terça-feira, 8 de abril de 2025
Celebridades, ovos e drogas
De um lado, o brilho e a fama – quase sempre bem remunerados – das celebridades e seu glamuroso universo paralelo. De outro, a vida real com suas muitas dificuldades e crescentes ameaças. No meio, espantosas notícias. “No México, atualmente, o contrabando de ovos supera o de drogas”.
Não há IA que suavize e enfeite esta nossa realidade. Ou, ao menos, consiga reduzir a peste da multidão de celebridades e suas bizarrices.
Tão antigas quanto Noé, celebridades (com suas veleidades) já mereceram crônica de Fernando Pessoa, que dispensa apresentações. Escrito para O Jornal, de Lisboa – e então não publicado – o texto é 1915, 110 anos atrás. Também em um começo de século conturbado e ameaçador.
Perdoados conceitos, diferenças na grafia e na gramática, além de preconceitos assentados na época, ainda vale?
Não há IA que suavize e enfeite esta nossa realidade. Ou, ao menos, consiga reduzir a peste da multidão de celebridades e suas bizarrices.
Tão antigas quanto Noé, celebridades (com suas veleidades) já mereceram crônica de Fernando Pessoa, que dispensa apresentações. Escrito para O Jornal, de Lisboa – e então não publicado – o texto é 1915, 110 anos atrás. Também em um começo de século conturbado e ameaçador.
Perdoados conceitos, diferenças na grafia e na gramática, além de preconceitos assentados na época, ainda vale?
“Às vezes, quando penso nos homens célebres, sinto por eles toda a tristeza da celebridade.
A celebridade é um plebeísmo. Por isso deve ferir uma alma delicada. É um plebeísmo porque estar em evidência, ser olhado por todos inflige a uma criatura delicada uma sensação de parentesco exterior com as criaturas que armam escândalo nas ruas, que gesticulam e falam alto nas praças. O homem que se torna célebre fica sem vida íntima: tornam-se de vidro as paredes da sua vida doméstica; é sempre como se fosse excessivo o seu traje; e aquelas suas mínimas ações — ridiculamente humanas às vezes — que ele quereria invisíveis, coa-as a lente da celebridade para espetaculosas pequenezes, com cuja evidência a sua alma se estraga ou se enfastia. É preciso ser muito grosseiro para se poder ser célebre à vontade.
Depois, além dum plebeísmo, a celebridade é uma contradição. Parecendo que dá valor e força às criaturas, apenas as desvaloriza e as enfraquece. Um homem de génio desconhecido pode gozar a volúpia suave do contraste entre a sua obscuridade e o seu génio; e pode, pensando que seria célebre se quisesse, medir o seu valor com a sua melhor medida, que é ele — próprio. Mas, uma vez conhecido, não está mais na sua mão reverter à obscuridade. A celebridade é irreparável. Dela como do tempo, ninguém torna atrás ou se desdiz.
E é por isto que a celebridade é uma fraqueza também. Todo o homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê-lo. Deixar-se ser célebre é uma fraqueza, uma concessão ao baixo-instinto (…) de querer dar nas vistas e nos ouvidos.
Penso às vezes nisto coloridamente. E aquela frase de que «homem de génio desconhecido» é o mais belo de todos os destinos, torna-se-me inegável; parece-me que esse é não só o mais belo, mas o maior dos destinos.
Diz-se que os herméticos da Rosa-Cruz, seita esotérica e magista, descobriram, desde o início dos tempos, o segredo da vida eterna, o elixir da vida; que, nunca morrendo, passam de época em época, através dos ciclos e das civilizações, despercebidos, nenhuns e, contudo, pela grandeza da coisa transcendental que criaram, maiores do que os génios todos da evidência humana. Da sua seita é o preceito, que cumprem, de se não darem nunca a conhecer. A sua presença eterna, que vive à margem da nossa transiência, vive também fora da nossa pequenez.
Vão-se-me os olhos da alma nessas figuras supostas — e quem sabe a que ponto reais? — que, verdadeiramente, realizam o supremo destino do homem: o máximo do poder no mínimo da exibição; o mínimo da exibição, por certo, por terem o máximo do poder. O sentido das suas vidas é divino e longínquo. Apraz-me crer que eles existam para que possa pensar nobremente da humanidade”.
(Publicado pela editora Ática, de Lisboa, em 1966, no livro Páginas Íntimas e de Auto Interpretação, com inéditos de Fernando Pessoa, selecionados e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho)Tânia Fusco
A extrema-direita não gosta de 'lightsabers'
Bilionários, líderes radicais, pessoas ultraconservadoras com algum poder e seus defensores acham que são a “Resistência”. Mas resistência a quê? Ao próprio poder quem têm? Aos milhões e milhões que faturam? Às milhares de visualizações e partilhas que os seus vídeos têm?
Quem não gosta de um bom blockbuster? De um bom filme de ação ou ficção científica – Margaret Atwood, a autora de The Handmaid’s Tale, prefere o termo “ficção especulativa” e com bons motivos – que transcende os efeitos especiais e movimentos de câmara rápidos para fazer comentário social? Há quem não goste, claro. E há quem adore. E há quem, apesar de gostar, não perceba o que está a ver.
Parece que Elon Musk, considerado por alguns um génio dos nossos tempos, pertence a esse grupo de pessoas que se perdem na história de um filme quando veem um lightsaber ou um Capitólio cheio de gente com roupas coloridas e cabelos peculiares.
É óbvio que não é o caso, porém, um tweet que escreveu há algum tempo – mas que reverbera e reverberá para sempre na internet – podia enganar os mais ingénuos:
Musk sabe o que está a fazer. Não fosse, aliás, um move com intenções tão vis, podia ser genial.
Hunger Games não podia ser mais claro na sua mensagem anti-capitalista e anti-ditatorial, ao mostrar os excessos de uma sociedade burguesa predatória que gamifica a pobreza. Star Wars, e isto já foi explicado pelo próprio George Lucas, criador do franchise, é uma história anti-colonialista e anti-imperialista que tem por uma crítica à política externa dos Estados Unidos da América. Matrix, um filme super citado pelas comunidades incel, é, no seu, core, um apelo à humanidade contra uma realidade virtual opressiva que se alimenta da vida humana. Divergent tenta abordar a questão da governança por via da seleção genética da população, das supostas qualidades intrínsecas de grupos sociais. E o V for Vendetta, um filme absolutamente incrível, não podia ser mais evidente: a história de um anarquista que atormenta o governo fascista do seu país.
Musk sabe isto. Apesar de radicalizado pela própria rede social que comprou, o dono da Tesla não é ignorante.
A extrema-direita global – sim, existe – conseguiu criar uma narrativa em que é vítima e alvo de um sistema que tenta, com toda a força, silenciar e bloquear as suas ações. Esta distorção perversa da realidade permitida pelas redes sociais desreguladas, por vezes semelhantes a uma no man’s land, nomeadamente o Facebook, Twitter – não chamarei X, perdoe-me, leitor – e TikTok, fez-nos chegar a este ponto: bilionários, líderes radicais, pessoas ultraconservadoras com algum poder e seus defensores acham que são a “Resistência”. Mas resistência a quê? Ao próprio poder quem têm? Aos milhões e milhões que faturam? Às milhares de visualizações e partilhas que os seus vídeos têm? Não. Este grupo político criou, artificialmente, inimigos: “wokes”, comunidade LGBTQ+, minorias étnicas, emigrantes, académicos e universitários. Colocou-os a todos no mesmo saco, dizendo que se apoiam, se ajudam e têm missões em comum: “marxismo cultural”, “endoutrinação”, a “invasão”, a “substituição”. Nonsense. Criações artificiais para suscitar reações orgânicas. Uma tentativa de guerra cultural cheia de fogo de artifício e show off, opiniões simples e controversas que não dão muito trabalho à cabeça e por isso propagam-se a velocidades que nem os fãs de Fórmula 1 compreendem.
Como fã de todos os filmes que Musk citou, deixo aqui um apelo aos leitores: vejam ou revejam os filmes. Tentem, com tudo o que têm, perceber onde o bilionário favorito de Trump – por pouco tempo… – foi buscar a ideia de que ele pertence a uma qualquer resistência. O que diria Luke Skywalker desta pessoa?
Luís G. Rodrigues
Quem não gosta de um bom blockbuster? De um bom filme de ação ou ficção científica – Margaret Atwood, a autora de The Handmaid’s Tale, prefere o termo “ficção especulativa” e com bons motivos – que transcende os efeitos especiais e movimentos de câmara rápidos para fazer comentário social? Há quem não goste, claro. E há quem adore. E há quem, apesar de gostar, não perceba o que está a ver.
Parece que Elon Musk, considerado por alguns um génio dos nossos tempos, pertence a esse grupo de pessoas que se perdem na história de um filme quando veem um lightsaber ou um Capitólio cheio de gente com roupas coloridas e cabelos peculiares.
É óbvio que não é o caso, porém, um tweet que escreveu há algum tempo – mas que reverbera e reverberá para sempre na internet – podia enganar os mais ingénuos:
“Você assistiu Jogos Vorazes e ficou do lado da resistência.
Você assistiu Star Wars e ficou do lado da resistência.
Você assistiu Matrix e ficou do lado da resistência.
Você assistiu Divergente e ficou do lado da resistência.
Você assistiu V de Vingança e ficou do lado da resistência.
Quando é ficção, você entende. Mas você se recusa a ver quando é a realidade em que você está vivendo.
Selvagem.”
Musk sabe o que está a fazer. Não fosse, aliás, um move com intenções tão vis, podia ser genial.
Hunger Games não podia ser mais claro na sua mensagem anti-capitalista e anti-ditatorial, ao mostrar os excessos de uma sociedade burguesa predatória que gamifica a pobreza. Star Wars, e isto já foi explicado pelo próprio George Lucas, criador do franchise, é uma história anti-colonialista e anti-imperialista que tem por uma crítica à política externa dos Estados Unidos da América. Matrix, um filme super citado pelas comunidades incel, é, no seu, core, um apelo à humanidade contra uma realidade virtual opressiva que se alimenta da vida humana. Divergent tenta abordar a questão da governança por via da seleção genética da população, das supostas qualidades intrínsecas de grupos sociais. E o V for Vendetta, um filme absolutamente incrível, não podia ser mais evidente: a história de um anarquista que atormenta o governo fascista do seu país.
Musk sabe isto. Apesar de radicalizado pela própria rede social que comprou, o dono da Tesla não é ignorante.
A extrema-direita global – sim, existe – conseguiu criar uma narrativa em que é vítima e alvo de um sistema que tenta, com toda a força, silenciar e bloquear as suas ações. Esta distorção perversa da realidade permitida pelas redes sociais desreguladas, por vezes semelhantes a uma no man’s land, nomeadamente o Facebook, Twitter – não chamarei X, perdoe-me, leitor – e TikTok, fez-nos chegar a este ponto: bilionários, líderes radicais, pessoas ultraconservadoras com algum poder e seus defensores acham que são a “Resistência”. Mas resistência a quê? Ao próprio poder quem têm? Aos milhões e milhões que faturam? Às milhares de visualizações e partilhas que os seus vídeos têm? Não. Este grupo político criou, artificialmente, inimigos: “wokes”, comunidade LGBTQ+, minorias étnicas, emigrantes, académicos e universitários. Colocou-os a todos no mesmo saco, dizendo que se apoiam, se ajudam e têm missões em comum: “marxismo cultural”, “endoutrinação”, a “invasão”, a “substituição”. Nonsense. Criações artificiais para suscitar reações orgânicas. Uma tentativa de guerra cultural cheia de fogo de artifício e show off, opiniões simples e controversas que não dão muito trabalho à cabeça e por isso propagam-se a velocidades que nem os fãs de Fórmula 1 compreendem.
Como fã de todos os filmes que Musk citou, deixo aqui um apelo aos leitores: vejam ou revejam os filmes. Tentem, com tudo o que têm, perceber onde o bilionário favorito de Trump – por pouco tempo… – foi buscar a ideia de que ele pertence a uma qualquer resistência. O que diria Luke Skywalker desta pessoa?
Luís G. Rodrigues
'Um lugar aterrorizante'
Com dois livros aclamados sobre o fascismo do século XX em seu currículo, o acadêmico judeu-americano John Stanley traça paralelos diretos. "Fascismo é o que o governo Donald Trump está fazendo agora", disse o filósofo sobre o segundo mandato do magnata.
No final de março, Stanley anunciou sua decisão de deixar a Universidade de Yale e se mudar para o Canadá, onde trabalhará na Munk School of Global Affairs and Public Policy da Universidade de Toronto. Assim, ele segue os passos de Timothy Snyder e Marci Shore, dois professores de história que também deixaram Yale para viver em Toronto após a eleição de Trump.
"Tenho medo de ser alvo do governo", diz Stanley sobre sua decisão de deixar os Estados Unidos . Referindo-se à vulnerabilidade dos acadêmicos imigrantes que podem ser deportados por expressar opiniões críticas sobre o governo, ele observa: "Estou saindo porque meus colegas não cidadãos não podem discutir política nas redes sociais; caso contrário, seus vistos podem ser revogados."
Em seu livro de 2018 Como o fascismo funciona: a política de nós e eles (publicado em espanhol como "Facha: cómo funciona el fascismo y cómo ha enterdo en tu vida" ), Stanley descreve como o fascismo "desumaniza segmentos da população" para justificar "tratamento desumano, da repressão ao encarceramento em massa e à expulsão".
Agora, ele ressalta que o governo Trump, que foi acusado de deportar imigrantes desafiando ordens judiciais e restringindo a liberdade de expressão ao reter financiamento de universidades ou agências federais que promovem políticas de diversidade, igualdade e inclusão, não pode mais ser simplesmente chamado de "populista".
Essa definição, ele argumenta, acaba "escondendo a ameaça" e reitera sua visão de que a intolerância de Trump é de natureza fascista, um ponto que ele desenvolve em seu livro de 2024, Erasing History: How Fascists Rewrite the Past to Control the Future .
Trump está usando o antissemitismo para atacar universidades?
O governo Trump está retendo financiamento de universidades que têm sido palco de protestos contra o conflito armado entre Israel e o Hamas , alegando que as instituições promovem o antissemitismo. No entanto, Stanley argumenta que "os estudantes judeus de Yale eram um dos maiores grupos de identidade que participavam dos acampamentos e protestos. Este regime está fazendo uma distinção entre bons judeus e maus judeus, e já conhecemos a história disso."
A distinção entre "judeus pró-Israel" de direita e "judeus como eu e muitos dos meus alunos em Yale que criticam as ações de Israel em Gaza" também apela a um "estereótipo antissemita muito perigoso" que afirma falsamente que "os judeus americanos controlam as instituições", diz Stanley.
O acadêmico afirma que a Universidade de Yale não cedeu às exigências do governo Trump e "protegeu os professores". No entanto, ele está preocupado que universidades como a Columbia estejam cedendo à pressão. Este último prometeu investigar manifestantes pró-palestinos para evitar cortes multimilionários em seu financiamento.
"Se você aceitar essas exigências, você não será mais uma universidade", diz o filósofo. "Uma universidade é um lugar de pensamento livre e crítico. E nos Estados Unidos, dada nossa relação com Israel, é perfeitamente legítimo ter um movimento de protesto exigindo o fim do financiamento militar para Israel."
Por que não ficar e lutar?
Stanley, assim como Snyder e Shore, foi frequentemente questionado sobre o motivo de terem decidido deixar os Estados Unidos em um momento de necessidade. "Bem, é muito mais fácil defender o Canadá do que defender Yale", diz Stanley. "Os Estados Unidos estão se tornando um lugar assustador", acrescenta. "A Universidade de Toronto pode ser um refúgio: podemos trazer acadêmicos e jornalistas para cá e protegê-los melhor do que podemos nos Estados Unidos", observa ele.
No final de março, Stanley anunciou sua decisão de deixar a Universidade de Yale e se mudar para o Canadá, onde trabalhará na Munk School of Global Affairs and Public Policy da Universidade de Toronto. Assim, ele segue os passos de Timothy Snyder e Marci Shore, dois professores de história que também deixaram Yale para viver em Toronto após a eleição de Trump.
"Tenho medo de ser alvo do governo", diz Stanley sobre sua decisão de deixar os Estados Unidos . Referindo-se à vulnerabilidade dos acadêmicos imigrantes que podem ser deportados por expressar opiniões críticas sobre o governo, ele observa: "Estou saindo porque meus colegas não cidadãos não podem discutir política nas redes sociais; caso contrário, seus vistos podem ser revogados."
Em seu livro de 2018 Como o fascismo funciona: a política de nós e eles (publicado em espanhol como "Facha: cómo funciona el fascismo y cómo ha enterdo en tu vida" ), Stanley descreve como o fascismo "desumaniza segmentos da população" para justificar "tratamento desumano, da repressão ao encarceramento em massa e à expulsão".
Agora, ele ressalta que o governo Trump, que foi acusado de deportar imigrantes desafiando ordens judiciais e restringindo a liberdade de expressão ao reter financiamento de universidades ou agências federais que promovem políticas de diversidade, igualdade e inclusão, não pode mais ser simplesmente chamado de "populista".
Essa definição, ele argumenta, acaba "escondendo a ameaça" e reitera sua visão de que a intolerância de Trump é de natureza fascista, um ponto que ele desenvolve em seu livro de 2024, Erasing History: How Fascists Rewrite the Past to Control the Future .
Trump está usando o antissemitismo para atacar universidades?
O governo Trump está retendo financiamento de universidades que têm sido palco de protestos contra o conflito armado entre Israel e o Hamas , alegando que as instituições promovem o antissemitismo. No entanto, Stanley argumenta que "os estudantes judeus de Yale eram um dos maiores grupos de identidade que participavam dos acampamentos e protestos. Este regime está fazendo uma distinção entre bons judeus e maus judeus, e já conhecemos a história disso."
A distinção entre "judeus pró-Israel" de direita e "judeus como eu e muitos dos meus alunos em Yale que criticam as ações de Israel em Gaza" também apela a um "estereótipo antissemita muito perigoso" que afirma falsamente que "os judeus americanos controlam as instituições", diz Stanley.
O acadêmico afirma que a Universidade de Yale não cedeu às exigências do governo Trump e "protegeu os professores". No entanto, ele está preocupado que universidades como a Columbia estejam cedendo à pressão. Este último prometeu investigar manifestantes pró-palestinos para evitar cortes multimilionários em seu financiamento.
"Se você aceitar essas exigências, você não será mais uma universidade", diz o filósofo. "Uma universidade é um lugar de pensamento livre e crítico. E nos Estados Unidos, dada nossa relação com Israel, é perfeitamente legítimo ter um movimento de protesto exigindo o fim do financiamento militar para Israel."
Por que não ficar e lutar?
Stanley, assim como Snyder e Shore, foi frequentemente questionado sobre o motivo de terem decidido deixar os Estados Unidos em um momento de necessidade. "Bem, é muito mais fácil defender o Canadá do que defender Yale", diz Stanley. "Os Estados Unidos estão se tornando um lugar assustador", acrescenta. "A Universidade de Toronto pode ser um refúgio: podemos trazer acadêmicos e jornalistas para cá e protegê-los melhor do que podemos nos Estados Unidos", observa ele.
Stanley pretende ajudar a promover um ambiente acadêmico mais inclusivo em sua nova função. Ele diz que a Monk School planeja "criar o principal centro mundial de defesa da democracia" e receberá jornalistas de países democráticos e autoritários, como Rússia e Estados Unidos.
Shore e seu marido, Snyder, se concentraram na história do fascismo na Europa Oriental, uma perspectiva pela qual traçam paralelos com o governo Trump. "Eu podia sentir o terror crescendo", disse Shore ao jornal Kyiv Independent sobre sua decisão de deixar os Estados Unidos. "Meu impulso foi pegar meus filhos e escapar de uma situação que parecia muito sombria e assustadora para mim."
Stanley diz que continuará lutando. "Vou lutar pela democracia americana onde quer que eu esteja", diz ele.
Shore e seu marido, Snyder, se concentraram na história do fascismo na Europa Oriental, uma perspectiva pela qual traçam paralelos com o governo Trump. "Eu podia sentir o terror crescendo", disse Shore ao jornal Kyiv Independent sobre sua decisão de deixar os Estados Unidos. "Meu impulso foi pegar meus filhos e escapar de uma situação que parecia muito sombria e assustadora para mim."
Stanley diz que continuará lutando. "Vou lutar pela democracia americana onde quer que eu esteja", diz ele.
Assinar:
Postagens (Atom)