Cultura x manipulação
Ribeirão Preto, a 31ª cidade mais rica do país, com PIB per
capita de R$ 30.209, abre este mês mais uma edição da tradicional Feira do
Livro. Apesar do poderio econômico, o Cartão Livro entregue aos estudantes da
rede pública não chega nem perto do que a prefeitura de Maricá ofereceu aos
alunos. Enquanto os paulistas darão R$ 18 (Estado) e R$ 16 (prefeitura), a
vilazinha fluminense esbanjou com farta distribuição de vale livro que ia de R$
50 a R$
200 numa apelidada Feira Literária, que custou R$ 1 milhão. Depois não se diga
que foi mais uma manobra eleitoreira maricaense. Ainda mais porque a feira no
Rio de Janeiro não tem mais seguimento.
Metrô de boca
A presidente Dilma, pela terceira vez consecutiva, em
Curitiba, anunciou a liberação de verbas para o metrô curitibano. As demais
visitas foram feitas em 2011 e em outubro do ano passado pelo mesmo motivo, mas
agora com o governo aliado do pedetista Gustavo Fruet o custo da obra ficou
mais vitaminado, passando para R$ 4,5 bilhões, quando já foi de R$ 1 bilhão, na
primeira promessa, e de R$ 1,8 bilhão, na segunda. No entanto, apesar de ser o
maior investimento da capital paranaense, ainda sequer saiu do papel.
Arena de ouro
A Arena da Baixada,estádio do Atlético Paranaense e uma das
sede da Copa, foi muito bem aquinhoada pelo governo. Foram financiados pelo
poder público 88% da reforma, até o que se tem notícia. E quem disse que a Copa
não custaria um centavo público?
Mais candidatura
Apesar da vergonha mundial junto à Fifa, o Brasil, que não
tem nenhuma, resolveu também se candidatar para sediar o Mundial de Clubes em
2017/2018 e de quebra o Mundial de futebol de areia em 2017. E tome de abrir a
torneira do Erário para novas construções.
Merenda a preço de ouro
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ)
condenou o ex-prefeito de Belford Roxo, Alcides de Moura Rolim, a devolver aos
cofres públicos o valor de R$ 47.938,56 (equivalente a 18.819,36 Ufir-RJ) pagos
a mais em contrato superfaturado com a empresa I.R. Gomes Villar. Em 2009, para
abastecer por 66 dias a merenda de escolas e creches municipais, o governo
gastou R$ 1.121.136,04. Entre os gastos estavam o quilo da banana prata extra
contratado por R$ 2,75, quando no mercado custava R$2,58. A prefeitura comprou
4.500 quilos da fruta, pagando um total de R$ 123.750,00 quando poderia ter
desembolsado R$ 116.100,00 uma diferença de R$ 7.650,00 pagos a mais. O quilo
da maçã extra, adquirido por R$ 3,95, custaria, segundo a pesquisa de
mercado, R$ 2,54. A compra de 6 mil quilos da fruta custou aos cofres
de Belford Roxo R$ 23.700,00 uma diferença de R$ 8.460,00 a mais se comparado
com os preços cotados no mercado.
Mais ex-prefeito punido
Outro multado pelo mesmo TCE-RJ foi o ex-prefeito de Cabo
Frio, Marcos da Rocha Mendes. A multa de R$ 12.736,50 se deveu por
irregularidades no repasse de R$ 125 mil à Associação Comercial, Industrial e
Turística de Cabo Frio para realização do evento Feira Forte 2007. O
ex-prefeito não apresentou documentos e esclarecimentos necessários à aprovação
da subvenção concedida pela prefeitura à associação comercial e também não soube explicar por que o dinheiro
repassado pelo município foi integralmente usado na montagem do evento Feira
Forte 2007. O art. 12 da Lei 4.320/64, só permite a transferência de
recursos – por meio de subvenção – para cobrir despesas de
custeio das entidades beneficiadas.