O filme “Sonhos”(Yume), de 1990, um dos últimos do japonês Akira Horosawa (1910-1998) é baseado em sonhos do cineasta em momentos diferentes. Com base em imagens mais do que no diálogo, divide-se em oito histórias distintas de sonho. Na história “O vilarejo dos moinhos”, jovem mochileiro chega a um pacato vilarejo cercado por correntezas. O viajante encontra um velho ancião da vila, muito sábio, que está consertando a roda quebrada de um moinho. O ancião explica que as pessoas do seu vilarejo decidiram há muito tempo atrás abrir mão da influência poluidora da tecnologia moderna e retornar para uma sociedade mais feliz e limpa. Escolheram a saúde espiritual a despeito da conveniência, e o mochileiro fica surpreso e intrigado com esta noção. No final da sequência que é também o final do filme, a procissão de um funeral de uma mulher ocorre no vilarejo, que ao invés de estar de luto, celebra contente o fim de uma boa vida. O ancião, que até então conversava com o jovem viajante, resolve acompanhar a procissão, não sem antes contar-lhe sobre algo que o jovem presenciou ao entrar na vila - crianças colhendo flores e colocando-as sobre uma pedra ao lado da trilha. O ancião diz que há muito tempo um homem havia morrido ali depois de muito sofrer, e desde então o ato de colocar flores sobre a pedra debaixo da qual foi sepultado se faz uma tradição do vilarejo. O viajante se despede do lugar repetindo o gesto das crianças.
domingo, 10 de agosto de 2014
Sonhos
Tem quem pague
Gasto do Planalto com comunicação cresceu 30% no primeiro semestre. A Secom teve uma despesa de R$ 109,3 milhões com propaganda no semestre passado 29,7% do que o mesmo período de 2013 que foi de R$ 84,3 millhões
Nossa Casa da Mãe Joana
“A falta de honradez no governo é problema de todos os cidadãos. Não é suficiente para fazer seu próprio trabalho. Não há nenhuma virtude nela. A democracia não é um prazer. É uma responsabilidade"Dalton Trumbo (1905-1976)
Não é de hoje que o Planalto vem revelando que deixou de ser
uma das representações máximas da República para se tornar a central
sindicalista do PT, que gere a pelegada instalada por todo canto do país.
O escândalo das alterações nas informações de jornalistas
dentro do Wikipédia, feitas de dentro do palácio governamental, são tão
escandalosas como os casos do tiro no pé de Carlos Lacerda, quando de dentro do
Catete, saiu a ordem para o atentado, ou aquele do edifício Watergate, com a
invasão de escritório democrata. Parece exagero, mas em todos a ordem foi de
dentro do governo, independente de quem fez ou quem ordenou. E os casos citados
geraram enormes consequências para os governos envolvidos.
A denúncia de que
agora nova alteração foi feita através de um computador do Serpro, órgão
governamental, só vem enfatizar que estamos sob o comando de uma ditadura de
fachada “democrática”, que promove a perseguição política e desrespeita
direitos civis.
A alteração mostra que o PT, no governo, está disposto a
fazer de tudo, e isso inclui qualquer ilegalidade, para assegurar o comando do
país, não bastando a famigerada “regulamentação da mídia”. Embora possa parecer
um excesso de algum funcionário “mais dedicado”, ou conhecidos aloprados, não
passa de um crime contra a individualidade. E em qualquer nível, por menor que
seja – mesmo uma calúnia ou difamação, como qualificam o ocorrido -, contra o
indivíduo por um agente do governo, é crime de ditadura.
Espanta é que o atual caso não mereça a mesma revolta de
outros tempos. Uma atrocidade dessas, que pode acometer qualquer cidadão em
qualquer canto do país, só merece repúdio que não se está vendo, na devida
medida. Estaremos já silenciosos ante as atrocidades petistas, acostumados ao
crime como os que vemos diariamente no noticiário, que nem já reclamamos mais?
Uma atitude perigosa é o silêncio conivente ou complacente diante da injustiça.
Quem cala pode estar tornando mais negro o próprio futuro e dos seus,
prostituindo seus direitos, em favor de uma gentalha autoritária, fascista, com
nítidas intenções de manobrar dados que favoreçam companheiros e achincalhem
adversários como é costume dos governos ditatoriais.
" Ao longo dos três anos
e meio do governo Dilma, o IP da Presidência foi usado para realizar cerca de
170 alterações na Wikipédia. Muitas modificaram verbetes relativos a órgãos
ligados à Presidência e de ministros e ex-ministros como Moreira Franco, Antonio
Palocci, Thomas Traumann, Ideli Salvatti e Alexandre Padilha, além do assessor
especial da presidente, Marco Aurélio Garcia, e do vice-presidente, Michel
Temer". Leia mais sobre o assunto
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