terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Ano novo, vida velha
O ano da mandioca, o ano do vento engarrafado, dos pastéis de vento, o ano da mulher sapiens, o ano da incompetência arrogante, o ano em que tudo que era sólido desmanchou no ar, o ano em que a república ficou com dois poderes em luta – o Executivo chantageado por dois elementos suspeitos de crime no Legislativo, o ano da “segunda vinda” do Cristo Bolivar, invadindo a America Latina pela janela da Venezuela (um malandro que até o Marx chamava de “personagem medíocre e grotesco”), o ano do bigode do Maduro e do Chavez virado em passarinho, cantando-lhe nos ouvidos, o ano do pixuleco, o ano das propinas, das gorjetas, dos mimos, dos brindes, dos óbolos, dos esbulhos, o ano dos recordes: nunca no mundo ninguém tinha levado US$ 90 milhões de “cervejinha”, o ano da cumbuca, da mão grande, o ano em que vimos que o país está pior do que pensávamos, o ano do povo ou obeso ou faminto, o ano dos milhões de analfabetos e de eruditos burros nas universidades pregando stalinismo para jovens indefesos, ano dos heróicos tesoureiros presos, o ano do olho mortinho do Cerveró, da barriga do Ricardo Pessoa, do sorriso estoico do Marcelo Odebrecht, da barba de esquerda do Vaccari, o ano das manifestações abstratas, o ano dos bonecos flutuantes de Lula, Dilma e Cunha, o ano em que filhos e próximos amigos de Lula estão caindo, enquanto ele pinta o cabelo de acaju, o ano dos cabelos lindos e brancos do Delcidio do Amaral e também o ano do cabelo negro do Lobão, esse perigoso elemento servo do Sarney, que roubou o nome da pobre cidade do Maranhão “Riberãozinho” e se auto-nomeou município, o ano do amigão Bumlai, que Lula renegará três vezes, como fez com Dirceu, o ano das negações, do nada, do “não sei”, do “jamais roubei”, o ano dos “guerreiros do povo brasileiro” em cana, o ano da carne enlatada na Suíça pelo Cunha, mercador de bois e vacas raladas e ano das provas que nada provam, o ano da mentira como verdade ou o contrário: a verdade é tão escrota que parece mentira, o ano das desculpas esfarrapadas, o ano do triunfo de um grande precursor: Maluf, o Criador que deu o salto qualitativo da escrotidão nacional, o ano da metáfora de lama caindo sobre o país, maior tragédia ecológica da história, que derramou 62 milhões de metros cúbicos de bosta eterna (o que não deixa de ser mais um belo recorde nosso…), o ano do mosquito, o ano da saúde doente, o ano das prefeitas prostitutas, o ano do Lamborguine da Dinda que nos deu saudades do Fiat Elba – o calhambeque que expulsou o Collor –, o ano do ex-país do futuro e em que não conseguimos ser o país do presente, o ano da irresponsabilidade fiscal oficial, do PIB zero, das bicicletas e pedaladas, o ano da “nova matriz psicótica” que vem aí e que fará tudo ao contrário do que deveria ser feito, por pirraça ideológica e burrice, o ano da burrice que (não esqueçamos) é “uma força da natureza”, o ano da volta da pior estagflação que será um novo recorde (viva!) do risco Brasil crescendo e do crescimento caindo, o ano do auge da rejeição popular, o ano das desculpas do caixa 2, o ano do triste fim de Joaquim Levy, que foi convocado para Dilma fingir que o obedecia, o ano da ascensão do Nelson Barbosa, dono de uma nova ideologia: o “lulo-capitalismo” – com uma estrelinha vermelha no peito fingindo de “liberal”, o ano de um ajuste fiscal que jamais será feito porque os sindicatos preferem o desemprego dos operários do que mexer em direitos dos pelegos, o ano do MST financiado pelo governo, o ano dos 39 ministérios, o ano da certezas teimosas, o ano do dólar disparado, fazendo-nos torcer para o país se fu#&* e o dólar subir mais, o ano em que o PMDB roubou a cartilha do PSDB e os tucanos ficaram sem projeto, o ano do grande Sergio Moro, que provoca rostos em pânico no Congresso, caras de fuinhas, de furões com medo, de cangurus pálidos, de tamanduás trêmulos, uma exposição de bichos covardes, uma feira agropecuária ali na Câmara, usando palavras solenes: “Minha honra”, “aleivosias contra mim”, “minhas mãos limpas!”, todos querendo ostentar pureza, angelitude, candor, com palavras encobrindo o despudor, a secular engrenagem latrinária que funciona abaixo dos esgotos, abaixo dos cientistas políticos, o ano dos intestinos da pátria ao vivo, os aumentos de patrimônio, os carrões, os iates, a casas com piscinas em forma de vaginas, as surubas lobistas no Lago Sul, os “fins justificando os meios” – dólares dentro de maletas pretas com a estrela vermelha do PT, o ano das calúnias, injúrias e difamações, da euforia de advogados enriquecendo e das promessas a Jesus para proteger os congressistas salteadores, as mandingas, os despachos, as galinhas mortas na encruzilhada e as esposas histéricas não-comidas e sem amor, o uísque caindo mal, as diarreias, as flatulências fétidas, os arrotos nervosos, os vômitos, o ano em que finalmente vemos a cara suja do Brasil, o ano do Temer com sua cara de mordomo de filme inglês de terror (apud ACM), em quem Dilma não confia, nem ninguém, o ano do cuspe, o ano da porrada na Câmara e nas esquinas, o ano dos palavrões, o ano da “merda” e da “puta que pariu”, o ano da inveja, o ano das bundas, das periguetes, dos nudes, o ano das selfies, o ano dos babacas, o ano da vaca louca, o ano da cachorra no ar, o ano da beira do abismo, o ano da cracolândia, e, principalmente, o ano do satânico dr. Cunha, a prova máxima da decadência pública, com a cara mostrando-lhe a alma e vice versa, o ano da marcha a ré, ano dos ladrões “revolucionários”, o ano das alianças sujas, o ano das ilusões perdidas, o ano do renascimento do Supremo Tribunal Federal, o único orgulho brasileiro, com a PF e o MPF bombando, o ano que vai começar mais uma vez e vai terminar mais uma vez daqui a um ano, deixando sempre a sensação de esperança fracassada, até que comece um novo ano trazendo novas expectativas sempre frustradas, até começar um novo ano.
Nunca antes na história do Supremo houve fraude como esta
Capistrano de Abreu era um intelectual respeitado e polêmico, que foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, mas se recusou a assumir. Quase 100 anos depois desta irônica declaração dele, constata-se que tinha plena razão. Se todos os brasileiros fossem obrigados a ter vergonha na cara, os atuais membros do Supremo Tribunal Federal estariam em dificuldades para se olharem no espelho.
Quando inventaram o equipamento Nagra, que nas filmagens fazia gravação simultânea da voz, o jornalista, escritor e dramaturgo irlandês Bernard Shaw deu uma entrevista em que previU que as mentiras dos políticos e autoridades estavam com os dias contados, porque tudo seria gravado e as fraudes facilmente reveladas.
Não deu outra. O presidente Richard Nixon, por exemplo, perdeu o poder, teve de renunciar quando descobriram ser mentira sua declaração de que desconhecia a invasão do edifício Watergate. E assim as confirmações da teoria de Shaw foram se sucedendo.
Agora, no Brasil, temos mais um caso desse tipo, com o desmascaramento do voto do ministro Luís Roberto Barroso, que propositadamente usou argumentos mentirosos e fraudados e fez com que outros integrantes do tribunal incorressem em erro ao votar num julgamento importantíssimo, escrevendo a mais negativa página da História do Supremo.
A grande mídia está calada a respeito, é fácil de entender, não precisa ser nenhum Shaw para compreender o silêncio, mas isso não adianta, a internet resolve tudo. Barroso deu entrevista patética ao Valor Econômico, tentou culpar o ministro Edson Fachin por pretender mudar o rito, fato que não houve, porque o voto de Fachin obedeceu estritamente o Regimento da Câmara. Agora, Barroso insiste em dizer que Fachin quis mudar o rito, mas ele o impediu, vejam a que ponto chega a desfaçatez desse jurista.
O prato principal dos Embargos de Declaração com efeito modificativo que serão apresentados ao Supremo no início de fevereiro, quando se extingue o prazo legal para recorrer, será não somente o comportamento aético e irregular do ministro Luís Roberto Barroso, que fraudou seu voto e levou outros ministros a erro, mas também o procedimento do presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, que transformou ilegalmente em julgamento do mérito uma simples sessão para exame de liminares, alterando propositadamente o objetivo da sessão e desrespeitando a legislação específica, conforme o jurista Jorge Béja denunciou na Tribuna da Internet, no último domingo, dia 27, com absoluta exclusividade.
Em fevereiro, quando terminar o recesso, no plenário do Supremo os onze ministros vão se entreolhar, envergonhados, enquanto os advogados estiverem na tribuna, demolindo o voto fraudado de Barroso, que levou outros ministros a acompanharem suas falácias, e destruindo também a jogada de Lewandowski, que terá de marcar nova sessão para julgamento do mérito da ação do PCdoB, na forma da Lei 9882/99.
A principal mentira de Barroso foi a frase com que fechou sua argumentação: “Considero, portanto, que o voto secreto foi instituído por uma deliberação unipessoal e discricionária do presidente da Câmara no meio do jogo”, sentenciou, esquecido que se tratava de um julgamento, não era um jogo e ele não deveria ter trazido cartas na manga.
Como agora todos sabem, o presidente da Câmara não instituiu nada, é obrigado a seguir o Regimento, que determina que as votações sejam secretas em nome da democracia, para diminuir o efeito das pressões que o Executivo faz sobre os parlamentares, exatamente como está acontecendo agora.
Bem, para resolver o imbróglio montado por Barroso e Lewandowski, será preciso que o relator abra prazo de dez dias para as partes se manifestarem, com a convocação de nova sessão para julgamento do mérito da ação, um vexame jamais visto na história do Supremo. Além disso, como dizia Capistrano de Abreu, será preciso também que cada brasileiro tenha vergonha na cara, especialmente quando estiver envergando a notável toga do Supremo, que representa o manto sagrado da Justiça brasileira.
O que falta é bom senso
A reunião emergencial dos governadores estaduais, ontem em Brasília, foi útil para confirmar o óbvio, ululante nos portões das unidades públicas de saúde : o Estado brasileiro quebrou.
Governadores de Rio, Minas e Rio Grande do Sul, por exemplo, constataram que já começam 2016 devendo R$ 2 para cada R$ 1 de receita líquida prevista no ano. Nesses três estados concentra-se um terço da economia.
Com 12 meses de mandato, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Fernando Pimentel (PT-MG) e José Ivo Sartori (PMDB-RS) governam sem caixa e com o mais alto nível de endividamento dos últimos cinco anos.
Governadores de Rio, Minas e Rio Grande do Sul, por exemplo, constataram que já começam 2016 devendo R$ 2 para cada R$ 1 de receita líquida prevista no ano. Nesses três estados concentra-se um terço da economia.
Com 12 meses de mandato, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Fernando Pimentel (PT-MG) e José Ivo Sartori (PMDB-RS) governam sem caixa e com o mais alto nível de endividamento dos últimos cinco anos.
Na angústia dos governantes, percebe-se o sentimento de impotência diante do clima de desesperança política — derivativo da percepção coletiva de anomia, da ausência de organização dos governos.
A expressão econômica disso é o empobrecimento. Nos últimos cinco anos, o Brasil cresceu 5%, pouco menos que a população, enquanto a riqueza mundial aumentou 18%. Excluindo-se o Brasil, o Produto Interno Bruto dos países em desenvolvimento avançou 28% nesse período — calcula o economista Delfim Netto.
Às vésperas de 2016, governantes e governados parecem concordar em um aspecto: pior que a situação que está aí é a perspectiva.
O consenso acaba nisso, porque enquanto a sociedade amarga um ciclo depressivo, paradoxalmente, governantes insistem em privilegiar a minoria que já concentra a maior fatia das benesses fiscais, financeiras e creditícias.
Ontem, na mesa dos governadores estaduais, pouco se falou sobre o custo desse tipo de gasto público, cuja conta já ultrapassou o patamar de 6% do PIB — estimam os economistas Vilma da Conceição Pinto e José Roberto Afonso, com base em dados do governo federal. De cada R$ 10 em renúncias fiscais, R$ 7 beneficiam empresas industriais e agropecuárias. O gasto anual supera a despesa com saúde pública, por exemplo.
Não há transparência sobre os resultados dessa dinheirama despejada em cofres privados. “Não há nem com o gasto tradicional, muito menos com os benefícios fiscais”, diz Afonso. “Ainda falta transformar em hábito o registro do que se prometeu ou o que se pretendia quando se concedeu uma benesse, e depois comparar com o efetivamente apurado.”
“Em outros países, sobretudo na Ásia” — acrescenta — “o Estado também é ativo na concessão de benefícios, mas sempre cobra e contrata com o beneficiário metas de aumento de produção, de exportação, de investimentos, de emprego. Aqui não houve contrato. Sobram discursos, promessas e marketing.”
Governantes doam recursos públicos, nas sombras da política eleitoral e partidária, sem nada exigir em troca.
A crise começa a iluminar uma aberração: o Estado brasileiro está gastando e pagando para empresas cortarem investimentos, produção e emprego. Como diz Afonso, nem é preciso ser economista para perceber que isso fere a lógica ou o bom senso.
2016, o ano em que viraremos atletas
Atletas batendo recordes. Isso é o que nós todos, brasileiros, seremos em 2016. Vamos fazer um exercício, sem trocadilho, porque é exercício, sim, mas de imaginação. A ideia é boa para agora logo depois do Natal, depois de tantas gordices ingeridas e a repetição contínua daquela certa culpa – “ai, comi demais”. Você fez isso sim, mas ou porque a comida era boa ou até para ver se espantava o tédio desse final de ano tão sem graça. Agora a hora é de preparação para a corrida de obstáculos mês a mês que está no horizonte. Olhe para lá.
Temos boas formas de treinar. Aquáticas, com as enchentes invariáveis de verão e bocas-de-lobo abertas, e entupidas. Corrida de obstáculos, canoagem. Árvores caindo, luz que se apaga durante horas, e às cegas vamos seguindo fazendo ginástica. Salto no solo, aguentando malas sem alça. Na rítmica agitaremos bandeiras nas ruas graciosamente, além dos laços, cordas e fitas baratas com as quais renovaremos nossas roupas a preços mais módicos.
Além dos saltos, assaltos e sobressaltos, surgirão várias modalidades de atletismo na pista. Maratonas. Marchas, que podem até ser atléticas, mas estarão buscando algo. Além de cuspir fogo, teremos arremesso de dados no ar e a gente não vai saber bem o que fazer com eles. Para acertar o alvo, serão dardos. Nós iremos esgrimindo, espadas que estão sobre nossas cabeças.
Arremesso de discos teremos também, principalmente se continuarem lançando essas celebridades instantâneas barulhentas que vêm, gritam muito alto cantando nos nossos ouvidos à The Voice, e somem na mesma toada. Ping-pong.
Levantamento de pesos, mas só se fosse na Argentina. Aqui é de reais que a toda hora tentaremos achar nos bancos ou calcular seu valor diante do mundo.
Brincadeiras à parte, 2016 chegou. Não pode e não vai ser ruim não. Vamos ter Carnaval, vamos ter coisas boas, vamos ter Olimpíadas. Precisaremos só tentar ser mais modernos para receber o mundo que vai olhar para cá, de novo. Mico já pagamos na Copa.
Nossa política está atrasada e atrasando nossa vida, e a gente tem de correr atrás dos nossos recordes e sonhos. Vamos fazer mais reflexões para sair dessa. A luta é livre.
No alvo, 2016, Brasil
Marli Gonçalves
O exercício é a preparação mental, física e respiratória para percorrer com elegância a raia olímpica e nadar de todas formas, peito aberto, revezamento de ministros, borboleta para os mais sensíveis. Melhor. Precisaremos ser atletas mais completos, que unam duas ou três forças. Categoria sobressaltos e notícias esquisitas todos os dias. Mais cabo-de-guerra com esses dois lados imbecis a que estamos sujeitos, como se fosse assim só o bem, só o mal, caprichoso versus garantido, coca-cola ou pepsi, vermelho ou azul, verde ou amarelo, praia ou montanha.
Temos boas formas de treinar. Aquáticas, com as enchentes invariáveis de verão e bocas-de-lobo abertas, e entupidas. Corrida de obstáculos, canoagem. Árvores caindo, luz que se apaga durante horas, e às cegas vamos seguindo fazendo ginástica. Salto no solo, aguentando malas sem alça. Na rítmica agitaremos bandeiras nas ruas graciosamente, além dos laços, cordas e fitas baratas com as quais renovaremos nossas roupas a preços mais módicos.
Além dos saltos, assaltos e sobressaltos, surgirão várias modalidades de atletismo na pista. Maratonas. Marchas, que podem até ser atléticas, mas estarão buscando algo. Além de cuspir fogo, teremos arremesso de dados no ar e a gente não vai saber bem o que fazer com eles. Para acertar o alvo, serão dardos. Nós iremos esgrimindo, espadas que estão sobre nossas cabeças.
Arremesso de discos teremos também, principalmente se continuarem lançando essas celebridades instantâneas barulhentas que vêm, gritam muito alto cantando nos nossos ouvidos à The Voice, e somem na mesma toada. Ping-pong.
Ciclismo, nem preciso dizer que é categoria especial principalmente aqui em São Paulo, onde ciclistas andam se sentindo os em-po-de-ra-dos – (ai, desculpa, juro que precisei usar essa palavra, mas a ouça bem irônica) – e junto com os motoqueiros concorrem na infernal casa da mãe joana que tornam as ruas. Fazem o que querem, adoram ultrapassar pela direita, não param nos sinais e ainda tentam fazer manobras bem aos seus pés, junto com os skatistas que também adorariam fazer strike humano usando o seu corpinho. Não esquecer as valetas, as calçadas esburacadas. E as poças d´água e cocozinhos.
Levantamento de pesos, mas só se fosse na Argentina. Aqui é de reais que a toda hora tentaremos achar nos bancos ou calcular seu valor diante do mundo.
Brincadeiras à parte, 2016 chegou. Não pode e não vai ser ruim não. Vamos ter Carnaval, vamos ter coisas boas, vamos ter Olimpíadas. Precisaremos só tentar ser mais modernos para receber o mundo que vai olhar para cá, de novo. Mico já pagamos na Copa.
Nossa política está atrasada e atrasando nossa vida, e a gente tem de correr atrás dos nossos recordes e sonhos. Vamos fazer mais reflexões para sair dessa. A luta é livre.
No alvo, 2016, Brasil
Marli Gonçalves
Band-aid faz milagre
O milagre de dividir cinco peixes e dois pães para alimentar 5 mil ouvintes até hoje provoca polêmica. Afinal não há provas, mas apenas controvérsias e desconfianças.
No entanto, parece que ninguém duvida que Luis Fernando Pezão, depois de rezar a "santa" Dilma, foi atendido para felicidade geral do estado. Resolveu com dinheiro, apenas bem menos do que necessita, o problema da saúde fluminense. Alvíssaras, será recomendado para canonização!
O milagre religioso merece a desconfiança, mas o milagre da cura e de atendimento a milhares, através de santa do pau oco, é reverenciado com farto noticiário.
Aqueles que fazem cara feia para a tradição milenar, estão sempre à toa na vida, acabam de se tornar crentes. Acreditam piamente que o beato governador e a santa presidente resolvem a saúde mais rápida e eficazmente, com maços de dinheiro, como nunca se viu em nenhuma religião.
Eis um país que aplaude o band-aid como milagroso. Não há muito o que se esperar disso.
O que nos resta
Temos o Estado Camarão. Uma cabeça muito grande com muito pouca coisa aproveitávelBolívar Lamounier
A impostora
Como história é muito triste; como metáfora, terrível. Uma senhora passou os últimos 40 anos de sua vida em busca da neta, filha de seu filho assassinado por militares argentinos, roubada quando tinha três meses, em novembro de 1976, por esses militares. A senhora María Isabel Chorobik de Mariani, que todo mundo conhece como Chicha, fundou em 1977 a instituição mais respeitada do país, asAvós da Praça de Maio, que, desde então, recuperou 119 netos, filhos de desaparecidos.
Mas ela, cujos esforços ajudaram a muitos, já completou 92 anos, está ficando cega e ainda não encontrou sua neta. Até que, alguns dias atrás, uma senhora, María Elena Wehrli, apareceu com um teste de DNA de uma clínica particular e disse ser Clara Anahí, a neta em questão, e todos comemoram: o país comemora. Por algumas horas, os argentinos se sentem prazerosamente unidos –peronistas, antiperonistas, vários pró-governo, oposicionistas impiedosos– numa celebração que parece enaltecer todos. Mas a alegria dura pouco; dois dias depois aparecem testes mais sérios, oficiais, que desmentem a relação genética: a suposta neta é uma farsa.
A história entristeceu milhões de argentinos: a esperança frustrada dessa avó que, por algumas horas, acreditou que tinha finalmente conseguido o objetivo da sua vida ao saber que não, que era uma mentira, e esgotar sua penúltima esperança. A outra, que a enganou, talvez tenha que responder por seus atos perante algum tribunal –ou talvez sinta apenas vergonha. Ainda não sabemos por que ela o fez: não é difícil supor que quisesse gozar das vantagens, dos privilégios, dos cuidados que esses netos recuperadosrecebem da sociedade e do Estado argentinos.
Como a história é triste; como metáfora, terrível. Há 12 anos, o governador de uma província no sul da Patagônia, que nunca tinha mostrado qualquer interesse pelos direitos humanos, que havia repudiado as Mães da Praça de Maioque tentaram visitar sua capital, que havia apoiado o indulto aos militares assassinos, se candidatou às eleições nacionais e, para sua surpresa, foi eleito. Tinha que governar, sem maior legitimidade, um país em chamas; talvez tenha sido por isso –sabe-se lá– que decidiu falsificar sua história e se apropriar das lutas e discursos das organizações de direitos humanos. E deu certo: seu Governo conseguiu mascarar sua injustiça social, seu clientelismo, sua corrupção descarada atrás das bandeiras da memória histórica.
Agora seu Governo –o de sua viúva– acaba de terminar, mas se vê que estabeleceu um precedente: uma mulher, talvez em necessidade, talvez fora de si, queria usar aquele mecanismo em benefício próprio. Alguns podem argumentar que a vítima, dessa vez, foi apenas uma pobre avó esperançosa. Parece claro que também foi, como em todos esses anos, a sociedade argentina,
Mas ela, cujos esforços ajudaram a muitos, já completou 92 anos, está ficando cega e ainda não encontrou sua neta. Até que, alguns dias atrás, uma senhora, María Elena Wehrli, apareceu com um teste de DNA de uma clínica particular e disse ser Clara Anahí, a neta em questão, e todos comemoram: o país comemora. Por algumas horas, os argentinos se sentem prazerosamente unidos –peronistas, antiperonistas, vários pró-governo, oposicionistas impiedosos– numa celebração que parece enaltecer todos. Mas a alegria dura pouco; dois dias depois aparecem testes mais sérios, oficiais, que desmentem a relação genética: a suposta neta é uma farsa.
A história entristeceu milhões de argentinos: a esperança frustrada dessa avó que, por algumas horas, acreditou que tinha finalmente conseguido o objetivo da sua vida ao saber que não, que era uma mentira, e esgotar sua penúltima esperança. A outra, que a enganou, talvez tenha que responder por seus atos perante algum tribunal –ou talvez sinta apenas vergonha. Ainda não sabemos por que ela o fez: não é difícil supor que quisesse gozar das vantagens, dos privilégios, dos cuidados que esses netos recuperadosrecebem da sociedade e do Estado argentinos.
Como a história é triste; como metáfora, terrível. Há 12 anos, o governador de uma província no sul da Patagônia, que nunca tinha mostrado qualquer interesse pelos direitos humanos, que havia repudiado as Mães da Praça de Maioque tentaram visitar sua capital, que havia apoiado o indulto aos militares assassinos, se candidatou às eleições nacionais e, para sua surpresa, foi eleito. Tinha que governar, sem maior legitimidade, um país em chamas; talvez tenha sido por isso –sabe-se lá– que decidiu falsificar sua história e se apropriar das lutas e discursos das organizações de direitos humanos. E deu certo: seu Governo conseguiu mascarar sua injustiça social, seu clientelismo, sua corrupção descarada atrás das bandeiras da memória histórica.
Agora seu Governo –o de sua viúva– acaba de terminar, mas se vê que estabeleceu um precedente: uma mulher, talvez em necessidade, talvez fora de si, queria usar aquele mecanismo em benefício próprio. Alguns podem argumentar que a vítima, dessa vez, foi apenas uma pobre avó esperançosa. Parece claro que também foi, como em todos esses anos, a sociedade argentina,
Feliz 2017
Recessão de 3,6%, inflação de dois dígitos, bicando os 11%, mais de nove milhões sem emprego. Desastres naturais, outros nem tanto. Saúde em pandarecos, Educação ao Deus dará. Corrupção, bandalheira, escândalos em série. Caos na política, incompetência, desgoverno. O ano de 2015 começou torto e terminará ainda mais torto. Veio com defeito de origem, parte dele determinado pelo abuso de mentiras eleitorais do ano anterior.
Tudo que os brasileiros ouviram durante a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff assegurava a bonança. A economia ia crescer, o emprego se multiplicaria, a inflação seria controlada, a miséria extirpada de vez. O país seria a Pátria educadora, o atendimento à saúde chegaria aos patamares da excelência, com médicos para todos - ainda que importados de Cuba - e ambulatórios de especialidades.
Nada parecido com os milhares de crianças condenadas a um cérebro diminuto porque suas mães foram picadas por um mosquito que há muito deveria ter sido exterminado. Nada perto da falta de ataduras e antibióticos. Das cenas pré-natalinas de grávidas encolhidas no chão de um hospital da cidade maravilhosa, a mesma que gasta milhões para fazer bonito para estrangeiros nos jogos olímpicos do ano que vem.
O faz-de-conta marqueteiro não resistiu nem mesmo aos primeiros dias de janeiro. O desequilíbrio das contas públicas saltou mais fortemente aos olhos e ao bolso e a reeleita Dilma teve de fazer tudo ao contrário do que dizia. E tudo que não queria: parar de gastar e ajustar. Fracassou nas duas frentes.
Por absoluta falta de dinheiro em cofre, cortou investimento, mas só depois de voltar a pedalar. E quase absolutamente nada em custeio, mantendo a obesidade da máquina que consome quase tudo que arrecada do cidadão.
Falou e falou de ajuste. Mas da boca para fora, sem qualquer convicção.
Improvisou, foi para um lado e outro como barata dedetizada. Chegou a propor ao Parlamento um inédito orçamento com déficit. Fritou um ministro da Fazenda e quase nada avançou em 11 meses. Ao contrário, a economia degringolou ainda mais.
E, em velocidade também dilacerante, o ambiente político azedou por completo.
Com o recrudescimento das investigações da Lava-Jato e a possibilidade concreta do impedimento da presidente Dilma, o terror tomou conta de protagonistas de primeira grandeza. Do ex Lula e sua prole, de gente graúda do PT e do PMDB. Ao toma lá dá cá que sempre caracterizou a coalizão governista agregou-se a chantagem, tanto dos presidentes da Câmara e do Senado quanto do Planalto. Um espetáculo de baixarias.
Além das ações do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça na caça aos corruptos, o ano se salvou pelas ruas. Os não à Dilma e à roubalheira, vestidos de verde-amarelo e empunhando bandeiras do Brasil, tomaram as ruas por cinco vezes no ano, em uma delas, com mais de dois milhões de pessoas. Os pró-governo, com seus jalecos e bandeiras vermelhas da CUT - primeiro tímidos e agora com mais vigor -, também cobriram o asfalto. E os dois lados prometem voltar.
Para a paúra de muitos, a Lava-Jato, que condenou mais de 30, recuperando alguns dos milhões roubados da Petrobras para financiar o PT e aliados e encher bolsos dos amigos, deverá continuar importunando os poderosos.
Para a maioria dos brasileiros, esse é o maior alento.
Ao governo Dilma, as esperanças são outras: aprovar a nova CPMF e livrar-se do impeachment.
Contando com muita sorte e fé imensa, talvez dê para apostar em 2017.
Tudo que os brasileiros ouviram durante a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff assegurava a bonança. A economia ia crescer, o emprego se multiplicaria, a inflação seria controlada, a miséria extirpada de vez. O país seria a Pátria educadora, o atendimento à saúde chegaria aos patamares da excelência, com médicos para todos - ainda que importados de Cuba - e ambulatórios de especialidades.
Nada parecido com os milhares de crianças condenadas a um cérebro diminuto porque suas mães foram picadas por um mosquito que há muito deveria ter sido exterminado. Nada perto da falta de ataduras e antibióticos. Das cenas pré-natalinas de grávidas encolhidas no chão de um hospital da cidade maravilhosa, a mesma que gasta milhões para fazer bonito para estrangeiros nos jogos olímpicos do ano que vem.
O faz-de-conta marqueteiro não resistiu nem mesmo aos primeiros dias de janeiro. O desequilíbrio das contas públicas saltou mais fortemente aos olhos e ao bolso e a reeleita Dilma teve de fazer tudo ao contrário do que dizia. E tudo que não queria: parar de gastar e ajustar. Fracassou nas duas frentes.
Por absoluta falta de dinheiro em cofre, cortou investimento, mas só depois de voltar a pedalar. E quase absolutamente nada em custeio, mantendo a obesidade da máquina que consome quase tudo que arrecada do cidadão.
Falou e falou de ajuste. Mas da boca para fora, sem qualquer convicção.
Improvisou, foi para um lado e outro como barata dedetizada. Chegou a propor ao Parlamento um inédito orçamento com déficit. Fritou um ministro da Fazenda e quase nada avançou em 11 meses. Ao contrário, a economia degringolou ainda mais.
E, em velocidade também dilacerante, o ambiente político azedou por completo.
Com o recrudescimento das investigações da Lava-Jato e a possibilidade concreta do impedimento da presidente Dilma, o terror tomou conta de protagonistas de primeira grandeza. Do ex Lula e sua prole, de gente graúda do PT e do PMDB. Ao toma lá dá cá que sempre caracterizou a coalizão governista agregou-se a chantagem, tanto dos presidentes da Câmara e do Senado quanto do Planalto. Um espetáculo de baixarias.
Além das ações do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça na caça aos corruptos, o ano se salvou pelas ruas. Os não à Dilma e à roubalheira, vestidos de verde-amarelo e empunhando bandeiras do Brasil, tomaram as ruas por cinco vezes no ano, em uma delas, com mais de dois milhões de pessoas. Os pró-governo, com seus jalecos e bandeiras vermelhas da CUT - primeiro tímidos e agora com mais vigor -, também cobriram o asfalto. E os dois lados prometem voltar.
Para a paúra de muitos, a Lava-Jato, que condenou mais de 30, recuperando alguns dos milhões roubados da Petrobras para financiar o PT e aliados e encher bolsos dos amigos, deverá continuar importunando os poderosos.
Para a maioria dos brasileiros, esse é o maior alento.
Ao governo Dilma, as esperanças são outras: aprovar a nova CPMF e livrar-se do impeachment.
Contando com muita sorte e fé imensa, talvez dê para apostar em 2017.
Autodefesa política
O impeachment, do ponto de vista do sistema político, é uma estratégia de autodefesa contra a Lava Jato. Esse é o objetivo. A Lava Jato instaurou uma desorganização política muito grande, em que cada um está tentando defender seus interesses. A questão é que essa capacidade de autodefesa é simplesmente a de ganhar tempo. Como o sistema político não consegue escapar da Justiça, o impeachment vira uma ferramenta de defesaMarcos Nobre
Coluna social
Este colunista está en-can-ta-do com o convite recebido, das famílias Roussef e Temer, impresso em verde-esmeralda e amarelo-ouro, uma belíssima criação da nova agência Valério & Youssef, convidando para o casamento de Dilma e Michel. Nossa pulguinha já coçava, atrás da orelha, desde que eles começaram a trocar cartas prometendo “relação fértil e profícua”, além de abrirem espaço em suas disputadíssimas agendas para encontros de onde saíam sempre com os olhos brilhando.
A cerimônia religiosa, aberta, será na Catedral de Brasília, com telões externos para quem não conseguir entrar. Já nos titizaram que MST, UNE e centrais sindicais acamparão no entorno para pegar os melhores lugares. A cerimônia civil será no Palácio do Planalto, gentilmente cedido pelo novo governo, mas apenas para mil e trezentos convidados, inclusive dezenas de ex-chefes de Estado. Aqui entre nós: Ângela Merkel e Hillary Clinton estão curiosíssimas para saber de Dilma dicas sobre “relações férteis e relaxamento de tensões”.
Nosso menino terrível, Eduardinho, continua fazendo Histhoria na presidência da Câmara Federal, para onde retornou depois de passar por Curitiba, Pinhais e Papuda. Agora quer que o novo anexo do Congresso, que terá shopping e hotel 5-estrelas, também tenha o Recanto Babá, para repouso das cuidadoras da progênie de nossos deputados e senadores. Com salão de beleza, piscina aquecida, sauna bi-sex e bistrô. Eduardinho diz que “será um anexo de padrão suíço”.
Enquanto isso, nossa Agente Minga, infiltrada nos meandros dos Três Poderes, informa que, depois das férias em dobro, auxílio-moradia e auxílio-alimentação, nossos juízes terão auxílio-fashion, para se manterem sempre em dia com os mais recentes ups da moda, tanto no vestuário quanto nos penteados e pinturas capilares. Os juízes justificam que a Justiça deve não apenas ser justa mas também integral: bem alimentada, bem amparada e, agora finalmente, ainda mais bonita! Nisso, Moro fez escola!
Vem aí a nova bolsa-família-nova, para, conforme o ministro das Relações Neo-Sociais, toda família formada sem pai nem mãe convencionais, inclusive solteirões e viúvos, desde que adotem um animal silvestre resgatado pelo Ibama. A nova bolsa visa “diversificar e humanizar nossa tessitura socio-amorosa”. Coerente com o novo slogan federal: Brasil, pátria de amores mil!
Cochicha-se intensamente em Brasília que certa ministra anda com garrafinhas de vinho na bolsa, para lançar em políticos machistas com piadinhas indecorosas. O senador Tiririca diz que pior não fica, e o presidente Renan, “contribuindo para uma agenda positiva”, já divulgou que mancha de vinho sai facilmente com sal ou limão, na hora, ou água com ácido muriático depois. Nada como gente experiente para cuidar da gente!
Frase ouvida nos corredores de Brasília: “Tem quem nasce para carregar cargas, tem quem nasce para cargos de confiança”. E, depois desta, adomingã!
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Nosso menino terrível, Eduardinho, continua fazendo Histhoria na presidência da Câmara Federal, para onde retornou depois de passar por Curitiba, Pinhais e Papuda. Agora quer que o novo anexo do Congresso, que terá shopping e hotel 5-estrelas, também tenha o Recanto Babá, para repouso das cuidadoras da progênie de nossos deputados e senadores. Com salão de beleza, piscina aquecida, sauna bi-sex e bistrô. Eduardinho diz que “será um anexo de padrão suíço”.
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Enquanto isso, nossa Agente Minga, infiltrada nos meandros dos Três Poderes, informa que, depois das férias em dobro, auxílio-moradia e auxílio-alimentação, nossos juízes terão auxílio-fashion, para se manterem sempre em dia com os mais recentes ups da moda, tanto no vestuário quanto nos penteados e pinturas capilares. Os juízes justificam que a Justiça deve não apenas ser justa mas também integral: bem alimentada, bem amparada e, agora finalmente, ainda mais bonita! Nisso, Moro fez escola!
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Vem aí a nova bolsa-família-nova, para, conforme o ministro das Relações Neo-Sociais, toda família formada sem pai nem mãe convencionais, inclusive solteirões e viúvos, desde que adotem um animal silvestre resgatado pelo Ibama. A nova bolsa visa “diversificar e humanizar nossa tessitura socio-amorosa”. Coerente com o novo slogan federal: Brasil, pátria de amores mil!
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Cochicha-se intensamente em Brasília que certa ministra anda com garrafinhas de vinho na bolsa, para lançar em políticos machistas com piadinhas indecorosas. O senador Tiririca diz que pior não fica, e o presidente Renan, “contribuindo para uma agenda positiva”, já divulgou que mancha de vinho sai facilmente com sal ou limão, na hora, ou água com ácido muriático depois. Nada como gente experiente para cuidar da gente!
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Frase ouvida nos corredores de Brasília: “Tem quem nasce para carregar cargas, tem quem nasce para cargos de confiança”. E, depois desta, adomingã!
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