segunda-feira, 21 de abril de 2014

Voo de aloprados

Todos sabem que há governo na cabine de comando, mas não há piloto. Há lá dentro pelo menos dois maus elementos, mesmo que a Física nos informe que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. A não ser, como na física nuclear, ambos sejam nêutrons, o que não é o caso. E a porta está blindada impedindo que se saiba o que andam fazendo. Mas certo mesmo é que colocaram o avião Republiqueta voando pelo piloto automático. Os passageiros sofrem horrores, porque não há como tirar os aloprados da cabine.
E o Republiqueta voa numa montanha russa. Sobe e desce, faz looping e o escambau, porque a turma da cabine fica apertando botão atrás de botão tentando acertar o rumo.
Sabe-se lá quando vão conseguir ao menos estabilizar o Republiqueta para continuar por pouco tempo um voo tranquilo.Também sequer pode-se pensar que pretendam pousar alguma vez, deixar as alturas dos urubus. Quem sabe queiram passear mais tempo como condores. Resta mesmo rezar para que alguma vez acertem nos botões, porque não se agüenta mais looping de aloprado.    

O partido oportunista

“Não sou adversário do PT, nem de Lula, nem de partido nenhum. Sou um cidadão que pensa e analisa a situação do país. Falo do que está diante de mim. Lula combateu toda a política de Fernando Henrique e depois adotou tudo, mas nunca disse que fez isso. Ao contrário, disse que era herança maldita. Ele não tinha projeto político, exceto aquela utopia comunista que havia fracassado no mundo inteiro. Ele inventou um jogo de mão dupla constante: Bolsa família para os pobres e empréstimos do BNDES para os ricos. Divulguei recentemente o manifesto de fundação do PT, cujo teor é quase igual ao Manifesto Comunista de Karl Marx, de 1848. Mas o que sobrou disso? Aliança com Paulo Maluf e o bispo Edir Macedo? Esse é o comunismo do PT? Virou um partido oportunista”

Ferreira Gullar, em entrevista para o jornal Cândido, do Paraná

Rede Pau nos Ratos

“Limpeza” in natura

Site dito jornalístico, integrante do jornalixo de Vila dos Patos, anuncia que estão sendo feitas a dragagem e a limpeza de um dos rios que desembocam nas lagoas da região. A obra serve para solucionar as enchentes na região. Também integram a primeira parte de um projeto de implantação do sistema de esgotamento sanitário. Essa primeira etapa, ao custo de R$ 60 milhões, atendendo dois bairros, será bancada pela Petrobras. O que não informa o jornalixo é que o trabalho não vai evitar as enchentes na região, que não têm como causa os rios, mas seu entorno, que vem recebendo água de outros locais. E a grande mentira é uma implantação de rede de esgotos, quando se sabe que a mesma foi “implantada” precariamente pelo governo municipal com o vazamento dos dejetos in natura e das águas pluviais numa mesma rede. Ao mesmo tempo, os esgotos sanitários não terão estação de tratamento. Em conclusão, a bosta vai continuar a poluir as lagoas e sujar a casa alheia nas chuvas. 

Novo dicionário

Os petistas estão mudando o significado dos termos do dicionário. Difamação pública virou mera liberdade de opinião quando aplicada aos adversários. Se o difamado for do partido, então é caso mesmo de crime. Assim também roubo, apropriação indébita, só se for referente aos outros. Ações desse tipo feitas por eles não passam de contribuição social. O importante, para eles, “é fazer a história mentir em proveito próprio”, segundo Jean-Claude Carrière    


Estrategistas de galinheiro

Com o surgimento das Unidades de Polícia Pacificadora, criadas pelo governo Cabral, no Rio de Janeiro, ninguém desconhece que a bandidagem resolveu emigrar para cidades pequenas sem qualquer aparato policial para contê-la. O problema vem se agravando rapidamente por falta de solução dos órgãos estaduais. Devido a isso os vereadores de uma dessas cidades resolveram jogar para a galera. Num festival de purpurina, discutiram por duas sessões, como se não tivessem mais o que fazer, as medidas que podem adotar para conter o tsunami de bandidos. É de uma deslavada cara de pau a atitude dos edis, porque muitos estão com fichas bem sujas de processos judiciais. Agora é descobrir como políticos bandidos podem dar uma solução à marginalidade que assola a vilazinha se não a mera fórmula de recorrer às autoridades policiais, o que levaram duas sessões para aprovar, depois de até bancarem estrategistas de ocasião.

Resposta engatilhada


Com a grita geral pelo aumento dos crimes em Vila dos Patos, o governo municipal, depois de uma “atitude” dos vereadores, ressuscitou o velho projeto de quatro anos atrás: um gabinete de gestão integrada com central de monitoramento de ruas. O custo está orçado em R$ 1,5 milhão – segundo alguns já sumiu - para um prédio de três andares e 20 câmeras de seguranças espalhadas pelas ruas do Centro. A derrubada de um antigo posto da Guarda Municipal para a construção do prédio do novo gabinete é uma “resposta” atrasada ao problema. Mais uma vez o governo municipal zela por manter engatilhado sempre um projeto miraculoso para resolver questões municipais que nunca serão resolvidas com paliativos.