sábado, 7 de fevereiro de 2015

A frase mais cretina do ano


Estão repetindo o mesmo ritual que vejo nesse Brasil desde 2005, quando começaram as denúncias que eles chamaram de Mensalão
Lula, ou o Flagelo de Garanhuns 

Vitória de Pirro


A luta apenas começou. E a vitória deles foi com gosto de derrota, pois sabem que vem chumbo grosso por aí
Após a batalha de Ásculo, o rei Pirro, ao felicitar seus generais depois de verificar as enormes baixas sofridas por seu exército, teria dito que com mais uma vitória daquelas estaria acabado. Desde então, a expressão "vitória de Pirro" é usada para expressar uma conquista cujo esforço tenha sido penoso demais. Uma vitória com ares de derrota.

Eis a sensação dessa vitória apertada de Dilma na reeleição. O Brasil está claramente dividido. A máquina estatal foi colocada a serviço do projeto de poder do partido. Houve denúncias de crime eleitoral, claro terrorismo com os dependentes dos programas assistencialistas, ameaça aos funcionários públicos. As baixarias usadas pela campanha da presidente, antes contra Marina e depois contra Aécio Neves, entrarão para a história como as mais sórdidas da nossa democracia.

Bem que Dilma tinha avisado que faria “o diabo” para vencer. Fez mesmo. E metade do país — a metade mais esclarecida e honesta — ficou estarrecida com o que viu. Nunca antes na história deste país se apelou tanto. O Brasil foi segregado. O “nós contra eles” virou o mantra daqueles que tentam monopolizar o discurso em defesa dos pobres, mas atendem, na verdade, aos interesses de uma elite corrupta e carcomida.

Os velhos caciques nordestinos celebraram, assim como Maluf e os mensaleiros presos na Papuda. O tirano Fidel Castro também deu pulos de alegria, assim como Nicolás Maduro. Kirchner, que vem destruindo a Argentina de forma acelerada, talvez com inveja da capacidade destrutiva do camarada venezuelano, foi outra que vibrou com a reeleição.

As urnas deram um resultado legal, apesar de denúncias de fraude que deveriam ser averiguadas. Mas qual a legitimidade de uma vitória tão apertada conquistada somente com base nas táticas mais pérfidas e imorais que existem? É uma vitória que colocou boa parte da classe trabalhadora de luto. Aqueles que pagam as contas do populismo petista. Aqueles que não suportam mais tantos impostos, tanta demagogia, tanta roubalheira.

A presidente Dilma falou em união em seu discurso de vitória, mas soa muito falso, não convence. Como ignorar todo o racha fomentado durante sua campanha indecente? Fingir que nada ocorreu é impossível. O país chega completamente partido ao meio por obra do próprio PT, que sempre precisou de inimigos e jamais colocou os interesses nacionais acima do seu projeto de poder.

Além disso, Dilma terá a verdadeira “herança maldita” agora pela frente. Não dará mais para culpar o governo de FHC ou a “crise internacional”, que faz os nossos pares emergentes crescerem o dobro da gente com a metade da taxa de inflação. O que vem por aí — e não será nada bonito de se ver — será colocado totalmente na conta da “presidenta”. Não haverá mais bodes expiatórios.

A economia, hoje estagnada, vai piorar ainda mais. A inflação, hoje muito elevada, vai subir ainda mais. O desemprego vai subir. A Petrobras, hoje pilhada, será finalmente destruída. E a roubalheira vai seguir seu curso, com a metade dos eleitores cúmplice, conivente. As conquistas sociais estarão em risco, e talvez a esquerda finalmente aprenda que não há dicotomia entre pobres e ricos, entre social e economia.

Nossas frágeis instituições serão testadas ao limite. Dilma herda um escândalo jamais visto, com evidências de desvios bilionários na maior estatal do país, e com o doleiro do próprio partido afirmando que ela e Lula sabiam de tudo. Se a denúncia for confirmada, um processo de impeachment não está descartado. Collor, hoje aliado do PT, caiu por muito menos.

Metade do Brasil finalmente acordou. Os anos de lulopetismo serviram ao menos para isso: despertar a indignação daqueles que são obrigados a pagar a fatura da irresponsabilidade, da incompetência e da corrupção do PT. Estamos cansados. Estamos de luto.

Leia mais o artigo de Rodrigo Constantino 

Chegou a hora

Muitos países latino-americanos continuam obstinadamente olhando para o outro lado quando se trata de pôr em marcha reformas fiscais que incrementem a arrecadação taxando de forma significativa os rendimentos mais elevados. Isso traria consigo não só o avanço na adoção de políticas redistributivas como sustentaria estruturas mínimas de Estado que continuam ausentes, e que vão desde ter uma administração pública recrutada profissionalmente segundo critérios de independência, mérito e competência até lograr o monopólio da violência legítima, sem deixar de lado sua liderança fundamental em questões do bem-estar onde a educação ocupa um lugar estelar. Finalmente, é a hora de formatar grandes pactos de Estado nos quais caibam não só as forças políticas, mas setores sociais e econômicos minimamente representativos

Governo Dilma-2 caminha para a autodestruição


O que já está ruim sempre pode piorar. A Petrobras e o país amanheceram de pernas para o ar nesta quinta-feira.

Ao mesmo tempo em que a Petrobras ficava sem diretoria, após a renúncia coletiva da véspera, e sem ninguém saber o que será feito dela amanhã, a Polícia Federal está fazendo neste momento, nove da manhã, uma nova operação em quatro Estados, com mandados contra mais de 60 investigados na Lava-Jato, entre eles o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Pelo ranger da carruagem desgovernada, a oposição nem precisa perder muito tempo com CPIs e pareceres para detonar o impeachment da presidente da República, que continua recolhida e calada em seus palácios, sem mostrar qualquer reação.

O governo Dilma-2 está se acabando sozinho num inimaginável processo de autodestruição.

A presidente teve todo o tempo do mundo para pensar em soluções para a Petrobras, desde que esta grande crise estourou no ano passado, mas só se dedicou à campanha pela reeleição e à montagem do seu novo ministério. Agora, tem apenas 24 horas para encontrar uma saída, antes da reunião do Conselho de Administração, que precisa nomear a nova diretoria amanhã para não deixar a empresa acéfala.

É duro e triste ter que escrever isso sobre um governo que ajudei a eleger com meu voto, mas é a realidade


Pois não é que, em meio aos enormes desafios que seu governo enfrenta em todas as áreas da vida nacional, apenas 36 dias após o início no segundo mandato, Dilma encontrou tempo para promover a primeira mudança em seu ministério trazendo de volta o inacreditável Mangabeira Unger, folclórico ideólogo que queria construir aquedutos para transportar água da Amazônia para o sertão do nordeste, como lembrou Bernardo Mello Franco?

Isolada, atônita, encurralada, sem rumo e sem base parlamentar sólida nem apoio social, contestada até dentro do seu próprio partido, como estará se sentindo neste momento a cidadã Dilma Rousseff, que faz apenas três meses foi reeleita presidente por mais quatro anos?

Ou, o que seria ainda mais grave, será que ela ainda não se deu conta do tamanho da encrenca em que se meteu?

É duro e triste ter que escrever isso sobre um governo que ajudei a eleger com meu voto, mas é a realidade. É preciso que Dilma caia nesta realidade e mude radicalmente sua forma de governar, buscando e não arrostando apoios, ouvindo pessoas fora do seu núcleo palaciano, como prometeu no discurso da vitória, antes que seja tarde demais.

Por um desses achaques do destino, foi marcada para amanhã, em Belo Horizonte, a abertura das comemorações dos 35 anos da fundação do PT, um partido que vi nascer e que vive hoje a pior crise da sua história, 12 anos depois de ter chegado ao poder central.

Está previsto um encontro reservado do ex-presidente Lula com a presidente Dilma. Cada vez mais distantes nos últimos meses, o que um terá para falar ao outro? Pode ser que a conversa comece com esta pergunta, que todos os petistas estão se fazendo: "Pois é, chegamos até aqui. E agora, camarada?"

Vida que segue.

Ricardo Kotscho

Ações Preferenciais Partidárias


O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora Engevix, preso em Curitiba