O primeiro erro é não perceberem que nos, tempos atuais, Confiança é um fator determinante para o avanço de qualquer economia. Ela não funciona satisfatoriamente sem estabilidade monetária, ética na política, instituições sólidas com regras permanentes, participação no mundo global, capacidade de poupança, distribuição de renda, paz nas ruas, todos os ingredientes para dar confiança ao mercado, consumidores e investidores.
O segundo erro foi não perceberem que no longo prazo o vetor do progresso está na educação de base com qualidade para todos, tanto para aumentar a produtividade, criar tecnologia e inovação, além de ser o caminho para distribuir renda.
A base destes erros é que os progressistas não perceberam que os esquemas do passado para explicar e orientar o processo político-social não se aplicam aos novos tempos da globalização, da inteligência artificial, da robotização, das comunicações de massa personalizadas e instantâneas. Por isto, os esquemas de organização partidária baseada na divisão binária, “a favor” ou “contra”, capital versus trabalho, estatal contra privado já não servem para orientar o progresso do país em busca de coesão social e rumo histórico. Isto já aconteceu no passado, quando muitos progressistas republicanos se opuseram à Abolição da Escravidão, porque ela chegava pelas mãos de governo conservador e pelas mãos do Imperador. Eles ficaram prisioneiros dos esquemas políticos tradicionais, monarquia versus república, sem entender que o progresso não estava no regime político, mas no trabalho livre e na abertura do país ao comércio internacional.
Os progressistas de hoje não respondem ao povo e para o futuro, mas aos eleitores do momento emperrando a marcha ao futuro. Não é por acaso que depois de 26 anos no poder, nós progressistas deixamos o quadro social trágico que as estatíscas divulgadas ontem mostram. Os progressistas também não se livraram da tradição sociológica de explicar pobreza como falta de renda e não como falta de acesso aos bens e serviços essenciais, nem todos comprados no mercado.
O maior erro é ficar preso às ideias do passado e ficarem tão reacionários quanto os conservadores. Estes olhando para o passado e nós, progressistas, presos ao presente, olhando para o umbigo.
Cristovam Buarque
Os progressistas, especialmente aqueles mais à esquerda, não perceberam que “estatal” não é sinônimo de “público”. Este foi o terceiro erro. Uma empresa pode ser do governo, seus trabalhadores empregados públicos, mas seu serviço não servir à população, pela má qualidade, pela ineficiência e custo elevado. Este erro levou-os a preferir apoiar as reivindicações dos sindicatos de servidores do Estado, do que atender às necessidades da população. No lugar de sociais, os progressistas ficaram corporativos.
A base destes erros é que os progressistas não perceberam que os esquemas do passado para explicar e orientar o processo político-social não se aplicam aos novos tempos da globalização, da inteligência artificial, da robotização, das comunicações de massa personalizadas e instantâneas. Por isto, os esquemas de organização partidária baseada na divisão binária, “a favor” ou “contra”, capital versus trabalho, estatal contra privado já não servem para orientar o progresso do país em busca de coesão social e rumo histórico. Isto já aconteceu no passado, quando muitos progressistas republicanos se opuseram à Abolição da Escravidão, porque ela chegava pelas mãos de governo conservador e pelas mãos do Imperador. Eles ficaram prisioneiros dos esquemas políticos tradicionais, monarquia versus república, sem entender que o progresso não estava no regime político, mas no trabalho livre e na abertura do país ao comércio internacional.
Os progressistas de hoje não respondem ao povo e para o futuro, mas aos eleitores do momento emperrando a marcha ao futuro. Não é por acaso que depois de 26 anos no poder, nós progressistas deixamos o quadro social trágico que as estatíscas divulgadas ontem mostram. Os progressistas também não se livraram da tradição sociológica de explicar pobreza como falta de renda e não como falta de acesso aos bens e serviços essenciais, nem todos comprados no mercado.
O maior erro é ficar preso às ideias do passado e ficarem tão reacionários quanto os conservadores. Estes olhando para o passado e nós, progressistas, presos ao presente, olhando para o umbigo.
Cristovam Buarque