sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Até de morto se aproveita
Casal "dono de Maricá" em Nice, numa de suas viagens internacionais à Europa |
A cretinice, no Brasil, não tem medidas. Nem luto se
respeita, mas se aproveita para, quem sabe, abiscoitar uns votinhos a mais para campanha de madame.
Assim fez o prefeito de Maricá e presidente regional do PT, conhecido por se
achar mais do que é. E num gesto “presidencial”, com o ego inflado, decretou
luto de três dias pela morte do ex-candidato do PSB, o mesmo que se pudesse
achincalharia durante as eleições. Afinal, quem não está com o PT ou aliados,
como pensa o inquisidor, está com o diabo e deve ser excomungado.
O decreto é outra farofada do prefeitinho, que também
decretou luto oficial pela morte do próprio irmão, numa consagração da família.
E o morto, alcunhado de “Rato”, nunca fez nada pelo município, mas saiu no
lucro pós-morte dando nome a duas “obras”, com recursos dos governos estadual e
federal. Para orgulho mafioso e aplausos dos puxa-sacos, quem era um zero à
esquerda ganhou placa.
Agora o “prefeitalha” resolve, do alto das sapatilhas de
reizinho da pocilga, “homenagear” político respeitável como se esse precisasse
da homenagem de gentinha para ser maior do que foi.
O filho adotivo?
Pouco antes das eleições municipais de 2012, Sigmaringa
Seixas, ex-vice-governador do Distrito Federal pelo PT, foi despachado por Lula
ao Recife com uma tarefa que o ex-presidente considerava difícil, mas não
impossível: convencer Eduardo Campos, então governador de Pernambuco pela
segunda vez, a desistir da ideia de se lançar candidato à sucessão de Dilma
dali a dois anos.
Até então ainda não se falava de público na candidatura de
Eduardo pelo partido que ele presidia – o PSB. Eduardo recebeu Sigmaringa no
Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco. Conversaram
sozinhos durante mais de duas horas. Sigmaringa retornou a Brasília no mesmo
dia. Orientado por Lula, acenara para Eduardo com a hipótese de ele compor como
vice a chapa de Dilma à reeleição.
Eduardo recusou a proposta. Alegou que não deixaria o
governo para ser vice. Os pernambucanos não entenderiam seu gesto. Então
Sigmaringa jogou na mesa o que imaginou que fosse um trunfo: Lula estava
disposto a apoiar Eduardo para presidente em 2018. Em troca, Eduardo fecharia
com a reeleição de Dilma.
- Obrigado, mas não topo – descartou Eduardo.
- Mas por quê? – insistiu Sigmaringa.
- Confio na palavra de Lula, mas não confio na palavra do PT
– respondeu.
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