quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

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Eleições do Fim do Mundo

As eleições municipais desde ano serão completamente diferentes de tudo o que aconteceu no campo eleitoral nas últimas décadas. Os vetores da mudança são os seguintes: as mudanças de regras, a crise fiscal, a crise econômica e na Operação Lava Jato. Todas os quatro se relacionam entre si e causam profundo impacto na política nacional e, em especial, nas eleições municipais deste ano.

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O primeiro aspecto refere-se às regras. Sem detalhar muito o tema, destaco apenas três. Uma refere-se à janela de transição partidária que está em vigor. Com ela, por exemplo, os vereadores podem mudar de partido até meados de março. A outra, anterior à janela, foi a decisão do STF de liberar os detentores de cargos majoritários mudar de partido sem restrições. Consta que o PT, por exemplo, perdeu cerca de 10% de prefeitos que foram eleitos pelo partido em 2012.

A terceira mudança de grande impacto refere-se ao banimento das doações empresariais das campanhas. Sem recursos privados, as campanhas ficarão pobres. O que não é ruim. Causará um impacto transformador sério. Mas, sem uma fiscalização ativa e preventiva, abrir espaço para os recursos do crime organizado. Imaginem a situação de Fernando Haddad que gastou quase 70 milhões de reais na campanha em 2012. Como fará a campanha de sua reeleição financiado apenas por recursos públicos e doações de pessoas físicas?

Mas as limitações não são apenas as mencionadas. A crise fiscal do governo central impede que ocorram transferências vultosas para municípios. A crise econômica, pelo seu lado, derruba a arrecadação de todos. Sem dinheiro, como concluir obras que poderiam alavancar as campanhas municipais? Cerca de 60% dos atuais prefeitos são muito mal avaliados. Sem dinheiro e sem obras, como ser competitivo?

Dois outros temas remanescem: a crise econômica e a Operação Lava Jato. A crise econômica "federaliza" as eleições municipais. Principalmente, nas cidades médias e grandes. Desloca o eixo de preocupação do eleitor dos seus problemas locais para as questões nacionais. O provável agravamento da cena econômica nos próximos meses vai afetar sobremaneira o comportamento do eleitor. Especialmente se o desemprego estiver acima de 10%.

Por fim, temos a novela da Operação Lava Jato prossegue que prossegue destruindo a parca confiança do eleitorado nos políticos e na política. Além disso, a cada nova etapa de investigações, o mundo político fica mais abalado e na defensiva. Temendo o pior. Em um ano eleitoral, já encurtado por conta da disputa, a paralisia do mundo político é uma péssima notícia em tempos de crise.

O que esperar do processo? O cenário que se configura para as eleições é, no mínimo, complexo. Para não dizer dantesco. Um eleitorado descrente dos políticos (como sempre) e irritado (como nunca) deve se manifestar de forma emocional. As narrativas de mudanças tendem a prevalecer junto ao eleitorado. Já as narrativas de quem está no poder podem ser mais agressivas como estratégia de resistência. Resta-nos torcer para que o ambiente eleitoral seja menos conturbado do que os sinais indicam.

Tudo escancarado

A verdade insiste em vir à tona e mostrar todas as suas cores e matizes, indiferente ao fato de que a esmagadora maioria dos nossos “políticos da forma geral” tentem reescrevê-la das formas mais funestas possíveis. Parece difícil para a maioria dos pobres mortais concluir que estamos diante de mortais pobres. Uma gentinha manca, cuja ideologia não para em pé e foi usada sem cerimônia para urdir o maior golpe contra uma democracia de que se tem notícia. Uma gentinha que não se furta a furtar o próximo, o distante, o anterior e até os crucifixos das paredes do palácio, sempre em benefício próprio e dos de sua gangue.

Rapinadores da verdade, batedores de carteira com cargo e crachá, eles parecem representar até a última folha desse roteiro vigarista já rejeitado pela esmagadora maioria da sociedade que presta. Se “o cara” diz que “anda cansado” para revidar os golpes que está recebendo, a transcrição dessa vigarice retórica só pode nos fazer concluir que não há argumentos que resistam às investigações policiais em curso.

Foi tudo escancarado. Da propina para eleger essa mamulenga ─ agora fica claro que a eleição foi fraudada ─ até os mantras repetidos à exaustão por um bando de “ptinhas”. Tinha dinheiro, tinha bandido, tinha vigaristas à disposição do bando para dar cabo de toda a realidade. O que se vê, para qualquer lugar que se olhe, é uma corja de picaretas. Flagrados com a boca, dentes, peitos e lábios na botija, soltam seus gritinhos histéricos de injustiçados de guerra, para ver se a coisa ainda cola nos incautos.

Parece que não cola mais. A seita marreta parida por estes pastores do comunismo dissimulado já não engana os incautos com suas promessas e ambições desmesuradas, penduradas nas tetas públicas como cracas em navios. O Brasil parece precisar disso para expurgar seus demônios socialistas ainda vivos. Minha conclusão de sempre e sempre é a mesma. Esses caras só fizeram o que fizeram porque achavam que tinham total respaldo do poder público ─ igualmente corrupto como eles ─ total apoio da oposição genuflexa e parceira da vigarice toda e total apoio das demais “seitas” que o Brasil abriga sem cerimônia alguma para “fazer o que todo mundo faz por aqui”.

Eles bolaram um plano para se eternizar no poder, e que se danassem o povo, os eleitores e os trabalhadores desta terrinha arrasada e sempre feita de otária. É quase um milagre que haja um juíz no “distante Paraná” a nos dar uma lição de decência, orgulho e eficiência; três premissas básicas do serviço público que foram feitas reféns dessa camorra que nos desgoverna.

É quase impensável que, não fosse a determinação de tão poucos como os que aqui se apresentam para o debate, não teríamos a menor chance de sobrevida diante do mar de dejetos que essa gente produz em proporções industriais para afogar o país na lama podre. Não é pouco. O cara está indo em câmera lenta para detrás das grades. Eu sonhei com o dia em que ia ver esta cena insólita. Eu quero JUSTIÇA !!!!

Agravamento da crise mantém Dilma no córner

Estava entendido que o governo seria outro depois que o STF jogou água fria na fervura do impeachment. Isso foi há dois meses. Nesse período, Dilma reagiu às crises que a rodeiam em três ritmos. Revelou-se intelectualmente lenta, moralmente ligeira e politicamente estagnada. Qualquer dessas velocidades é incompatível com a atmosfera de urgência.

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A lentidão intelectual de Dilma é evidenciada pelo receituário do seu governo. Para estancar o derretimento da economia, a presidente sugere recriar a CPMF e reformar a previdência. A volta do tributo é rejeitada até pelos aliados. A reformulação do sistema previdenciário só existe no gogó. Diz-se que virá à luz em abril. O PT, partido de Dilma, não leu e não gostou. Informa que votará contra.

A ligeireza moral de Dilma se expressa nas suas reações à marcha da Lava Jato. “Não respeito delator”, já havia declarado a presidente, num dos atentados que promoveu contra a lei anticorrupção, que ela própria havia sancionado. Ao defender-se na ação que pede a cassação do seu mandato no TSE, a presidente revelou ter pouco respeito também pela lógica.

Por meio dos seus advogados, Dilma insinuou que não pode ser punida pela eventual perverão de seus benfeitores. “Se o doador obteve recursos de forma ilícita, […] essa ilicitude não se projeta sobre o donatário [beneficiário da doação], tornando-o partícipe confesso, até porque […] as empreiteiras doaram recursos para quase todas as campanhas mais importantes e de forma substancial para a campanha dos autores [o PSDB].” Por esse raciocínio, Dilma não tem nada a ver também com eventuais ilicitudes praticadas por seu marqueteiro João Santana.

A estagnação política de Dilma está escancarada no desânimo de sua tropa. Em reuniões sequenciais com líderes governistas, a presidente passa a sensação de que algo está se movendo, quando nada sai do lugar —exceto a nota do Brasil nas agências de classificação de risco, que cai; o PIB, que despenca; a dívida pública, que sobe; e a inflação, que foge ao controle. No Congresso, os cleptoaliados do Planalto, liderados por Eduardo Cunha, dedicam-se a preparar emboscadas que mantenham Dilma no córner, agarrada às cordas. Trava-se uma espécie de luta de boxe em que o país entra com a cara.

Crise do PT não é apenas de imagem, mas também financeira

Com parte de seus quadros investigado pela operação Lava Jato, o PT passa por uma profunda crise de imagem. Mas a percepção negativa não é o único problema da sigla: nos próximos três meses, o partido estará em uma situação financeira complicada. Seu diretório nacional deixará de receber toda a verba do fundo partidário a que tem direito e, para completar, terá de pagar uma multa milionária.

A situação se deu porque, no ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reprovou parcialmente as contas de 2009 do partido. Os ministros do tribunal entenderam que o PT usou recursos do fundo partidário para pagar um empréstimo fictício contraído no Banco Rural (a mesma instituição financeira envolvida no escândalo do mensalão, descoberto em 2005). O resultado foi uma sanção de 4,9 milhões de reais, além da suspensão dos cerca de 27 milhões de reais do fundo partidário deste trimestre.

A fatura chegou agora e o partido teve de se reestruturar para os tempos de vacas magras. Seu diretório nacional, por exemplo, entregou algumas das salas que ocupava em um prédio do Setor Comercial Sul de Brasília e fechou o auditório com capacidade para 140 pessoas que era usado para as reuniões do diretório nacional. Além disso, reduziu os valores gastos com passagens aéreas e outras despesas de viagens de seu corpo de funcionários. Entre as sedes de Brasília e de São Paulo, quase cem pessoas prestam serviços ao PT.

Outra mudança foi na escolha de marqueteiros. Após ganhar duas campanhas presidenciais com Dilma Rousseff (2010 e 2014) e uma com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (2012), aumentando o preço de seu passe, o publicitário João Santana foi substituído. Antes de ter seu nome envolvido oficialmente pela Lava Jato nesta segunda-feira, onde é suspeito de movimentar irregularmente 7 milhões de reais, Santana foi trocado por Maurício Carvalho e, neste ano, por Edson Barbosa, que já havia trabalhado para o partido antes de prestar serviços para o ex-governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), morto em 2014.

Os eventos partidários também sofreram com a crise. O próximo, que ocorrerá nesta semana no Rio de Janeiro, foi reduzido em um dia. Deveria ocorrer em quatro datas, contando as reuniões preparatórias, mas será em apenas três, sendo um deles bancado pela Fundação Perseu Abramo, um dos braços do PT que tem recursos próprios.

Em junho do ano passado, o partido lançou uma campanha de arrecadação, com o lema “Seja companheiro”, destacando a necessidade de financiamento de seus militantes após decidir que não receberia mais dinheiro de empresas privadas, uma resposta às denúncias cada vez maiores de troca de favores entre doadores e políticos. Esse tipo de doação depois acabou proibido pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Congresso. “É preciso que criemos condições para financiar nossas ideias, nosso partido”, justificou, na ocasião, o presidente da legenda, Rui Falcão. Como gesto simbólico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos primeiros a doar e relembrou as campanhas feitas pela sigla em 1982 e em 1989, quando, ainda no início, a sigla precisava muito da ajuda de seus apoiadores.

O ex-presidente Lula deve explicações aos brasileiros

Não exagerei quando disse que qualquer brasileiro, na situação do ex-presidente Lula, já estaria preso. Afirmei isso em meu artigo da semana passada tendo em vista o critério adotado a partir da operação Lava Jato. Na realidade, tenho compaixão com aqueles que cometem malfeitos, mesmo os muito graves ou gravíssimos, como são, por exemplo, os que desviam dinheiro público, sejam eles de que partido forem. Todos, sem nenhuma exceção, devem ser severamente punidos. Não estou dizendo que esse é o caso de Lula, nem faço agora, leitor, nenhum exame de consciência a respeito do que disse e diria de novo.
Imagine alguém, como qualquer um de nós, em meio a acusações como as que são feitas contra Lula e num momento como este, em plena operação Lava Jato. No mínimo, seríamos submetidos à investigação e, provavelmente, presos com fundamentos semelhantes aos dos que já tiveram prisão temporária decretada. Essa é a realidade.

Não sei se de fato o ex-presidente se enriqueceu, e há evidente maldade em muitas acusações que lhe fazem. Aceito, porém, que isso possa ter ocorrido, não sei se de maneira ética, por meio de seu Instituto Lula ou de sua empresa, que promove suas conferências e que, obviamente, já foram mais procuradas do que hoje.

Lula se afeiçoou à chamada “vida burguesa” que tanto criticou. Imagino o que valem as 32 caixas de bebidas alcoólicas que fizeram parte de pertences seus que seguiram para o sítio em Atibaia. Com certeza, muitas lhe foram presenteadas. Pelo que se sabe, Lula aprecia bons vinhos, mas o vinho, leitor, por si só, nunca levou nem jamais levará alguém para o inferno.

Vem-me à lembrança agora a figura de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, de vida quase monástica e que, infelizmente, ignora (ou, lamentavelmente, finge ignorar) o que tem acontecido por aqui quando procura defender o amigo. Seria proveitoso que Mujica visitasse, pelo menos, um dos imóveis frequentado 111 vezes por seu companheiro, como proprietário de fato ou como convidado preferencial.

O ex-presidente colheria melhor resultado se tivesse comparecido para depor na quarta-feira da semana passada. Ele precisa se explicar a uma boa parte do povo brasileiro que confiou nele. Sua concordância com o recurso apresentado pelo deputado Paulo Teixeira ao Conselho Nacional do Ministério Público provocou mais desgaste pessoal e político. Ficou a impressão de que Lula não tem saída mesmo.

Lamento o descrédito a que chegou o ex-presidente e, sobretudo, o que fizeram alguns dos principais dirigentes do PT para permanecerem no poder. O ideal seria que o partido não se distanciasse da ética, que um dia o norteou. Milhões de brasileiros acreditaram nela. Mesmo assim, não integro o grupo dos que dizem que o partido acabou.

A prisão do marqueteiro João Santana, íntimo de Lula e Dilma, mas que exerce papel, no governo desta, de conselheiro, guru e ministro sem pasta, e o apontamento, pela Polícia Federal, de que Lula deve ser investigado porque pode estar ligado a “práticas criminosas” são de fato devastadoras. As defesas que fazem dele o presidente do PT, Rui Falcão e o Instituto Lula não convencem e chegam a ser patéticas.

O lema adotado pela Lava Jato tem algo a ver com o do mineiro, que dá um boi para não entrar na briga, mas dá uma boiada para não sair dela. É esse o espírito que domina hoje a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e, em especial, o operoso juiz Sérgio Moro.

Chega, Dilma! Seu tempo acabou! The game is over!

Afirmei aqui outro dia que, enquanto o país caminhava para o abismo, os gênios do Planalto, a começar da presidente da República, comemoravam a vitória de alguém como Leonardo Picciani (RJ) para líder do PMDB na Câmara. Vale dizer: o império desabando, e a nossa imperatriz cuidando de suas galinhas.

Pronto! Dilma realizou o prodígio. Ela chegou ao governo quando o país estava na categoria “grau de investimento” nas três mais importantes agências de classificação de risco. Até esta quarta, só nos sobrava tal carimbo em uma: a Moody’s. Agora não resta mais nada.

Temer prega otimismo em velorio o que o povo pode fazer pelo brasil dilma pt B

Também ela rebaixou o país e o passou para o grau especulativo. E o fez com requintes de dureza: o país desceu dois degraus de uma vez — de Baa3 para Ba2 — e ainda foi posto em perspectiva negativa. Vale dizer: pode sofrer em breve novo rebaixamento.

A agência explica os motivos. As contas do país pioraram — ou seja: a situação fiscal —, a economia amarga uma recessão brutal, sem perspectivas à vista, e a crise política se adensa, sem reação aparente do governo. O endividamento caminha para 80% do PIB em três anos. E anota a agência: “O fraco apoio político à presidente e à sua administração oferece pouca perspectiva de reformas de maior alcance durante o horizonte de rating”.

Ponto! Agora a Moody’s se juntou à Fitch e à Standard & Poor’s. O país não tem mais para onde correr. É evidente que isso vai nos custar muito caro. Importantes fundos de investimento estão proibidos de atuar em países que estejam no grau especulativo. Outros ainda são obrigados a diminuir suas posições. Haverá fuga de investimentos. A agência prevê que o desempenho médio da economia entre 2016 e 2018 será uma recessão 0,5%. Um desastre.

Notem! Dilma Rousseff tem de deixar a Presidência da República, quando menos, porque cometeu crime de responsabilidade na área fiscal. Aos poucos, o submundo do petismo na campanha eleitoral começa a vir à tona, e o que se percebe é algo que, já disse aqui, tem mais a cara de máfia e organização criminosa do que de partido político.

A crise econômica é feroz. Os indicadores são os piores possíveis. O mundo se dá conta disso. Mas a dinâmica que alimenta a crise econômica, é evidente, é a crise política. Não sairemos desse atoleiro enquanto essa gente continuar por aí.

Afirmei ontem no programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, que a eventual queda de Dilma não nos trará a solução, assim, num estalar de dedos. Por si, sua saída não é condição suficiente para mudar o rumo do país. Mas ela se transformou numa condição necessária — “sine qua non”, como se diz em latim —, sem a qual todo o resto se mostra inútil, todo o resto se prova ineficaz, todo o resto se torna até contraproducente.

E eu lhes dou um exemplo de um esforço que poderia até fazer sentido, mas que gera efeito contrário. Digamos, como hipótese de trabalho, que o Brasil não consiga sair da barafunda fiscal em que se meteu sem algo parecido com a CPMF. Essa gente foi tão fundo na desordem que talvez uma medida emergencial como essa faça sentido.

Pergunto: Dilma reúne a legitimidade e a capacidade de articulação política para convencer o Congresso? A resposta é evidente. Ora, esse é um governo que não consegue reconhecer os próprios erros; que tem no comando um partido político que, dada uma das maiores crises econômicas da história, vai à TV para acusar seus adversários de golpistas.

Pior de tudo: no front, digamos, policial, o mandato de Dilma passou a ser claramente ameaçado pelos mecanismos escolhidos pelo partido para financiar campanhas. Os indícios de que se cometeu uma cadeia inédita de crimes gritam de modo inequívoco.

Dilma já nos levou para o fundo do poço e, como já se disse muitas vezes, é muito provável que ali ainda exista um alçapão. Esta senhora faria um grande bem ao país se reconhecesse, até por senso de ridículo, que seu tempo acabou.

O Brasil já foi generoso demais com ela. Chegou a hora de ela retribuir o carinho e renunciar. Ou será posta para correr do Palácio pela Constituição e pelas leis. Enquanto isso não ocorre, no entanto, os brasileiros pagarão o pato. Quanto mais tempo durar o seu mandato, mais o futuro estará comprometido.

Chega, Dilma! The game is over!

Mais pedras sobre o telhado de vidro

A agenda negativa do PT, nesta semana, está entulhada, até o momento. Bastaram três dias para o governo e o partido levarem verdadeiros canhonaços: prisão de João Santana e da mulher Mônica; derrota acachapante de 13 a 0 no Conselho Nacional do Ministério Público sobre o depoimento de Lula e Marisa; mais um rebaixamento em agência de risco; panelaço durante o programa do partido na tevê; Eduardo Cunha empurrando com a barriga na Comissão de Ética sua cassação. E ainda falta para fechar a semana .

Não foi pouco. Apagam praticamente toda a agenda positiva, que foi mínima das mínimas, conseguida neste início do ano.

A soma dos petardos ajuda a afundar ainda mais o Titanic petista sob o comando de Dilma e Lula sem qualquer colete salva-vidas para a população., porque não há verba para isso. Gastaram o que podiam, e ainda estão catando mais, para assegurar os botes com que seguirão em mar calmo para porto seguro, enquanto os pobres e trabalhadores vão se afogando pelo caminho.

A prisão de Santana, a derrota de Lula no tapetão e o rebaixamento do país colocam diretamente Dilma no foco. A presidente vê as agências a rebaixar continuamente o país como bom pagador. avalizando como catastróficas as medidas econômicas governamentais como ilusórias e descabidas. Os estrangeiros estão dizendo também "Fora Dilma" com mais rebaixamento.

O desenrolar da Lava-Jato na Operação Acarajé desvenda com farta documentação, segundo a Polícia Federal, os pagamentos da campanha eleitoral com propinas, o que deixa Dilma rendida e o ministro Edinho Silva na reta para cair na próxima operação.

O caso Lula é só mais um para sangrar a imagem do homem mais honesto do país e sua família fenomenal, que dá lama alçou a triplex sem trabalhar.


Dilma e Lula voltam a estampar na mídia a criminalidade política de ex-presos políticos que negaram a biografia em troca de um punhado de dólares. 

O pior é que não há que fazer

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Quanto mais explodem denúncias de corrupção ou participação de gente ligada ao governo, ao PT e a penduricalhos, mais se estreita o círculo onde, culpada ou inocente, isola-se a presidente Dilma. O último a integrar a quadrilha é o marqueteiro João Santana, acompanhado da esposa, ambos com prisão preventiva decretada, tendo recebido centenas de milhões de reais e de dólares no mesmo circuito podre lá de fora. Não apenas a Petrobras e as empreiteiras servem de fonte para irrigar o pantanal em que se transformou o país. Governos estrangeiros participam da farra, em especial da América Latina Latina, com ênfase para a America Central, mas também da África.

Sem esquecer bancos e tamburetes sediados na Europa, em paraísos fiscais e na Ásia. Uma ciranda que cobre o planeta, estendendo tentáculos pela China, a Rússia, o Japão e onde pareça mais propício ao faturamento criminoso. Negócios lícitos misturam-se aos sujos, estabelecendo-se estranha parceria entre a truculência, a esperteza e a honestidade. Sem deixar de fora o crime organizado, porque no fim dá tudo na mesma.

Ninguém escapa, sequer as religiões, as ideologias, os partidos, a História. O vencedor escreve a vitória que o tempo quase sempre confirma, tornado-se tempo perdido imaginar definitivos os ciclos agora vividos. Tudo indica a continuidade dessa experiência malograda, mas garantir quem há de? Não poderia um revertere envolver um retorno aos princípios da fundação do PT?

Em suma, parece difícil, quase impossível, que o governo Dilma dê certo, com três anos abertos na mesma trajetória e,em especial, sem ter apresentado nenhuma alternativa. Não haverá solução interna, se a saída continuar na aceitação do desemprego em massa, do aumento de impostos, taxas e tarifas, da elevação do custo de vida, da diminuição da qualidade do ensino e da saúde pública, da ausência da segurança do cidadão e tantas mazelas a mais conduzidas pela égide da corrupção

Pensar que venha de fora para dentro algum milagre salvador equivale a acreditar em Papai Noel. Supor que iluminaremos o universo com forças que não temos, será regredir.

Sangria institucionalizada

A dívida pública é imensa, um peso enorme sobre o país, e o Brasil continua a ser o país mais fechado do mundo. Reformas de verdade no setor real, aquelas que vão mexer com a produtividade, como a trabalhista, tributária, além de abertura para valer, nem começaram
Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central 

Fim de Feira

Quando o relógio bate 13 vezes, ele não anuncia a aurora de uma nova era. Significa apenas que está quebrado. A decretação da prisão de João Santana é sinal de que o cuco do marketing não serve mais para marcar a hora da política.

O tique-taque começou na campanha de Fernando Collor ao Planalto, a primeira a usar recursos de propaganda dos países centrais. Deu no que deu, mas a mercadologia mercantil só fez crescer. Empresários e políticos se cercaram de uma chusma de consultores. Caixas um, dois e três ficaram abarrotados.

A primeira trinca na tapeação se deu em 2005, numa Comissão Parlamentar de Inquérito. Foi quando Duda Mendonça admitiu que o PT lhe pagou parte da campanha de Lula com depósitos no exterior, ocultados do Fisco. Mesmo assim, o conluio entre candidatos e propagandistas seguiu o seu curso, impávido.


Com a derrocada de Mendonça, Santana assumiu o comando da segunda campanha de Lula e das duas vitórias de Dilma. Disputado a tapa, foi contratado por candidatos na África, na América do Sul e no Caribe. Entregava o que prometia: elegeu oito presidentes.

Jornalista que largara o ofício por “não dar camisa a ninguém”, ele entrou em Eldorado. Só do PT, recebeu R$ 158 milhões, oficiais e declarados. Virou um misto de guru e ninja, sem abandonar os modos afáveis e o dry martini antes do jantar.

O seu relógio começou a atrasar na tarde de 6 de junho de 2013, na frente do Teatro Municipal de São Paulo. Houve ali uma manifestação corriqueira contra o aumento das passagens de ônibus. Em poucos dias, porém, ela virou uma insurgência nacional.

Ruíram não apenas os estádios à la Coliseu, erigidos para honra e lucro da santa aliança de imperadores e empreiteiros. Entrou em pane a política do pão (Bolsa Família) e circo (Copa e Olimpíadas). Com isso, a revolta pegou em cheio o marketing vicioso de governos que sucatearam hospitais, escolas e metrôs.

O canto de cisne foi a última campanha de Dilma. A partir daí, Santana, que pouco falava em público, ficou cada vez mais silencioso. Seu nome surgiu nas investigações da Lava Jato e ele quase não se explicou – atitude bizarra para quem ganha a vida explicando a vida dos outros, os candidatos.

Reza a lenda árabe que todo acusado é inocente até prova em contrário. Na prática, contudo, Duda Mendonça nunca voltou a ser quem era, apesar de ter sido absolvido pelo Supremo.

Igualmente, Petrobras, Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS não serão mais multinacionais, como ambicionavam, apesar de os seus donos e dirigentes terem sido meliantes, e não os seus funcionários.

No auge da fama, Santana publicou um romance, “Aquele sol negro azulado“. Embora tenha saído no Brasil, na Argentina e em Angola, ele só fez sucesso entre os clientes do autor: cinco governadores foram à noite de autógrafos em Salvador. Também, pudera: nem Carlos Zéfiro apreciaria imagens como “seus dias pareciam bananeiras repletas de cachos de orgasmos“.

O melhor do livro são as epígrafes. Uma, de Dickens, que fala do “inverno do desespero”, cabe bem ao Santana com prisão decretada. Seria bom que a outra epígrafe, de Dryden, servisse para acertar o relógio no fim de feira ora em curso, no qual vira-latas disputam a xepa com mendigos:

“Enfim está no fim a era velha,
Pois é tempo de uma nova hora”.

Mario Sergio Conti

A falta de fundos dos fundos de pensão do PT

Os grandes escândalos do Governo PT, por incrível que pareça, ainda não estouraram. São eles (i) o do BNDES e (ii) dos Fundos de Pensão. Se formos falar sobre todos os atos escandalosos do PT, provavelmente esse texto seria maior que a Bíblia. Isto posto, estaremos delimitando o objeto desse texto aos fundos de pensão.

Os fundos de pensão, no Brasil, são em regra entidades privadas sem fins lucrativos de cunho previdenciário e que funcionam em regime fechado, ou seja, somente pessoas vinculadas a uma determinada empresa financiadora podem adquiri seus planos de previdência.
Podem ter ainda diversos tipos de plano, mas funcionam em sistema de capitalização coletiva. Ao contrário do sistema de repartição, onde os trabalhadores da ativa bancam os trabalhadores aposentados na expectativa que amanhã, ao se aposentarem, serão sustentados pela nova geração, na capitalização o dinheiro poupado pelos trabalhadores é que será utilizado para pagamento de suas próprias aposentadorias, independentemente do trabalho da geração seguinte.

Só que os fundos de pensão no Brasil funcionam, como dito, dentro de um sistema de capitalização coletiva, ou seja, o dinheiro poupado coletivamente será usado para o pagamento coletivo também, o que na prática aproxima muito o modelo de capitalização com o de repartição, quase sendo indistinguível a diferença.

Os maiores fundos de pensão do Brasil estão ligados a empresas estatais, notadamente a Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios).

Esses fundos são administrados por pessoas indicadas pela diretoria das estatais, ou seja, pelo Governo PT ou aliados, juntamente com representantes dos trabalhadores, através de sindicatos, ou seja, pela CUT e pelo PT.

Como toda riqueza administrada pelo PT, indicam os escândalos que estão sendo investigados pela CPI dos Fundos de Pensão, os recursos captados foram utilizados para investimentos obscuros, de cunho político, com favorecimento pessoal para a cúpula do PT e seus empresários aliados. De acordo com o Globo, o déficit comprovado desses fundos é de 30 bilhões de reais, e a cada mês esse rombo aumenta também em níveis bilionários, o que pode obrigar os segurados a perder suas aposentadorias ou tê-las reduzido de maneira bastante aguda.
Cada vez mais se comprova a necessidade de se ter um sistema com fundos de pensão baseados em lucro, apolíticos e desvinculados do Estado, sob pena de uso político da máquina para ganhos pessoais. Enquanto o Brasil insistir com modelos mistos de gestão público-privada, esse tipo de problema, típico do setor público, manchará os projetos privados de maneira indelével.