quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Um teste para a doutora
Se Dilma quisesse mesmo fazer o ‘dever de casa’, vetaria a reindexação das dívidas dos estados e municípios
No século passado estados e municípios quebrados
transferiram suas dívidas para a bolsa da Viúva e aceitaram um indexador para
quitá-las. Agora, querem mudá-lo, para pagar menos. Com a nova metodologia a
União perderá R$ 59 bilhões de receita, R$ 1 bilhão em 2015. Isso num cenário
em que, pela primeira vez desde que o Brasil voltou a ter moeda, o governo
federal fechou um mês com deficit de R$ 15,7 bilhões. Mais: para melhorar sua
contabilidade, o ex-ministro da Fazenda no exercício interino do cargo anuncia
cortes nos programas de auxílio-desemprego, abono salarial e auxílio-doença.
Se a questão central fosse dar folga aos governadores e
prefeitos, a solução já seria condenável, mas não se trata apenas disso. O
Congresso também elevou o teto de endividamento permitido aos estados e
municípios. Era de 120% da receita líquida e passará a ser de 200%. Ou seja,
quem deve e não quer cumprir o contratado fica autorizado a dever mais.
Rasguem-se as leis. O PT manda
Quantos homicídios são perpetrados sem que haja a mínima intenção de matar!
Erasmo de Roterdã (1466 - 1536)
A inocente e beata ministra do Planejamento,
Miriam Belchior, foi esta semana o anjo anunciador do Apocalipse. Defendeu a
mudança da Lei de Diretrizes Orçamentárias como iria a um shopping para ver
vitrines. Está claro para o governo petista que deve, não nega, mas prefere dar
um jeitinho para burlar a lei. Em resumo, dane-se a lei, quereremos deixar o
governo com liberdade para gastar o que, quanto e onde quiser, bradam os
petralhas que assim fazem jus à alcunha.
A mudança na LDO, quando não seja para um caso
cataclísmico, é simplesmente sonegação governamental. O precedente criminoso
proposto por Dilma e seu coligados, sob as asas da beata Míriam, abre um leque
para que as administrações petistas e afiliadas possam também apelar para o
mesmo caminho. Será a fuzarca orçamentária.
Para o país, é a legalização do crime
governamental e político com consequências por décadas. No reinado do PT, o dinheiro do povo passa a
ser administrado como e quando for necessário para os interesses politiqueiros,
subsidiar campanhas, sustentar intermináveis obras, com lucros para o
empresariado companheiro e corretores partidários, manutenção dos programas
sociais eleitoreiros.
Causas vão além do desmatamento na Amazônia
Floresta possui função importante de levar chuvas a outras regiões do continente. No entanto, cientistas são cautelosos com associação entre redução da mata e a pior estiagem em 80 anos no Sudeste.
O Sudeste passa pela pior seca dos últimos 80 anos, com mais
130 municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais afetados. Um
relatório recente, apoiado pela ONG WWF Brasil, apontou o desmatamento na
Amazônia como uma possível causa para o fenômeno – e a conseguinte crise da
água. Especialistas ouvidos pela DW, porém, dizem que os motivos vão além.
Ainda não há um estudo científico que comprove a relação
direta entre desmatamento e seca. E estudiosos são céticos em fazer essa
ligação, sobretudo porque a queda na precipitação em 2014 está fora da
proporção na comparação com o aumento da área desmatada no último ano - em 2013
ela atingiu um total de 763 quilômetros quadrados.
Apesar de pesquisadores concordarem sobre a importância da
Amazônia na regulação do clima para todo o país, a contribuição do desmatamento
para a atual seca é controversa.
Devido à capacidade das árvores de absorver água do solo, a
floresta amazônica possui um importante papel para a regulação do clima na
América do Sul. Ela libera umidade para atmosfera, mantendo o ar em movimento e
levando chuvas para o continente.
A umidade é exportada para regiões distantes pelos chamados
"rios voadores" – sistemas aéreos de vapor – irrigando áreas no Sul,
Sudeste, Centro-Oeste do Brasil, além de Bolívia, Paraguai e Argentina.
Esse papel já foi comprovado por diversos estudos. E foi
reforçado por um relatório que reuniu artigos sobre o potencial climático da
floresta divulgado no final de outubro pela Articulação Regional Amazônica
(ARA), como o apoio da WWF Brasil.
O documento, porém, vai além. E aponta que o desmatamento na
região pode ter um impacto significativo sobre o clima próximo e também
distante da Amazônia, ao reduzir a transpiração da floresta e modificar a
dinâmica de nuvens e chuvas no continente.
"Não posso colocar toda a culpa na Amazônia, mas há uma
combinação de efeitos, e o desmatamento é em parte responsável. Há também uma
oscilação natural e as mudanças climáticas provocadas pelos homens",
afirma Claudio Maretti, líder da Iniciativa Amazônia Viva da WWF. Maretti diz que os efeitos do aquecimento global pioram com
o desmatamento na região, que aumenta as emissões de CO2 na atmosfera.
Para Pedro Telles, coordenador de Clima e Energia do
Greenpeace Brasil, a destruição da floresta é um dos fatores que contribuiu
para causar a atual seca, mas não é o principal.
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