quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Corrupção: crime de alta traição
Há uma crença generalizada na América segundo a qual a gripe, a varíola e a corrupção chegaram junto com as grandes descobertas.
Gerações e gerações de americanos têm convivido com a corrupção como quem vive diariamente com o cumprimento das funções orgânicas do corpo humano. Pois ser poderoso e corrupto tem sido quase tão inevitável quanto comer e respirar.
A corrupção faz parte do decálogo das promessas de dois séculos.
Enquanto corria atrás da democracia, a América não conseguia encontrar tempo a não ser para lamentar, abstratamente, o quanto a corrupção fazia parte de sua existência.
Otto Pérez Molina, ex-presidente da Guatemala, experimentou aquilo que muitos devem ter sentido durante as grandes turbulências da época do Terror, quando se dormia em um palácio e se acordava em uma cela.
E, se foi assim, é porque a corrupção deixou de ser um mal inevitável. Assim como deixou de ser uma parte das necessidades orgânicas dos políticos, para se transformar em um crime de alta traição que afeta igualmente a todos os cidadãos. No México, as crianças cresceram aprendendo que “quem não engana, não avança”.
E na Espanha, todos os casos de corrupção envolvendo os catalães do Governo de Convergência Democrática, além dos do PSOE e do PP no restante do país, lançando contra as cordas aquilo que foi, em seu tempo, um processo bem-sucedido de transformação política, constituem, agora, sinais inequívocos de uma doença social, a mesma que neste momento sofre, na América, uma curiosa transformação.
Antes, a corrupção era um problema isolado, quando alguém se aproveitava de seu poder cometendo abusos, roubando, apropriando-se e enfiando no próprio bolso o que não era seu, prejudicando, dessa forma, toda a população.
Hoje, porém, é causa direta, não apenas da perda do vigor moral de um país, mas também da má qualidade da construção de estradas, das mortes por causa de medicamentos vencidos, do ensino ruim nas escolas e da incapacidade de romper com o círculo vicioso da pobreza estrutural.
No Brasil, a corrupção já não é mais um crime individual. Constitui, efetivamente, um golpe de Estado contra a moral e os princípios da população brasileira.
O mais surpreendente, hoje, porém, é o efeito contagioso da punição indiscriminada que se exige que seja aplicada contra os corruptos.
Pois, agora, a corrupção se tornou a questão maior para milhões de pessoas que nunca saíram da pobreza extrema. Agora, ela é vista nos pilares que sepultaram milhares de cidadãos no terremoto de 1985 no México. E está presente, também, no sentimento de saturação de um povo que vive sob uma democracia formal na qual vigora muita injustiça e onde é muito limitada a vontade real de superar as disparidades sociais.
Esse salto qualitativo, que estabelece uma diferença entre a corrupção para os corruptos e a corrupção como um crime de alta traição, é um fenômeno relativamente novo.
O problema mais grave é que a luta contra a corrupção na América Latina não chega a ser exatamente uma primavera árabe. E que, agora, a América, tão frágil institucionalmente, depende do poder judiciário, o qual, em que pese o conjunto de citações universitárias a Montesquieu, esteve sempre a serviço do primeiro poder. Ou seja: os magistrados recebem as esmolas que lhes são dadas pelos parlamentares a serviço do poder Executivo.
Por essa razão, o grande perigo, agora, reside em que, uma vez iniciado o resgate moral, se ignore que não se trata apenas de um problema de punição, mas também de estrutura legal, e não se assegure que aquilo que hoje derruba presidentes, acalenta esperanças e anuncia primaveras não se torne futuramente a melhor maneira de voltar a povoar as Américas com novos pinochets.
Gerações e gerações de americanos têm convivido com a corrupção como quem vive diariamente com o cumprimento das funções orgânicas do corpo humano. Pois ser poderoso e corrupto tem sido quase tão inevitável quanto comer e respirar.
A corrupção faz parte do decálogo das promessas de dois séculos.
Otto Pérez Molina, ex-presidente da Guatemala, experimentou aquilo que muitos devem ter sentido durante as grandes turbulências da época do Terror, quando se dormia em um palácio e se acordava em uma cela.
E, se foi assim, é porque a corrupção deixou de ser um mal inevitável. Assim como deixou de ser uma parte das necessidades orgânicas dos políticos, para se transformar em um crime de alta traição que afeta igualmente a todos os cidadãos. No México, as crianças cresceram aprendendo que “quem não engana, não avança”.
E na Espanha, todos os casos de corrupção envolvendo os catalães do Governo de Convergência Democrática, além dos do PSOE e do PP no restante do país, lançando contra as cordas aquilo que foi, em seu tempo, um processo bem-sucedido de transformação política, constituem, agora, sinais inequívocos de uma doença social, a mesma que neste momento sofre, na América, uma curiosa transformação.
Antes, a corrupção era um problema isolado, quando alguém se aproveitava de seu poder cometendo abusos, roubando, apropriando-se e enfiando no próprio bolso o que não era seu, prejudicando, dessa forma, toda a população.
Hoje, porém, é causa direta, não apenas da perda do vigor moral de um país, mas também da má qualidade da construção de estradas, das mortes por causa de medicamentos vencidos, do ensino ruim nas escolas e da incapacidade de romper com o círculo vicioso da pobreza estrutural.
No Brasil, a corrupção já não é mais um crime individual. Constitui, efetivamente, um golpe de Estado contra a moral e os princípios da população brasileira.
O mais surpreendente, hoje, porém, é o efeito contagioso da punição indiscriminada que se exige que seja aplicada contra os corruptos.
Pois, agora, a corrupção se tornou a questão maior para milhões de pessoas que nunca saíram da pobreza extrema. Agora, ela é vista nos pilares que sepultaram milhares de cidadãos no terremoto de 1985 no México. E está presente, também, no sentimento de saturação de um povo que vive sob uma democracia formal na qual vigora muita injustiça e onde é muito limitada a vontade real de superar as disparidades sociais.
Esse salto qualitativo, que estabelece uma diferença entre a corrupção para os corruptos e a corrupção como um crime de alta traição, é um fenômeno relativamente novo.
O problema mais grave é que a luta contra a corrupção na América Latina não chega a ser exatamente uma primavera árabe. E que, agora, a América, tão frágil institucionalmente, depende do poder judiciário, o qual, em que pese o conjunto de citações universitárias a Montesquieu, esteve sempre a serviço do primeiro poder. Ou seja: os magistrados recebem as esmolas que lhes são dadas pelos parlamentares a serviço do poder Executivo.
Por essa razão, o grande perigo, agora, reside em que, uma vez iniciado o resgate moral, se ignore que não se trata apenas de um problema de punição, mas também de estrutura legal, e não se assegure que aquilo que hoje derruba presidentes, acalenta esperanças e anuncia primaveras não se torne futuramente a melhor maneira de voltar a povoar as Américas com novos pinochets.
Dilma é o bode: ruim sem ela, pior com ela
Adaptada aos primórdios da União Soviética, a fábula do bode na sala tem tudo que ver com nossa atualidade: incomodados com o excesso de pessoas num apartamento coletivo, seus moradores se queixaram a um comissário do povo, que os aconselhou a pôr um bode em casa. Uma semana depois voltou ao local e, ao retirar o bode, melhorou a situação, que, é claro, tinha piorado muito.
Esta terra do samba, do frevo e do futebol tornou-se pátria do incômodo de 1 milhão de desempregados, previsto para 2015. E, talvez, ainda viverá funestas consequências nos próximos “meses” (apud Joaquim Levy), com mais empresas falindo e menos serviços funcionando, sob a égide de uma destrambelhada que assiste, aparentemente impávida, à degeneração econômica, política, social e, sobretudo, moral deste “país do pixuleco”. Neste, bandidos são bajulados como heróis que empregam trabalhadores e guerreiam pelo povo e vilões são apenas seus ex-sócios que colaboram com a Justiça ao denunciá-los.
Neste atual descalabro, uma nobreza nada nobre se protege atrás de um vergonhoso muro da ira da plebe espoliada.
Antigamente a corrupção era um empreendimento pessoal e assim foi até chegarmos a este século 21, quando virou projeto sistêmico partidário de poder para enriquecer uma súcia que se pretende monopolista de todas as virtudes e benesses.
Protegida por placas de metal na festa da Independência, que deveria ser de todos, a capitã da nave à deriva pratica o voo da barata tonta, que não é aleatório, como querem fazer crer sócios e cúmplices, mas método de embromation. A “gerenta”, posta no poder pelo padim, joga contra o bolso esvaziado do pobre, que finge representar, cartadas de um pôquer funesto. No ano passado conseguiu da base genuflexa no Congresso autorização para burlar a lei, ao não cumprir a obrigação precípua e intransferível de produzir saldo nas contas públicas. Ainda assim, recorreu a “pedaladas”, atropelando de novo a mesma lei para fechar balanço mentiroso.
Neste ano recorreu a um providencial ministro neoliberal para tranquilizar seus clientes com banco. Este chegou prometendo a volta do superávit primário para, em seguida, mandar para o Legislativo um Orçamento deficitário. A obrigação de só gastar o que é capaz de arrecadar não é apenas a pedra de toque da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas também a regra fundamental de qualquer gestão que se preze, no lar ou na República. Só que a corrupção sistêmica aparelhou e emparedou Poderes e instituições em postos-chave, capazes de sustentar o insustentável peso de um Estado estroina e de uma casta cujas máculas fazem apodrecer nossa democracia, para gáudio do bando que continua no comando.
Será esta democracia apenas um jogo de poder sem regras do voto conquistado com dinheiro desviado do bolso do próprio cidadão enganado? Voto nem sempre bem contado...
Edinho Silva, tesoureiro da campanha da “presidenta” reeleita, é acusado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, de tê-lo ameaçado de suspender seus contratos privilegiados com sobrepreço em estatais se não doasse para cobrir despesas da reeleição de Dilma. Licitação viciada e lavagem de propina pela Justiça Eleitoral são crimes graves e, no caso, sobrepostos. “Eu segui as orientações da presidenta Dilma, ou seja, conversei com empresários brasileiros seguindo os princípios éticos e morais”, ele garantiu. Se for verdade, por que ela não o afasta até provar que o colaborador (antes da campanha e agora da Justiça) mentiu ao juiz e é, então, mentalmente incapaz, única condição para explicar atitude de quem agrava a própria pena?
A mesma testemunha privilegiada acusou dois varões do Senado de crimes semelhantes: o chefe da Casa Civil da reeleita, Aloizio Oliva, e o candidato derrotado a vice pelo principal partido da oposição, Aloysio Ferreira. Ambos garantem que as doações foram legais.
Mas o mantra petista não ganha foros de verdade por ser repetido pelo PSDB. A doação somente é legítima se sua origem for limpa. Cabe aos agentes da Operação Lava Jato provar se é ou não. Se não for, Pessoa terá as penas agravadas e Suas Excelências, a reputação recuperada. Até se esclarecer isso, porém, eles teriam de se licenciar de seus cargos para não atrapalharem as investigações – dois usando poder de governo e o terceiro dificultando a oposição a se opor.
Com a oposição sem rumo nem projeto, não é de prever bonança para o Brasil, ainda que dona Dilma venha a ser deposta. Mas também não é difícil verificar que, ao apostar na fábula do bode com que o comissário do povo driblou os incomodados, a “presidenta” de Edinho e Oliva não faz o papel que se atribui de malandrinha que indica a solução errada para vender o falso alívio da retirada do bode malcheiroso, barulhento e bagunceiro da sala da “minha casa, minha vida”. Ela, ao contrário, é o bode propriamente dito. Ou seja: se pode vir a ser ruim sem Dilma, pior será que ela continue protegendo seus suspeitos do peito. E nos dando a certeza, que se confirma a cada dia, de que ou é incapaz de sentir o fedor que lhe entra pelas narinas ou é cúmplice de quem produz todo esse material orgânico que torna insuportável a vida de seus desditados condôminos.
No lombo do Brasil
Acomodo-me no vagão nem luxuoso nem simples do trem que me levará do interior de Minas a Florianópolis ou, via Pantanal, de Quixeramobim ao último povoado ocidental do extremo sul. Mas não existe essa possibilidade. Poderia existir, não fosse a falsa modernidade à qual nos agarramos ao longo do século XX e que sepultou os trens, sem que ninguém soubesse ou saiba quem garfou os trilhos.
Estou bem instalado no trem inexistente, e de sua janela num instante passo a contemplar o sertão árido, o resto de mata atlântica, o cerrado. (O Pantanal, preso num poema de Manuel de Barros, não pode ser mais visto, apenas lido, mas lemos pouco.) E sobe montanha e desce montanha. E margeia rio e se afasta de rio. Café com pão, café com pão. Bandeira, sedento de Brasil, invade o vagão e me sequestra.
No Brasil ninguém diz “eu digo”, ninguém diz “eu roubo”. (Tampouco eu.) Aqui, a esquerda benze meia dúzia de empresários: mais-valia pura pra quê se cinco letras em forma de banco abastecem os ungidos com dinheiro barato e pedalado? Aqui, a direita tem nostalgia da palmatória, mas investe mesmo é em arma pesada e sonha com um sistema prisional lucrativo: menino preso é capital sadio e, por isso,bom reprodutor.
O trem parece andar fora dos trilhos. Virge Maria, que foi isso, maquinista? Nada de susto, ele avisa pelo sistema de alto-falante, estamos apenas passando por cima de um rol de Adílios. No trem da Central,continua em tom muito formal, a operação de passar sobre o corpo de Adílio Cabral dos Santos ocorreu por necessidade: Quem seria o doido de tumultuar a vida daquele que precisa chegar ao trabalho na hora? Apesar do improviso, a profanação foi um ato de humanismo, ápice da consciência coletiva. Agora, —a voz soa bonita e cheia de si — produzimos Adílios em prostíbolatórios de última geração e os jogamos já mortos sobre os dormentes. O trem que conseguir esbarrar no menor número deles ganha um prêmio. Qual? Dizer que foi ideia do outro. No Brasil gostamos de apontar o dedo e dizer “foi ele”, “foi ela”. Precavidos, não afirmamos coisa alguma defronte do espelho. Quanta sabedoria a desse homem!
O trem-bala já contornou o Chuí e, não tarda muito, desceremos em Manaus para, de acordo com o cardápio, comer carne de índio tucunaré. Sou repreendido pelo vizinho de assento: Não seja inocente, o índio é haitiano ou guianense, ninguém sabe ao certo. E não vem ao caso. Nunca vem ao caso, e ninguém jamais sabe ao certo. O tempero vai ser nativo, corre de boca em boca, para dar sabor à nossa eterna vingança pelo que fizeram ao bispo Sardinha.
Há pela frente o Pico da Neblina. O trem não está preparado para tamanha escalada, mas uma voz prática convoca homens de fome eterna para empurrá-lo até o cume. Lembro-me de Fitzcarraldo, o lunático filmado por Herzog, cineasta idealista que fez subir um navio pela montanha, uma linda imagem à custa da vida de outros famintos nativos dessas mesmas bandas amazônicas. Agora, são índios e negros — outra vez escravos, se é que algum dia deixaram de sê-lo — os que, tropeçando em Adílios, cumprem a missão. Ninguém poderia imaginar que ainda houvesse relho, chibata e cipó de aroeira, mas eles estão lá, troando no lombo de quem nunca mandou dar —tamanha violência cujo efeito colateral inesperado é deixar cada um de nós nu e, com isso, nu e transparente o próprio Brasil. Um rápido olhar para os lados é suficiente para se perguntar: onde foi parar a África nos machos, a Europa nas fêmeas? Quem lavou nossa miscigenação com água oxigenada e óleo de peroba?
Para cruzar o pico e depois descer, o governo empenhou no orçamento do ano que não vem dinheiro insuficiente e desnecessário, diz uma voz que não é a do maquinista, sabe-se lá se de um Adílio, de um Herzog, de um Deus dessas tantas butiques da fé espalhadas pelo Brasil. Outra frase brota no ar: No alto do morro, passa boi, passa boiada, só não passa solução já pronta para tormenta encomendada. Quem diz é ele, o do lado ou aquele mais adiante, mas, segundo ele, fui eu quem disse.
Em terras tropicais, odiamos o outro.
No Brasil ninguém diz “eu digo”, ninguém diz “eu roubo”. (Tampouco eu.) Aqui, a esquerda benze meia dúzia de empresários: mais-valia pura pra quê se cinco letras em forma de banco abastecem os ungidos com dinheiro barato e pedalado? Aqui, a direita tem nostalgia da palmatória, mas investe mesmo é em arma pesada e sonha com um sistema prisional lucrativo: menino preso é capital sadio e, por isso,bom reprodutor.
O trem parece andar fora dos trilhos. Virge Maria, que foi isso, maquinista? Nada de susto, ele avisa pelo sistema de alto-falante, estamos apenas passando por cima de um rol de Adílios. No trem da Central,continua em tom muito formal, a operação de passar sobre o corpo de Adílio Cabral dos Santos ocorreu por necessidade: Quem seria o doido de tumultuar a vida daquele que precisa chegar ao trabalho na hora? Apesar do improviso, a profanação foi um ato de humanismo, ápice da consciência coletiva. Agora, —a voz soa bonita e cheia de si — produzimos Adílios em prostíbolatórios de última geração e os jogamos já mortos sobre os dormentes. O trem que conseguir esbarrar no menor número deles ganha um prêmio. Qual? Dizer que foi ideia do outro. No Brasil gostamos de apontar o dedo e dizer “foi ele”, “foi ela”. Precavidos, não afirmamos coisa alguma defronte do espelho. Quanta sabedoria a desse homem!
O trem-bala já contornou o Chuí e, não tarda muito, desceremos em Manaus para, de acordo com o cardápio, comer carne de índio tucunaré. Sou repreendido pelo vizinho de assento: Não seja inocente, o índio é haitiano ou guianense, ninguém sabe ao certo. E não vem ao caso. Nunca vem ao caso, e ninguém jamais sabe ao certo. O tempero vai ser nativo, corre de boca em boca, para dar sabor à nossa eterna vingança pelo que fizeram ao bispo Sardinha.
Há pela frente o Pico da Neblina. O trem não está preparado para tamanha escalada, mas uma voz prática convoca homens de fome eterna para empurrá-lo até o cume. Lembro-me de Fitzcarraldo, o lunático filmado por Herzog, cineasta idealista que fez subir um navio pela montanha, uma linda imagem à custa da vida de outros famintos nativos dessas mesmas bandas amazônicas. Agora, são índios e negros — outra vez escravos, se é que algum dia deixaram de sê-lo — os que, tropeçando em Adílios, cumprem a missão. Ninguém poderia imaginar que ainda houvesse relho, chibata e cipó de aroeira, mas eles estão lá, troando no lombo de quem nunca mandou dar —tamanha violência cujo efeito colateral inesperado é deixar cada um de nós nu e, com isso, nu e transparente o próprio Brasil. Um rápido olhar para os lados é suficiente para se perguntar: onde foi parar a África nos machos, a Europa nas fêmeas? Quem lavou nossa miscigenação com água oxigenada e óleo de peroba?
Para cruzar o pico e depois descer, o governo empenhou no orçamento do ano que não vem dinheiro insuficiente e desnecessário, diz uma voz que não é a do maquinista, sabe-se lá se de um Adílio, de um Herzog, de um Deus dessas tantas butiques da fé espalhadas pelo Brasil. Outra frase brota no ar: No alto do morro, passa boi, passa boiada, só não passa solução já pronta para tormenta encomendada. Quem diz é ele, o do lado ou aquele mais adiante, mas, segundo ele, fui eu quem disse.
Em terras tropicais, odiamos o outro.
Sete de Setembro à moda neopetista
As cenas que vi, com cercas e tapumes metálicos, faziam lembrar um campo de concentração, onde as autoridades se protegiam no lado de dentro e a população era mantida no lado de fora. Foi um Dia da Pátria em estilo neopetista. Com efeito, durante décadas, o Partido dos Trabalhadores vendeu-se como um partido popular e diferente dos tradicionais. Pé no barro e cheiro de povo.Você lembra? Pois é, acabou.
Não preciso descrever, aqui, a vertiginosa ascensão social das lideranças do partido. Quanto mais habilmente escalavam o pau de sebo da prosperidade, mais tênue se tornava a relação do partido com a sociedade. E à medida que se faziam conhecidas as escabrosas formas de subvenção dos interesses partidários e pessoais do grupo governante e seus associados, firmou-se a convicção de que o PT era um partido diferente. Diferente demais.
Se formos pesquisar além dos equívocos ideológicos, dos usos e abusos do populismo e do patrimonialismo, das más companhias; se deixarmos de lado o péssimo recrutamento dos próprios quadros entre setores corrompidos do sindicalismo; se esquecermos o deslavado aparelhamento das instituições de Estado e da administração pública, veremos um partido que se afogou em banheira de champanhe. Sim, o borbulhante PT dos anos dourados, até a segunda metade do governo Lula, acreditou que as vacas seriam sempre gordas, os ventos favoráveis e o povo sempre parvo. Creu, o partido do senhor Lula, que a China cresceria eternamente, que o petróleo jamais perderia preço, que a política era um grande negócio. E vice-versa. Convenceram-se, nossos governantes, de que o país enriquecera e de que para acabar com a pobreza bastava, então, distribuir dinheiro aos pobres. Ora, nem o mais piedoso pároco acredita nisso. Após 13 anos de governo, o PT nada fez do que prometera. Encheu a banheira de champanhe e afundou na miserável abundância dos anos de esbanjamento.
Surgiu, assim, a governança em estilo neopetista. É uma governança que se esconde, que não sai às ruas. Lula importou ao custo de R$ 28 bilhões o brinquedinho da Copa de 2014. E não compareceu a um único jogo porque não quis se expor ao que aconteceu com Dilma. É uma governança que cumpre a solenidade do Sete de Setembro por dever de ofício, de cara amarrada, que se oculta do povo, dos fatos, das notícias. O estilo neopetista não dá entrevista, não fala à nação, se reúne nos porões e confabula. Dá a vida por um grande acordo que o sustente. É uma governança que, embora se esconda, cedo ou tarde acaba encontrada pelos oficiais de justiça.
Percival Puggina
Se formos pesquisar além dos equívocos ideológicos, dos usos e abusos do populismo e do patrimonialismo, das más companhias; se deixarmos de lado o péssimo recrutamento dos próprios quadros entre setores corrompidos do sindicalismo; se esquecermos o deslavado aparelhamento das instituições de Estado e da administração pública, veremos um partido que se afogou em banheira de champanhe. Sim, o borbulhante PT dos anos dourados, até a segunda metade do governo Lula, acreditou que as vacas seriam sempre gordas, os ventos favoráveis e o povo sempre parvo. Creu, o partido do senhor Lula, que a China cresceria eternamente, que o petróleo jamais perderia preço, que a política era um grande negócio. E vice-versa. Convenceram-se, nossos governantes, de que o país enriquecera e de que para acabar com a pobreza bastava, então, distribuir dinheiro aos pobres. Ora, nem o mais piedoso pároco acredita nisso. Após 13 anos de governo, o PT nada fez do que prometera. Encheu a banheira de champanhe e afundou na miserável abundância dos anos de esbanjamento.
Surgiu, assim, a governança em estilo neopetista. É uma governança que se esconde, que não sai às ruas. Lula importou ao custo de R$ 28 bilhões o brinquedinho da Copa de 2014. E não compareceu a um único jogo porque não quis se expor ao que aconteceu com Dilma. É uma governança que cumpre a solenidade do Sete de Setembro por dever de ofício, de cara amarrada, que se oculta do povo, dos fatos, das notícias. O estilo neopetista não dá entrevista, não fala à nação, se reúne nos porões e confabula. Dá a vida por um grande acordo que o sustente. É uma governança que, embora se esconda, cedo ou tarde acaba encontrada pelos oficiais de justiça.
Percival Puggina
Responda rápido
- Por que num país com tanta miséria, onde os salários são tão baixos, empresas encontram meios de doar bilhões a políticos e a partidos?
Joaquim Barbosa, ex-ministro presidente do Supremo Tribunal Federal
Povo bate panela e o governo bate cabeça
O tempo passa, o tempo voa, mas o governo não consegue se entender, tenta ir em frente sem o menor planejamento, num amadorismo brutal e perigoso. O país tem muitos problemas, mas o principal, do qual os demais derivam, é a dívida pública. Portanto, todos os esforços precisam estar voltados nesta direção, e a evolução da dívida depende diretamente de dois fatores – o superávit primário e a taxa de juros, que se tornaram os dois pontos mais fracos de um governo por si só fraquíssimo.
Já se passou mais de meio ano, estamos em meados de setembro, e a incompetência segue reinando absoluta, enquanto os ponteiros da bomba-relógio da dívida giram cada vez mais rapidamente.
Hoje, precisamos entender que ainda estamos numa boa, vamos sentir saudades desses dias de 2015, porque gráfico da projeção de nossa economia indica um viés de baixa tão sinistro que chega a ser o cúmulo do otimismo dizer que a crise será resolvida até 2018. Para que isso aconteça, seria preciso tomar medidas imediatas, mas isso o governo não sabe nem consegue fazer. Vai empurrando com a barriga.
Qualquer pessoa medianamente instruída nota que a presidente Dilma não sabe administrar nem conhece nada de Economia, embora se jactasse de um “doutorado” em Campinas que jamais existiu, pois nem mestrado fez. Sua dificuldade em desenvolver raciocínios exige rigoroso tratamento médico e psicológico, mas ela não se submete a terapia, prefere fazer dieta e pedalar.
O que causa surpresa é o fracasso completo de Aloizio Mercadante, que funciona no Planalto como uma espécie de Rasputin em nova versão. Economista de renome, embora seu doutorado tenha sido bastante controverso, ostenta um belo currículo e chegou a trabalhar com Henrique Meirelles no Banco de Boston. Aliás, foi Mercadante quem apresentou Lula e Meirelles, para assumir o Banco Central e acalmar o mercado.
Antes disso, tinha sido um deputado muito atuante, com belos discursos contra a política econômica de FHC. Em 2002, elegeu-se ao Senado e foi líder do Governo no primeiro mandato de Lula, que não lhe ofereceu lugar no ministério.
Mas esse excelente currículo de Mercadante não serviu para nada. Como homem-forte do governo, revela um despreparo só comparável à incompetência da própria Dilma, com a qual ele forma uma dupla do tipo Debi e Lóide, que está levando o Brasil à loucura.
Nesta terça-feira, após mais uma reunião da coordenação política do governo, o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) foi o porta-voz e disse que programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, serão “absolutamente preservados”, mas aqueles com investimentos físicos, como educação, saúde e habitação (Minha Casa, Minha Vida), terão que passar por um realinhamento.
Ficou patente que o governo não sabe o que cortar, porque ao mesmo tempo o ministro da Fazenda Joaquim Levy dizia que poderia aumentar o Imposto de Renda e o vice-presidente Michel Temer falava em elevar a CIDE (contribuição sobre combustíveis), possibilidade também aventada por Levy.
Quanto a cortar os cargos comissionados, os cartões corporativos, o Fundo Partidário, o festival das ONGs e outras despesas injustificáveis, nem pensar.
Tradução simultânea: o povo fica batendo panelas, enquanto o governo bate cabeças.
Já se passou mais de meio ano, estamos em meados de setembro, e a incompetência segue reinando absoluta, enquanto os ponteiros da bomba-relógio da dívida giram cada vez mais rapidamente.
Qualquer pessoa medianamente instruída nota que a presidente Dilma não sabe administrar nem conhece nada de Economia, embora se jactasse de um “doutorado” em Campinas que jamais existiu, pois nem mestrado fez. Sua dificuldade em desenvolver raciocínios exige rigoroso tratamento médico e psicológico, mas ela não se submete a terapia, prefere fazer dieta e pedalar.
O que causa surpresa é o fracasso completo de Aloizio Mercadante, que funciona no Planalto como uma espécie de Rasputin em nova versão. Economista de renome, embora seu doutorado tenha sido bastante controverso, ostenta um belo currículo e chegou a trabalhar com Henrique Meirelles no Banco de Boston. Aliás, foi Mercadante quem apresentou Lula e Meirelles, para assumir o Banco Central e acalmar o mercado.
Antes disso, tinha sido um deputado muito atuante, com belos discursos contra a política econômica de FHC. Em 2002, elegeu-se ao Senado e foi líder do Governo no primeiro mandato de Lula, que não lhe ofereceu lugar no ministério.
Mas esse excelente currículo de Mercadante não serviu para nada. Como homem-forte do governo, revela um despreparo só comparável à incompetência da própria Dilma, com a qual ele forma uma dupla do tipo Debi e Lóide, que está levando o Brasil à loucura.
Nesta terça-feira, após mais uma reunião da coordenação política do governo, o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) foi o porta-voz e disse que programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, serão “absolutamente preservados”, mas aqueles com investimentos físicos, como educação, saúde e habitação (Minha Casa, Minha Vida), terão que passar por um realinhamento.
Ficou patente que o governo não sabe o que cortar, porque ao mesmo tempo o ministro da Fazenda Joaquim Levy dizia que poderia aumentar o Imposto de Renda e o vice-presidente Michel Temer falava em elevar a CIDE (contribuição sobre combustíveis), possibilidade também aventada por Levy.
Quanto a cortar os cargos comissionados, os cartões corporativos, o Fundo Partidário, o festival das ONGs e outras despesas injustificáveis, nem pensar.
Tradução simultânea: o povo fica batendo panelas, enquanto o governo bate cabeças.
'Unidos e coesos'
Na época do regime militar, tornaram-se famosas as notas oficiais das Forças Armadas alardeando que estavam “unidas e coesas” em torno dos ideais revolucionários. O pau cantava nos quartéis onde militares da linha dura e distensionistas se digladiavam para definir se endureciam mais ainda o regime ou se faziam um mínimo de abertura.
Para o consumo externo, oficiais de alta patente vendiam a imagem da união de propósitos. Diziam que as notícias de forte luta interna nos meios castrenses não passavam de fofocas e de intrigas insufladas pela subversão e por uma imprensa maledicente, interessadas em promover a cizânia no seio das gloriosas Forças Armadas.
Em um país de imprensa amordaçada, era essencial saber interpretar as entrelinhas dos comunicados militares, não deixar se iludir. Nas fotos do 7 de Setembro os três ministros militares apareciam no mesmo palanque para dar uma demonstração de sua unidade e patriotismo.
Neste 7 de Setembro a presidente da República e seu vice estiveram no mesmo palanque em Brasília para demonstrar o quanto estão “unidos e coesos”. Michel Temer foi mais longe: divulgou uma nota oficial para vociferar contra as “intrigas” e dar uma resposta dura a quem lhe chamou de golpista, acusando-o de conspirar contra Dilma Rousseff.
De novo, é preciso não se iludir pela foto meramente protocolar. E saber interpretar o texto de Temer. Sua afirmação de que trabalhará com Dilma até que 2018 os separe poderia ser entendida como tautológica. Mas não é. Ela é a própria confissão do fosso que há entre a presidente e o seu vice, a cada dia mais profundo.
Não se trata de atribuir incursões conspiratórias a ninguém. Mas é inegável que vivemos uma situação esdrúxula, para dizer o mínimo.
De um lado, temos uma presidente extremamente enfraquecida, quase clandestina, separada do povo por muralhas, até de metais como se viu no feriado; com uma base balcanizada e uma equipe ministerial semelhante à Torre de Babel. Cada ministro fala a própria língua e ninguém se entende.
De outro, nunca vimos um vice-presidente tão proativo, operando à revelia e com autonomia de sua superior hierárquica. Quanto mais Dilma se enfraquece, mais Michel Temer opera no limite da liturgia do seu cargo, apresentando-se como porta-voz do empresariado, como o avalista da estabilidade e da institucionalidade.
Ao mesmo tempo, Temer é semi-governista e semi-oposicionista, ainda que de uma oposição leal à sua majestade.
O vice-presidente ofusca a primeira mandatária. Constrói uma imagem antagônica à de Dilma. Está sempre na mídia de forma positiva, como o ponderado, como o construtor de pontes, com vistas a se viabilizar como polo aglutinador de um novo bloco de poder, para o pós-Dilma.
Já a presidente é aquela reclusa contraditória. Não pode, sequer, falar em rede nacional de TV, sob pena de ser alvo de imenso panelaço. E quando aparece na mídia é de forma negativa, tendo de praticar contorcionismos para explicar os ziguezagues de seu governo e o “pega pra capar” de sua equipe econômica.
Para desgraça de Dilma, seu vice é muito mais articulado do que boa parte dos políticos que a cercam. Em certo sentido, expressa a média do PMDB, essa espécie frente de caciques regionais. Tem ainda a simpatia das chamadas forças produtivas, particularmente da indústria paulista. Sabe fazer política, essa arte que não foi feita para amadores.
Pode ser o fator de desequilíbrio do jogo. É isto que a presidente mais teme, sem nenhum trocadilho com o nome do vice. Daí aceitar bailar com Michel Temer.
Nessa dança, ela engole sapo e ele estica a corda o máximo possível. Um finge que apoia o governo e a outra finge que acredita. O minueto caboclo tem tudo para acabar em divórcio, apesar das juras do casal de que estão unidos e coesos.
Alimentando a fogueira com gasolina
Vale pegar carona com o Tiririca e concluir que a presidente Dilma, quanto mais se explica, pior fica. Foi lamentável sua mais recente intervenção, fugindo da televisão e apelando para as redes sociais, dia 7. Disse ser possível que tenha cometido erros na condução da economia, mas errou para preservar empregos. Acrescentou não ter percebido que a situação era tão ruim como se descreveu.
Madame deixou de perceber por falta de observação ou, como parece mais provável, errou para garantir a reeleição? Agora, apela para a redução de direitos trabalhistas, retira benefícios que não deveria ter concedido ao empresariado e anuncia aumento de impostos. Resultado: desemprego em massa e elevação do custo de vida. Tudo ao contrário.
A gente fica pensando no dia seguinte, que sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera. A recessão é um fato, a inflação também. Enquanto isso, continuamos sem um projeto estratégico. Como ao PT também falta uma visão nacional, a principal colaboração do partido é pedir a cabeça do ministro da Fazenda. Para convocar quem? Aloísio Mercadante, com certeza.
Com atraso de alguns anos, no fim do mês a presidente vai enxugar o ministério. Mas continuará privilegiando os partidos, aceitando indicações fisiológicas e ministros sem competência. Alimentar a fogueira com gasolina virou moda.
Madame deixou de perceber por falta de observação ou, como parece mais provável, errou para garantir a reeleição? Agora, apela para a redução de direitos trabalhistas, retira benefícios que não deveria ter concedido ao empresariado e anuncia aumento de impostos. Resultado: desemprego em massa e elevação do custo de vida. Tudo ao contrário.
A gente fica pensando no dia seguinte, que sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera. A recessão é um fato, a inflação também. Enquanto isso, continuamos sem um projeto estratégico. Como ao PT também falta uma visão nacional, a principal colaboração do partido é pedir a cabeça do ministro da Fazenda. Para convocar quem? Aloísio Mercadante, com certeza.
Com atraso de alguns anos, no fim do mês a presidente vai enxugar o ministério. Mas continuará privilegiando os partidos, aceitando indicações fisiológicas e ministros sem competência. Alimentar a fogueira com gasolina virou moda.
No País das Maravilhas
Alice ─ Poderia me dizer, por favor, onde está a saída?
─ Isso depende muito de para onde quer ir ─ responde o Gato de Cheshire.
Alice ─ Para mim, acho que tanto faz… – disse a menina.
─ Nesse caso, qualquer caminho serve ─ afirmou o Gato.
Lewis Carrol
Momento político atual lembra 'Angústia', de Graciliano Ramos
A política é uma ciência para profissionais, portanto, os amadores se surpreendem a todo momento com as artimanhas dos políticos. Temer é um profissional e com a vantagem de conhecer o Congresso como ninguém. O vice-presidente bebeu na fonte limpa de Ulysses Guimarães, este sim um verdadeiro político com P maiúsculo.
O político profissional não conhece a palavra fidelidade. A lealdade ocorre até o momento em que o céu se torna nublado, sujeito a chuvas e trovoadas.
Realmente, a economia resume tudo na sociedade, quando “ela” vai bem os governos navegam em mar de almirante. Quando a economia vai mal, o desemprego desponta no horizonte das famílias, desesperando os eleitores e o arco da sociedade. Consequentemente, a popularidade do governo e dos governantes cresce igual ao rabo do cavalo.
Este é o cenário atual do Brasil, ou seja, um travamento da atividade econômica. As concessionárias de automóveis não estão vendendo quase nada, porém, os preços dos automóveis continuam nas alturas, na contramão do capitalismo e da lei da oferta e da procura. Os supermercados permanecem vazios e observamos todos os dias as caixas de supermercados sem filas. Podemos agora escolher a caixa de preferência, tal a falta de compradores, mesmo nos primeiros dias do mês.
O humor do carioca está por um fio, por qualquer coisa querem briga, no ônibus, no BRT, no trânsito e também nos supermercados. O mar não está para peixe.
Voltando ao tema principal, o PMDB não é um partido fiel. A legenda presidida por Ulysses Guimarães, o Sr.Diretas, na verdade só obedecia a um Senhor, o eleitor. Depois vem a briga por um naco do poder, lógico, para assim sustentar a máquina partidária. Na oposição, fica-se a pão e água, perdendo a capilaridade para crescer nas próximas eleições. Este é o drama para 2016 e 2018. Continuar apoiando o PT, lançar candidatura própria ou se inscrever como segundo do PSDB.
O que fazer com diante dessa encruzilhada política? Para começar, a leitura do livro “Angústia”, de Graciliano Ramos. Depois a ficha cai.
O político profissional não conhece a palavra fidelidade. A lealdade ocorre até o momento em que o céu se torna nublado, sujeito a chuvas e trovoadas.
Realmente, a economia resume tudo na sociedade, quando “ela” vai bem os governos navegam em mar de almirante. Quando a economia vai mal, o desemprego desponta no horizonte das famílias, desesperando os eleitores e o arco da sociedade. Consequentemente, a popularidade do governo e dos governantes cresce igual ao rabo do cavalo.
Este é o cenário atual do Brasil, ou seja, um travamento da atividade econômica. As concessionárias de automóveis não estão vendendo quase nada, porém, os preços dos automóveis continuam nas alturas, na contramão do capitalismo e da lei da oferta e da procura. Os supermercados permanecem vazios e observamos todos os dias as caixas de supermercados sem filas. Podemos agora escolher a caixa de preferência, tal a falta de compradores, mesmo nos primeiros dias do mês.
O humor do carioca está por um fio, por qualquer coisa querem briga, no ônibus, no BRT, no trânsito e também nos supermercados. O mar não está para peixe.
Voltando ao tema principal, o PMDB não é um partido fiel. A legenda presidida por Ulysses Guimarães, o Sr.Diretas, na verdade só obedecia a um Senhor, o eleitor. Depois vem a briga por um naco do poder, lógico, para assim sustentar a máquina partidária. Na oposição, fica-se a pão e água, perdendo a capilaridade para crescer nas próximas eleições. Este é o drama para 2016 e 2018. Continuar apoiando o PT, lançar candidatura própria ou se inscrever como segundo do PSDB.
O que fazer com diante dessa encruzilhada política? Para começar, a leitura do livro “Angústia”, de Graciliano Ramos. Depois a ficha cai.
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