sexta-feira, 27 de março de 2015

O riso do povo contra o desmando do governo

Dia di circo Congresse Planalto dilma urna

Há quem tenha a idolatria crônica a qualquer governo. Para esses é Deus no céu e o executivo, o legislativo e o judiciário na terra. Não há outra vida nem daqui pode-se salvar. Dão carteirada, ameaçam com o “Eu sou”, alguns até rugem com o famoso e brasileiríssimo: “Sabe com quem está falando?” E ainda se dão ares de merecer respeito!

Mesmo em tempos de liberdade não faltarão tipinhos desses por aí, azucrinando os ouvidos alheios com a ladainha dos que adoram viver sob a chibata e ainda dizer amém. São masoquistas de carteirinha, cheios de não me toques, respeitosos com os de cima, a quem se ajoelham, e petulantes com os de baixo para quem dedicam os ataques que não têm coragem de fazer ao Poder.

Deles não se pode desejar mais do que existirem como marionetes. Não aprenderão nunca o poder do riso quando as pessoas estão sob o tacão da esbórnia administrativa ou até mesmo agrilhoadas pela tirania. A História está aí mesmo para contar. Na ditadura, foi o riso que derrubou muito paredão; arrasou batalhão inteiro de hipócritas; e principalmente fez todo um povo pensar melhor sobre o que acontecia.

Se não teve força legal para interferir nos poderes, o riso deu força a que muitos por lá se fortalecessem em favor da liberdade. Nada mais dorido que o riso da galhofa. É uma chibata, mas também uma verdade crua presenteada como uma brincadeira. O riso mostra a cicatriz gozando na cara do algoz; revela que o Poder não tem tanto poder; que Poder não se sente ridículo, impotente, diante do riso?

Por que não rir daqueles que se acham estar tão alto, imunes, ou tão santificados, que só merecem a adoração? Ninguém tem o direito de ser tão inatingível. O riso mostra que é tudo igual por isso criado por Deus, com patente registrada no Céu. Vai encarar, ô meu?

O Brasil não pode continuar como está

1. No “Livro Negro do Comunismo”, Jean-Louis Margolin define o Camboja de 1975 como “o país do crime desconcertante”. Quarenta anos depois, estamos vivendo no “país do roubo desconcertante”?
Com efeito, o petismo, e nele os petralhas, promoveram um formidável update na criminalidade nacional, em especial no avanço sobre os recursos públicos para fins privados. Mais do que da "privatização", trata-se, aqui, da apropriação privada desses meis financeiros.

2. Diante das notícias do petrolão e outros escândalos nacionais, a militância petista sempre aponta os casos supostamente semelhantes ocorridos em governos do PSDB. Qual é a diferença ontológica entre esses dois níveis de escândalos?


É a um tempo embaraçoso e esclarecedor, ver-se o petismo descer de seu velho pedestal, e apelar para essa linha de argumentação, que não diz coisa alguma sem mencionar o FHC e o PSDB. A corrupção começou com os R$ 3 mil de Maurício Marinho e dos R$ 50 mil de Luis Paulo Cunha, para os milhões do Mensalão e para os bilhões do Petrolão.

3. De que maneiras os empresários e entidades de classes podem se organizar e se manifestar contra o atual estado de coisas no Brasil? Quais seriam as estratégias para evitar que movimentos políticos sejam aparelhados pelo PT e por “agentes provocadores” como o black blocs?

A participação do empresariado brasileiro será essencial às mobilizações por vir. Os empresários devem estimular a presença de seus funcionários e estar, eles mesmo, presentes nas manifestações de rua. Pessoalmente eu estou longe de fazer o tipo militante de passeata, mas nas mobilizações de dezembro, até em caminhão de som subi para discursar. Pude perceber na reação das pessoas o quanto isso foi significativo para elas. Queiramos ou não, somos parte sadia da elite brasileira. E é sobre nós que recai a maior responsabilidade neste momento.

4. Todo movimento eficaz da sociedade civil pressupõe bandeiras de fácil compreensão e uma identidade simbólica simples. Por exemplo: Diretas Já e a cor amarela. Ao mesmo tempo, exemplos como a Revolução de Veludo na Tchecoslováquia notabilizaram-se por provocar imensas transformações sociais sem quebrar uma só janela. Quais são os motes e os símbolos que podemos utilizar em um movimento da sociedade no Brasil atual?

Eu pensaria numa arte com nascer do sol, significando "alvorada", ou uma versão pictórica do galo chanteclair, ou ainda um lenço verde e amarelo para pescoço.

5. Hoje estamos assistindo ao governo venezuelano invadir uma rede de supermercado em nome da “guerra econômica” contra as elites. O empresariado parece não ter dado conta da gravidade da situação. Como fazer eles acordem para a situação real do País?

Ao longo dos últimos 20 anos, tornei-me um especialista em questões cubanas. Meu interesse pelo país foi derivado da dedicação da esquerda brasileira em geral e do petismo em particular à tarefa de glamourizar a revolução cubana e cantar méritos que descobri serem absolutamente fajutos. Dezenas de debates mais tarde, surgiu o chavismo na Venezuela e recebeu as mesmas reverências. Tem sido muito fácil apontar a disinformation construída em torno dessas duas desastrosas experiências comunistas na América Latina. Será mais difícil fazer isso no Brasil acima de Brasília, onde o eleitorado foi capturado nas malhas da dependência do Estado mediante renúncia à própria consciência moral. Ademais, o petismo, no Brasil, atraiu pelo bolso, via BNDES a banda podre da economia brasileira. Julgo urgente que micros, pequenos e médios empresários se levantem contra essa orgia de recursos financeiros a juros privilegiados, canalizados para as maiores empresas do país, gerando, como consequência das facilidades e abusos, o caos econômico em que estamos ingressando.

6. O PT quer conduzir o Brasil para uma situação semelhante à da Argentina e da Venezuela ou pensa em adotar um autoritarismo inspirado nos modelos russo e chinês?

Eu estou convencido de que o PT coloca o poder como fim e não como meio. Portanto, o petismo, deixado livre, leve e solto, tanto poderá evoluir para um peronismo com Lula, quanto para alguma forma de organização do Estado com viés totalitário ou autoritário.

7. Muitos empresários e intelectuais, mesmo aqueles alinhados com a oposição, agem como se o PT e as legendas da linha auxiliar - PSOL e congêneres - fossem partidos semelhantes a todos os outros, e que portanto devem receber tratamento igual e ser medidos pela mesma régua da democracia. O que o sr. teria a dizer sobre essa opinião tão disseminada?

Isso é um equívoco. Todos esses partidos já cometeram crimes contra a ordem pública, apoiam movimentos e organizações terroristas, nada fazem contra o tráfico de drogas, unem-se à escória do planeta, aplaudem nações inimigas da democracia, querem desarmar a população, gostariam de controlar a mídia, odeiam o Ocidente, festejaram o ataque de 11 de setembro de 2001, unem-se a qualquer um que se apresente como adversário dos EUA, e por aí vai. São partidos que deveriam ser banidos. E o PT, se não o for, ao fim e ao cabo das investigações em curso, em alguns anos retornará para "reescrever a história", transformando bandidos em heróis e heróis em bandidos.Ou não?


A posse dos impostores

Não há sombra de fúria no Planalto Central
na fraqueza mortal do rebanho no redil
É a Odisséia do Insulto, a vitória ideal
Do fracasso, do débil, do inútil servil
Da Terra do Nunca, onde é proibido crescer
À Terra do Menos onde o esmero é encolher
Paraíso minúsculo do impostor
Da fraude sem escândalos, amnésia e calor
Esterilizando mamatas, silêncio e lorota
A mordaça é a grana e patrulha, a chacota
Gritar vou gritar: Até quando vão enganar
O rebanho no redil alegre a sambar?
Quem precisa correr, quem precisa lutar?
Quem precisa mentir, quem precisa sangrar?
Quantos já se calaram, quantos se foram em vão?
Resistir será fútil quando as ruas se inundarão
Há uma sombra de fúria na impostora eleita
Rodeada de castrados com a nossa receita
Com sua pompa vulgar de botijão de gás
Estamos fartos de um país frouxo, injusto e ineficaz

Lobão, publicado em O antagonista

Que graça mais sem graça!

A ex-presidente da Petrobras é mesmo uma gracinha. Em depoimento na CPI, Graça Foster, declarou que sente “vergonha” com a derrama do Petrolão. Vergonha dá e passa, senhora presidenta.

Quem pode sentir vergonha e ainda assim ter trabalhado tanto como se nada existisse quando assumiu o cargo? Vergonha deveria sentir há muito tempo, quando conviveu, nirvanamente, como se tudo estivesse num paraíso, com tanta gente envolvida no alto escalão, sem saber de nada. Nada viu e nada ouviu.
É difícil acreditar que uma diretora da Petrobras nem tivesse suspeita de que algo estava errado. Como silenciou diante das mudanças sucessivas no projeto na refinaria Abreu e Lima, só agora revelando que vê erro no processo? 

Graça continua a pairar sobre a lama petrolífera. Se continuar assim, repete o gesto de Jesus e caminhará santamente como uma divindade da pureza.

Os três poderes estão cada vez mais desmoralizados


Entendo que o atual movimento para tentar impor a moralização do país não tem como objetivo destruir a Petrobras. Ao contrário, penso que a operação Lava Jato visa, antes de tudo, punir corruptos e aderentes e salvar a empresa, vítima de uma corja de políticos salafrários que assola a Pátria Brasil, sob amparo dos poderes maiores da república, onde os expoentes de cada casa – Executivo, Legislativo e Judiciário – estão cada vez mais desmoralizados.

Simples assim. Acabe-se com a corrupção; reduza-se esse número abusivo de ministérios; diminua-se a número de cargos comissionados de livre nomeação; elimine-se o cartão corporativo; acabe-se com a sonegação de impostos (o próprio sindicato de auditores fiscais está sempre se manifestando a esse respeito); acabe-se com as abusivas mordomias dos parlamentares e ministros, que morem e custeiem suas despesas com o fruto de seus polpudos salários, nada de privilégios.

É um sonho de princesa, reconheço, mas poderia evitar esta maldita carga de tributos que sustenta a máquina asquerosa, corroída e inepta que se chama governo. Antes que meia dúzia de “cumpanheiros” possa indignar-se, esta manifestação se refere a governo em todos os sentidos, e do ponto de vista temporal – passado, atual e futuro. Só que no governo do PT a coisa desandou.

O povo merece respeito. Os políticos não mais convencem com suas mentiras confirmadas a cada legislatura. 

Receita de técnico


Só vamos evoluir quando tivermos uma educação de primeiro mundo. Eu não posso culpar o Ministério do Esporte se hoje a gente não tem condição adequada na educação, nem para desenvolver o esporte. Não vejo uma coisa sem a outra. Acho que começa na escola. Tem muita coisa pra ser feita. Investir na base, na escola, pra depois se tornar potência olímpica
José Roberto Guimarães, técnico da seleção brasileira feminina de vôlei 

Um grande país não merece 'um governo de merda'

A impressão que se tem, diante das estatísticas e das previsões, é de que o Brasil vai demorar a sair dessa situação a que foi conduzido pela irresponsabilidade dos governos da coudelaria Lula Rousseff. Esta semana, o próprio presidente do PT, Rui Falcão, em discurso perante cerca de 150 petistas, não teve dúvidas em afirmar que é “um governo de merda”, ratificando o que praticamente todos os brasileiros sentem.

Realmente, para conseguir desestabilizar um país com as condições do Brasil, é preciso ser um governo muito ordinário, no mau sentido. Quinto maior em território, sexto em população, sétimo em economia, possuindo riquíssimas reservas minerais, as mais extensas terras agricultáveis do planeta e condições ideais de luminosidade, a maior reserva de água potável, com amplas possibilidades de geração de energia limpa e irrigação, uma indústria muito diversificada e capaz de gerar tecnologia, realmente pode-se dizer que não há outra nação com o mesmo potencial.

O que faz a diferença, sem a menor dúvida, é que existem hoje muitos países com administrações bem mais eficientes, com governos interessados no bem comum, ou seja, o contrário do que ocorre no Brasil.

No século passado, havia um velho ditado que ridicularizava a incompetência dos governantes brasileiros: “O Brasil cresce à noite, quando os políticos estão dormindo e não conseguem atrapalhar”. Este é o ponto. O potencial do país é tamanho que o governo nem precisa administrar direito, basta não criar obstáculos. Mas nem mesmo isso conseguimos.

Os artigos do geólogo Pedro Jacobi sobre a crise da mineração, publicados nos últimos dias aqui na Tribuna da Internet, mostram a que ponto chegamos. O então ministro Edison Lobão, ao gerir o estratégico setor, atrapalhou tanto a iniciativa privada que praticamente inviabilizou todos os segmentos (pesquisa, sondagem, laboratório e lavra), sem os quais a mineração não prospera.

Os sucessivos desgovernos conseguiram também atrapalhar a indústria, com uma política suicida de valorização artificial do real, acompanhada de uma exagerada abertura às importações, provocando o fechamento de fábricas e a redução de postos de trabalho da mão de obra especializada. Uma estratégia verdadeiramente suicida.

A corrupção na Petrobras, nas outras estatais, nos Fundos de Pensão, no BNDES, no chamado Sistema S e nos ministérios, compondo o sinistro esquema criado para perpetuar no poder a grife Lula Rousseff, é um filme de terror que mais parece um nunca-acabar e arrasa o prestígio do país no exterior.

Em meio a esse quadro de queda dos investimentos, o governo do PT se esmera num setor em que se mostrou imbatível – a maquiagem dos números da economia e as consequentes pedaladas de final de ano, postergando o pagamento de despesas correntes, iniciativa que desmoraliza inteiramente a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Do alto de sua arrogância e prepotência, a inexperiente e patética Sra. Dilma Vana Rousseff conseguiu o que na História do Brasil nenhum outro governante (ou governanta, no caso) jamais alcançou, nem mesmo nos tempos da macroinflação. Ela simplesmente nos atrapalhou tanto que parou o país e enfraqueceu o bem mais precioso de uma nação – a esperança.

Em meio ao caos administrativo, dona Dilma continua lá na Ilha da Fantasia, sentada à mesa presidencial e se comportando como se estivesse num salão de cabeleireiros. Finge que governa, enquanto nós fingimos que somos governados. Deveria mudar de ramo. Seria uma grande atriz para novelas da TV, teatro e cinema. Afinal, ninguém consegue fazer caras e bocas como ela. Com toda certeza, ganharia pelo menos o Oscar de coadjuvante.

O papel da cultura

Num jantar, o escritor Cristovão Tezza afirma que no processo civilizatório o papel da cultura é tão ou mais relevante que o progresso econômico. Tezza alega que o grande problema do Brasil foi termos acreditado que a prosperidade econômica traria naturalmente uma expansão dos horizontes culturais. Nos limitamos à ampliação do acesso aos bens materiais – tirar uma parte da população da extrema pobreza não foi seguido de uma profunda reforma no sistema educacional. O resultado é que hoje temos uma das mais altas taxas de homicídios do mundo. Esse argumento me lembrou uma fala do poeta Sergio Vaz, pleiteando que a letra C da ascendente Classe C fosse sinônimo de Cultura e não de Consumo... Como nenhum governo se preocupou de verdade com esse salto qualitativo, continuamos afundados no pântano da barbárie...
Luiz Ruffato, Relâmpagos nos labirintos do Salão do Livro de Paris