quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Sem sonhos, a vida seria ensaio para a morte
O Brasil pode estar na véspera de alçar sem medo o voo para novos caminhos de esperança
O Brasil é um país que dificilmente saberia viver sem
sonhos, talvez porque durante muito tempo os teve frustrados. E são os jovens
os que estão resgatando mais os sonhos perdidos, incluindo na política. Eles
gostariam das palavras do cantor catalão, Manuel Serrat: “Sem sonhos, a vida
seria somente um ensaio para a morte”. E os brasileiros preferem ensaiar para a
vida.
A neurociência está demonstrando o que já nos ensinavam na
Faculdade de Psicologia da Universidade da Sapienza de Roma: se não sonhássemos
várias vezes a cada noite, ficaríamos loucos.
Mas se é certo que o organismo humano precisa sonhar a cada
noite para sobreviver, não precisamos também sonhar de olhos abertos para ser
felizes?
Sacudidos pela morte trágica do candidato socialista,
Eduardo Campos, voltou a ecoar nas eleições brasileiras a possibilidade de
sonhar também na política.
A fábula dos que sobem
O general americano Colin Powell, ex-secretário de Estado,
era filho de imigrantes jamaicanos, fazia questão de dizer que na medida em que
ascendia em posições de relevo sua origem cada vez era mais humilde e o Bronx,
bairro de classe média baixa de Nova Iorque, mais miserável.
A história se repete no Brasil aos milhares, ainda mais em
tempos eleitorais. Os políticos, preparados por marqueteiros, apresentam
biografias as mais bizarras. Querem mostrar ao eleitor, como se todos fossem
pobres e miseráveis, que se fizeram vindo do nada, do limbo, do lixo. São
iguais e pelos seus iguais irão lutar nas câmaras e governos. História da
carochinha que ainda a muitos embala.
A maioria passou longe da pobreza e agora só a frequenta por
motivo de votos. O mais é fantasia de propaganda como aquela do suposto pobre,
miserável que catava rã e barrigudinho no rio para comer. Salvo por batráquios
e peixes, subiu na vida e pôde se mostrar o mais canalha aproveitador dos
pobres. Seu fiel companheiro, e padrinho, não pode fazer o mesmo agora como
candidato. Filho de usineiro veio pra “capitá” se tornar um estudante
profissional até conseguir mostrar a cara pintada na política.
Biografia sempre foi um prato onde cabem quaisquer
fantasias. Fica a critério do freguês. E deve-se ter o cuidado de temperar na
medida ou acaba por lá na frente dar a maior indigestão. Como aconteceu com
aquela candidata que era doutora da Unicamp sem nunca ter sido ou daquela
catadora de latinhas, numa época que nem existia latinha.
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