sábado, 24 de maio de 2014

Como se faz uma onda



O filme alemão “A Onda” (“Die Welle”), de 2008 dirigido por Dennis Gansel, mostra didaticamente como se fazer um regime totalitário seja ele sob uma onda, uma suástica ou uma estrela. É inspirado no livro homônimo de
1981 do autor americano Todd Strasser e no experimento social da Terceira Onda. Obteve sucesso nas bilheterias alemãs e depois de dez semanas, 2,3 milhões de pessoas haviam assistido ao filme.

Brasil do entrudo na cara


Cada manhã, o brasileiro já não tem mais a tranquilidade de outros tempos, quando abria o jornal e lá encontrava políticos em debate das grandes questões nacionais.  Hoje o tapa na cara vem num direto da internet que explode em jorros os crimes e a roubalheira política. É uma verdadeira chuva de limões de cheiro, bisnagas de água suja, baldes de dejetos politiqueiros jorrando dos computadores.
Onde o debate das questões? Onde se apresentam as possíveis soluções? Onde aparecem os governantes administrando? O que se vê são todos, de todos os partidos, numa brigalhada para quem vai ficar com o osso do poder, danando-se o povo.
Em vez de administrar um país, a presidente sai em caravana para inaugurações fajutas, armando palanque em qualquer brejo de famintos para destilar sua campanha. Os outros não ficam atrás discutindo o sexo dos anjos, promovendo briguinhas para angariar simpatizantes. Os políticos, então, saem aos tapas e socos para uma boquinha a mais, um naco de poder, quando não estão se dizendo inocentes de crimes descarados que cometem.       
O momento, então, é de se livrar de qualquer sujeira praticada no passado recente ou por companheiros nada honestos. Vale tudo, mesmo apelar para uma Justiça lá não muito justa, mantendo prisão para doleiro e deixando companheiro livre, leve e solto para não explodir como mina de efeito retardado.

Também vale fazer sumir na poeira do noticiário qualquer informação que possa vincular poder à roubalheira, ou sugerir ligações perigosas de aliados com bandidos, ou de participação de encontros suspeitos de partidários com a bandidagem da pesada. Enfim, essas sujeiras que todo o dia o noticiário espirra na cara, como deboche, do internauta, que no fim paga as contas para todo o dia ficar enlameado pela sujeira de quem, por dever, obrigação e voto, deveria ser o mais interessado em não sujar a barra. Mas todo o dia emporcalham o poleiro e, não satisfeitos, ainda querem mais.