – da senhora, de seu governo e do partido que pelo qual optou após longa militância no PDT.
Pois então: pense em quantos livros a senhora poderá ler em paz, quantos museus poderá visitar.
Ah, pois é, o PDT, o partido de Leonel Brizola, no qual a senhora militou. Pois agora o presidente do PDT vem a público dizer que o seu partido, o PT, exagerou na roubalheira!
E a senhora – que sempre reage com grande indignação, até com fúria, a quem diz coisas que não gosta de ouvir – engoliu o sapo, e sequer demitiu o ministro do Trabalho, que é exatamente do PDT cujo presidente acusa seu partido de ter exagerado no roubo!
A senhora acaba de renunciar à tradição de, no 1º de Maio, ler em cadeia de rádio e TV um daqueles discursos que descrevem o país como um reino encantado de conto de fadas.
A senhora já renunciou a qualquer tentativa de fazer política, de cuidar de arranjos políticos, terceirizando essa tarefa para o vice.
Mais ainda: a senhora já renunciou à condução da política econômica! Justamente a política econômica, a senhora, que se julga a economista mais preparada de todo o universo, de todos os tempos!
A senhora renunciou à condução da política econômica e a terceirizou exatamente para um legítimo representante de tudo o que a senhora condena, acha absurdo, acha errado: toda essa coisa de evitar déficits, de ser transparente nas contas, de cortar despesas, de avançar sobre os direitos dos trabalhadores!
Agora até adquirir a casa própria ficou muito mais difícil, porque a Caixa Econômica resolveu aumentar os juros e a ampliar tremendamente a exigência de entrada.
A senhora já renunciou na prática.
Apesar disso, a senhora continua a ser alvo de críticas ferrenhas. Não há dia algum em que um grande jornal ou revista não traga editorial ou artigo chamando a senhora de incompetente.
Deve ser muito duro. É preciso uma dose imensa de estoicismo.
A vida é curta, senhora presidente.
Então faça o gesto de grandeza, de heroísmo: renuncie de uma vez!
Fará a imensa alegria de milhões, milhões, milhões de brasileiros.
E, se isso parecer pouco, fará a imensa alegria de seu netinho Gabriel.
Obrigado pela atenção.
Assinado, Sérgio, avô de Marina.