A "santa" protetora dos pobres que dá ricos estádios para as elites |
A Copa acabou no campo. Mas será
quer acabou mesmo? Ao menos para os brasileiros, os anfitriões que tanto
empenharam o otimismo e imensamente os próprios bolsos, a Copa vai render muita
coisa para pagar e ainda mais para se discutir fora dos gramados, que dentro
deles quem deve cuidar são os que vivem do esporte.
O governo precisa agora prestar
as contas, na ponta do lápis, sobre os gastos exorbitantes, a propaganda
enganosa de vender o que seria um espetáculo e um lucro para o futebol
brasileiro. O desperdício foi muito maior, imensamente maior do que despejaram
na mídia como conquistas.
Se não presta aquelas, o governo
aproveita para despistar novamente para evitar que as derrotas em campo não
façam a bola cair no colo da presidente, que vem dando cabeçada para evitar
gols, até contras, em outubro. Há uma investida em se livrar da bola quente que
revelaria que o time em frangalhos dos campos também se repete na administração
pública.
Como uma perna de pau de time de
várzea, derrotado até pelo famoso Íbis, o pior time do mundo, Dilma tem dado
sinais de que tropeça a cada investida ao ataque. Escorregou, quando anunciou a
necessidade de ingerência governamental no esporte como se não bastassem as
bicas sempre abertas para verbas quando do interesse político. Pior ainda foi
catar cavaco quando, com sua autoridade técnica, defendeu maiores oportunidades
para assegurar a permanência dos craques no país. Lembrou, como sempre, falas
dos tempos ditatoriais, reformas do esporte que nunca levaram a nada ou nem
sequer passaram de blábláblá. E a presidenta ainda cometeu falta grave ao
defender o Estado como gestor do futebol privado.
A craque dos tropeções foi mais
longe ao denunciar que as vaias da abertura da Copa partiram de 90% da “elite
branca” que lá estavam. A furada de bola colocou em pauta o dualismo na
sociedade, algo bem ao gosto dos petistas, que defendem com unhas e dentes um
trabalho contra o racismo, mas se esquecem, às vezes, e estimulam o choque
racista.