segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Temer estudante apoia pec do teto ele familia e filho educacao saude e transportes publicos

O galo sumiu

We had 1 rooster that looked like this one. It drove my dad nuts! Every time he entered the barn area the rooster would try jumping on my dad's neck or shoulders. Dad would sometimes carry around a stick to ward him off! lol I don't think we had him for very long.:
Parece que o galo cantou. A gente não ouviu. Nem sabe como é o galo. Ou se tem mesmo galo. Ou se o galo existe. E isto é preocupante.

Já com o ano novo nos encarando, resta aprender com 2016. E entender que o principal ensinamento parece ser que não entendemos nada. Ou quase nada, para ser um pouco generoso.

A vida é assim. Quando a gente não reconhece a realidade, ela nos atropela. E deixa a todos o desagradável de papel de explicar porque as previsões estavam erradas.

A gente parece nunca perder a oportunidade de não aprender. Cultivar a ignorância por vezes parece ser a mais humana das características. Como em retrospectiva tudo sempre faz sentido, todas as narrativas são validas. Basta ser logico. Mesmo que o logico não seja verdadeiro.

O Brexit deveria ter ensinado algo. No mínimo, era razão para a gente perceber que havia algo de estranho no mundo. Ali a surpresa também existiu. Mas não aprendemos. E continuarmos a ignorar os sinais. E veio, para não deixar duvidas a ultima eleição americana. Não deixou duvidas. A maioria quer mudanças. E vota por ela.

O resultado da eleição assusta. Muito. Ganhou um candidato que fez afirmativas absurdas do ponto de vista de valores. É fato. Mas não é somente o resultado que assusta. E olhe que ele assusta muito.

Talvez o que mais assuste seja a incapacidade daqueles que se autonomeados defensores de valores liberais em aceitar qualquer autocritica. Ou melhor, nestes tempos confusos, autocritica, só a favor.

De um lado, acusa-se o eleitor de tudo. E de mais um pouco. Como sua escolha fosse o resultado do atraso, da ignorância. Eleitor seria, neste raciocínio, inteligente somente quando vota como de acordo com as instruções previamente decididas pelo grupo que teria não somente a sabedoria, mas também superioridade moral. Eleitor bom seria eleitor controlado.

Em nome da igualdade, da justiça social, do fim do machismo e da discriminação, do combate ao racismo, contesta-se o resultado da eleição. Ignorando o fato de que, embora indesejável, inconveniente, e até mesmo ruim, o resultado da eleição deve ser respeitado. Sempre.

Melhor seria a autocrítica. Entender o que deveria ter sido ou ser feito de maneira a criar propostas e plataformas que interessem a maioria do eleitorado. Mas isso não é tarefa fácil. Implica reconhecer erros, fazer propostas, entender os outros. E isso é doloroso. E dá trabalho.

Mas talvez ao fim e a cabo da autocritica, emerge um quadro mais positivo. Propostas mais atraentes e ideias mais modernas em plataformas mais inclusivas. E políticos mais conectados com a realidade.
E a gente finalmente vai achar o galo sumido.

Amadeus

Perdemos todos

Médico acha que é Deus. Jornalista tem certeza – e, aqui, mora o perigo.
O descolamento da mídia da realidade, seja por cegueira deliberada ou acidental, seja por partidarismo ou qualquer outro interesse inconfessável, não é um fenômeno “Made in The USA”.
Metrô de Nova York, 1963  (Foto: Jacob Harrisn / AP)
Metrô de Nova York (1963)
Tem a ver com a crise universal do jornalismo, abalado pelo surgimento de novas mídias sem compromisso com a verdade. E só faz mal à democracia e à construção de um mundo menos desigual

O método para tirar milhares de 'sem-tetos' da rua

Por algum tempo, muitos pensaram que o método do psicólogo Sam Tsemberis era absurdo. O modelo que concebeu para ajudar as pessoas que moram na rua há anos consiste em alojá-los em um apartamento. Simplesmente dar moradia a quem estava em pior situação, aos sem-teto crônicos que padeciam de doenças mentais e dependência química. O revolucionário é que não exige que os beneficiários estejam sóbrios ou equilibrados. Isso vem em outra etapa, depois que saírem da rua. Passaram-se 24 anos e sua loucura, o programa Housing First, mudou a vida de milhares de pessoas em dezenas de cidades da América do Norte e da Europa.

Tsemberis, de 67 anos, dá aulas na Universidade de Columbia e dirige a organização com a qual difunde seu modelo, a Pathways to Housing. As ruas da Nova York no final da década dos 1980 lhe mostraram de perto uma máquina assistencial que engolia muitos levando-os ao hospital, à prisão ou aos centros de desintoxicação para depois voltarem ao mesmo buraco de papelão em que tinham sido encontrados antes. Ele trabalhava em um hospital, em um serviço de emergência móvel para atender os sem-teto. “Havia muitos. Saíamos à rua para procurar os que tinham problemas de saúde, gente que tossia sangue, que tinha bolhas nos pés… Muitos melhoravam no hospital, mas o problema é que depois voltavam para a rua. Pensamos: este sistema não serve para nada”, conta em uma cafeteria do centro de Madri, aonde veio apoiar o trabalho da ONG Rais Fundación, pioneira na aplicação de seu modelo na Espanha. “Não queriam ir primeiro ao hospital, nem ao dentista, nem a um tratamento de desintoxicação… Não. Queriam uma casa. Eu pensava: ‘Meu Deus! Uma casa? Não tenho uma casa. Tenho uma clínica, uma van, um sanduíche, um cobertor…’ Uma casa. Assim saí do hospital e comecei minha ONG”.

Na Espanha, a Rais Fundación tem uma rede com 117 moradias em várias cidades e, em um ano e meio de funcionamento, 96% dos beneficiários – que têm em média nove anos de rua – continuam alojados. O custo diário para o Governo é de 34 euros (120 reais), igual ou superior, diz a organização, que o de um serviço assistencial convencional. Os apartamentos estão espalhados por edifícios e bairros comuns, porque se trata de integrar. Só há três condições para entrar: não incomodar os vizinhos, permitir a visita da equipe pelo menos uma vez por semana e, se o antigo sem teto tiver renda, destinar 30% para manter o serviço.

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Miguel Castello
Tsemberis, de origem grega e radicado nos Estados Unidos desde os oito anos de idade, demorou para entender o problema e pensar de forma alternativa. Talvez por isso pareça acostumado ao ceticismo e às críticas que a estratégia desperta, tanto que expõe seus argumentos com um grande sorriso. Explica que, de início, ele também tinha dúvidas: “Eu não sabia se alguém podia realmente se comportar em um apartamento. Isso gera uma ansiedade enorme, porque você fica preocupado pensando: 'Será que ele vai acender o fogo na cozinha?'. E coisas terríveis do tipo: 'O que vai acontecer se começar para ouvir vozes, se fizer mal aos vizinhos?'. Mas você precisa assumir o risco e confiar na pessoa. Fizemos muitíssimas visitas para nos certificarmos de que todos estavam bem”.

O psicólogo também se dedicou a levantar números. Queria provas, não boas intenções. Primeiro, para submeter seu programa à avaliação: “Queríamos saber que não era pior do que continuar levando-os a hospital”. Para convencer os colegas e o poder público: “Depois de um ano, 84% das pessoas que alojamos continuavam nos apartamentos. Genial, mas as pessoas continuavam sem acreditar. Pensavam: ‘As pessoas que você está tratando não estão tão doentes como as que eu atendo. Nova York é diferente de todas as cidades e não funcionará em outras”. A terceira razão é que, com os números, sabem que o Estado está poupando dinheiro: “Se você somar o custo anual dos serviços sociais utilizados para atender alguém em situação de rua (pronto-socorro, ambulâncias, desintoxicação, prisão…), o gasto pode chegar aos 100.000 euros. Se colocá-lo em um apartamento disponibilizado pelos serviços sociais, são 15.000 euros por ano”. O estudo para saber se isso funcionaria foi desenvolvido pela Universidade de Nova York, pago e fiscalizado pelo Governo federal dos Estados Unidos. “Sete anos depois, resultava nos mesmos dados que nós tínhamos. Já estávamos falando de ciência, não de casos pontuais”, explica Tsemberis com ênfase.

O caso dos 70.000 veteranos de guerra sem-teto que havia nos Estados Unidos é um bom exemplo de que o programa funciona. A Casa Branca anunciou que algumas cidades erradicaram o problema e que, em apenas três anos, houve uma diminuição de 36% em todo o país. Mas se seu método tem resultados tão positivos e comprováveis, por que não se generaliza? “Não sei”, admite Tsemberis. Ele acredita que o velho e o novo modelos podem ser complementares. “O antigo detectou que as pessoas na rua sofriam de enfermidades mentais e dependência química, mas se pensou, incorretamente, que era preciso tratá-las antes de lhes dar acesso a uma moradia. Ainda hoje não temos uma cura para esses problemas. Assim, se você esperar que se curem primeiro, muitos nunca serão alojados. O antigo sistema não é de todo inútil: tem sucesso em 30% a 40% dos casos”, explica.

Uma das coisas que o professor diz ter aprendido nesses 24 anos é que, devido à doença mental ou ao fato de estar na rua há tantos anos, quando voltam a morar sob um teto as pessoas recuperam a capacidade de viver de forma autônoma. “Pode haver alguém que acredite que este fotógrafo é um espião soviético e mesmo assim seja capaz de cozinhar, lavar-se e fazer a cama”, diz enquanto gesticula sem parar. “Sobreviveram por anos na rua. Para isso têm que saber quais são os lugares seguros, como cuidar de si mesmos e de suas coisas, como evitar que sejam presos, onde estão os refeitórios… são funcionalidades, assim se foi capaz de subsistir na rua, fazê-lo em um apartamento onde o banheiro está ali do lado e não a duas quadras não será um grande problema”, afirma.

Também recuperam outras coisas. Em um vídeo da organização, um dos beneficiários do programa na Espanha fala em dignidade. “É impressionante”, diz Tsemberis. “Acredito que não somos capazes de nos dar conta do que é não ter casa. Da solidão que isso traz. O mais útil deste programa é a rapidez com que se passa do sobreviver para o viver. Ocorre da noite para o dia. Alguém entra em um apartamento com suas bolsas e, no dia seguinte, tomou banho e dormiu em uma cama, tem uma chave na mão e é como qualquer morador daquele edifício. As pessoas não te olham quando você é um sem-teto. Apesar de se sentir muito exposto, você é invisível. E de repente está morando em um apartamento e seus vizinhos te dizem: ‘Bom dia, como vai?”

Contra o sistema político

Comecemos pelo óbvio, indigitando o truque manjado. Toda vez que passamos na cara de um político profissional a afirmação “não nos representam”, o sujeito reage espertinho, dizendo que não devemos ser contra a política.

Pura malandragem retórica para retirar o foco de cima de si e dos seus, desviando-o para a dimensão geral da política – para assim defender com “nobreza” uma atividade central na vida humana. Mas não há nobreza alguma aí. O que há é a velha e célebre cara de pau de um bando de picaretas sem-vergonha.

Basta comparar. Quando desancamos médicos que lidam com o corpo humano como se este fosse mercadoria, o que acontece? Denunciamos médicos antiéticos, larápios, canalhas, etc., mas ninguém aparece para dizer que somos contra a medicina. Os políticos profissionais, que vivem da lábia e da engabelação, é que tentam fazer esse jogo trapaceiro.

Mas a questão da crise da representação política não vai ser rasurada do horizonte pela retórica trambiqueira desses caras. Desenha-se diante de nós, como nunca antes, a crise geral (definitiva?) do partidocratismo.

Gramsci viu bem, ao dizer que o partido político corre sempre o risco de substituir o movimento real da vida social pelo movimento interno da vida partidária. Com isso, o partido passa a representar principalmente seus próprios interesses – e não os interesses da maioria da população.

Imaginem aqui entre nós, num sistema político apodrecido que, quase de cabo a rabo, não conta sequer com partidos políticos, no sentido verdadeiro da expressão, mas com partidos meramente eleitorais, na acepção mais rasteira que isso possa ter.

Seja como for, a crise representacional parece hoje irreversível nas sociedades democráticas do mundo – e o Brasil não escapa disso. A cidadania está se constituindo atualmente como tendência à autorrepresentação.

Pessoas e segmentos sociais vêm encontrando meios de falar por si mesmos, sem precisar recorrer a mediações, dispositivos ou aparelhos representacionais. E, aqui, sublinhe-se a presença da internet.

Entre o espaço público e o espaço privado, a antiga e mais simples dicotomia de tempos atrás, floresceu o espaço virtual, onde o público e o privado se mesclam em entrelaçamentos promíscuos.

As pessoas passaram a articular suas informações e a ver a possibilidade real de coordenar suas ações. E o quadro é este: quando os políticos dão as costas à sociedade, nada mais lógico, natural e esperável que também a sociedade dê as costas aos políticos.

Imagem do Dia

New Zealand, South Island, Lake Wanaka || I know technically New Zealand is not a part of the continent of Australia, but rather of a mostly submerged continent called Zealandia:
 Lago Wanaka, Nova Zelândia 

A ilha dos tigres

O viajante chinês que deixou o primeiro testemunho escrito sobre esta ilha, no século XIV, deu-lhe o nome de “A ilha dos leões” (Cingapura), mas se enganou quanto ao animal, porque aqui nunca houve leões, apenas tigres, e em grande quantidade, pois até bem avançado o século XIX essas feras ainda comiam os camponeses que se extraviavam por seus territórios.

Esse primitivismo já ficou bem para trás. Cingapura é hoje um dos países mais prósperos, limpos, avançados e seguros do mundo, e o primeiro a ter conseguido, num prazo relativamente curto, acabar com dois dos piores flagelos da humanidade: a pobreza e o desemprego. Nos seis dias que acabo de passar aqui, pedi a todas as pessoas com quem estive que me levassem para conhecer o bairro mais pobre desta cidade-Estado. E aquela maravilha, que pude ver com os meus próprios olhos, é verdadeira: aqui não há miséria, nem amontoamento nem barracos, e sim, em vez disso, um sistema de saúde, educação e oportunidades de trabalho ao alcance de todos, bem como uma imigração controlada que beneficia em pé de igualdade tanto o país quanto os estrangeiros que chegam para nele trabalhar.

Desmentindo todas as teorias de sociólogos e economistas, Cingapura demonstra que raças, religiões, tradições e línguas diferentes, em vez de dificultarem a coexistência social e serem um obstáculo ao desenvolvimento, podem conviver perfeitamente em paz, colaborando umas com as outras e usufruindo igualitariamente o progresso sem abrir mão de suas crenças e costumes. Embora a grande maioria da população seja de origem chinesa (cerca de 75%), os malaios e os indianos (sobretudo os tâmeis), assim como os eurasiáticos cristãos, convivem com ela sem problemas, em um clima de tolerância e compreensão recíprocas, o que, sem dúvida, contribuiu em grande parte para que este pequeno país tenha queimado etapas desde a sua independência, em 1965, para se tornar o gigante que é hoje em dia.

Esse feito extraordinário se deve, em grande parte, a Lee Kuan Yew, que foi primeiro-ministro durante 31 anos (de 1959 a 1990) e cuja morte, no ano passado, reuniu boa parte da ilha em uma homenagem multitudinária. As ideias e as iniciativas tomadas por esse líder, formado na Inglaterra, na Universidade de Cambridge, continuam a orientar a vida do país – o atual primeiro-ministro é seu filho –, e até mesmo os críticos mais severos admitem que sua energia e sua inteligência foram decisivas para a notável modernização desta sociedade. O sistema que ele criou era autoritário, embora mantivesse a aparência de uma democracia; mas, diferentemente de outras ditaduras, nem o autocrata nem os seus colaboradores se aproveitaram do poder para enriquecer, e o Judiciário parece ter funcionado de forma independente durante todos esses anos, punindo severamente os casos – não muito frequentes – de corrupção que chegavam às suas mãos. O partido de Lee Kuan Yew ganhava todas as eleições sem necessidade de fraudes e sempre permitia que uma pequena e figurativa oposição participasse do Parlamento, um costume que continua em vigor, pois são apenas cinco, hoje em dia, os parlamentares de oposição. A imprensa é relativamente livre, o que significa que pode fazer críticas às políticas do regime, mas não defender ideologias revolucionárias, e há leis que proíbem tudo aquilo que seja ofensivo às crenças, costumes e tradições das quatro culturas e religiões que constituem Cingapura. Tal como em Londres, há um Speaker’s Corner em um parque, onde se podem realizar manifestações e fazer discursos contra o Governo, com a única condição de que seus autores sejam cidadãos do país.

O milagre cingapuriano não teria sido possível sem duas medidas essenciais que Lee Kuan Yew – em seus primeiros anos de vida política, ele se dizia socialista, embora adversário dos comunistas – colocou em prática logo depois de assumir o poder: uma educação pública de altíssimo nível, à qual se destinou, durante muitos anos, um terço do orçamento nacional, e uma política habitacional que permitiu que a imensa maioria da população tenha casa própria. Empenhou-se, também, em pagar salários elevados para os funcionários públicos, de modo a, por um lado, desestimular a corrupção na administração pública e, por outro, atrair para os serviços do Estado e para a vida política os jovens mais capacitados e mais bem preparados.

É verdade que Cingapura sempre teve um porto aberto para o restante do mundo, que estimulou o comércio internacional, mas o grande desenvolvimento econômico que o país conheceu não se deveu à sua posição geográfica privilegiada, mas sim, principalmente, à política de abertura econômica e de incentivos ao investimento estrangeiro. Enquanto os países do Terceiro Mundo, seguindo as políticas nocivas adotadas então pela CEPAL, “defendiam” suas economias contra as multinacionais, que eram mantidas à distância, e privilegiavam um desenvolvimento voltado para dentro, Cingapura se abria para o mundo e atraía as grandes empresas oferecendo-lhes uma economia totalmente aberta, um sistema bancário e financeiro eficiente e moderno, além de uma administração pública conduzida por critérios técnicos e sem corruptelas. Isso transformou a cidade-Estado em um “paraíso do capitalismo”, título que não parece envergonhar em nada os seus habitantes, muito pelo contrário. Na primeira vez que estive aqui, em 1978, fiquei encantado ao ver que neste pequeno rincão da Ásia havia uma avenida como a Orchard Street, com tantas lojas sofisticadas como as da Quinta Avenida de Nova York, da rua do Faubourg Saint-Honoré de Paris ou da região de Mayfair, em Londres. O presidente da Câmara de Comércio britânico-cingapuriana, que estava comigo, me disse: “Quando eu era criança, esta avenida que o surpreende tanto era cheia de barracos construídos sobre palafitas e tomada por lama e jacarés”.

É claro que nem tudo em Cingapura é de causar inveja, embora o sejam, com certeza, o seu sistema de saúde, acessível a todos, e suas escolas e universidades modelares, às quais os cingapurianos mais humildes têm acesso graças a um sistema bastante amplo de bolsas e de créditos. Mas é de se lamentar que ainda exista pena de morte no país, assim como o bárbaro castigo do cane (chibatadas) para os ladrões. Buscando atenuar o efeito dessa barbárie, uma pessoa me explicou que “só se aplicam 24 chibatadas no máximo”. Respondi dizendo que, infligidas por um carrasco bem treinado, 24 chibatadas são suficientes para matar, sob o horror da tortura, um ser humano.

Teria sido possível obter a formidável transformação de Cingapura sem o autoritarismo, respeitando-se rigorosamente os princípios da democracia? Estou absolutamente convencido de que sim, com a condição de que houvesse uma maioria do eleitorado que também pensasse assim e desse respaldo a um plano de governo que necessitasse de um mandato claro para levar a cabo as reformas realizadas por Lee Kuan Yew em seu país. Porque, provavelmente pela primeira vez na história, a prosperidade ou a pobreza de um país não são determinadas, em nossa época, pela geografia ou pela força, dependendo exclusivamente das políticas seguidas por seus Governos. Enquanto tantos países do mundo subdesenvolvido, desvirtuados pelo populismo, optavam pelo pior, esta pequena ilha da Ásia adotou o caminho contrário, e hoje ninguém nela morre de fome ou está desempregado involuntariamente, nem se vê impedido de ter acesso à assistência médica se for preciso, quase todos são donos das casas onde moram e, seja qual for a renda da família, qualquer um que se esforce para isso consegue receber uma formação profissional e técnica do mais alto nível. Vale a pena que os países pobres e atrasados levem esta lição em conta.

Não é o que se dizia

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(Bolsa Família) tinha 6 milhões de famílias em 2005 e agora, em 2014, antes de a crise se agravar, já tinha 14 milhões. Aumentou em um período que tinha mais emprego, que a situação econômica não estava tão ruim. Qual é a conclusão a que a gente chega? A questão da redução da pobreza no Brasil não é o que se dizia

Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social

29,5 mil aderem a manifesto internacional pró-Luila

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Prestes a completar dois meses no ar, manifesto internacional em defesa de Lula na internet obteve menos adesões do que seus organizadores esperavam. Foi lançado em Nova York no último dia 20 de setembro, como parte de uma campanha em que o ex-presidente petista é apresentando no estrangeiro como “pai do Brasil moderno” e vítima de uma “caçada judicial”. Até a madrugada desta segunda-feira (4h36), a peça havia atraído 29.557 adesões (veja imagem no rodapé).

Considerando-se que o movimento pró-Lula é patrocinado pela Confederação Sindical Internacional (ITUC, na sigla em inglês), entidade que diz representar 180 milhões de trabalhadores em 162 países, o número de signatários do abaixo-assinado eletrônico não chega a impressionar. Ao contrário, frustrou seus idealizadores, que, à espera de novas adesões, abstiveram-se de trombetear os resultados.

A ITUC é presidida por João Antonio Felicio, um velho amigo de Lula. Ele é fundador do PT e ex-presidente da CUT. A central sindical brasileira, braço do petismo, mantém no cabeçalho do seu site um link que conduz formulário de adesão à causa de Lula. Não se sabe quantos dos signatários do manifesto em defesa do pajé do petismo são brasileiros. Os organizadores não esclarecem, de resto, se há algum tipo de controle para evitar a duplicidade de adesões.

O documento que acompanha o abaixo-assinado retrata a Justiça brasileira, o Ministério Público e a Polícia Federal como instâncias a serviço de “uma verdadeira caçada judicial” a um brasileiro acima de qualquer suspeita, que “somente a ditadura ousou condenar e prender, em 1980.” Presidente, Lula jactava-se de ter zelado pela autonomia da Polícia Federal e independência do Ministério Público Federal. Réu em três processos, Lula é defendido em manifesto que trata esses órgãos como antros de facciosismo.

“Agentes partidarizados do Estado, no Ministério Público, na Polícia Federal e no Poder Judiciário, mobilizaram-se com o objetivo de encontrar um crime –qualquer um– para acusar Lula e levá-lo aos tribunais”, anota o texto. “Dezenas de procuradores, delegados, fiscais da Receita Federal e até juízes atuam freneticamente nesta caçada, em cumplicidade com os monopólios da imprensa e bandos de difamadores profissionais.”

Quem lê fica com a impressão de que, excetuando-se Lula e seus devotos, o Brasil é 100% feito de cafajestes.

Sem saída e mal pagos

Há alguns anos, fiz uma consultoria para o estado de Rondônia. O governador era o atual senador Valdir Raupp. Eu tinha que fazer um diagnóstico sobre a educação no estado – e propor medidas. Desde o primeiro dia, eu era procurado por gente da educação, que, percebi, não pretendia me auxiliar, mas assuntar o que eu pensava a respeito. Evitei antecipar qualquer conclusão, mas entrevistei muita gente, do secretário de educação a professores e estudantes, pais de alunos, diretores de escolas. Li muitos relatórios e examinei muitas estatísticas.

Conversei duas ou três vezes com o governador – e senti nele sincero interesse em equacionar os problemas da educação estadual. Ele me falou da admiração que sentia pelo Brizola – e por sua obsessão pela educação.

Em quatro meses, apresentei o meu relatório, que, entre outros pontos, sustentava dois pontos:

1 – Fazer os professores voltarem para as salas de aula. Os dados indicavam que mais de 45% dos professores de Rondônia, que estavam na folha da educação, estavam alocados nas diversas secretarias e estatais do estado. Quem leu a carta de Caminha sabe do que eu estou falando. As escolas tinham déficits de professores. O secretário queria fazer um concurso e contratar professores – o que era absolutamente desnecessário.


2 – Estabelecer um amplo plano de reforma das escolas, pois os índices internacionais mostravam que não havia necessidade de novas construções, a não ser em casos específicos. Muitas escolas estavam danificadas, mas também pudessem ser reformadas. Em suma: minha proposta era no sentido de que só se construíssem novas escolas em último caso.

Meus amigos: foi um escândalo. Fiz uma reunião com professores (num auditório, sem ar condicionado!) – e eles só faltaram me linchar. Retruquei duramente, mas os professores mantiveram-se irredutíveis. Um deles, um sujeito gordo e baixo, que se apresentou como cacique de uma tribo qualquer (não lembro), me disse que preferia morrer a voltar para sala de aula. A frase era uma besteira, mas o cacique foi aplaudido. Uma professora pediu a palavra e disse que o marido tinha uma construtora especializada em construir escolas: o que será do meu marido?

Hoje vi estudantes e professores nas galerias da Câmara berrando contra a PEC dos gastos. Em São Paulo, uma passeata (uns 250 sujeitos) gritava contra a PEC dos gastos e da reforma do ensino médio. Esses meninos estudam? Os professores ensinam? Mais importante: os meninos e professores leram as duas PECs, ou apenas seguem os “brilhantes” Molon, Maria do Rosário, Benedita, Feghalli.

Não vejo saída para o Brasil.

Paisagem brasileira

 Terreiro de fazenda, Wilson Vicente

A estupidez é humana

Ignorante, grosseiro, insensível, bruto, desinteligente. O estúpido é a própria manifestação da rudeza da dura palavra que o define, e nos assusta com a dimensão que um ato seu pode tomar de uma hora para outra nos trazendo graves problemas com as suas ações. É assustador ver o mundo povoado de estúpidos, tropeçamos neles nas ruas e em todos os setores – na internet se multiplicam. A estupidez é exclusivamente humana, uma doença maldita que pode ser de estirpe ou transmitida pela ganância e pelo egoísmo

Todo mundo tem a capacidade – e até certo direito – de ser estúpido vez ou outra. A possibilidade de sê-lo em algum momento de raiva e embotamento. Ter surtos de estupidez. Fazer uma quando acorda enviesado, e até sem se aperceber disso. Mas que seja passageiro e, depois de consciente, curado desse mal, até revertê-lo positivamente. Não pode deixar entrar no sangue.

O que anda me afligindo e creio que você, meu querido leitor, também possa estar sentindo o fato grave: estamos assistindo a gigantescos surtos de estupidez humana coletiva. Tipo um estúpidozinho novamente conseguir puxar cordões de outros estúpidozinhos iguais para segui-lo, levantando bracinhos, abanando bandeiras e rabos, dando gritinhos com palavras de ordem que a ouvidos sensíveis soam como bombas. Já vimos filmes assim que pensávamos estar superados – e eles têm um desenrolar “não bom”, “nada bom”.
Uma grande amiga ligada desde sempre a sintonias mais invisíveis e elevadas me conta que alguns mestres estão sentindo e reportando explosões esquisitas, de rompimento de energias estranhas, para assim dizer, simplificando um pouco. Preveem que já estamos passando por momentos espirituais perturbadores, para os quais só podemos escapar se nos prepararmos tentando manter corações abertos e pensamentos positivos. Aí é que está difícil.


Além do mundo invisível da energia, encafifei por identificar a estupidez em vários desses fatos entrelaçados que nos angustiam. Einstein disse que a estupidez humana certamente era infinita, talvez mais até que o próprio Universo, e vemos provas disso quando a nação mais poderosa do mundo elege em seus caminhos tortuosos um de seus mais impressionantes e significativos exemplos, 

Donald Trump. Uma sombra moral que vomita preconceitos e que desenterra o que de mais horroroso pode haver, o moralismo, a intolerância, a incongruência, a divisão, o ódio, as divisões de classe, de gênero, de religião.

Ele quer muros, exclusão. Talvez até nem queira mesmo de verdade tudo isso, mas juntou milhões de pessoas que disseram sim, revelando ao mundo o perigo da estupidez, e o número de contaminados.

O historiador italiano Carlo Cipolla (1922-2000) produziu um conhecido ensaio que estuda o que chama as Leis Fundamentais da Estupidez Humana, e onde as lista com precisão que nos ajuda a saber mais, identificar, e entender porquês. Para ele, alguns estúpidos causam normalmente apenas perdas limitadas, enquanto outros conseguem causar danos impressionantes não só a um ou dois indivíduos, mas a inteiras comunidades ou sociedades.
“Sempre e inevitavelmente cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos em circulação”;
 “A probabilidade de certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica desta mesma pessoa”;
 “Às vezes uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa um dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem, ao mesmo tempo, obter qualquer vantagem para si ou até mesmo sofrendo uma perda”;
 “A pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigoso que existe”;
“As pessoas não estúpidas subestimam sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas. Em particular, os não estúpidos esquecem constantemente que, em qualquer momento e lugar, e em qualquer circunstância, tratar e/ou associar-se a indivíduos estúpidos demonstra-se infalivelmente um custosíssimo erro”; “O estúpido é mais perigoso que o bandido”.
Enfim, a liberdade é azul, a fraternidade vermelha, a igualdade, branca. E a estupidez, humana e invisível. Descolorida.
Marli Gonçalves

A República foi proclamada sem povo

O sol não tinha nascido quando um grupo de jovens oficiais do Exército, rebelados contra o primeiro-ministro, Visconde de Ouro Preto, bateram na porta de uma casa modesta, próxima do Campo de Santana. Vinham pedir ao morador que os liderasse, pois faltava um general de desenvoltura política que, à frente das tropas insubordinadas, depusesse o ministério. Sem dormir por toda a madrugada, o marechal Deodoro da Fonseca sofria de dispnéia, respirando mal e até, conforme seus vizinhos, talvez não passasse do dia 15, que nascia. Os boatos eram sobre a dissolução do Exército, substituindo-o pela Guarda Nacional. Também se falava da iminente prisão de Deodoro.

Com muito esforço, e acreditando na boataria, o marechal fardou-se e tentou montar no cavalo baio a ele oferecido. Não conseguiu, ocupando então uma charrete. Tomou o rumo de São Cristóvão, onde se localizavam regimentos dispostos a aderir à rebelião. No meio do caminho, às margens do Mangue, um pequeno riacho, confraternizaram a comitiva do marechal e dois batalhões que deixavam os quartéis, marchando para a sede do ministério da Guerra, onde se encontrava reunido o ministério. Da janela do segundo andar, o primeiro-ministro dava ordens ao ajudante-geral do Exército, marechal Floriano Peixoto, para acionar as tropas legalistas e tomar de assalto os poucos canhões apontados contra o governo. Referiu-se à superioridade dos soldados fiéis, lembrando que na recém encerrada Guerra do Paraguai, em condições muito mais adversas, peças inimigas tinham sido tomadas à baioneta. Floriano, sem posição definida na rebelião, justificou a inação: “é, senhor ministro, mas no Paraguai lutávamos contra paraguaios”.

Deodoro chegou, mandou abrir os portões e agora a cavalo, irrompeu pelo pátio interno, com a tropa entusiasmada gritando “viva Deodoro! Viva Deodoro!” Como gesto peculiar adquirido na guerra, ele saudou a tropa tirando e colocando o quepe por diversas vezes. E gritando “viva o Imperador! Viva o Imperador!”


Naquela hora, já haviam chegado ao prédio do ministério partidários da proclamação da República, como Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Aristides Lobo e outros, que subiram com Deodoro as escadarias para o salão onde o ministério estava reunido. Ouro Preto não se levantou e ouviu as queixas do marechal, falando na humilhação porque passava o Exército. Ardendo de febre, Deodoro repetiu diversas vezes que o Exército se sacrificara nos pântanos do Paraguai e não merecia o desprezo do governo. Em dado momento, replicou o primeiro-ministro: “Olha aqui, marechal, sacrifício muito maior estou fazendo agora ouvindo as baboseiras de Vossa Excelência!”

Dali para Deodoro anunciar que Ouro Preto estava deposto e preso foi um minuto. Aproximaram-se os republicanos e os militares, quando Benjamin Constant aproveitou para sugerir a Deodoro que melhor oportunidade não havia para proclamar a república, naquela hora. O marechal refugou, lembrou que o Imperador era seu amigo, mas ouviu que se a República fosse proclamada, o país seria governado por um ditador. Ele mesmo.

Quando todos se retiravam, Ouro Preto para a cadeia, Deodoro montou o cavalo baio e saudou de novo a tropa, agora gritando “viva a República! Viva a República!”

Decidiram os militares empreender a “marcha da vitória”, com a tropa desfilando pelas ruas do centro do Rio, com banda de música e a população ainda sem saber porque, já que a República fora proclamada sem povo, quase de madrugada. Foi preciso que à tarde, José do Patrocinio, republicano e vereador na Câmara Municipal, realizasse uma sessão solene participando aos presentes que o Brasil era uma república. A sequência do acontecido fica para outro dia.

A escola da pedrada

Com o impeachment começando a sumir na poeira da estrada, e o país se acostumando a seu novo rumo, vai se impondo a inexorável conclusão: Dilma é que era legal. Pelo menos, a julgar pelo movimento revolucionário dos ocupadores de escolas.

Às vésperas da realização do Enem, a revolução se intensificou. Com invasões a estabelecimentos de ensino em 21 estados, mais o DF (a Federação tem cinco estados alienados), os revolucionários protestam contra o ajuste fiscal proposto pelo governo Temer – PEC 241 – e contra o projeto de reforma do ensino médio.

Como quem ainda lê algo além de disparates no Facebook sabe, a ideia das mudanças no ensino médio visa tornar o currículo menos disperso, aproximando-o dos interesses específicos de cada aluno – enfim, ajudando o estudante a estudar, como acontece em vários dos países mais letrados. Também não é segredo que o projeto é um projeto – ou seja, está colocado para discussão por parte de todos que queiram discutir, pensar e outras ações não tão emocionantes quanto jogar pedra.

Desde que o governo Temer pôs o assunto na pauta, a proporção tem estado mais ou menos em uns 5% de debate e 90% de pedrada (descontando-se uns 5% de isentões – os que têm pedras nas mãos sem a coragem de jogá-las). Se você tentar discutir – no sentido nobre do termo – com algum dos críticos da reforma proposta, provavelmente ele vai gritar que querem acabar com a educação física, tornar o país sedentário e matar todos os inocentes de colesterol alto. Só lhe restará perguntar se o aguerrido interlocutor também não abre mão de moral e cívica.

O maior enigma dessa revolução, porém, está num elemento impressionante: no governo da saudosa companheira Rousseff, essa reforma hedionda já estava em discussão – sem uma única sala de aula invadida por causa disso. Não restam mais dúvidas: Dilma é que era legal.


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Mas tem também a PEC demoníaca, já apelidada por algum discípulo de João Santana de “PEC do fim do mundo”. Um voluntarioso exército propagador, com seus diligentes repetidores nas artes, nas universidades e na imprensa, espalhou que essa PEC aí é para tirar dinheiro da Educação e da Saúde. Alguns vão além, explicando que é uma manobra para beneficiar os banqueiros. Eles só não revelam que o Lobo Mau comeu a Vovó e está prestes a devorar Chapeuzinho porque a criançada revolucionária poderia não suportar tanta crueldade.

A notícia de que a PEC 241 vai tirar dinheiro da Educação e da Saúde não corresponde à realidade dos fatos. Ou, em português mais claro: é mentira. Alguns poderão argumentar que se trata de um mal-entendido, mas estarão equivocados. A turma que espalhou a historinha da PEC do fim do mundo sabe bem do que está falando – e tem plena confiança de que a multidão de inocentes úteis dispostos a repetir a falácia jamais se dará ao trabalho de ler uma linha séria sobre ela. A PEC 241 tem o único e singelo objetivo de tentar começar a arrumar a casa após o cataclismo financeiro da última década. Mas os revolucionários não vão cair nessa: a ruína da Dilma é que era legal.

Se a PEC dos homens brancos, velhos, recatados e do lar passar, a Educação e a Saúde vão ter mais dinheiro. Não é naquele futuro imaginário do pré-sal, vendido pelos companheiros como terrenos na Lua: é do médio para o curto prazo. E mais importante ainda do que a apreciação orçamentária dos setores sociais será, se tudo der miseravelmente certo, a descontaminação da gestão dessas áreas – entregues pelos heróis petistas a seus parasitas de estimação. Aí a ocupação das escolas terá de ser para protestar contra o assassinato da moral e cívica.

Os movimentos de invasão das escolas e paralisação das aulas começou no estado de São Paulo – coincidentemente governado por um partido de oposição à então presidente da República. Ainda com a saudosa Dilma no Planalto, surgiram ocupações no Rio de Janeiro e no Paraná, que apresentavam como causa a resistência ao impeachment, contra o golpe etc. Com essas palavras de ordem caindo de maduras, impôs-se a indignação nacional contra a PEC. E quando a PEC passar, será contra a perseguição à alma mais honesta do mundo.

Até que o Brasil pare de passar a mão na cabeça em quem lhe atira pedra fingindo defendê-lo.