Acaba de sair na "Nature Neuroscience" um artigo de Neil Garrett, Stephanie Lazzaro, Dan Ariely e Tali Sharot que oferece um modelo para compreender essa trajetória. O interessante desse trabalho é que ele mistura um experimento psicológico com técnicas de imagem, o que permite não só levantar evidências empíricas mas também arriscar um mecanismo biológico para explicá-las.
No experimento, a cobaia deveria fazer uma estimativa sobre a quantidade de dinheiro contida num jarro. Tinha a oportunidade de ser desonesto beneficiando a si próprio e prejudicando a um parceiro, beneficiando a si próprio e ao parceiro, beneficiando ao parceiro e prejudicando a si próprio e beneficiando a si próprio sem prejudicar ao parceiro.
O que os pesquisadores constataram é que a desonestidade aumentava com a repetição dos exercícios, o que é compatível com a famosa teoria das janelas quebradas, segundo a qual pequenas transgressões degeneram em crimes mais graves. Igualmente interessante, isso só ocorria quando o participante se beneficiava pessoalmente do ato de desonestidade. Quando ele "roubava" para outros, a escalada não acontecia.
Como uma parte das cobaias realizou o experimento numa máquina de ressonância magnética funcional, deu para ver que a amígdala, uma estrutura do cérebro ligada a emoções negativas, incluindo a repulsa moral, estava envolvida no processo. Ao que parece, ela reage com menos intensidade a cada repetição do ato desonesto. Literalmente, o corrupto vai se acostumando com essa condição, até que já não a sinta mais como algo condenável. E aí, liberou geral.
No experimento, a cobaia deveria fazer uma estimativa sobre a quantidade de dinheiro contida num jarro. Tinha a oportunidade de ser desonesto beneficiando a si próprio e prejudicando a um parceiro, beneficiando a si próprio e ao parceiro, beneficiando ao parceiro e prejudicando a si próprio e beneficiando a si próprio sem prejudicar ao parceiro.
O que os pesquisadores constataram é que a desonestidade aumentava com a repetição dos exercícios, o que é compatível com a famosa teoria das janelas quebradas, segundo a qual pequenas transgressões degeneram em crimes mais graves. Igualmente interessante, isso só ocorria quando o participante se beneficiava pessoalmente do ato de desonestidade. Quando ele "roubava" para outros, a escalada não acontecia.
Como uma parte das cobaias realizou o experimento numa máquina de ressonância magnética funcional, deu para ver que a amígdala, uma estrutura do cérebro ligada a emoções negativas, incluindo a repulsa moral, estava envolvida no processo. Ao que parece, ela reage com menos intensidade a cada repetição do ato desonesto. Literalmente, o corrupto vai se acostumando com essa condição, até que já não a sinta mais como algo condenável. E aí, liberou geral.