quinta-feira, 16 de julho de 2015
A crise dentro da crise
O Homo brasiliensis tem vivido dias de intensa salivação em torno da expectativa de vacância do poder, o que levou a uma sucessão de ajustes dentro do “ajuste” que logo degeneraram em um arremêdo de campanha eleitoral em circuito fechado que, neste país indigente de repertório político e propostas concretas de reforma institucional, traduz-se no mesmo torneio de golpes baixos que levou à instalação desta crise.
A ofensiva de Dilma para “defender o mandato” apoia-se cada vez mais em expedientes idênticos aos utilizados na ofensiva para conquistar o mandato que, por sua vez, reproduzem-se com sinal invertido nos atos de sabotagem dos 30 e tantos “partidos”, até ha pouco todos “de esquerda”, agora todos “de oposição”, inclusive o da própria presidente da República. De um lado acena-se com cargos e isenções aos sacrifícios do “ajuste” para setores com força bastante para fazer diferença na hora da onça beber água. Do outro a brincadeira é aprovar medidas temerárias capazes de destruir o que resta da confiança no país para forçar Dilma e o PT a vetos que exponham a demagogia a que sempre recorreram.
Dá até para entender a tentação de devolver ao PT o veneno que ele fez os outros tragarem a vida toda. Mas quem se permite essa indulgência passa a fazer jus à mesma adjetivação com que brindava o PT quando era ele a fazer gato e sapato do futuro da Nação para extrair de cada crise o máximo de virulência: isso não é mais que usar o povo como bucha de canhão num jogo de chantagem de quem só pensa no poder e não no interesse nacional.
A resposta de Dilma é repetir mecanicamente que a crise “é do mundo” e não sua ou do PT que, por sua vez, “não vê” crise nenhuma, só “um problema de comunicação” entre a Presidência e o Congresso sanável com mais injeções de “graxa”. Por via das dúvidas, os dois cuidam, cada um segundo a figura penal incorrida, de “amaciar” o poder titulado para julgar o “núcleo político” da Lava-Jato que, lá do Olimpo, brada, para começar, que “exige” aumento de 78% desse Brasil que cambaleia à beira do abismo, numa espécie de disputa para ver quem arrebenta mais o que resta da credibilidade e da certeza jurídicas, pressupostos do desenvolvimento.
A cobertura que faz a imprensa dessas derrotas acachapantes do Brasil — aceitando os termos dos que disputam a carniça ao tratar cada golpe como “derrota do governo” ou “vitória da oposição” – incentiva políticos em busca de 15 minutos de fama a persistir nesse comportamento deletério enquanto aqui fora o desempego come solto, multiplicando a potência da bomba social que vai explodir logo adiante.
Vem de longe esse descarrilamento geral. “Ajuste para quê”? O PT nunca o disse e nem lhe foi perguntado, quer pela oposição, quer pela imprensa. O problema não é portanto, de “falha de comunicação”, é de ausência de objetivo estratégico. Nenhum dos lados em disputa vai além dos expedientes táticos, uns para não perder o poder, outros para tomá-lo. Ninguém tem nada a propor sobre o que fazer com o poder conquistado; tudo se esgota na conquista mesmo. A causa fundamental da crise brasileira continua intocada. Ninguém em Brasília fala nela; ninguém fora de Brasília exige que Brasília fale nela.
Já foi o tempo em que os estados nacionais podiam fechar-se ao mundo e manter uma estabilidade relativa, ainda que entricheirados no passado. Hoje o mundo atropela impiedosamente quem atrasa o passo. Nesta arena de “chinas” o Brasil não voltará à porta de entrada do mercado global antes de reduzir à metade ou à terça parte o peso do estado, da corrupção e do custo do trabalho e construir um aparato institucional que legalize a honestidade e seja leve e flexível o bastante para não travar o país a cada soluço de um mundo em constante mudança.
A obra é ciclópica e requer, apenas para ser iniciada, anos de um disciplinado exercício de sintonia do senso crítico da Nação em torno de um projeto estratégico apoiado nos fatos cuja mera existência a maioria jurássica da nossa “intelligentsia” século 20 nem sequer reconhece, e de persistente cobrança da sua execução.
De que tamanho é o estado brasileiro hoje? Quantos são, entre nós, os que vivem de contribuições e os que são instados a enfrentar o mundo carregando esses outros nas costas? Como a riqueza nacional está distribuida entre eles? Como se comparam os salários e aposentadorias x a carga de trabalho deles, nossos e da comunidade meritocrática planetária? Com quanto contribuiu para o “ajuste” este governo que acaba de confiscar a quem ganha até dois salários mínimos a metade do abono anual? Como bate a crise em Brasília?
Os grandes numeros da equação brasileira são eloquentes. A carga tributária oficial está em 35% do PIB. O déficit é de outros 6%. O Brasil que não produz e, alegando falta de verba, não investe nem em infraestrutura, nem em educação, nem em segurança, nem em saude – e que não contribuiu com um tostão de “seu” para o “ajuste” – consome por ano, considerado apenas o “por dentro”, portanto, 41% do PIB que equivalem a R$ 2.400.000.000.000,00 (dois trilhões e quatrocentos bilhões de reais) apenas com salários, mordomias, aposentadorias e pensões desfrutados pela casta dos sócios do poder.
Mas apesar da clamorosa enormidade desses numeros, você nunca viu uma reportagem mostrando ao Brasil do desemprego, dos doentes no chão e dos 56 mil assassinados por ano como vive esse “outro lado” que tanto tem sem ter feito por merecer; qual a minúcia dos numeros do seu mundo comparado ao nosso; se, quando e como eles pagam as suas contas; como vivem as suas famílias comparadas às nossas.
Enquanto esse não for o tema obsessivo e diário de todos os jornais, rádios e televisões do país; enquanto não se tornar impossível mencionar qualquer número nesta terra sem referí-lo a essa realidade; enquanto ela não for conhecida de cabo a rabo por todos e cada um dos brasileiros, o Brasil não tem a menor chance de voltar para dentro do mundo.
A ofensiva de Dilma para “defender o mandato” apoia-se cada vez mais em expedientes idênticos aos utilizados na ofensiva para conquistar o mandato que, por sua vez, reproduzem-se com sinal invertido nos atos de sabotagem dos 30 e tantos “partidos”, até ha pouco todos “de esquerda”, agora todos “de oposição”, inclusive o da própria presidente da República. De um lado acena-se com cargos e isenções aos sacrifícios do “ajuste” para setores com força bastante para fazer diferença na hora da onça beber água. Do outro a brincadeira é aprovar medidas temerárias capazes de destruir o que resta da confiança no país para forçar Dilma e o PT a vetos que exponham a demagogia a que sempre recorreram.
Dá até para entender a tentação de devolver ao PT o veneno que ele fez os outros tragarem a vida toda. Mas quem se permite essa indulgência passa a fazer jus à mesma adjetivação com que brindava o PT quando era ele a fazer gato e sapato do futuro da Nação para extrair de cada crise o máximo de virulência: isso não é mais que usar o povo como bucha de canhão num jogo de chantagem de quem só pensa no poder e não no interesse nacional.
A resposta de Dilma é repetir mecanicamente que a crise “é do mundo” e não sua ou do PT que, por sua vez, “não vê” crise nenhuma, só “um problema de comunicação” entre a Presidência e o Congresso sanável com mais injeções de “graxa”. Por via das dúvidas, os dois cuidam, cada um segundo a figura penal incorrida, de “amaciar” o poder titulado para julgar o “núcleo político” da Lava-Jato que, lá do Olimpo, brada, para começar, que “exige” aumento de 78% desse Brasil que cambaleia à beira do abismo, numa espécie de disputa para ver quem arrebenta mais o que resta da credibilidade e da certeza jurídicas, pressupostos do desenvolvimento.
A cobertura que faz a imprensa dessas derrotas acachapantes do Brasil — aceitando os termos dos que disputam a carniça ao tratar cada golpe como “derrota do governo” ou “vitória da oposição” – incentiva políticos em busca de 15 minutos de fama a persistir nesse comportamento deletério enquanto aqui fora o desempego come solto, multiplicando a potência da bomba social que vai explodir logo adiante.
Vem de longe esse descarrilamento geral. “Ajuste para quê”? O PT nunca o disse e nem lhe foi perguntado, quer pela oposição, quer pela imprensa. O problema não é portanto, de “falha de comunicação”, é de ausência de objetivo estratégico. Nenhum dos lados em disputa vai além dos expedientes táticos, uns para não perder o poder, outros para tomá-lo. Ninguém tem nada a propor sobre o que fazer com o poder conquistado; tudo se esgota na conquista mesmo. A causa fundamental da crise brasileira continua intocada. Ninguém em Brasília fala nela; ninguém fora de Brasília exige que Brasília fale nela.
Já foi o tempo em que os estados nacionais podiam fechar-se ao mundo e manter uma estabilidade relativa, ainda que entricheirados no passado. Hoje o mundo atropela impiedosamente quem atrasa o passo. Nesta arena de “chinas” o Brasil não voltará à porta de entrada do mercado global antes de reduzir à metade ou à terça parte o peso do estado, da corrupção e do custo do trabalho e construir um aparato institucional que legalize a honestidade e seja leve e flexível o bastante para não travar o país a cada soluço de um mundo em constante mudança.
A obra é ciclópica e requer, apenas para ser iniciada, anos de um disciplinado exercício de sintonia do senso crítico da Nação em torno de um projeto estratégico apoiado nos fatos cuja mera existência a maioria jurássica da nossa “intelligentsia” século 20 nem sequer reconhece, e de persistente cobrança da sua execução.
De que tamanho é o estado brasileiro hoje? Quantos são, entre nós, os que vivem de contribuições e os que são instados a enfrentar o mundo carregando esses outros nas costas? Como a riqueza nacional está distribuida entre eles? Como se comparam os salários e aposentadorias x a carga de trabalho deles, nossos e da comunidade meritocrática planetária? Com quanto contribuiu para o “ajuste” este governo que acaba de confiscar a quem ganha até dois salários mínimos a metade do abono anual? Como bate a crise em Brasília?
Os grandes numeros da equação brasileira são eloquentes. A carga tributária oficial está em 35% do PIB. O déficit é de outros 6%. O Brasil que não produz e, alegando falta de verba, não investe nem em infraestrutura, nem em educação, nem em segurança, nem em saude – e que não contribuiu com um tostão de “seu” para o “ajuste” – consome por ano, considerado apenas o “por dentro”, portanto, 41% do PIB que equivalem a R$ 2.400.000.000.000,00 (dois trilhões e quatrocentos bilhões de reais) apenas com salários, mordomias, aposentadorias e pensões desfrutados pela casta dos sócios do poder.
Mas apesar da clamorosa enormidade desses numeros, você nunca viu uma reportagem mostrando ao Brasil do desemprego, dos doentes no chão e dos 56 mil assassinados por ano como vive esse “outro lado” que tanto tem sem ter feito por merecer; qual a minúcia dos numeros do seu mundo comparado ao nosso; se, quando e como eles pagam as suas contas; como vivem as suas famílias comparadas às nossas.
Enquanto esse não for o tema obsessivo e diário de todos os jornais, rádios e televisões do país; enquanto não se tornar impossível mencionar qualquer número nesta terra sem referí-lo a essa realidade; enquanto ela não for conhecida de cabo a rabo por todos e cada um dos brasileiros, o Brasil não tem a menor chance de voltar para dentro do mundo.
Falta justiça
O n° 10 de Downing St. e o Palácio do Planalto
Diariamente, centenas de milhares de turistas em visita a Londres percorrem a pé a pequena distância que separa Westminster do mais famoso beco do mundo, a Downing Street, em cujo nº 10 trabalha e mora o First Lord of Treasury, cargo tradicionalmente comissionado ao Primeiro Ministro britânico. Através das grades de uma cerca metálica pintada de preto, elegante mas sem floreios, pode-se espichar os olhos na direção do famoso endereço. A impressão que se recolhe, como brasileiro, é a total desproporção entre a importância do cargo e a sobriedade do edifício. Alvenaria de tijolos à vista, uma porta estreita abrindo para a rua sobre uma soleirinha de dez centímetros não é exatamente o que se imagina para quem ocupa posto de tal relevo.
Embora doada a Sir Robert Walpole em 1732 pelo rei George II, este a recusou como presente e propôs que fosse destinada ao uso dos ocupantes do cargo que ele então exercia. Muitos dos sucessores de Walpole, contudo, preferiram outros endereços por considerar aquele destituído da necessária dignidade. O nº 10, já então, estava longe de ser incluído entre os domicílios ou escritórios elegantes de Londres.
Ao retornar dali para o hotel onde estava hospedado, dias atrás, busquei informações sobre o número de pessoas naquele local. Chamara-me a atenção a tranquilidade reinante na Downing Street. Havia muito mais gente espiando através das grades do que em circulação nas áreas externas da sede do governo. E lá dentro? Pesquisando, descobri que o primeiro-ministro britânico tem a sua disposição 85 postos da burocracia estatal e que no nº 10 trabalham, ao todo, cerca de 170 pessoas. Em Brasília, no Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro, segundo informou o jornalista Claudio Humberto, em sua coluna do dia 27 de novembro de 2013, estão lotados 4,6 mil funcionários. À época, o jornalista observou que esse número era 10 vezes maior do que o staff total da Casa Branca. E, pelo que constatei em minha pesquisa, 27 vezes maior do que o staff operando na sede do governo do Reino Unido.
Quanto poderíamos aproveitar dos bons exemplos! Em vez disso, parece que aprendemos dos gregos. É evidente que com tais esbanjamentos, vivendo à forra, não pode sobrar dinheiro, por exemplo, para construir os presídios de cuja existência tanto dependem a credibilidade e efetividade da legislação penal e nossa segurança pessoal. Esse modelo pródigo de gestão só será rompido, com imensa economia de recursos se e quando adotarmos um sistema racional, que separe o Estado do governo e ambos da administração pública. Vejam que ao referir o Palácio do Planalto, mencionei apenas um local, um edifício. Há muito mais luxo, requinte e esbanjamento ao redor da mesma praça onde se situa o endereço profissional da senhora presidente.
Percival Puggina
Embora doada a Sir Robert Walpole em 1732 pelo rei George II, este a recusou como presente e propôs que fosse destinada ao uso dos ocupantes do cargo que ele então exercia. Muitos dos sucessores de Walpole, contudo, preferiram outros endereços por considerar aquele destituído da necessária dignidade. O nº 10, já então, estava longe de ser incluído entre os domicílios ou escritórios elegantes de Londres.
Ao retornar dali para o hotel onde estava hospedado, dias atrás, busquei informações sobre o número de pessoas naquele local. Chamara-me a atenção a tranquilidade reinante na Downing Street. Havia muito mais gente espiando através das grades do que em circulação nas áreas externas da sede do governo. E lá dentro? Pesquisando, descobri que o primeiro-ministro britânico tem a sua disposição 85 postos da burocracia estatal e que no nº 10 trabalham, ao todo, cerca de 170 pessoas. Em Brasília, no Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro, segundo informou o jornalista Claudio Humberto, em sua coluna do dia 27 de novembro de 2013, estão lotados 4,6 mil funcionários. À época, o jornalista observou que esse número era 10 vezes maior do que o staff total da Casa Branca. E, pelo que constatei em minha pesquisa, 27 vezes maior do que o staff operando na sede do governo do Reino Unido.
Quanto poderíamos aproveitar dos bons exemplos! Em vez disso, parece que aprendemos dos gregos. É evidente que com tais esbanjamentos, vivendo à forra, não pode sobrar dinheiro, por exemplo, para construir os presídios de cuja existência tanto dependem a credibilidade e efetividade da legislação penal e nossa segurança pessoal. Esse modelo pródigo de gestão só será rompido, com imensa economia de recursos se e quando adotarmos um sistema racional, que separe o Estado do governo e ambos da administração pública. Vejam que ao referir o Palácio do Planalto, mencionei apenas um local, um edifício. Há muito mais luxo, requinte e esbanjamento ao redor da mesma praça onde se situa o endereço profissional da senhora presidente.
Percival Puggina
A merda e sua dona
A arrogância autoritária da ex-guerilheira Dilma Rousseff faz o diabo para não levar um tombo do Planalto. ‘Não vou pagar pela merda dos outros’.
A super Dilma revela em seus delírios despóticos o desespero de uma presidente acuada e solitária. Foi um destempero em pleno palácio. Dilma deu uma bronca sem medidas porque se vê sozinha e cercada por infiéis. Afinal que companheiro naquela sala revelou a explosão?
Quem fez a lambança nos últimos anos, e protagonizou de camarote a sujeirada do lulismo, sai berrando que não sai, não pagará pelos erros alheios, mas que lhe beneficiaram e beneficiam. A "dona" da Petrobras deixou a corrupção correr solta, ou aprovou compras desastrosas como a "ruivinha" de Pasadena em nome de chegar à Presidência. Em ambos os casos não foram apenas os outros os culpados só por serem subordinados à vontade superior.
É muita desfaçatez da presidente em se achar imune da roubalheira e da patifaria que assolam o país. Ainda se diz inocente na manipulação de dados econômicos e sociais para não afetar sua reeleição? Seria inocente também na abertura da bica governamental para programas eleitoreiros que ajudaram no esvaziamento dos cofres públicos?
Como se diz inocente e "para não cair, a gente sempre precisa ser ajudada", não é à toa que no julgamento no TSE está na banca dos ministros a advogada Luciana Lóssio, defensora de Dilma na campanha de 2010, e agora julgadora das picaretagens eleitoreiras da presidente.
A merda que tenta jogar para os outros tem a sua digital, dona Dilma. E quem está pagando por ela não são seus companheiros e comparsas na sujeira. Quem vai pagar as toneladas de esgoto de Brahma e Dilma são os idosos nos asilos mal aparelhados, os doentes nos hospitais que lembram corredores de tortura, o cidadão nas ruas com a falta de segurança pública, que nunca foi questão primordial nos governos petistas, são as crianças e jovens pela educação desqualificada e escolas destroçadas, quando não de lata.
Emporcalham o país até moralmente e arrasaram a economia em proveito próprio e de companheiros. Depois mandam a conta para os indefesos, os infelizes, os inocentes e os trabalhadores. Eis o absolutismo petista que presenteia os amigos com o dinheiro alheio e se acha ungido por Deus, apesar de serem ateus.
A boca suja de Dilma ecoou pelo país como mais uma bordoada presidencial pelos poderes de grayskull. Pura embriaguez de poder. Ninguém é mais culpado do que ela e Lula por se obrar essa diarreia governamental que sujou o Brasil.
Quem fez a lambança nos últimos anos, e protagonizou de camarote a sujeirada do lulismo, sai berrando que não sai, não pagará pelos erros alheios, mas que lhe beneficiaram e beneficiam. A "dona" da Petrobras deixou a corrupção correr solta, ou aprovou compras desastrosas como a "ruivinha" de Pasadena em nome de chegar à Presidência. Em ambos os casos não foram apenas os outros os culpados só por serem subordinados à vontade superior.
É muita desfaçatez da presidente em se achar imune da roubalheira e da patifaria que assolam o país. Ainda se diz inocente na manipulação de dados econômicos e sociais para não afetar sua reeleição? Seria inocente também na abertura da bica governamental para programas eleitoreiros que ajudaram no esvaziamento dos cofres públicos?
Inocente, Dilma não teria nada a ver também com o "presentinho" de casamento ao genro do deputado Eunício Oliveira. Depois de casar há pouco mais de um mês, festa à qual compareceu a presidente, o advogado com uma longa carreira de três anos recebeu um cargo na diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil.
A merda que tenta jogar para os outros tem a sua digital, dona Dilma. E quem está pagando por ela não são seus companheiros e comparsas na sujeira. Quem vai pagar as toneladas de esgoto de Brahma e Dilma são os idosos nos asilos mal aparelhados, os doentes nos hospitais que lembram corredores de tortura, o cidadão nas ruas com a falta de segurança pública, que nunca foi questão primordial nos governos petistas, são as crianças e jovens pela educação desqualificada e escolas destroçadas, quando não de lata.
Emporcalham o país até moralmente e arrasaram a economia em proveito próprio e de companheiros. Depois mandam a conta para os indefesos, os infelizes, os inocentes e os trabalhadores. Eis o absolutismo petista que presenteia os amigos com o dinheiro alheio e se acha ungido por Deus, apesar de serem ateus.
Leia, ouça, veja, mas, sobretudo, pense
Se grandes invenções ou descobertas, como o fogo, a roda ou
a alavanca, se fizeram antes que o homem fosse, historicamente, capaz de
escrever, também se põe como fora de dúvida que mais rapidamente se avançou
quando foi possível fixar inteligência em escrita, quando o saber se pôde
transmitir com maior fidelidade do que oralmente, quando biblioteca, em
qualquer forma, foi testamento do passado e base de arranque para o futuro. A
livro se veio juntar arquivo, para o que mais ligeiro se afigurava; e fora de
bibliotecas ou arquivos ficaram os milhões de páginas de discorrer ou emoção
humana que mais ligeiras pareceram ainda, ou menos duradouras. Escrevendo ou
lendo nos unimos para além do tempo e do espaço, e os limitados braços se põem
a abraçar o mundo; a riqueza de outros nos enriquece a nós. Leia.
Milhões de homens, porém, no mundo atual estão incapacitados de escrever e de ler, muito menos porque faltam métodos e meios do que incitamento que os levante acima do seu tão difícil quotidiano e vontade de quem mais pode de que seus reais irmãos mais dependam de si próprios do que de exteriores e quase sempre enganadoras salvações. Mais se comunica falando do que de qualquer outra forma; o que nos dizem muitas vezes nos parece de nenhuma importância, mas talvez tenha havido uma falha na atitude de escutar do que no conteúdo do que se disse; porventura a palavra-chave estava aí, mas estávamos distraídos, ou ansiosos por nós próprios falarmos; e no vento fugiu, a outros ouvidos ou a nenhuns. Ouça.
No tempo em que a antropologia ainda julgava que o homem descendia do macaco notou-se, para os distinguir, que um, mesmo no estádio mais primitivo, desenhava; o outro, mesmo que antropoide superior, nem olhava o desenho. Imagem nos veio acompanhando pela História fora, desde as pinturas ou gravuras rupestres, cujo verdadeiro significado ainda está por encontrar, até cinema ou televisão, sobre cujo significado igualmente muitas vezes nos podemos interrogar e que se tem de arrancar o mais depressa possível ao domínio do lucro, da publicidade ou das propagandas ideológicas para que possam cumprir, como nas formas mais antigas, a sua missão de iluminar, inspirar e consagrar o mundo. Imagem o cerca. Veja.
Mas o que vê e ouve ou lê nada mais lhe traz senão matéria-prima de pensamento, já livre de muita impureza de minério bruto, porquanto antes do seu outros pensamentos o pensaram; mas, por o pensarem, alguma outra impureza lhe terão juntado. Nunca se precipite, pois, a aderir; não se deixe levar por nenhum sentimento, exceto o do amor de entender, de ver o mais possível claro dentro e fora de si; critique tudo o que receba e não deixe que nada se deposite no seu espírito senão pela peneira da crítica, pelo critério da coerência, pela concordância dos fatos; acredite fundamentalmente na dúvida construtiva e daí parta para certezas que nunca deixe de ver como provisórias, exceto uma, a de que é capaz de compreender tudo o que for compreensível; ao resto porá de lado até que o seja, até que possa pôr nos pratos da sua balancinha de razão. A tudo pese. Pense.
Agostinho da Silva (1906 – 1994)
No país dos três pês, STF mostra independência
Chegou aos ouvidos do Lula a informação de que os ministros do STF não estão mais dispostos a se expor para atender a pedidos que ponham em dúvida a credibilidade do tribunal no julgamento dos casos da operação Lava-Jato. Um desses ministros, em encontro reservado com o ex-presidente, foi claro quando o avisou que no processo do mensalão virou prisioneiro dentro da sua própria casa porque não podia ir às ruas sem ser xingado. Diante disso, sentenciou: “Minha cota de gratidão com esse governo se esgotou”.
A postura atual dos ministros do supremo mostra que não haverá contemplação com quem estiver envolvido na operação Lava-Jato, o que ficou muito claro com a busca e apreensão feita na casa e escritórios de empresários e políticos, entre eles o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello. Ele viu, atônito, ser retirado da Casa da Dinda, uma de suas moradias, vários carros de luxo avaliados em milhões de reais. Os mandados assinados por três ministros do Supremo Tribunal Federal não deixam dúvida quanto a intolerância com aqueles que se julgavam intocáveis até então.
Escrevi aqui, não faz muito tempo, artigo em que dizia que no Brasil a cadeia foi feita para enjaular os três pês – puta, pobre e preto. De lá pra cá, parece que muita coisa mudou. No xadrez da Polícia Federal, em Curitiba, estão presos a nata do empresariado e diretores de empresas púbicas até então homens acima de qualquer suspeita. Para que isso fosse possível, um grupo de abnegados procuradores do Ministério Púbico, liderados pelo juiz Sérgio Moro, desencadeou uma operação indiscriminada de caça às bruxas prendendo e condenando dezenas de nobres senhores fora do mundo dos três pês.
A operação, que começou com a prisão do dono de um posto de gasolina em Brasília, aprofundou-se de tal forma que já entrou pela porta adentro do Palácio do Planalto e agora do Congresso Nacional com o inequívoco respaldo do STF que autorizou a blitz na casa de empresários e políticos. Nota-se, portanto, que os ministros do tribunal não estão dispostos a abrir mão de suas prerrogativas constitucionais para apadrinhar outros personagens importantes envolvidos nos escândalos de corrupção. E, de uma vez por todas, mandam um recado claríssimo de que não querem ser mais admoestados.
Essa postura do STF deixa sem dormir a cúpula do PT. E a Dilma em maus lençóis, quando o dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirma em depoimento que doou quase 8 milhões de reais ao Edinho, ex- tesoureiro da sua campanha, atual Ministro da Comunicação Social, dinheiro roubado da Petrobrás.
Escrevi aqui, não faz muito tempo, artigo em que dizia que no Brasil a cadeia foi feita para enjaular os três pês – puta, pobre e preto. De lá pra cá, parece que muita coisa mudou. No xadrez da Polícia Federal, em Curitiba, estão presos a nata do empresariado e diretores de empresas púbicas até então homens acima de qualquer suspeita. Para que isso fosse possível, um grupo de abnegados procuradores do Ministério Púbico, liderados pelo juiz Sérgio Moro, desencadeou uma operação indiscriminada de caça às bruxas prendendo e condenando dezenas de nobres senhores fora do mundo dos três pês.
A operação, que começou com a prisão do dono de um posto de gasolina em Brasília, aprofundou-se de tal forma que já entrou pela porta adentro do Palácio do Planalto e agora do Congresso Nacional com o inequívoco respaldo do STF que autorizou a blitz na casa de empresários e políticos. Nota-se, portanto, que os ministros do tribunal não estão dispostos a abrir mão de suas prerrogativas constitucionais para apadrinhar outros personagens importantes envolvidos nos escândalos de corrupção. E, de uma vez por todas, mandam um recado claríssimo de que não querem ser mais admoestados.
Essa postura do STF deixa sem dormir a cúpula do PT. E a Dilma em maus lençóis, quando o dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirma em depoimento que doou quase 8 milhões de reais ao Edinho, ex- tesoureiro da sua campanha, atual Ministro da Comunicação Social, dinheiro roubado da Petrobrás.
Numa reunião reservada com Aloizio Mercadante, o Edinho e assessores do seu gabinete, Dilma expressou o temor com o cerco ao seu governo ao afirmar que “não tenho nada a ver com essa merda, portanto não vou pagar por isso”.
Engana-se. Ela está atolada até o pescoço. O dinheiro arrecadado por Edinho, fruto do assalto aos cofres da Petrobrás, foi parar nas suas contas de campanha. Ela deu prejuízo a Petrobrás de quase 1 bilhão de dólares ao autorizar a compra da refinaria de Pasadena quando esteve à frente da presidência do Conselho da Petrobrás. Além disso, responde a processos no TSE e no TCU, neste tribunal por administrar o país com irresponsabilidade.
Os ministros do STF estão dando provas inequívocas de que não vão ceder a pressões palacianas que tentam impedir o prosseguimento da Lava-Jato com a expedição dos primeiros mandados de busca e apreensão na casa de políticos com fórum privilegiados. É bom que outros ponham a barba de molho, depois do aviso da Corte de que, depois do mensalão, a conta com os padrinhos já está paga. Agora, o que os ministros mais querem é andar nas ruas sem serem molestados.
Engana-se. Ela está atolada até o pescoço. O dinheiro arrecadado por Edinho, fruto do assalto aos cofres da Petrobrás, foi parar nas suas contas de campanha. Ela deu prejuízo a Petrobrás de quase 1 bilhão de dólares ao autorizar a compra da refinaria de Pasadena quando esteve à frente da presidência do Conselho da Petrobrás. Além disso, responde a processos no TSE e no TCU, neste tribunal por administrar o país com irresponsabilidade.
Os ministros do STF estão dando provas inequívocas de que não vão ceder a pressões palacianas que tentam impedir o prosseguimento da Lava-Jato com a expedição dos primeiros mandados de busca e apreensão na casa de políticos com fórum privilegiados. É bom que outros ponham a barba de molho, depois do aviso da Corte de que, depois do mensalão, a conta com os padrinhos já está paga. Agora, o que os ministros mais querem é andar nas ruas sem serem molestados.
A Lava Jato pisa no acelerador
A busca e apreensão de bens e documentos nas casas de um ex-presidente, ex-ministros, senadores e deputados federais, como desdobramento da Operação Lava Jato no STF, estabelece um novo marco na política e se revela cheia de significados. O primeiro deles é que a Justiça não se intimidou diante de eventual impacto institucional da investigação.
Os procedimentos foram requeridos pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a partir de evidências coletadas nas investigações relacionadas à Operação Lava Jato. Os 53 mandados de busca e apreensão foram expedidos pelos ministros do Supremo Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
O caráter emblemático é ainda maior quando se trata de Fernando Collor, tanto pelo passado (ex-presidente da República) quanto pelo presente (senador). Sinal de que, se houver evidências, até mesmo o ex-presidente Lula poderá ser alvo de operações semelhantes.
Outro significado está no fato de que, no caso dos políticos, a Operação Lava Jato deverá entrar numa fase de aceleração. Definitivamente o STF está trabalhando num ritmo mais veloz e dando curso ágil aos pedidos da PGR. Ou seja, a movimentação jurídica e policial de hoje antecipa que o momento da denúncia contra os políticos está muito próximo.
A iniciativa de terça-feira seria um ensaio do que está por vir. A operação provocou vários encontros de avaliação em Brasília e foi tema das reuniões de coordenação política na Presidência e no Senado. O ex-presidente Lula, que não conversava com Dilma há um mês, almoçou com ela e um grupo de ministros no Palácio da Alvorada para sondar a extensão da crise.
Setores do governo consideram que o avanço da Lava Jato sobre políticos pode dar um refresco nas pressões sobre a Presidência. Não é um entendimento unânime. A coordenação política avalia que o tema é ruim para todos. Com o Congresso Nacional ainda mais apreensivo diante da nova fase da Lava Jato, os desdobramentos políticos são praticamente inevitáveis. A operação da PF na residência de Fernando Collor tem potencial para ampliar os problemas do governo.
Collor poderá estreitar ainda mais seu relacionamento político com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criando obstáculos ao governo. Isso ocorreria por meio da derrota de projetos de interesse do Planalto no Senado. Especula-se que Janot estaria preparando uma fornada de denúncias contra políticos que respondem a inquéritos dentro da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador teria o interesse de fazer as denúncias antes do término de seu mandato (em meados de setembro).
A eventual denúncia contra Cunha e Renan tem potencial para agravar ainda mais o relacionamento entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Mais do que isso, poderá aumentar a insatisfação do PMDB com o governo e o PT.
Em busca de blindagem para não perder as posições de destaque que desfrutam no Congresso, Cunha e Renan podem ampliar a predominância sobre o Palácio do Planalto com objetivo de negociar um grande acordo – o PMDB “segura” o andamento do eventual processo contra Dilma (caso o TCU condene a presidente no caso das “pedaladas fiscais”) em troca de uma saída política.
Essa forma de atuar parece ser de interesse do PMDB, pois do ponto de vista político não é interessante provocar a “queda” de Dilma, e sim mantê-la enfraquecida e refém do partido, que continuaria ditando os rumos da agenda do país.
Os procedimentos foram requeridos pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a partir de evidências coletadas nas investigações relacionadas à Operação Lava Jato. Os 53 mandados de busca e apreensão foram expedidos pelos ministros do Supremo Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
O caráter emblemático é ainda maior quando se trata de Fernando Collor, tanto pelo passado (ex-presidente da República) quanto pelo presente (senador). Sinal de que, se houver evidências, até mesmo o ex-presidente Lula poderá ser alvo de operações semelhantes.
A iniciativa de terça-feira seria um ensaio do que está por vir. A operação provocou vários encontros de avaliação em Brasília e foi tema das reuniões de coordenação política na Presidência e no Senado. O ex-presidente Lula, que não conversava com Dilma há um mês, almoçou com ela e um grupo de ministros no Palácio da Alvorada para sondar a extensão da crise.
Setores do governo consideram que o avanço da Lava Jato sobre políticos pode dar um refresco nas pressões sobre a Presidência. Não é um entendimento unânime. A coordenação política avalia que o tema é ruim para todos. Com o Congresso Nacional ainda mais apreensivo diante da nova fase da Lava Jato, os desdobramentos políticos são praticamente inevitáveis. A operação da PF na residência de Fernando Collor tem potencial para ampliar os problemas do governo.
Collor poderá estreitar ainda mais seu relacionamento político com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criando obstáculos ao governo. Isso ocorreria por meio da derrota de projetos de interesse do Planalto no Senado. Especula-se que Janot estaria preparando uma fornada de denúncias contra políticos que respondem a inquéritos dentro da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador teria o interesse de fazer as denúncias antes do término de seu mandato (em meados de setembro).
A eventual denúncia contra Cunha e Renan tem potencial para agravar ainda mais o relacionamento entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Mais do que isso, poderá aumentar a insatisfação do PMDB com o governo e o PT.
Em busca de blindagem para não perder as posições de destaque que desfrutam no Congresso, Cunha e Renan podem ampliar a predominância sobre o Palácio do Planalto com objetivo de negociar um grande acordo – o PMDB “segura” o andamento do eventual processo contra Dilma (caso o TCU condene a presidente no caso das “pedaladas fiscais”) em troca de uma saída política.
Essa forma de atuar parece ser de interesse do PMDB, pois do ponto de vista político não é interessante provocar a “queda” de Dilma, e sim mantê-la enfraquecida e refém do partido, que continuaria ditando os rumos da agenda do país.
Quando a tristeza e a ansiedade são bem-vindas
Phil Bliss |
Por que não curtir uma angústia acompanhada de uma solidão numa tarde fria de sábado? Ou ser assaltado por uma incômoda ansiedade quando nossa vida precisa de uma reviravolta? Quem sabe ser invadido por tristeza ao escutar aquela música que nos remete ao grande amor platônico? Pois o que anda incomodando os que militam no estudo do comportamento humano é uma epidemia de indiferença que permeia as relações humanas, um certo embotamento afetivo que nos robotiza no dia a dia.
Tudo muito bem, tudo muito certo, mas realmente ainda somos regidos por emoções e sentimentos. Por isso, não é de se estranhar que um dos grandes problemas de saúde no mundo sejam as disfunções ansiosas e afetivas. Regredimos a ponto de haver grave divórcio entre um sofisticado cérebro cortical, lógico, onde somos assaltados por excesso de pensamentos – infelizmente de conteúdos negativistas, aflitivos, estressantes, preocupações irrealistas e adoecedoras – e a parte hipotalâmica do cérebro, sede dos controles emocionais e administração do estresse.
Ou, se preferirem, escravos de uma “pensação” disparada, incapazes de relaxar, de ter prazeres e satisfações reais. Somos punidos por sentimentos de profunda depressão, medos e fobias, culpas patológicas, ciúmes doentios entre outras fragilidades emocionais.
Ora, desde que o mundo existe, usamos o universo afetivo para dar cor e calor a nossa existência. Angustiados com as trevas, dominaram o fogo e mais tarde inventaram a luz. Então, bem-vinda a angústia que cria e inventa. Alguém com culpa, inventou regras de punição para pautar as leis que permitiram surgir a civilização.
A ansiedade permitiu avanços e um ansioso quis chegar à Índia pelo mar e descobriu as Américas e um novo mundo. O medroso temendo predadores, desenvolveu moradias, e assim a humanidade caminha. Só não se inibam afetivamente, pois é empobrecedor economizar abraços entre pais e filhos, cafuné entre casais, um ombro amigo para chorar as derrotas e frustrações ou comemorar a vitória improvável. Carinho é uma linguagem que exige o olhar, o ouvido para escutar as mágoas, o tato que acalma na massagem calorosa e o paladar de uma comida caseira feita com amor.
Sentir o perfume da amada, fazer a poesia destilada pela paixão. Seja na alegria, na tristeza, na serenidade ou na aflição, no perdão ou na mágoa, o importante é sentir, pulsar e fluir sentimentos. Tudo bem para a tela, a máquina, o eletrônico, o virtual ou o game. Mas sentimento não combina com aplicativo, nem há mundo digital que substitua.
Portanto, use suas emoções! É grátis, real, e faz bem para a saúde! Mas reconheço, caminhamos para a extinção afetiva, enquanto insistirmos em não assumirmos nossas carências e continuarmos a camuflar nossas emoções.
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