Nani Humor |
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Perguntas de um operário letrado
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
Bertold Brecht
A caminho do novo?
Apegar-se ao passado é começar a morrer. Abrir caminhos novos é se deixar dominar pela esperança
Os brasileiros estão perdendo o medo de ter medo? Esse temor
de mudar que os torturou durante tanto tempo por medo de enfrentar os poderosos
ou para não perder os privilégios fornecidos pelos caciques da vez, ao mesmo
tempo que impediu que abrissem as portas para a modernidade?
A derrota da seleção na Copa não produziu nenhum cataclismo
no país que acabou aplaudindo a técnica dos alemães que humilhou com aqueles 7
a 1. Estará amadurecendo este país que começa a entender que é mais que o país
do futebol?
Se hoje 73% dos cidadãos afirmam que desejam mudanças, é
porque se trata de uma sociedade viva, que não se resigna com o já conseguido e
que se revela cada mais exigente com as instituições governantes.
"Mastigamos, mas não engolimos mais as mentiras", é um refrão que
percorre as redes sociais do Brasil.
Se o país parece mais inconformista é porque enfrentou o
fantasma do medo e isso começa a liberá-los de atrasos ancestrais.
Nenhuma sociedade muda e evolui se estiver presa pelo medo.
Leia mais o artigo de Juan Arias, O Brasil está caminhando para o novo?
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