domingo, 7 de setembro de 2014

Profecia

"Queres conhecer o Inácio, coloca-o num palácio"

Assim escreveu o Barão de Itararé (Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly 1895-1971) bancando profeta. Não deu outra. Colocaram o Inácio e agora todos sabem quem ele é, e como manda debaixo dos panos.

Romance para piano e violino, Opus 11



Antonín Leopold Dvořák (1841 - 1904)

Rondó da Liberdade

 
Marighella em debate nos anos 1960

É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
Há os que têm vocação para escravo,
mas há os escravos que revoltam contra a escravidão.
Não ficar de joelhos,
que não é racional renunciar a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
devem ser obrigados a ser livres,
quando as algemas forem quebradas.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
O homem deve ser livre...
O amor é que não se detém ante nenhum obstáculo,
e pode mesmo existir até quando não se é livre.
E no entanto ele é em si mesmo
a expressão mais elevada do que houver de mais livre
em todas as gamas do humano sentimento.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
  
Carlos Marighella (1911-1969) 

O conto do horário premiado


Cerca de 30 milhões de pessoas estão vendo o horário eleitoral na TV aberta, informa o Ibope. Mas quase metade diz que vê “sem nenhum interesse”, um terço diz que tem “um pouco” de interesse, e só 20%, cerca de seis milhões de eleitores, entre uma garfada e outra, estão prestando alguma atenção às pirotecnias e armadilhas publicitárias dos filmes que custam fortunas e são os maiores gastos das campanhas.

Mas, além das maiores despesas, os filmes para TV são sempre as maiores esperanças das campanhas, “vocês vão ver quando entrar o horário eleitoral, vamos poder mostrar o que fizemos” ou “com o horário eleitoral vão me conhecer melhor e saber minhas propostas de mudanças”.

A essas alturas, talvez os estrategistas dilmistas estejam questionando o tempo, dinheiro e cargos que gastaram para conseguir 12 minutos no horário eleitoral. Sem falar no que custa produzir esses 12 minutos por dia, embora dinheiro não seja o problema da campanha.

Tudo isso só para reiterar a esses seis milhões, nas faixas de menor escolaridade e renda, que o Bolsa Família vai continuar, que Dilma é sua pastora e nada lhes faltará?

Não é muito caro para chover no molhado? Não estão pagando cada vez mais e fazendo maiores bandalhas por um tempo que vale cada vez menos?