sábado, 26 de setembro de 2015

O fator imprensa

O aspecto mais alarmante da crise brasileira é a persistência do descolamento entre os efeitos e as causas que os produzem no relato que o país faz do seu próprio drama. É esse o principal fator que autoriza a insistência no errado que, de degrau em degrau, nos foi levando às profundezas que alcançamos.

O exemplo da Petrobras é veemente. Com tudo que aconteceu ninguém sequer menciona a hiópese da privatização, fenomeno que os historiadores do futuro provavelmente descreverão com a mesma pena com que os de hoje descrevem a Revolta da Vacina. No auge da fúria da epidemia, o país continua recusando aquilo que a humanidade inteira sabe ser a única cura possível para a corrupção sistêmica.

No 126º ano da Republica, 30º da “redemocratização”, com o país estertorando na overdose dos abusos deles, ninguém exige coisa tão elementar quanto o fim dos privilégios medievais dos donos do Estado e leis iguais para todos. Diante da “zebra” de um juiz disposto a aplicar sem desvios as que existem, o establishment permite-se reagir institucionalizando as prisões de luxo para políticos e funcionários ladrões porque aqui fora ninguém desafia sequer a idéia da “irredutibilidade” desses privilégios. É ponto pacífico que a discussão começa desse postulado para tras.

A incolumidade da presidente desse desastre faz parte desse quadro de hipnose coletiva. Dilma só continua aí depois de assinar as ordens para todas as falcatruas em investigação porque é do PT e não pelas “razões técnicas” alegadas neste país onde toda lei é flexível o bastante para virar o avesso de si mesma. Não duraria 24 horas se estivesse posicionada entre esse partido genética e estatutariamente golpista e o poder. Já vimos esse filme antes…

Sendo a crise o tamanho do Estado e o tamanho do Estado o tamanho do PT é ilusão de noiva pensar que o partido a quem só o poder interessa e, desde o “petrolão”, só a permanência no poder pode salvar, tome espontaneamente a iniciativa de arrumar o país pela redução de si mesmo. É essa certeza negativa que chamam por aí de “crise de confiança”. Ninguém duvida, aqui ou lá fora, que entre o Brasil e o PT, o seu emprego e os deles, a salvação da economia nacional e a própria, o PT escolha o PT. A ordem de Lula ao Foro de São Paulo é inequívoca: “não admitir nenhum retrocesso em relação às posições conquistadas (à democracia) com as armas da democracia”. Enquanto grita “Golpe!” seguirá desmontando “as armas da democracia” para impedir que outros venham a usá-las contra ele. E nenhuma escapou ao desmanche. As raras manifestações de independência dentro dos “poderes independentes” são hoje pontuais, isoladas e pronta e energicamente punidas.



Esse “corte de ministérios” não passará de um corte de nomes de ministérios com os funcionários e seus privilégios permanecendo todos nas nossas costas. O objetivo exclusivo do PT e seu banqueiro amestrado moralmente “pequenininho” é enfiar-nos a CPMF que ninguém mais que ele sabe quanto é tóxica, para dar ao partido mais tempo para insistir no errado até que o erro se torne irreversível. Comprar a licença para nos esfolar legalmente entregando mais ministérios aos que nos têm esfolado ilegalmente é a prova da má fé dessa manobra.

Não ha mais tempo para ilusões. É preciso banir os eufemismos. A alternativa para reformas profundas é afundar lentamente na miséria profunda, agora a partir do patamar de uma indústria reduzida a 9% do PIB. O país inteiro sabe disso e a massa crítica de opinião necessária para reverter a catástrofe está presente, medida e até sobrando, mas não encontra canal para se expressar ou organizar.

Cada vez mais distantes do eleitorado os partidos vivem de vender passes para dentro do aparelho do Estado. Pouquíssima gente, aliás, está acima desse tipo de conflito em Brasilia. Lá, descartados o lúmpen e alguma coisa do setor de serviços, quem não trabalha na imprensa trabalha no Estado, “especialistas” e cientistas políticos incluídos. Toda família, direta ou indiretamente, abriga alvos potenciais de uma reforma para valer. É nesse conflito que se apoia, também, a falta de curiosidade da maioria dos correspondentes sediados nas sociedades emancipadas pela democracia real pelas ferramentas institucionais de matar privilégios muito práticas, eficientes e fáceis de copiar com que elas contam. Mostra-se desses países só o que comportam de esdrúxulo ou terrível.

passofundo

Conflitos de interesse, aparelhamento, vícios culturais, escassez de recursos e omissão de gestores alheios ao “core” institucional em que sempre se apoiou o negócio do jornalismo combinam-se para deslocar o peso do Quarto Poder para mais perto dos outros tres o que agrava a orfandade da sociedade civil e pode ser decisivo num momento de crise como a que atravessa a democracia brasileira. Continuar servindo o prato requentado de uma infindável discussão entre iguais só contribui para esvaziar a pressão por mudanças reais. O que temos pela frente é uma escolha que pode ser a última. A hipótese de alteração de rota só se tornará real quando os fatos prevalecerem, nessa cobertura, sobre o “achismo” e o “contra-achismo” que se anulam mutuamente em que o país anda perdido.

Desde domingo, O Globo vem apresentando reportagens com fatos e numeros do Estado obeso e seus colonizadores que dão a medida exata do que estamos trocando pelo que quando sacrificamos o Brasil que sua para manter intacto o que só engorda. A representação do Brasil em Brasília ainda precisa se eleger e tem dado sinais de estar pronta a navegar a favor do vento se for essa a condição da sua sobrevivência. Se a imprensa nacional, começando pela das TVs abertas, se concentrar na exposição desses fatos e numeros que gritam por sí, ao lado da exibição dos remédios que o mundo conhece ha mais de 100 anos para emagrecê-los, no horário em que atingem a massa dos brasileiros, os políticos terão o empurrão que falta para, finalmente, deixarem-se constranger à emocionante experiência de jogar a favor do Brasil.
Fernão Lara Mesquita

Ai, que preguiça!

Mário de Andrade, se vivo fosse, haveria de identificar no PMDB as qualidades (ou a ausência delas) que reuniu em seu personagem Macunaíma, o “herói sem nenhum caráter” – e que alguns enxergam como o arquétipo do próprio brasileiro.

Não é justo. Mais adequado é vê-lo como o arquétipo do político brasileiro. Senão vejamos. O país está economicamente arruinado, a presidente não consegue governar e a sociedade clama por mudanças cuja premissa é a saída do poder do partido hegemônico, o PT, que demonstrou não ter remédio contra a crise, posto que ele próprio é a crise, já que a produziu.

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A população vai às ruas, aos milhões, em manifestações sucessivas, pedindo o impeachment. Treze propostas nesse sentido vão ao Congresso, enquanto, em Curitiba, o juiz Sérgio Moro e um grupo de procuradores expõem as vísceras de um esquema que o ministro Celso de Melo, do STF, chamou de “macrodelinquência governamental”. E o que faz o Congresso?

Depois de alguns meses de absoluta indiferença – período em que todos os índices econômicos pioraram, até o país perder o grau de investimento -, decide dar uma espiada de leve nos movimentos de rua e examinar a viabilidade do impeachment.

O PMDB resume a ambiguidade. Está nas mãos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a decisão de encaminhar o pedido de impeachment. Faltava uma assinatura graduada - e apareceram duas: as dos juristas Hélio Bicudo, fundador arrependido do PT, e de Miguel Reale Junior, ex-ministro de FHC.

Eis então que Cunha promete se debruçar sobre cada pedido, mesmo sabendo que o de Bicudo e Reale fala por todos, e promete lá para o final de outubro uma avaliação.

Quem anteontem assistiu ao programa do PMDB na televisão supõe que o partido já rompeu com o governo. Falou-se o tempo todo em mudança, em novos tempos, com ênfase na conjuntura crítica, sobretudo na economia, que reclama projeto, que não há. E o partido repetiu isso várias vezes.

Não obstante, paralela e simultaneamente, seus caciques, que fazem parte do governo desde o início da Era PT, negociam com a presidente uma maior fatia no bolo ministerial. A crise não é um desafio, mas oportuna moeda de troca.

Lula esteve com Cunha e pediu-lhe que segurasse os pedidos de impeachment. Não se sabe a contrapartida que lhe ofereceu, mas não é difícil deduzir, tendo em vista o que disse a Dilma: “É melhor perder ministérios que a presidência da República”. Esse é o projeto contra a crise, que passa ao largo do clamor das ruas.

Enquanto isso, governadores oposicionistas reuniram-se em São Paulo e, em síntese, disseram que é preciso repensar o impeachment, que a impopularidade da presidente não o justifica. FHC chegou a dizer, à Folha de S. Paulo, que “ainda falta uma narrativa convincente para desencadear o impeachment”.

Ora, nada menos que cinco delatores da Lava Jato já disseram, com todas as letras, que Dilma Rousseff foi eleita com dinheiro roubado da Petrobras: Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Ricardo Pessoa, Fernando Baiano e Nestor Cerveró.

O ministro Gilmar Mendes, do STF, não hesita em afirmar que “nós estamos nesse caos por conta desse método de governança corrupta, um modelo cleptocrata”. Referia-se ao PT e ao governo Dilma, resumindo o que o juiz Sérgio Moro e o Ministério Público têm mostrado ao país, há meses.

Há ainda as pedaladas fiscais, que configuram crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e respondem pela bagunça nas contas públicas, que findaram pelo envio ao Congresso de um orçamento deficitário, cujas consequências imediatas foram a perda do grau de investimento, a alta desenfreada do dólar e o aumento do desemprego, com todo o seu cortejo de danos sociais.

Mas FHC acha o enredo “insuficiente” para o impeachment e seus correligionários estão divididos. O PMDB, partido de profissionais, gente pragmática, opta pela ambiguidade, que, desde a redemocratização, tem sido sua característica.

O STF, por sua vez, decide enfraquecer as investigações, fatiando os processos da Lava Jato, que, mesmo conexos, serão agora examinados separadamente, para gáudio dos denunciados.

Macunaíma, aboletado nos três Poderes, não entende – e por isso teme e rejeita - gente como Sérgio Moro. Machado de Assis dizia haver dois brasis, sendo o real bom e promissor, e o oficial, burlesco, assemelhado a Lilipute, o país dos anões, das “Viagens de Gulliver”. É possível mudá-lo? “Ai, que preguiça!”, diria Macunaíma, num vasto bocejo.

Nuvens de suspeitas: STF fatia Lava Jato, Kakay festeja

PrintMeu mestre e amigo Mário de Andrade tem razão: Pior do que uma baioneta calada é uma baioneta falante
(Da coletânea das 100 melhores frases de Ulysses Guimarães, selecionadas por dona Mora Guimarães. Publicada em "Rompendo o Cerco”, livro editado pouco antes do desastre de helicóptero, no qual Ulysses desapareceu e jamais foi encontrado no fundo do mar.)
A frase antológica do doutor Ulysses vem do período das batalhas políticas e sociais contra o regime militar (apoiado desde o começo, em 1964, por poderosos grupos civis no parlamento, no judiciário e na chamada grande imprensa). Ressurgiu na memória esta semana, durante a justificação dos votos na sessão plenária do Supremo Tribunal Federal, que fatiou o processo de investigação e julgamento na Operação Lava Jato, conduzido desde Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná.

A sentença produziu fato jornalístico relevante no Brasil, com repercussão internacional. Seguramente, afirmo - pela experiência acumulada em décadas de redação em tempos de crises brabas ou de maré mansa e céu de brigadeiro na política e na economia - com apelo suficiente para ficar assinalado como um dos momentos mais estranhos, nebulosos e suspeitos da historia da corte suprema do País em décadas. Ou séculos, talvez, mesmo incluindo o tempo cavernoso da baioneta calada.

Para o jornalista, tudo se deu de repente, não mais que de repente. Ao simples clicar do controle remoto, que liga o aparelho de TV sintonizado no canal aberto da TV Justiça, no começo da tarde de quarta-feira, 23. No ar, em transmissão aberta para todas as regiões do território nacional, a sessão presidida em parte pelo visivelmente pressuroso ministro Ricardo Lewandowski (alegou outro compromisso no mesmo horário da crucial decisão), e encerrada, mais às carreiras ainda, pela ministra Carmen Lúcia.

“Honi-soit qui mal y pense” (amaldiçoado seja aquele que pensar mal dessas coisas), diriam os irônicos franceses.

O fato é que o STF, por maioria de votos dos membros da sua atual formação (com jeito e sotaque adquiridos nos 13 anos de mando federal dos governos petistas (de Luís Inácio Lula da Silva a Dilma Roussef ), decidiu pelo fatiamento (ou mutilação se preferirem) da maior investigação de corrupção não só da história do Brasil, mas em escala mundial atualmente.

Isso permite que parte dos inquéritos da Lava Jato seja retirado das mãos do juiz paranaense, atualmente saudado com júbilo e aclamado em todo lugar por onde passa ou fala. O episódio é de amplo conhecimento público, mas vale repetir aqui, para contextualizar um caso no qual as razões de fundo seguem nebulosas: Foi uma repentina decisão (que ocupou todo o tempo da plenária), a partir do caso ligado à senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, ex-ministra do peito da presidente Dilma em seu primeiro mandato. Estrela petista no Senado.

A votação representa, de saída, uma derrota para os procuradores (a começar pelo Procurador-Geral, Rodrigo Janot) e para Moro, defensores da tese de que os crimes investigados em Curitiba são costela de um mesmo esqueleto, de um esquema que se ramifica em diversas frentes e órgãos do poder público, em conluio mal escondido ou escancarado com poderosas empresas (e seus donos) no setor privado.

O resultado da sessão de quarta-feira no STF, no entanto, foi saudada e vivamente comemorada (ainda nas dependências da Suprema Corte), pelos advogados dos acusados (vários deles já presos), que desde o começo da Lava Jato agridem o juiz Sérgio Moro e o acusam "por supostamente agir em sintonia com a Polícia Federal e o Mininistério Público e conduzir o processo com mão de ferro”, como registrou o jornal espanhol El Pais, em reportagem sobre a sessão do Supremo.

À frente dos festejos ruidosos, o notório Kakay, advogado de defesa de vários endinheirados acusados de atividades corruptas, corruptoras e criminosas no Petrolão (assim como antes, no Mensalão, diga-se).

Voz praticamente solitária na sessão, o polêmico e explosivo ministro Gilmar Mendes foi direto ao ponto (ao emitir seu voto e em aparte contundente ao ministro Celso de Mello). Usou mira de precisão em seus disparos verbais: "No fundo, o que se espera (e corre na boca e na mente da sociedade no Brasil e no exterior) é que os processos saiam de Curitiba, e não tenham a devida sequência em outros lugares. É bom que se diga, em português claro!”, arrematou Mendes.

E cai o pano, lentamente, sobre o palco do Supremo Tribunal Federal.

Em Salvador, a Cidade da Bahia, no dizer de Gregório de Matos e Jorge Amado, fui praticamente conduzido para dentro do insólito cenário da sessão em Brasília, através das imagens e do áudio da TV Justiça. O inesperado que, jornalisticamente falando, em geral escancara armações até então submersas nos desvãos das tramoias dos bastidores e dos intestinos de um governo, de uma nação e da sua justiça.

Quando o pano cai e os protagonistas deixam o palco, fica a amarga sensação de que muita coisa foi dita, ou simplesmente sugerida (os significativos diálogos e ares nas trocas de afagos e salamaleques entre os ministros Toffoli e Lewandowaki, por exemplo), mas faltou ainda muito por dizer e ser esclarecido. Esperemos então as próximas representações judiciais deste drama nacional. Ou, quem sabe, o despertar definitivo da imprensa para o desafio de cavar mais fundo na investigação de fatos e informações cruciais desta trama de interesses e cumplicidades mal disfarçadas. O tempo, senhor da razão, dirá.

Como fazer impeachment ? Lula ensina

Nenhuma presidência vale tanto

A submissão da presidente Dilma às exigências do PMDB rachado e dividido constitui apenas um capítulo nessa novela de horror, mas só pode ter uma explicação: Madame tem medo do impeachment. Para evitá-lo, fará qualquer coisa. Dispõe-se a humilhações, avanços e recuos. Aceita imposições e imobiliza seu governo, mais do que vinha acontecendo antes de optar pela reforma do ministério. Quer suprimir dez pastas, mas não sabe quais, definindo ora umas, ora outras, ao sabor do fisiologismo de seus aliados. Viajou para os Estados Unidos sem saber quantos ministros vão sair ou vão ficar. Nem quais os escolhidos. Quando retornar, o dia seguinte terá ficado pior do que a véspera, por conta de outras tantas trapalhadas e lambanças.
Nenhuma presidência vale tanto. Melhor faria Dilma se pedisse para sair, preservando o resto de honra que ainda possui. Com o país envolto em agudos índices de desemprego, o dólar alcançando patamares raras vezes registrados, o custo de vida aumentando em níveis sombrios, elevando-se o índice de impopularidades pela criação de mais impostos, sempre sacrificando a população – quais os dividendos que a presidente imagina tirar de performance tão negativa?

Dela, cada iniciativa redunda em fracasso. Seus aliados fogem, quando não a estão traindo. Seus ministros omitem-se. Seu partido evaporou. Pergunta-se porque ainda insiste. Se é para permanecer no palácio do Planalto às custas de tantos dissabores, melhor faria se reconhecesse a impossibilidade de seguir adiante. Não deu certo. Essas coisas acontecem, importa reconhecer a derrota e tirar dela efeitos ainda capazes de poupar sua biografia.

Do jeito que as coisas vão, o risco é da desagregação nacional. Haverá que recomeçar, sob outra direção. O governo dos trabalhadores demonstra não ser dos trabalhadores e nem ser governo. Tornou-se um aglomerado de fracassos, faltando-lhe programas, planos e estruturas. Lembra as ruínas de uma cidade assolada por formidável terremoto. Impossível reconstruí-la, preferível erigir outra, em outro terreno, sem o governo atual. Antes que as instituições afundem, reformá-las. Trabalhadores, empresários, classe média, intelectuais, funcionários públicos, religiosos, jornalistas, militares, estudantes, até políticos, estes com vastas exceções, ainda poderiam dedicar-se à reconstrução, se unidos. Mas sem a equipe responsável pela queda. A começar por ela.

Crime de Estado

O Brasil é tão afortunado que não precisa dos outros para ser supliciado, amordaçado, sofrer o diabo, pagar na carne. Graças a Deus, o inimigo são os patriotas de carteirinha: as zelites de direita e a esquerda festiva.

Quem conta com tanta gente endiabrada para tornar o pais o inferno na Terra pode rezar à vontade que não há exorcismo para afastar tais demônios.

O descaramento dos poderes tomou conta do país como a marginalidade impera nas ruas. O cidadão é apenas o filé mignon para alimentar essa bandalha.

Está nos títulos do noticiário dia após dia. Os poderes, investidos nas alcunhadas autoridades, não são de servidores públicos mas de meliantes que se servem do público. Aquele antigo e tão elogiado espirito público não incorpora nessa gentalha.

O país hoje não pode se orgulhar de ser uma nação, e nem pensar em ser democracia. Ao gosto dos pelegos, se tornou um sindicato do crime com direito a uma hierarquia digna da máfia em seus melhores momentos.

A Chicago de Al Capone é pínto no lixo diante do que se deixou implantar no Brasil. A corrupção das décadas de 1920 e 1930, quando se comprava até juiz, era ínfima diante das cifras brasileiras. Envolvidos no Petrolão embolsaram bem mais do que os 100 milhões de dólares da fortuna de Scarface.

No entanto, a rapina sistemática na Petrobras e o aparelhamento governamental, em todos os níveis, são tratados como crimes de corrupção quando deveriam ser crimes de Estado não só pela magnitude financeira mas por seu imenso poder destruidor da nação.

Basta comparar o que ocorre atualmente na Alemanha quando o governo de Merckel pressiona a Volkswagen para que suas trapalhadas gerenciais não interfiram na estabilidade do país.

Aqui, infinitamente ao contrário, uma estatal foi depenada para satisfazer os poderes políticos de uns poucos partidos, claramente sob os olhares cúmplices de dois presidentes. Entretanto a presidente e seus comparsas insistem que foi um caso de corrupção, agora levado aos tribunais.

Foi e é crime contra o Estado, que os poderes ontem e hoje tentam acobertar como caso policial sob investigação. Mais uma pilantragem de pelegos mafiosos que se acobertaram de uma bandeira de defesa dos pobres para se locupletarem no repartimento de propinas, mas tudo fizeram e fazem para levar os mais necessitados para a sepultara. Não só favoreceram os bancos. Cavaram a sepultura de um país para enterrar a economia de quem sua e trabalha, enquanto bancam as carpideiras vagabundas de bolsos cheios.

Socialismo de porta de cadeia


O dólar e os termômetros andam apostando corrida para ver quem derrete o Brasil primeiro. Os dois vão perder, porque vilão aqui não tem vez. O país já está sendo desmilinguido pelos heróis do povo. Veja a cena: João Vaccari, o tesoureiro da revolução, é condenado a 15 anos de prisão na Operação Lava-Jato; ao mesmo tempo e no mesmo planeta, o PT vira líder da proibição de doações eleitorais por empresas — exatamente onde Vaccari fez a festa para abarrotar os cofres do partido. Enquanto você olhava para esta cena de moralização explícita, os companheiros no STF enfiavam a faca na Operação Lava-Jato — em mais uma ação heroica para salvar o Brasil da gangue de Sergio Moro.

O Supremo Tribunal companheiro só vai conseguir cozinhar a Lava-Jato se você continuar olhando para a cena errada. Caso contrário, a operação prosseguirá mais abrangente e infernal que um arrastão no Arpoador. Podem fatiar à vontade, podem mandar processo até para o quintal do Sarney, que a maior investigação da história da República haverá de varrer inexoravelmente tudo, como água morro abaixo e fogo morro acima. Mas se você zapear para o Discovery Channel, onde a reforma política do PT está salvando a democracia das garras do capitalismo selvagem, a Lava-Jato poderá virar um retrato na parede de um triplex no Guarujá.

Quem achava que tinha chegado ao fim a capacidade do brasileiro de ser ludibriado pela demagogia coitada, errou feio. Eis que surge o Partido dos Trabalhadores, todo melecado de pixulecos de variados calibres, no centro de uma orgia bilionária onde inventou a propina oficial com doações eleitorais de empresas, propondo o fim das... doações eleitorais de empresas. Você teve que ouvir: o PT quer purificar o processo eleitoral brasileiro, protegendo-o da influência do poder econômico. É o socialismo de porta de cadeia.

O Brasil cai em todas, e não deixaria de cair em mais essa. O companheiro monta em cima, rouba, estupra, enfia a mão na bolsa da vítima tentando arrancar mais uma CPMF, e ao ser pego em flagrante, grita: vamos discutir a relação! A vítima se senta, acende um cigarro, faz um ar inteligente e começa a debater o celibato das empresas no bordel eleitoral. Contando, ninguém acredita.

Boa parte das democracias no mundo permite a doação eleitoral de empresas. E também há várias que não permitem. Evidentemente, o problema não é esse. Os tesoureiros do PT ordenharam todo tipo de empresa no caixa dois do mensalão, no caixa um do petrolão, e saberão atualizar seu manual de extorsão de acordo com qualquer nova legislação vigente. Bandido é bandido — e não é para eles que se legisla. O problema é que o Brasil tem bandidos do bem, progressistas e humanitários. E quando eles gritam contra o poder econômico — mesmo já sendo podres de ricos — os brasileiros se comovem.

Com a missão cumprida, tendo colado o selo oficial de caloteiro na testa do Brasil após 12 anos de pilhagem, o governo popular voltou-se para seu hobby predileto — a “construção de narrativas”, como definiu o filósofo Gilberto Carvalho. Como a narrativa em curso é a de um governo prestes a ser posto na rua, fez-se necessário recorrer aos efeitos especiais. Os companheiros devem ter se perguntado se ainda havia algum otário capaz de embarcar nas suas fantasias de esquerda, e a resposta provavelmente foi: sempre há! Resposta certeira. Com um trabalho impecável da co-irmã OAB (apelidada injustamente de Ordem dos Aloprados do Brasil) e do companheiro Luis Roberto Barroso (o que decidiu que a quadrilha não era quadrilha) o disco voador da moralização eleitoral petista pousou no Supremo.

Como todo disco voador que se preze, ele trazia uma mensagem dos ETs — tornando sumariamente inconstitucionais as doações eleitorais de empresas. Perfeitamente sintonizado com o mundo da Lua (e da estrela), o STF do companheiro Lewandowski assinou embaixo. Spielberg talvez achasse um pouco forte, mas dane-se o Spielberg. Ele entende de ET, não de PT — ou seja: em termos de truques, é uma criança.

E foi assim que o Brasil inteiro se viu de repente coçando a cabeça, como num arrastão de piolhos, tentando entender o que vale e o que não vale nos mandatos vigentes e vindouros. Dá até para imaginar os heróis da luta contra o capitalismo fumando seus charutos diante da TV e fazendo o célebre top-top de Marco Aurélio Garcia: delícia de lambança. Do alto de sua narrativa surrealista, Dilma Rousseff, a presidenta mulher, confirma a manobra do STF e salva a democracia nacional do capitalismo selvagem.

Aí só fica faltando narrar um capítulo da história: os capitalistas selvagens foram assaltados pelos oprimidos e o produto do roubo elegeu Dilma Rousseff, conforme indica a Operação Lava-Jato. A não ser que queira se refundar como cleptocracia, o Brasil terá que mandar os oprimidos selvagens procurar seu final feliz na suíte do companheiro Vaccari.

As desventuras de Dilma na Terra do Nunca-Jamais

O Brasil é uma nação muito estranha, que pode ser comparada à Terra do Nunca-Jamais, das aventuras de Peter Pan. Aqui, também as coisas acontecem em ritmo de faz-de-conta, vive-se mais na fantasia do que na realidade. Agora, por exemplo, perde-se um tempo enorme discutindo se deve ser proibida a doação de empresas às campanhas eleitorais. A Câmara dos Deputados aprova uma coisa, o Senado aprova outra e antes que cheguem a uma conclusão, vem o Supremo e põe uma pedra em cima do assunto. E a presidente Dilma já vetou a decisão da Câmara, numa confusão jurídica de péssima qualidade.

Quem acompanha o noticiário fica impressionado e até pensa que a coisa é séria. Na realidade da vida, porém, opera-se de maneira bem diferente. Políticos e empresários estão pouco ligando para a lei. Se for permitida a doação, eles continuam enchendo de dinheiro as campanhas, depositando mais recursos nas contas dos favoritos, é claro. Se for proibida a doação, tudo bem, eles repassam o dinheiro para o Caixa 2 e estamos conversados.

Desculpem dizer o óbvio: para o Brasil ser mais limpo, é preciso apertar a fiscalização, em todos os sentidos. Acontece que os tribunais de contas são órgãos auxiliares do Legislativo, funcionam como uma espécie de confraria de políticos aposentados. Os corpos técnicos são de primeira categoria, escolhidos por concursos públicos, mas a convivência com a lama da política acaba por também os emporcalharem. Assim, os governantes fazem o que bem querem, os tribunais de contas os apóiam, celebra-se a impunidade, e la nave va.

O caso do provável parecer pela rejeição das contas de Dilma Rousseff é apenas uma exceção que confirma a regra. Será preciso erguer uma estátua em homenagem ao ministro-relator Augusto Nardes, formado em administração de empresas no Rio Grande do Sul, com pós-graduação e mestrado em Política do Desenvolvimento pelo Instituto Université d’Études de Genebra, na Suíça.

Vejam o que é o destino. Com a aposentadoria do ministro Humberto Souto em 2004, coube à Câmara dos Deputados indicar o substituto à vaga no TCU e Nardes obteve a indicação do PP. Houve quatro candidatos e, por votação secreta, Nardes venceu com 203 votos, contra 137 votos dados ao deputado José Pimentel (PT-CE), 75 a Osmar Serraglio (PMDB-PR) e 55 a Carlos Nader (PFL-RJ), com 5 votos em branco..

Ou seja, se Nardes não tivesse se candidatado, hoje o ministro-relator das contas de Dilma seria seu correligionário e amigo José Pimentel, que atualmente é líder do PT no Senado. Portanto, as contas do governo já teriam sido aprovadas, o TCU continuaria a mesma podridão e nem se falaria no assunto do impeachment.

Com dizem os árabes, “maktub”. Quer dizer, estava escrito, tinha mesmo de acontecer.

Direto em Dilma e comparsas

Os governantes devem fazer o máximo possível por que todos possam dispor da base mínima material e espiritual para tornar efetiva a sua dignidade e para formar e manter uma família, que é a célula primária de qualquer desenvolvimento social. A nível material, este mínimo absoluto tem três nomes: casa, trabalho e terra. E, a nível espiritual, um nome: liberdade do espírito, que inclui a liberdade religiosa, o direito à educação e os outros direitos civis.
Papa Francisco 

O ranço fundo

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Bem pra lá do fim do mundo, assisti hoje atentamente ao programa político do PMDB. E também acho que chegou a hora da verdade. Como profissional acostumado a este tipo de discurso político, convido os demais leitores a uma reflexão menos bairrista e acostumada apenas à leitura certinha, feita sempre pelos tucanos da nossa realidade turva: o que há de errado com o discurso peemedebista? Eu não vi absolutamente nada.

Pelo contrário. Vi um discurso coeso, coerente, tranquilo e conciliador. Não vi a oportunista Kátia, por exemplo, a outrora toda-poderosa do alface e da cenoura, metida com a batata até o talo na nau dos insensatos da mulher barbada. Vi o mordomo de turno no melhor papel de sua vida; o papel de sucessor natural dessa mondronga aboletada no poder.

Confesso que cansei de esperar o PSDB ser a oposição mentirosa a tudo isso que estamos assistindo. O Brasil não é a Venezuela e não pode ser uma sucursal da Bolívia, como querem todos estes golpistas do socialismo irmanadinhos na rapina. Se o PMDB se apressou hoje em fatiar o governo, tomando da petralharia alguns postos das casamatas ministeriais que a turba montou para se locupletar no poder, não era o caso de estarmos comemorando?

Que raio de visão turva da realidade é essa, que enaltece os feitos até de um petista convertido no final da vida — coisa que também louvo — e não vê que outros pelotões estão entrando em campo para tirar a mulher barbada da cena? Acho sim que é a hora da verdade. Que ela não nos falte, em troca de uma camisa de time de segunda divisão, um macacão forrado de estatais falidas ou um agasalho de penas de tucano falsas como o socialismo chinfrim que todos eles professam juntinhos.

A esquerda deve ser enterrada por aqui, e com ela suas bolsas-miséria, sua justiça achada no lixo, o aparelhamento pusilânime da coisona pública e o golpe picareta, cacarejado por dez entre dez destes calhordinhas banhados em tinas de sucrilhos. Quer as pessoas aceitem ou não, o PMDB veio muito mais talhado para a missão que seus amiguinhos de outrora, pais do Plano Real e da estabilidade econômica.

Já disse aqui mesmo: pergunte a um tucano e ele lhe dirá que o Plano Real colocou milhões na linha DE CONSUMO. Uma linha sequer gastaram para louvar aqueles que foram ludibriados pelo socialismo picareta e se colocaram na linha DE PRODUÇÃO. Estes foram feitos de otários lá atrás, pelo comecinho da rampa em que nos meteram. Pagaram suas dívidas com o dólar nos mesmos patamares de hoje.

Chega a ser hipócrita dizer que um plano levado a cabo num governo peemedebista é obra e graça tão somente das brilhantes mentes tucanas. Esquece o tucano e conta agora a do papagaio. O que estou dizendo é que os atores até podem não convencer, mas a novela é boa e está bem escrita. Se vão roubar o script mais tarde, acostumados que estão com o troca-troca que se desenrola em Brasília, isto já sou outros quinhentos. Estaremos aqui para bater o mesmo bumbo que serviu para apear petralhas. Bateremos o bumbo com toda força novamente.

No momento, comemoro sozinho o que me parece o cotovelo dessa história; o lugar onde o braço dobra. O discurso que eu queria ouvir já ouvi. Espero que se torne realidade. Para mim, eu desejo mesmo é a esquerda quentinha, ardendo no inferno. Nunca mais vão me enganar novamente. Nunca mais terão meu voto. Nunca mais me convencerão, pelo discurso que não assumiram, pela defesa que não fizeram de nossa combalida cidadania.

Cada vez que saio na rua, vejo a indústria das multas, das placas, das ciclofaixas, o falecido Controlar, o asfalto regurgitado, as tabuletas abatidas, as sacolinhas plásticas exterminadas, os extintores extintos, a tomada de três dedinhos e os reservatórios, secos como o traseiro de um genuíno. E me pergunto: esses caras merecem a minha simpatia? Não a terão novamente. Nunca mais. Escrevam daí que eu já escrevi daqui: pra mim, Esquerda, NUNCA MAIS !!!! 

Suprema vergonha!

“Nenhum órgão jurisdicional, portanto, pode se arvorar em juízo universal de todo e qualquer crime relacionado a desvio de verbas para fins político-partidários à revelia das regras de competência. (…) E há Ministério Público, há Polícia Federal, há juiz federal em todos os Estados do Brasil. (…) Só há um juízo no Brasil? Estão todos os outros juízos demitidos de sua competência?”. (Ministro Dias Toffoli votando a favor do fatiamento da Lava-Jato).



A leitura das linhas acima, à luz da trajetória política do referido ministro, é suficiente para perceber o grau de irritação que a operação Lava Jato e, particularmente, o juiz Sérgio Moro, causam às hostes petistas.

Votava-se, na sessão de terça-feira, a fórmula que faria a operação andar no ritmo que convém ao PT e ao governo. Ritmo que serve, também, especialmente, à impunidade , esse permanente privilégio de uns poucos e intolerável ônus para todos os demais. Num país moralmente degradado é assim que as coisas acontecem.

Imaginem, leitores, uma operação com o porte da Lava-Jato, no estágio em que ela se encontra, tendo que repartir processos, partilhar provas, multiplicar audiências em juízos singulares de diversos Estados do país! Tal irracionalidade só encontra respaldo no desconforto que a operação, as investigações e as condenações de primeiro grau vêm causando. Entre os incomodados contam-se quase todos os senhores ministros, em sua quase totalidade, apadrinhados por Lula e Dilma.

A sessão da última quarta-feira do STF serviu para esclarecer, também, episódios passados, relativos às condenações do mensalão. Naquela ação penal, em grau de recurso, por seis votos contra cinco, os ministros decidiram absolver José Dirceu e outros do crime de formação de quadrilha. Lembra-se disso, leitor? O STF puxou o ponto para “dentro da curva” e pôs um fim na questão: aquilo que atuava em tantas áreas do governo e da administração não era quadrilha. Ora, se aquilo não era quadrilha, então, senhores ministros, ela se formou depois do mensalão, depois do julgamento, depois do recurso, com os réus na cadeia, cumprindo suas breves penas. Não é mesmo, excelências? “Baita mico!”, como se diz no Rio Grande do Sul. Primeiro, amaciaram o julgamento final do mensalão. Agora, preventivamente, fatiam a Lava Jato.

O que está para acontecer com essa operação será a suprema vergonha nacional. Ela foi claramente verbalizada pelo ministro Gilmar Mendes: “O que se quer é que os processos saiam de Curitiba e não tenham a devida sequência em outros lugares. É bom que se diga em português bem claro”, sustentou o ministro.

Quando se chega a esses extremos no mais alto escalão do Poder Judiciário, chega também a hora de o povo voltar às ruas, desta vez para ficar.

Primavera de fogo

A primavera brasileira chegou com um calor infernal, em perfeita sintonia com o clima político, econômico e judicial.

Um querido amigo comunista ficou indignado quando escrevi que a maior inimiga da corrupção é a privatização e vibrou com o escândalo das fraudes da Volkswagen.

“Rará ! Me diga agora: em matéria de executivos quem são os piores, os da Volkswagen ou da Petrobras?”

A diferença é que os safados da VW fraudaram normas ambientais, enganaram os consumidores e desmoralizaram a companhia, e os da Petrobras, além de encher os próprios bolsos, roubaram e degradaram a empresa para fraudar o processo eleitoral e a democracia, para eternizar no poder um partido político.

Outro amigo, lulista e não muito inteligente, está furioso com os jornalistas “orgânicos” e petistas históricos Ricardo Kotscho e André Singer, ex-porta-vozes de Lula, porque em vez de defenderem os desatinos e ladroeiras do governo Dilma, ousam reconhecer o tamanho da encrenca e do buraco a que nos levaram a “nova matriz econômica" e a gestão desastrosa da gerentona. São vistos como “traidores”. Mas Zé Dirceu, Vaccari, André Vargas e Delúbio são guerreiros do povo brasileiro.

Ele gosta é dos “blogueiros progressistas", pagos com verbas de estatais, que, no desespero pela iminente perda da boquinha, começam a fazer sucesso como humoristas involuntários. Um clássico do humor chapa branca foi a manchete da pesquisa com Dilma rejeitada por 93% da população: "7% apoiam Dilma"... Rsrs.

Minha geração sobreviveu aos desvarios autoritários de Jânio Quadros, aos delírios populistas jango-brizolistas, à brutalidade e intolerância da ditadura, à superinflação e à moratória de Sarney, ao criminoso plano econômico de Collor e ao seu impeachment, mas está puxado aguentar as trapalhadas de Dilma. São anos e anos de trabalho jogados fora e nossas economias virando pó.

Se contar ao meu neto de 19 anos como vivemos e superamos tudo isso, desconfio que ele vá pensar que o vô fumou alguma coisa forte, mas na verdade esses desastres históricos parecem mesmo inacreditáveis. Como Dilma presidenta.

Nelson Motta