sábado, 15 de julho de 2023

Pensamento do Dia

 


As soluções de alguns países para vencer a crise hídrica

Ingrid Coetzee lembra como foi viver a crise hídrica da Cidade do Cabo em 2018, quando as torneiras quase secaram e a metrópole sul-africana se tornou a primeira grande cidade do mundo a correr o risco de ficar sem água.

A certa altura, os residentes ficaram limitados a apenas 50 litros por dia. Para ter uma referência, uma lavagem de roupa pode usar até cerca de 70 litros, dependendo da máquina. "Lembro-me de como era difícil conviver com essas restrições severas, em termos de redução de nossos limites diários de água", disse à DW por telefone a especialista em biodiversidade, natureza e saúde da Cidade do Cabo.

No final, a Cidade do Cabo conseguiu evitar o "Dia Zero", introduzindo limites estritos de água para empresas e residentes, como lembra Coetzee. A cidade aumentou as tarifas de água e as multas por uso excessivo e trabalhou com o setor agrícola para reduzir o consumo de água e reter a umidade do solo.


Coetzee disse que uma extensa campanha de conscientização pública pediu às pessoas que reduzissem ou eliminassem atividades que consomem muita água, como lavar roupas ou carros, e as aconselhou a tomar banhos mais curtos – assim como a reutilizar a água do chuveiro para dar descarga no vaso sanitário.

"Muitos proprietários de casas, especialmente aqueles que podiam pagar, instalaram tanques de coleta de água da chuva, mas a realidade é que a maioria das pessoas não tinha esses luxos e realmente enfrentaram dificuldades", disse ela.

Desde a seca, Coetzee disse que a cidade também encontrou maneiras de aumentar o abastecimento de água trabalhando com órgãos públicos, empresas privadas e comunidades locais para restaurar as áreas de captação de águas superficiais e aquíferos.

"Uma solução baseada na natureza, na forma de remoção de vegetação exótica invasora nas áreas de captação da cidade e restauração dessas áreas, provou ser a medida mais econômica e eficiente com os melhores rendimentos", disse Coetzee, diretora da seção para a África da ONG Governos Locais para a Sustentabilidade (ICLEI ).

Espécies invasoras como pinheiros e eucaliptos absorvem muito mais água do que o arbusto nativo fynbos e restringem o abastecimento de água da cidade. "Os esforços até agora geraram 55 bilhões de litros de água adicionais a cada ano, a um décimo do custo da opção mais barata para esse nível de rendimento", disse Coetzee.

Essa solução, juntamente com o retorno das chuvas e as medidas de conservação aprendidas durante a crise de 2018, ajudaram a reabastecer as barragens da cidade e aliviar significativamente as preocupações com a água – pelo menos por enquanto.

Muitas outras cidades ao redor do mundo investiram em medidas de eficiência para ajudar a economizar água. Tóquio, por exemplo, atualizou sua infraestrutura e investiu em uma pronta detecção e reparo de vazamentos para reduzir o desperdício de água pela metade de 2002 a 2012, para apenas 3%.

Em lugares onde o abastecimento já está ameaçado devido às mudanças climáticas, tais esforços são ainda mais críticos. Como muitos californianos, 3,3 milhões de residentes no condado de San Diego, na fronteira sul dos EUA com o México, enfrentaram várias secas severas nos últimos 20 anos.

Mas, graças às restrições de água, educação pública e investimentos para aumentar a capacidade de reservatórios e reparos de canais para evitar infiltrações, o município reduziu o uso de água per capita em quase 50% nas últimas três décadas.

Juntamente com soluções tecnológicas como usinas de dessalinização, que removem o sal da água do oceano para torná-la potável, e planos futuros para purificar a água usada, o condado disse que será capaz de atender à demanda local até pelo menos 2045 – embora não sem um investimento financeiro significativo.

A região árida da Namíbia é uma veterana quando se trata de encontrar fontes alternativas de água. A capital, Windhoek, instalou a primeira usina de reciclagem de água do mundo em 1968, transformando esgoto em água potável em um processo de 10 etapas envolvendo desinfecção e várias camadas de filtragem. A Usina de Recuperação de Água de Goreangab foi modernizada em 2002 e continua a garantir um abastecimento de água confiável.

A reciclagem e a dessalinização da água já são comuns em climas secos como o Oriente Médio, o Mediterrâneo e o sul da Ásia. Mas não é assim no norte da Europa, onde os países não tiveram que se preocupar com o abastecimento de água até agora.

A Bélgica e a Holanda estão analisando projetos em Antuérpia e Haia que criariam água potável a partir de fontes não convencionais – pelo menos pelos padrões locais. Uma usina no porto de Antuérpia, com inauguração prevista para 2024, deve tratar água salgada e também águas residuais, para uso em áreas industriais próximas. Ao reduzir o uso de água potável no porto em cerca de 95%, espera-se aliviar a pressão sobre o abastecimento de água da região após anos de seca.

Em Haia, o fornecedor de água Dunea lançou um projeto piloto para tratar a água salobra bombeada de baixo das dunas costeiras. A osmose reversa, que usa alta pressão e membranas muito finas para filtrar o sal e outros minerais, pode ajudar a Dunea a produzir até 6 bilhões de litros de água potável todos os anos. Parece muito – mas em 2020, a Holanda consumiu cerca de 1,3 trilhão de litros.

"Nosso objetivo é aumentar o número de fontes de água, mas também limitar a demanda", disse o líder do projeto Dunea, Gertjan Zwolsman, no lançamento em fevereiro de 2022. "Por exemplo, apoiamos novos edifícios com eficiência hídrica e pedimos aos nossos clientes que usem água com responsabilidade. Mas essa abordagem leva tempo."

Às vezes, porém, a solução mais simples é a melhor. Em 2021, Istambul teve uma ideia da era de Bizâncio e do Império Otomano e tornou obrigatório que todos os novos edifícios em terrenos com mais de mil metros quadrados incluíssem cisternas subterrâneas para coletar e usar a água da chuva. O governo federal da Turquia determinou planos semelhantes para o resto do país.

Para combater a desertificação no Senegal, alguns agricultores estão plantando jardins circulares conhecidos como tolou keur, que mantêm plantas e árvores resistentes a climas quentes e secos. Os canteiros circulares – plantas medicinais no meio, seguidas por fileiras de vegetais e um anel externo de frutas, nozes e grandes baobás – permitem que as raízes cresçam para dentro, ajudando a reter as raras chuvas da região.

E em países como Chile e Marrocos, os habitantes locais há muito espalham redes para coletar água capturando a névoa. Usando tecnologia e materiais modernos para melhorar o design, os pesquisadores conseguiram coletar cinco vezes mais água.

'A cortina que encobre as escolas cívico-militares'

Autor de A Insustentável Leveza do Ser, o escritor tcheco Milan Kundera, que morreu quarta-feira, em Paris, aos 94 anos, foi também um notável ensaísta, com três livros sobre literatura, um dos quais inspira esta coluna: A Cortina (Companhia das Letras), ensaio em sete partes. Kundera mostra as dificuldades de reconhecimento de um bom autor que escreve numa língua singular, como o tcheco. A Brincadeira, seu primeiro romance, que encantou o escritor francês Louis Aragon, foi publicado na antiga Tchecoslováquia, em 1967, durante a abertura ideológica que antecedeu a Primavera de Praga.

Duas vezes expulso do Partido Comunista, em 1950 e 1970, após exilar-se na França, Kundera decidiu escrever em francês. Não permitia, porém, que nenhuma outra pessoa traduzisse seus livros para o tcheco. Seu último romance, A Festa da Insignificância, que relata as peripécias de quatro amigos que vivem em Paris, foi lançado em 2014 e rompeu um silêncio de 14 anos. Nas três últimas décadas, recusou-se a dar entrevistas. Também proibiu que suas obras fossem adaptadas para o cinema, após o sucesso cinematográfico A Insustentável Leveza do Ser, sob a direção de Philip Kaufman, com Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche e Lena Olin no elenco.

A Insustentável Leveza do Ser é um clássico da literatura universal. Foi publicado em 1984, na França, tendo como personagens centrais um cirurgião e uma fotógrafa. Kundera era avesso à fama, embora circulasse por Paris como um “flanêur”, acompanhado de Vera, sua mulher. Naturalizado francês em 1981, perdeu a nacionalidade tcheca em 1978 e somente a recuperou em 2019. Dizia que “o romancista não precisa prestar contas a ninguém, exceto a Cervantes”.

No livro A Cortina, Kundera destaca a importância de Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote, obra prima do Renascimento, considerada a invenção do romance: “Uma cortina mágica, tecida de lendas, estava suspensa diante do mundo. Cervantes mandou Dom Quixote viajar e rasgou essa cortina. O mundo se abriu diante do cavaleiro errante em toda a nudez cômica de sua prosa”, explica. Segundo ele, “quando o mundo corre em nossa direção, no momento em que nascemos, já está maquiado, mascarado, pré-interpretado.”


Durante séculos, essa cortina encobriu o mundo real para reproduzir o status quo do feudalismo. Cervantes desnudou o atraso, a opressão e a exploração na Idade Média, através de uma picaresca história de amor, as aventuras e desventuras de Dom Quixote, um homem de meia idade, que resolveu se tornar cavaleiro andante depois de ler muitos romances de cavalaria. Com seu cavalo e armadura, resolve lutar para provar seu amor por Dulcineia de Toboso, uma mulher imaginária, acompanhado de Sancho Pança, seu fiel escudeiro. Moinhos de vento e ovelhas se tornam gigantes e exércitos inimigos, fantasia e realidade se misturam.

Peço perdão a Kundera pela analogia com seu obituário, mas a criação de escolas militares com objetivos civis pelo ex-presidente Jair Bolsonaro não passa de uma tentativa de encobrir a realidade social de nossas crianças e adolescentes com um manto de ideias preconcebidas e conservadoras, como na Idade Média, para formação de uma mentalidade militarista e reacionária, em sintonia com seu projeto iliberal. Como modelo pedagógico, está fadada ao fracasso.

Uma coisa são os colégios militares das nossas Forças Armadas, cuja excelência está ligada à qualidade do ensino das matérias, mas são destinadas à formação e adestramento básico de futuros militares por vocação. Outra, é a doutrinação militarista pura e simples de futuros profissionais civis, com adoção de métodos pedagógicos ultrapassados. Nem o regime militar chegou tão longe, mesmo com as formaturas no hasteamento da bandeira e as aulas de “moral e cívica”.

Muitos pais acreditam que a escola cívico-militar de Bolsonaro resolverá o futuro de seus filhos, diante das deficiências do ensino público, com a substituição da boa educação familiar pela disciplina típica dos quarteis. Mas isso é um anacronismo. As escolas religiosas tradicionais, inclusive as destinadas à formação teológica e clerical, já abandonaram velhos ritos disciplinares e litúrgicos.

A revolução digital e a mudança dos costumes, que geram insegurança e instabilidade social, exigem outro tipo de formação, mais universal, flexível e culturalmente mais aberta. Esse é o grande debate da atualidade no ensino médio. O professor e romancista francês Daniel Pennac, por exemplo, não teria vez numa escola cívico-militar. Seu livro Diário de Escola (Rocco) conta a história de um aluno lerdo, atormentado pelas próprias limitações nas aulas de aritmética e gramática, e um tormento para a família, por causa da caderneta escolar. Até que um professor se aproxima, compreende suas limitações e lhe dá uma atenção especial. Sim, o aluno lerdo era Pennac, filho de general, autor de romances, literatura juvenil, contos para crianças, histórias em quadrinhos e roteiros para cinema e tevê.

Pequeno canalha

O pior canalha é o pequeno canalha. O anão moral. Medíocre, dissimulado, frustrado, morre de inveja dos que têm atributos que lhe faltam, o que é muito comum. Perdedor em tudo e inconformado com a sua sina de perdedor faz-se canalha para purgar os pequenos demônios da inveja que corroem suas entranhas.

É capaz de cometer todas as pequenas perversidades que conhece para sublimar o sofrimento que o destino biológico lhe impõe. A falta de neurônios acompanhada da indigência cultural do meio são condições ideais para o surgimento do pequeno canalha.

Um homem sem atributos, fisicamente mal dotado, de inteligência mediana, desagradável no aspecto e na voz metálica, compreende a sua limitação e se rebela contra todos que lhe pareçam mais aquinhoados pela sorte.

Imaginem um professor de literatura que almeja a glória do grande escritor. Ele tenta realizar seu sonho, escreve contos e os transforma em livro. Espera aplausos e o máximo que colhe é a indiferença. Agastado com as críticas que lhe revelam a absoluta falta de talento, devolve na mesma moeda. Transforma-se em crítico e produz laxativas apreciações sobre a literatura alheia.

Tenta mais uma vez. Produz um romance. Vira motivo de chacota. Seus personagens são pífios, tão vazios e desinteressantes quanto ele. Vai à loucura e chega a pensar no suicídio. Mas o pequeno canalha não tem coragem nem dignidade para tanto. Logo atribui ao mundo as suas mazelas. Ou seria a síndrome de Adison a responsável pela sua falta de inspiração? Não. A síndrome de Adison só explica a impotência sexual e manchas na pele que parecem vitiligo.

Fracassado, aposta tudo em relatos sobre a vida doméstica e as agruras de sua mãe no segundo casamento. Quer provocar lágrimas, só consegue o riso dos poucos leitores que imaginam a pobre senhora em esforços para cumprir os deveres sexuais exigidos por um marido de hábitos toscos da vida rural. Há nobreza no sofrimento dessa mulher que se submete de todas as formas para garantir proteção ao filho.

À noite, insone, atormentado, pergunta-se porque é assim piegas e medíocre. Põe em dúvida sua convicção religiosa. Deus não pode ter sido tão cruel ao lhe dar menos em tudo, do tamanho do pênis aos neurônios da região frontal.

O pequeno canalha sofre. Gostaria de se diferenciar na multidão. Ser reconhecido por algo que só ele tenha produzido. Nada. Aos poucos só é notado pelas pequenas canalhices que cometeu. Resta-lhe a fuga. Covarde para encerrar sua grotesca participação de forma definitiva, procura um lugar onde possa parecer mais culto para satisfazer o pequeno ego com as glórias da província. E se distrai em exercícios para conceber um epitáfio que lhe louve na morte o que gostaria de ter realizado em vida.
Fábio Campana, Revista Ideias

Não há razão prática ou teórica para pôr militares nas escolas

Foram as escolas cívico-militares que me puseram a favor da possibilidade de ensino domiciliar. A perspectiva de um futuro sombrio, em que seríamos governados por Eduardo Bolsonaro e no qual todas as escolas seriam militarizadas, me fez ver com bons olhos a existência de uma saída legal para que os netos que ainda não tenho jamais fossem obrigados a pisar numa instituição dessas.

É certo que escolas funcionam melhor quando há um pouco de disciplina, mas daí não decorre que ela deva ser imposta a ferro e fogo e acompanhada de continências, fardas, ordens unidas e exibições deprimentes de nacionalismo. Um bom diretor civil é em tese capaz de manter as rotinas necessárias ao aprendizado. No mais, jovens precisam ter algum espaço para experimentar e até transgredir. Faz parte do crescimento.


Já a tão propalada excelência das escolas cívico-militares deve ser vista com boa dose de ceticismo. Os entusiastas dessas instituições não apresentam estudos que amparem suas afirmações e nem sequer detalham as estatísticas. De todo modo, não é difícil melhorar o desempenho de escolas isoladas quando elas recebem mais verbas que as outras e têm a oportunidade de direta ou indiretamente livrar-se de alunos com mau desempenho acadêmico ou disciplinar. O desafio para os sistemas de ensino é melhorar com o nível de recursos de que já dispõem e sem excluir ninguém.

Aplaudo com vigor, portanto, a decisão do governo Lula de descontinuar o programa federal de escolas cívico-militares. Governadores dizem que vão mantê-las em âmbito estadual. Não gosto, mas, desde que observadas certas garantias, como a de que sempre haverá alternativas civis para quem preferir, não creio que haja inconstitucionalidade. Está dentro de suas prerrogativas fazê-lo.

O fato concreto é que não há razão prática ou teórica para colocar militares nas escolas. Eles foram há pouco postos na saúde e tivemos um morticínio.

O bolsonarismo vai ladeira abaixo, e o país só tem a ganhar com isso

Escolha o fato recente e mais bizarro que expresse melhor a decadência do bolsonarismo que muitos teimam em não ver – seja porque torcem para que ele se recupere, seja por pura cegueira.

Fato 1: o fracasso da tentativa de golpe em 8 de janeiro. Ora, alguns dirão: Bolsonaro estava fora do país, os chefes militares não se meteram, foi coisa de um bando de fanáticos sem comando.

Concordo que foi obra de amadores, mas os chefes militares não se opuseram a eles, ficaram observando para ver no que iria dar. E acolheram gentilmente os fanáticos à porta dos seus quartéis.

Dariam abrigo e proteção a militantes de esquerda que tivessem desembarcado em Brasília para festejar a posse e as primeiras semanas do governo Lula? Teriam sido tolerantes com eles?

Fato 2: a aposta dos bolsonaristas na instalação de uma CPI sobre o 8 de janeiro. Por mais inacreditável, eles imaginaram possível provar que os golpistas eram de esquerda, e não de direita.

De extrema direita seria a massa que invadiu a Praça dos Três Poderes só para protestar. Mas aí, esquerdistas infiltrados provocaram a destruição que se viu para culpar a massa inocente.

Não foi presa nem denunciada uma única pessoa de esquerda que tenha participado do golpe de 8 de janeiro. Acólitos de Bolsonaro estão presos, e ele corre o risco de ser condenado e preso.

Se arrependimento matasse, os idealizadores da CPI já estariam mortos e enterrados. A CPI arrasta-se sem comando e sem rumo. O governo, que era contra a CPI, assiste satisfeito e celebra.

Fato 3: a aprovação da reforma tributária na Câmara. O líder do time dos derrotados em 2022, sim, o próprio Bolsonaro, foi contra a reforma e orientou seus seguidores a rejeitá-la.

A reforma foi aprovada na Câmara com votos do PL. A essa altura, não convidem para o mesmo grupo de WhatsApp os deputados bolsonaristas. Eles se acusam de radicais e de comunistas.

Não convidem para o grupo, mas por outra razão, a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que na véspera do segundo turno da eleição passada perseguiu um homem com arma na mão.

A pistoleira dos Jardins, bairro nobre da capital paulista onde o inusitado ocorreu, é acusada de ter encomendado a um hacker a invasão das contas do ministro Alexandre de Moraes.

Zambelli não só encomendou, segundo depoimento prestado pelo hacker à Polícia Federal: fez questão de apresentá-lo a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para que o contratasse.

Fato 4: a decisão do ministro Gilmar Mendes de desarquivar o processo que apura a omissão de Bolsonaro na gestão da pandemia de Covid-19. O vírus matou no Brasil mais de 700 mil pessoas.

Há provas e evidências no relatório final da CPI da Covid de que Bolsonaro associou-se ao vírus para que morresse quem tivesse de morrer, desde que a economia e o seu governo fossem salvos.

A extrema direita sempre existiu por aqui. Apenas tinha vergonha de mostrar a face. Até 2030, à falta de um candidato para chamar de seu, votará no candidato da direita, seja ele quem for.

Está para nascer um candidato à semelhança de Bolsonaro, capaz de fazer tanto mal ao país. Da noite para o dia, não nasce. Bolsonaro levou mais de 30 anos para ganhar relevância.

E apenas sete meses para perdê-la.