sábado, 22 de outubro de 2016

Moro e a morosidade da Justiça

Fosse eu governo, daria um pouco mais de atenção aos indicadores econômicos do trimestre em que Michel Temer assumiu o comando do navio. Eles mostram claramente que a sociedade ainda está muito refratária ao tal “clima” de melhorias anunciadas pelo governo, como reduções de tarifas que não chegam ao consumidor ou alívios que não aliviam nada. Apesar da sinalização quase despercebida de que demos um cavalo-de-pau na rota de colisão em que nos encontrávamos, não parece que a economia tupi-guaraná tenha finalmente saído do atoleiro em que se encontra já há tanto tempo. A meu ver, a razão é simples. Não basta sinalizar o caminho; é necessário começar a percorrê-lo.

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Não duvido que haja em setores do governo ─ e também da sociedade ─ gente que acha que um bom final para essa novelinha bolivariana é que a Famiglia Lula vá se exilar na terra dos cassinos e nos deixe em paz, para trabalharmos feito burros de carga para o próximo bando de ladrões que se apresentar na cédula eleitoral em 2018. Não faltam gangues no horizonte formado por 35 partidos de plástico que ostentamos por aqui, todos prontos para dar forma e substância para mais um golpe da esquerda marreta e seus comensais do erário, todos ávidos por voltarem a “uma boquinha pública e uma bandeirinha enfiada na cueca” que tanto os delicia na vida.

Nessa toada, o governo será governo se enfrentar esses escombros do socialismo pilantra e suas raízes na coisa pública. A sociedade vem deixando isso bem claro ao surrar o candidato mineiro e consagrar o paulista na campanha municipal onde os tucanos têm poleiros. Estamos todos fartos de sustentar picaretas. O sinal de que precisamos para saber que este país ainda tem justiça, leis e hierarquias que vale a pena defender é o fim da morosidade generalizada com que os entes públicos atacam o problema. Mirem-se no exemplo do juiz Sergio Moro, meus caros. Mirem-se no exemplo do próprio Temer. Há uma montanha de escombros à frente. Vamos arregaçar as mangas e fazer valer o carguinho público em que cada um está sentado?

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