sábado, 13 de janeiro de 2024

Pensamento do Dia

 


As estrelas

O ônibus para na frente do edifício do aeroporto.

Agora só restam três passageiros. Jenny, Camila e o pai de Camila. Eles procuram suas bagagens.

Depois da longa viagem de ônibus, a mais longa que Jenny fez em sua vida, ela tem a sensação de conhecer muito bem os outros dois. Eles estão mais próximos dela do que Siri, Ragnhild e as colegas do laboratório. Eles são mais do que companheiros casuais de viagem. Eles são seus semelhantes.

Jenny joga o sobretudo verde sobre um braço e com o outro puxa a mala para fora do compartimento de bagagem. Depois ela sai do ônibus, o motorista faz o motor roncar, fecha as portas e segue viagem.

Anoiteceu entre Soreide e Bergen. A Terra girou alguns graus em torno de seu eixo e fez o sol desaparecer no horizonte. As luzes vermelhas de sinalização no limite do aeroporto comprovam que Jenny morrerá no final do século XX.

Jenny movimenta-se com passos pesados em direção à entrada.

Embarque... Departure.

Sobre o baixo edifício do aeroporto, ela vê as primeiras estrelas da noite como pálidas manchas azuladas na penumbra.

Sóis distantes. E ainda assim nossos vizinhos mais próximos no Universo.
Jenny vai morrer num planeta que gira em torno de uma entre bilhões de estrelas da Via Láctea. E além da Via Láctea, mais além de onde alcançam os pensamentos de Jenny, existem outras centenas de milhões de galáxias como essa.

A morte tão perto — e as estrelas tão distantes.

Jenny teve uma fase em que se interessou por astronomia. Desde o segundo grau até quando foi para Trondheim fazer seus estudos de química, ela lia todos os livros que conseguia encontrar sobre o Universo. Era como uma obsessão.

Jenny sabia que toda a matéria no Universo formava uma unidade orgânica. Ela também sabia que, em tempos primordiais, toda a matéria havia se concentrado numa bola de massa tão desproporcionalmente densa, que a cabeça de um alfinete pesava bilhões de toneladas. Sabia que o átomo primordial explodira devido à imensa força gravitacional. Sabia também que o Universo que a cercava agora era resultado dessa explosão. E mais ainda: ela sabia que todas as galáxias ainda estavam se afastando umas das outras numa velocidade astronômica.

No segundo grau, uma vez Jenny se inserira dentro de um contexto maior. Ela traçara coordenadas de tempo e espaço e localizara sua própria cidade com toda a exatidão. Aprendera a lidar com os acontecimentos arbitrários com os quais os seres humanos inescapavelmente se confrontam na Terra. Depois a vida na Terra a agarrara cada vez mais firmemente.

Jenny vê uma estrela sobre o aeroporto de Bergen. Ela sabe que a luz dessa estrela percorreu bilhões de quilômetros antes de se encontrar com seu olhar no dia 5 de abril de 1983 às vinte e uma horas.

A luz dessa estrela precisou de tempo para essa longa viagem. A cada pulsação no corpo de Jenny, ela avançava centenas de milhares de quilômetros através da noite cósmica. E mesmo assim foram necessários dias e meses e anos. Dez anos, cem anos, milhares de anos...

Olhar para o espaço sideral significa retroceder no tempo. Não vemos o Universo como ele é, mas como foi há muito tempo...

Quando os radiotelescópios conseguem captar a luz de longínquas galáxias que estão a bilhões de anos-luz distantes de nós, eles desenham um mapa do Universo como ele era nos tempos primordiais após a grande explosão. Sim, pois o Universo não conhece uma geografia atemporal. O Universo é um acontecimento. O Universo é uma explosão.

Olhar para o espaço sideral significa viajar no tempo.

Jenny sabe disso. Ela sabe disso desde que tinha dezesseis anos.

Tudo o que uma pessoa pode ver no céu são fósseis cósmicos de milhares e de milhões de anos. Tudo o que um astrólogo pode fazer é interpretar o passado.
Quando uma química de vida atarefada que está com câncer levanta seu olhar da Terra e olha para o espaço sideral, está olhando retrospectivamente para a história do Universo. Numa noite clara, ela vê milhões, sim, bilhões de anos atrás no passado. De certa forma, está vendo o caminho de volta para casa, de volta para sua origem cósmica.

Quando Jenny era criança, muitas vezes a ideia de que o Universo era infinito lhe causava vertigens. Seu pai lhe explicara que o mundo era uma minúscula esfera que girava em torno do Sol. O Sol era uma estrela. E lá em cima no céu havia milhões e mais milhões daqueles sóis.

E depois das estrelas? Outros milhões de novas estrelas. E depois destas?
Em suas leituras, Jenny deparara com o fato de que essa já era uma visão ultrapassada do mundo. O Universo não era infinito. Ele era grande. Mas não infinito.

E não era para ter vertigens com essa ideia? Que o Universo fosse finito, a realidade, um enigmático colosso que se erguia do nada absoluto?

A caminho do setor de embarque, Jenny se lembra de que lera sobre um astrônomo que calculara o número total de galáxias no Universo. E, não se dando por satisfeito, além de contar as estrelas do firmamento, calculara também o número total de partículas elementares em todo o cosmo e determinara o peso do Universo.

Jenny fica emocionada com essa ideia.

A realidade, ela pensa, a realidade é um objeto que pesa determinado número de quilos.

Nesse momento, a massa do Universo está dividida em bilhões de galáxias numa área gigantesca. Mas nem sempre foi assim. Em algum momento, em tempos remotos, há dez ou quinze bilhões de anos, toda a massa existente no Universo formava um único objeto. Naquela época, um único objeto formava a realidade.

A pulsação de Jenny acelerou com esse pensamento.

Todas as estrelas e galáxias no espaço sideral compõem-se da mesma matéria. Aqui e ali foram se formando aglomerações dessa matéria. Uma galáxia pode estar a bilhões de anos-luz das outras. Mas todas possuem a mesma origem. Todas são da mesma linhagem...

Mas que matéria era essa que formava o mundo?

O que é isso que explodiu há bilhões de anos? De onde veio?

Essa questão afeta Jenny profundamente. Afinal, ela mesma é feita dessa matéria.
Jostein Gaarder, "O Pássaro Raro"

Os destrutivos 'homenzinhos'

As manifestações oficiais sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 foram acompanhadas de análises e proclamações que celebravam a solidez da democracia brasileira. Vou buscar aqui um caminho um tanto acidentado para inspecionar os desvarios destrutivos das massas que invadiram prédios públicos e destruíram obras de arte e outras coisas mais. O leitor de CartaCapital há de tolerar minha busca de apoio em Hannah Arendt, Wilhelm Reich e Élisabeth Roudinesco. O personagem social que deambula nas páginas desses três autores é o indivíduo que carrega na alma as dores, aspirações e conflitos da sociedade de massa capitalista.

A busca pela diferenciação dos estilos de vida é a marca registrada da concorrência de massas. Desgraçadamente para a maioria dos aspirantes, pobres e remediados, os impulsos para acompanhar os hábitos, gostos e gozos dos bem aquinhoa­dos se esboroam nas angústias da desigualdade. A maioria não consegue realizar seus desígnios, atolada no pântano da sociedade de massa. Os ganhos propiciados pela valorização da riqueza financeira sustentam o consumo dos ricos e, simultaneamente, aprisionam as vítimas da crescente desigualdade nos circuitos do crédito. No afã desatinado de acompanhar os novos padrões de vida, a legião de fragilizados compromete fração crescente de sua renda no endividamento.


Hannah Arendt abordou, em As Origens do Totalitarismo, as transformações sociais e políticas na era do capitalismo tardio e da sociedade de massa. A economia dos monopólios promoveu a substituição da empresa individual pela coletivização da propriedade privada e, ao mesmo tempo, engendrou a “precarização” do trabalho. A isso juntou-se a conversão ao regime salarial das profissões outrora conhecidas como liberais. A operação impessoal das forças econômicas produziu, paralelamente, o declínio do homem público e a ascensão do “homem massa, cuja principal característica não é a brutalidade ou a rudeza, mas o seu isolamento e a sua falta de relações sociais normais”.

Trata-se da abolição do sentimento de pertinência, sem a supressão das relações de dominação. “As massas surgiram dos fragmentos da sociedade atomizada, cujas estrutura competitiva e concomitante solidão do indivíduo eram controladas quando se pertencia a uma classe. O fato de que o ‘pecado original’ da acumulação de capital tenha requerido novos pecados para manter o sistema em funcionamento foi eficaz para persuadir a burguesia alemã a abandonar as coibições da tradição ocidental… Foi esse fato que a levou a tirar a máscara da hipocrisia e a confessar abertamente seu parentesco com a escória.” Para Arendt, a escória não tem a ver com a situação econômica e educacional dos indivíduos, “pois até os indivíduos altamente cultos se sentiam particularmente atraídos pelos movimentos da ralé”.

Arendt escreveu sobre o totalitarismo no século XX e ressaltou a importância da esfera pública, na qual se formam os consensos pelo livre debate de ideias. O único remédio contra o mau uso do Poder Público pelos indivíduos privados está na constituição de um espaço público capaz de avaliar os procedimentos de cada cidadão, submetendo-os à visibilidade. Quando as opiniões são bloqueadas pela intimidação e desqualificação sistemáticas, a meritocracia das ideias sofre um grave dano e o debate democrático escapa às normas da razão e pode ser manipulado.

Em sua configuração atual, o capitalismo escancara a incapacidade de entregar o que promete aos cidadãos. A celebração do sucesso colide com a exclusão social. O desemprego promovido pela transformação tecnológica e pela migração da manufatura para as regiões de baixos salários tromba com a igualdade de oportunidades.

A pressão competitivo-aquisitiva desencadeia transtornos psíquicos nos indivíduos utilitaristas-consumidores. Os trabalhos de destruição da subjetividade iluminista são realizados por uma sociedade que precisa exaltar o sucesso econômico e abolir o conflito. Nesse ambiente competitivo, algozes e vítimas das promessas irrealizadas de felicidade e segurança assestam seus ressentimentos contra os inimigos imaginários, produtores do seu desencanto. Os inimigos são os outros: os imigrantes, os pobres preguiçosos que preferem o Bolsa Família e recusam a vara de pescar, comunistas imaginários etc.

As normas sociais da concorrência utilitarista que guiam o sujeito pós-moderno levam à morte o indivíduo iluminista de Adam Smith, aquele consciente de sua liberdade e empenhado na preservação de sua autonomia. Ele foi substituído por um indivíduo depressivo em seus insucessos e frustrações, sempre preocupado em retirar de si, com doses maciças de Prozac, a essência de todo o conflito.

No livro The Mass Psychology of F­ascism, Wilhelm Reich assegura que a mentalidade dos destrutivos de 8 de janeiro é a mentalidade do “homenzinho”: escravizado, anseia por autoridade e, ao mesmo tempo, é rebelde. Não é coincidência que todos os aspirantes a ditadores, como Jair Bolsonaro, tenham surgido no meio reacionário do homenzinho.

A rejeição pós-moderna é mais profunda porque, de forma devastadora, erodiu os sentimentos de pertinência à mesma comunidade de destino, suscitando processos subjetivos de diferenciação e (des)identificação em relação aos “outros”. E essa recusa do outro vem assumindo cada vez mais as feições de um individualismo tosco, agressivo e antirrepublicano.

Na Genealogia da Moral, Nietzsche não hesita em afirmar que “o grande perigo para os homens são os indivíduos doentios, não os maus, não os predadores. Sãos os desgraçados, os destruídos, os vencidos de antemão – são eles, são os fracos que mais solapam a vida entre os homens, que envenenam e colocam em questão da maneira mais perigosa nossa confiança na vida e nos homens”. Os aforismos de ­Nietzsche exclamam protestos conta as virtudes do cristianismo, contra o ressentimento e a má consciência dos fracos, mergulhados na mediocridade da sociedade de massa.

A “psicologização” utilitarista da existência, diz Roudinesco, avassalou a sociedade e contribuiu para o avanço da despolitização, filha dileta do que Michel ­Foucault e Gilles Deleuze chamaram de “pequeno fascismo da vida cotidiana”, praticado e celebrado pelo indivíduo ressentido, ao mesmo tempo protagonista e vítima de um processo social que não compreende. O pequeno fascismo desliza sorrateiro para a alma de cada indivíduo, sem ser percebido, ainda que continue a simular a defesa dos sacrossantos princípios da família, dos costumes e da religião.

País mais pobre do Oriente Médio é alvo dos Estados Unidos

Cerca de 80% dos 31 milhões de iemenitas vivem abaixo da linha da pobreza e 70% da população sobrevive com ajuda humanitária. Apesar de ser o país mais pobre do Oriente Médio, Iêmen virou alvo de caças e mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados pelos Estados Unidos e Reino Unido. Cada Tomahawk custa em média 1,87 milhões de dólares. A renda per capita da população iemenita mal chega a 750 dólares, 10 vezes menor que no Brasil.

Rachado por uma guerra civil, parte do Iêmen é controlado pelos rebeldes Houthis que, em apoio ao Hamas, passaram a atacar navios no Mar Vermelho. Prometiam mirar apenas embarcações de Israel, mas atingiram diversos alvos sem ligação com os israelenses. Eles são financiados pelo Irã.

Joe Biden, presidente dos EUA, explicou assim a mais recente ofensiva contra o Iêmen que, desde 2002, foi alvo de 400 ataques aéreos dos americanos:

“Hoje, sob minha orientação, as forças militares dos EUA – juntamente com o Reino Unido e com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda – conduziram com sucesso ataques contra uma série de alvos no Iêmen usados ​​pelos rebeldes Houthis para pôr em perigo a liberdade de navegação no Iêmen, uma das vias navegáveis ​​mais vitais do mundo… Não hesitaremos em tomar novas medidas para proteger o nosso povo e o livre fluxo do comércio internacional, conforme necessário”.

Bombas disparadas do ar, da superfície e de subplataformas destruíram mais de uma dúzia de alvos Houthis, como depósitos de armas, radares e locais para armazenar drones, misseis balísticos e misseis de cruzeiro.

Apesar de contar com o apoio de países como Holanda, Austrália e Reino Unido, Biden terá que lidar com a oposição de cidadãos americanos que passaram a protestar contra os ataques horas depois dos primeiros misseis serem disparados contra a capital do Iêmen.

Dentro do Congresso americano, tem parlamentar insatisfeito com essa frente de batalha que acontece em meio à guerra de Israel contra Gaza. A Reuters separou algumas falas de congressistas republicanos e democratas. Pelo jeito, Biden terá mais trabalho para convencer seus aliados do que a oposição. Ele não pediu autorização dos senadores e deputados para lançar os ataques de ontem, como manda a lei. Segue traduzido o que disseram 3 democratas e 3 republicanos:

Gregory Meeks, Democrata de Nova Iorque:
“Embora apoie estes ataques militares direcionados e proporcionais, apelo à administração Biden para que continue os seus esforços diplomáticos para evitar a escalada para uma guerra regional mais ampla e continue a envolver o Congresso nos detalhes da sua estratégia e base jurídica, conforme exigido por lei”.

Mitch McConnell, líder dos Republicanos no Senado:
“Dou as boas-vindas às operações dos EUA e da coligação contra os terroristas Houthis apoiados pelo Irã, responsáveis ​​por perturbar violentamente o comércio internacional no Mar Vermelho e atacar navios americanos. Uma mudança duradoura na abordagem da administração Biden em relação ao Irã e aos seus representantes.”

Ro Khanna, Democrata da Califórnia:
“O Presidente precisa de vir ao Congresso antes de lançar um ataque contra os Houthis no Iêmen e de nos envolver noutro conflito no Oriente Médio. Esse é o Artigo I da Constituição. Defenderei isso independentemente de um Democrata ou um Republicano estar no poder.”

Roger Wicker, Senador Republicano pelo Mississípi:
“É importante que acompanhemos esta ação em estreita consulta com os nossos parceiros sauditas para garantir que estejam conosco à medida que a situação evolui… É hora de acabar com a conversa fiada de ‘resoluções conjuntas’ e ‘forças-tarefa marítimas’. Este ataque deveria ser um aviso aos Houthis e outros representantes iranianos de que sofrerão consequências catastróficas da escalada na região.”

Val Hoyle, Democrata do Oregon:

“Estes ataques aéreos não foram autorizados pelo Congresso. A Constituição é clara: o Congresso tem autoridade exclusiva para autorizar o envolvimento militar em conflitos no exterior. Cada presidente deve primeiro comparecer ao Congresso e pedir autorização militar, independentemente do partido.”

Susan Collins, Republicana do Maine:
“O Irã e os seus representantes devem compreender que os repetidos ataques às tropas dos EUA e a interrupção de rotas marítimas críticas não serão tolerados. Os ataques militares levados a cabo pela Administração em conjunto com os parceiros da coligação são uma resposta atrasada aos representantes apoiados pelo Irã que atacaram militares, bases e navios dos EUA mais de 120 vezes desde Outubro, resultando num militar gravemente ferido. Além disso, os terroristas Houthis lançaram dezenas de ataques a navios comerciais e não militares de vários países”.

Hipocrisia global

Relatório da ONG Human Rights Watch (HRW) afirma que a seletividade com que governos tratam direitos humanos mina a confiança nas instituições responsáveis por proteger esses direitos. Não vejo como discordar.

Líderes globais são rápidos em denunciar violações cometidas por países com os quais têm diferenças, mas mostram tolerância inesgotável para com abusos perpetrados por nações amigas. "Quando governos condenam veementemente os crimes de guerra do governo de Israel contra civis em Gaza, mas silenciam frente aos crimes contra a humanidade do governo chinês em Xinjiang, ou exigem punições internacionais em relação aos crimes de guerra russos na Ucrânia ao mesmo tempo que minimizam a responsabilização dos EUA pelos abusos no Afeganistão, enfraquecem a crença na universalidade dos direitos humanos e na legitimidade das leis destinadas a protegê-los", diz a HRW.


Na mosca. O nome disso é hipocrisia e, como já ensinava La Rochefoucauld, hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude. Cabe a ONGs, à mídia independente e a quem mais quiser apontar as contradições dos governantes e cobrar-lhes coerência. Mas não devemos ser ingênuos a ponto de achar que isso muda o jogo. Lidamos aqui com alguns dos mais profundos vieses humanos, que não serão revertidos com lições de moral.

O interessante é que, apesar dessa falha catastrófica, o sistema funciona. A analogia aqui é com a ciência. O ideal seria que cientistas, em nome da autocorreção, procurassem obsessivamente falhas em suas teorias e experimentos. No mundo real, porém, cientistas tendem a defender e não atacar suas próprias ideias. Erros e imprecisões costumam ser descobertos por grupos rivais. E é o que basta. O importante é que os desacertos sejam apontados, não importa tanto por quem.

Continuando com La Rochefoucauld, "a opinião que nosso inimigo tem de nós está mais perto da verdade do que a nossa própria".