sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Dilma x Cunha Dueleo arma revolver acordo topo impeachment

Leilão define a sorte do impeachment

Que país é este capaz de reagir com naturalidade à notícia de que Lula e o governo negociam com Eduardo Cunha o sepultamento de pedidos de impeachment contra Dilma em troca da preservação do mandato dele, acusado no Conselho de Ética da Câmara de quebra de decoro parlamentar?


Lula desembarcou em Brasília, anteontem, como parte da operação de resgate duplo de Dilma e de Eduardo. No dia seguinte, o Procurador Geral da República denunciou pela segunda vez Eduardo ao Supremo Tribunal Federal pelo crime de ter escondido na Suíça dinheiro que recebeu como propina por negócios feitos com a Petrobras.

Pensa que Lula se chocou com isso? Que Dilma se chocou com isso? Que alguém dentro do governo ou dos partidos políticos se chocou com isso?

O cadastro de Eduardo é antigo. O modo dele de fazer política é antigo e, como observou outro dia o vice-presidente Michel Temer, peculiar. Logo... Logo o que Eduardo faz ou deixa de fazer não é novidade. É mais do que previsível.

Em 2003, quando o PT subiu com Lula pela primeira vez a rampa do Palácio do Planalto, poderia soar como novidade a disposição de ambos de se render a qualquer tipo de tentação para não abrir mão do poder.

Hoje, não mais. Não mais depois que uma sofisticada organização criminosa inventou o mensalão que desembocou no petrolão.

É por isso que nada mais surpreende um país anestesiado. Nem mesmo o leilão do qual participam o governo e a oposição para ver quem paga mais pela companhia de Eduardo.

Não é ele quem está em jogo, mas o poder. Se Eduardo arquivasse na próxima semana pedidos de impeachment que ainda não examinou, acabaria a história de derrubar Dilma.

O governo teria vencido.

Se admitisse a tramitação na Câmara de qualquer pedido, o processo do impeachment estaria apenas começando. Brilhariam os olhos da oposição, particularmente os de Aécio Neves.

Já, já ou mais adiante, o provável é que o governo vença o leilão. Ele tem muito mais a oferecer a Eduardo. Nada que seja confessável.

Abaixo o golpismo!

A palavra "golpe" voltou à moda. Também quero empregá-la. A dupla Teori Zavascki-Rosa Weber e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escreveram a seis mãos o mais improvável dos roteiros do golpe contra as instituições. Entregue a Hollywood, seria devolvido por inconsistência narrativa. Os nossos vizinhos portenhos, que conseguem fazer sequências de até meia hora sem um único palavrão, se negariam a levar às telas a chanchada fescenina –não que eles sejam muito melhores na hora do voto.
Não foi falta de aviso, acho! Palmas para o jornalismo engajado de esquerda, de direita e de encomenda! A Operação Lava Jato fatiou –foi ela, não o Supremo– o petrolão sob o pretexto de que era preciso enforcar na 13ª Vara o último empreiteiro com a tripa de outro empreiteiro. Dos políticos, encarregar-se-ia o Supremo. É mesmo? Eis aí.

Poucos se deram conta de que essa narrativa era essencialmente mentirosa porque negava a evidência de que a ação criminosa tinha um eixo, um propósito, uma centralidade, um comando. Ou por outra: o petrolão, a exemplo do mensalão, é o braço operacional de um projeto político, liderado pelo PT, de que Dilma é a expressão presente.

E foi essa informação que a Lava Jato sonegou desde sempre dos brasileiros. Nunca antes uma retórica jacobina foi tão servil à manutenção do velho regime! Ah, os incendiários da reação!!!

Quantas vezes estranhei aqui e em toda parte que Eduardo Cunha tivesse se transformado na principal figura do petrolão? Ele pode ser culpado de tudo e de um pouco mais. Mas personagem principal??? É bizarro!

Essa farsa tem autoria: Janot, a quem parabenizo pelo golpe, e o Ministério Público Federal. Desde o começo, eles têm demonstrado um rigor exemplar com o presidente da Câmara, tanto quanto parecem ter relaxado, para ser suave, a atenção com Renan Calheiros (PMDB-AL).

A condução da investigação criou a farsa de que são dois os litigantes: Dilma e Cunha. Ela na posição de vítima, e ele na de vilão; ela como a virgem pálida de um romance de Alexandre Herculano, e ele como o invasor, brandindo a espada sarracena, tentando assaltar o palácio. É de dar nojo!
Faltava a colaboração dos dois ministros do Supremo. As liminares concedidas por Teori e Rosa contra parte do rito clarificado –e não inventado– por Eduardo Cunha para a tramitação das denúncias (e não do impeachment) contra Dilma entrarão para a história do direito como um dos maiores exotismos já produzidos pela Justiça. Ninguém entendeu nada. Nem mesmo está claro a que princípio constitucional atendem. É um vexame!

O que a dupla fez foi cassar uma prerrogativa da oposição –além de declarar sem efeito o Regimento Interno da Câmara–, conferindo a Cunha superpoderes que fazem dele, agora sim, o supernegociador do mandato de Dilma. Pode negociar, por que não?, também em causa própria se quiser. Deram-lhe a chave do quarto da virgem pálida.

Rosa e Teori juntaram petrolão e pedalada num abraço insano, contra o Brasil. O roteiro do golpe, que preserva o mandato de Dilma, pune alguns empreiteiros, transforma a Petrobras em vítima e mantém intocada a estrutural estatal que convida à reiteração do crime, já está escrito.

A questão é saber se os brasileiros aceitarão, mais uma vez, o papel de bananas.
Reinaldo Azevedo

A mentira como método

A tarefa da política, segundo Aristóteles, é investigar qual a melhor forma de governo e instituições capazes de garantir a felicidade coletiva.

A tarefa da política, segundo Lula, é manter-se no poder a qualquer custo, nem que para isso seja preciso mentir descaradamente.

Há uma certo deslizamento de sentido e uma intensa deterioração ética, talvez provocada pela passagem dos séculos, entre a definição do filósofo grego e a prática do filósofo de Garanhuns.


Deixemos Aristóteles para os espíritos superiores e estudiosos da filosofia política, e vamos nos aproximar do que temos à mão para tentar entender as profundas razões éticas e políticas que permeiam a ação do nosso fenômeno de massas.

O modus operandi ético-intelectual do filósofo de Garanhuns é suficientemente conhecido para que não seja preciso desperdiçar - tempo tentando mais uma vez descrevê-lo.

Esbravejar com a voz rouca do alto de um palanque ameaçando mover céus e terra para manter a divisão do Brasil entre "nós", os bons, os caridosos, as almas puras, os igualitários, e “eles”, os elitistas impuros, egoístas, escravagistas, racistas, os que odeiam pobres viajando ao lado deles em aviões- essa é identificação primeira da “trade mark” lulista.

A partir desse carimbo, e do pensamento mágico que o envolve, tudo é possível. Uma vez estabelecida a divisão entre os bons e os maus, e fechado um exército em torno do maniqueísmo resto fica fácil. O eleitor brasileiro mais simplório lê com muita facilidade a cartilha do populismo: o mundo se divide entre os que querem o bem do povo e os que querem o mal do povo. Simples assim.

No conturbado cenário político brasileiro dos últimos tempos, que entrelaça uma crise política e uma crise econômica fabricadas pela fragilidade operacional e incompetência gestora do governo, o filósofo de Garanhuns salta para a ribalta sempre que a criatura política que ele inventou e colocou na presidência da República precisa de um laço firme e um braço forte.

Ele atua em duas dimensões: uma no segredo dos bastidores, onde se move com um certo segredo mas sem grande sutileza, e outro em um palco, desde que esteja cercado de sua plateia cativa, que aplaude cada palavra sua como se fosse a encarnação do Verbo Divino.

Enquanto no bastidor dizem que ele se jogou na tentativa de enlaçar Eduardo Cunha na barganha mandato x impeachment, no palco de uma reunião companheira, ele chegou ao ápice da desfaçatez, confessando que Dilma cometeu, sim, crime fiscal, mas foi por uma boa causa: pagar o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

O céu é o limite para os padrões éticos de Lula. Nunca ninguém chegou tão perto de oficializar o velho refrão populista que nasceu com o ademarismo em São Paulo e ganhou contornos profissionais com Paulo Maluf: rouba, mas faz.

No caso não se trata de roubo, trata-se de crime fiscal, mas o ingrediente moral é o mesmo: os fins justificam os meios, um dos princípios mais sórdidos já inventados na desqualificação e a degeneração moral da prática política.

Além de ser uma justificativa imoral, tem um componente ainda mais sórdido: é mentirosa.

Está comprovado que dos 40 bilhões de pedalada fiscal, 6 bilhões eram destinados ao Bolsa Família Os outros 34 bilhões era dinheiro a juros subsidiados para grandes empresas escolhidas a dedo pelo governo. Uma verdadeira bolsa-empresário.

A requintada fórmula moral do PT é que não basta cometer crimes fiscais para manter-se no poder. É preciso também mentir.

Lula nos manda ir à feira

Dilma Rousseff encetou uma vigorosa campanha para salvar seu mandato. É um direito que lhe assiste. Deve ser duro passar por um impeachment, taí, deve ser muito duro. O Collor que o diga.

Ela se insurge contra a oposição e alega que o ódio e a intolerância disseminados contra seus governos e os do Lula, leia-se contra o PT, são tentativas de tirar seu mandato sem que exista qualquer “fato jurídico ou político”.

Será que seus seguidores acham que sua incapacidade de ver o que se passa à sua volta, sua incompetência para administrar, seu modo rude e tosco de tratar seus auxiliares, são os motivos que levam a maioria dos brasileiros a sonhar com seu afastamento? Na verdade, se fosse só isso, não haveria 'fato jurídico ou político' para pedir seu impeachment.


Mas... fora isso (numa homenagem à grande crônica do Veríssimo de ontem) houve a campanha pela reeleição, fábula fiada do começo ao fim.

Fora isso, houve a derrocada de nossa maior empresa, verdadeiro descalabro que aconteceu sob suas asas.

Fora isso, tem a explicação, que de tão fantasiosa chega a ser ofensiva, que as 'pedaladas fiscais' de dona Dilma foram feitas para honrar os compromissos com o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida!

Fora isso, tem essa cantilena insuportável sobre o ajuste e sobre ser nossa obrigação, como cidadãos, colaborar sofrendo cada vez mais para que o país ajuste sua Economia.

O que o governo fez pelo tal ajuste? Uma verdadeira economia de palitos, uma gota d’ água no imenso oceano de dívidas em que estamos mergulhados.

E falou, falou muito, e deu voz novamente ao Lula – só não lhe entregou ainda a caneta. Quero crer.

E alimentou a doença infantil da esquerda fajuta que nos enfiou o Foro São Paulo goela abaixo e por conta disso ficamos atrelados ao Mercosul, dispensamos a Alca e agora perdemos a oportunidade de participar da TPP (Trans-Pacific Partnership), o acordo comercial que une doze países banhados pelo Pacífico (entre os quais EUA, Japão, México, Austrália) que respondem por 40% do PIB global.

Bem, você dirá, não vejo lógica. O Brasil está bem longe do Pacífico apesar da promessa mais longínqua ainda de uma estrada que nos levaria até lá.

Isso é fato. Mas, segundo li no 'Terraço Econômico', em artigo assinado por Rachel Borges de Sá, como o TPP “visa reduzir barreiras comerciais com o corte ou redução de tarifas de importação entre países-membros a fim de aumentar o fluxo de bens e serviços”, fica simples compreender que o Brasil sairá perdendo com esse acordo “já que se você não precisa pagar nenhuma tarifa (ou seja, impostos de importação ou exportação) nem enfrentar nenhuma complexa burocracia, por que você iria comprar de outro?”.

Se em vez de estar com ideia fixa na manutenção do Poder o Governo governasse, quem sabe faria os países do Mercosul compreender que essa união aduaneira que temos é um entrave a voos mais altos?

Enquanto eles só pensam em manter as rédeas do Poder nas mãos, o Brasil se embaralha cada vez mais. A Economia vai de mal a pior, a Política fica cada vez mais feia e Lula e dona Dilma só pensam em barrar o impeachment que a Oposição deseja. Estão como o Juquinha da anedota...

Lula chegou a dizer lá no 12º Congresso da CUT:

— A Dilma não ganhou eleição para ficar batendo boca com perdedores. Se eles quiserem chorar, que comprem cebola para descascar.

E quem precisa de cebolas?

O Arnesto

Há certas coisas que são tão escandalosas que deveriam vir acompanhadas de manual de instruções. Uma delas seria a vinda ao Brasil do Arnesto; ele mora no Brás. Chefete de uma trapizomba comunista que atende pela alcunha de Unasur, o bolivariano agora sem grana veio alinhavar como será o comunismo rampeiro do século 21 sem a presença marcante do BNDES na parada.

E aquele rio de dinheiro, dona? Como vamos alimentar as boquinhas marretas que gorjeiam essa ode ao ridículo, américa subsaariana afora, se os brasileirinhos desse mato sem cachorro estão finalmente acordando e não pretendem mais pagar a conta de luz de nossa agremiação de meliantes? Os bolivarianos estão entrando em desespero. A fantástica fábrica de chocolate por aqui parida finalmente mostrou ao mundo suas engrenagens podres e sua natureza calhorda.

Recentemente vi na tevê uma entrevista de Deltan, o Dallagnol, e percebi o quanto a Operação Lava Jato se apega ─ e tem que se apegar ─ em critérios técnicos para traçar suas investidas. Nessa toada, ainda temos um pouco de estrada para algemar um lulão e desbaratar essa quadrilha. Já no campo político, a coisa ainda parece mais aparelhada e torta. Juízes em Berlim resolvem que o rito processual do Congresso não serve para impeachments e afins.

Quer saber? Tal como o tiro no pé do TCU que acertou a testa de Dilma, o golpe bolivariano engendrado pelo puxadinho do Planalto também deveria mostrar se temos ou não culhões mandando naquela pocilga. Basta que, para isso, as tais “oposições” resolvam sair do murinho tosco em que pousaram seus rabões vistosos e baterem suas asinhas em uníssono, na direção do impedimento.

A sociedade EXIGE isso. 2016 vem aí e com ele, mais uma eleição. Mais uma canalhada tentando se eleger com o nosso lombo. Prevejo uma falência do pleito jamais vista. Uma abstenção absolutamente indecorosa. Uma total, capital e irrestrita desconfiança do eleitorado para com essa classe política que aí está. Só isso já faria tremer o país nas bases.
A corja, no entanto, acreditando que a plebe rude será domada e convidada para pagar o pato, as galinhas e outras aves de baixo calão subtraídas de nosso galinheiro, insiste em confrontar a paciência de um povo até o seu limite. Fosse eu um teorinho ou uma rosinha, começava a botar as barbinhas de molho desde já. Esses não almoçam nas imediações daquele tribunal nunca mais. Sob pena de serem fritados em óleo de peroba. Perobões. 

República de Bananalândia

Estamos tão metidos no dia a dia das falcatruas, mentiras e politicagens que acabamos perdendo a perspectiva de quanto o país vem se degradando assustadoramente na atual crise política e econômica.

Fora do Brasil, os jornais vêm estampando neste momento, e com bastante destaque, fotos e textos contando sobre a nossa novela terceiro mundista e seus dois personagens principais, Dilma e Eduardo Cunha.

Corrupção e violação de leis existem em toda parte, no mundo inteiro. Mas uma avaliação de fora, algumas vezes beirando o jocoso, faz acordar para o fato de o Brasil estar se superando no tratamento seguinte à descoberta de malfeitos.

Com cadáveres políticos empurrando o país para uma cova cada vez mais funda.

A realidade horrível para quem está dentro, sofrendo uma recessão de -3% do PIB, inflação de quase dois dígitos e forte desvalorização da moeda, é quase surreal para quem nos vê de fora. A pergunta parece ser: o que esses caras estão esperando?

Eduardo Cunha foi beneficiário de desvios do Petrolão e mentiu em uma CPI sobre ter dinheiro fora do país.

Agora, comanda o processo que pode derrubar uma presidente que se diz "ilibada". Mas que violou as contas públicas sob a justificativa de pagar, no ano da sua reeleição, benefícios sociais que contam muito eleitoralmente em um país tão pobre.

Pode-se considerar que a degradação atual seja um processo político normal dentro das regras mundiais da politicagem. Onde se agarrar ao poder é o que importa. Até que a coisa fique realmente insustentável e as nuvens mudem, derrubando uns e preservando outros.

Mas e o resto do país? Estamos em meados de outubro e não existe nenhuma solução aparente para nosso problema de fundo: não há dinheiro para fechar as contas, já estouradas. E as coisas não vão parar de piorar sem arrumar isso. Ponto.

A dívida pública vai continuar subindo, levando dólar, inflação e piora da grave recessão juntos? Com o resto do Congresso e oposição patrocinando o rumo à terra arrasada e a um empobrecimento geral?

A coisa caminha para isso. E ninguém parece se importar muito.

Dilma pode ganhar fôlego se terceirizar dívida para bancos e bancas de advocacia?


Enquanto Dilma Rousseff e Eduardo Cunha disputam quem vai cair primeiro, a máquina estatal Capimunista (centralizadora, clientelista, cartorial, cartelizada, corrupta e canalha) arma mais uma jogada para extorquir ainda mais recursos de quem trabalha e produz para financiar o governo do crime organizado e seus tentáculos financiadores. O plano agora é terceirizar a cobrança da Dívida Ativa da União, que atinge absurdos R$ 1,4 trilhão, no país em que ninguém aguenta mais pagar 93 impostos, taxas, contribuições e infindáveis multas.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, outro que disputa com Dilma e Cunha para ver quem cai primeiro, lançou ontem, no Congresso Nacional, a maravilhosa ideia de vender parte dos créditos da dívida ao mercado. A operação, por um valor menor, incentivaria a cobrança. O negócio interessa a grandes bancos e a empresas de cobrança a eles ligados. O canalha Estado Capimunista Tupiniquim, que protela o pagamento e promove o calote explícito de precatórios (decisões judiciais transitadas em julgado que mandam pagar o cidadão-eleitor-contribuinte lesado), não tem moral alguma para cometer mais essa "levyandade" (sem trocadilho infame) contra o bolso dos brasileiros.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional reclama que somente 1,2% do estoque da dívida ativa ingressa efetivamente nos cofres públicos a cada ano - percentual que entre os maiores devedores chega a ridículos 2%. Do estoque total, R$ 90 bilhões estão sendo parcelados. Outros R$ 46,6 bilhões estão com cobrança suspensa por decisão judicial. Muitas vezes, essa ineficiência na cobrança tem relação direta com a "eficiência na corrupção". Propinas pagas a fiscais atrasam ou impedem as cobranças. A ineficiência também tem relação direta com a exagerada extorsão oficial: a empresa que não aguenta pagar quebra, e todos perdem. Em alguns casos, empresários "pragmáticos" criam novos negócios, com outro CNPJ, para fugir da cobrança.

Os banqueiros e firmas de cobrança (algumas disfarçadas de escritórios de advocacia) vão festejar mais esta armação do legítimo capimunismo financeiro de Bruzundanga. Até hora em que acontecer por aqui uma revolta orgânica contra a abusiva cobrança de impostos e multas cobrados pela União, Estados e Municípios.

Dilma pode ganhar fôlego se terceirizar dívida ativa trilionária para bancos e bancas de advocacia? Já tem muito parlamentar defendendo a ideia no Congresso... Quem sabe não virá deste novo negócio o "mensalãozinho" para financiar a próxima eleição em tempos bicudos de lava Jato?

Maioria das 'pedaladas' foi para grandes empresa e agronegócio


Ela (Dilma) fez as pedaladas para pagar o Bolsa Família, ela fez as pedaladas para pagar o Minha Casa Minha Vida
Lula






As “pedaladas fiscais”, como mencionou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, serviram para subsidiar os pagamentos de benefícios sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. No entanto, a maior parcela dos recursos oriundos das manobras foi destinada ao subsídio para as grandes empresas, por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, e empréstimos para empresas do agronegócio, por meio do Banco do Brasil.

De acordo com o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) a “omissão dos passivos da União decorrentes de atrasos nos repasses de recursos federais impactaram as contas da dívida pública em cerca de R$ 40 bilhões no exercício de 2014”. O TCU apontou que o Bacen não computou, no cálculo da Dívida Líquida do Setor Público, passivos da União junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Do total de “pedaladas”, R$ 12,16 bilhões são referentes ao montante da equalização de taxa de juros devido pela União ao BNDES no âmbito do PSI. O programa foi criado para estimular a produção, aquisição e exportação de bens de capital e a inovação. O grande empresariado não só gostou, como fez fila para pegar recursos do PSI.

No entanto, o programa gerou essa dívida de R$ 24,5 bilhões acumulada com o BNDES, mas o custo não é só esse. O PSI é realizado com taxa supersubsidiada, porém todos os empréstimos do BNDES são com taxas mais baixas do que as que o Tesouro paga.

Já os valores devidos pela União ao Banco do Brasil relativos aos itens “Tesouro Nacional – Equalização de Taxas – Safra Agrícola” e “Título e Créditos a Receber – Tesouro Nacional”, inscritos na contabilidade da instituição financeira.

Conforme demonstra o TCU, ao final de junho de 2014, os saldos a pagar referentes às subvenções agrícolas e às demais subvenções alcançavam, respectivamente, as expressivas montas de R$ 7,95 bilhões e R$ 1,80 bilhão.


Juntos, o Banco do Brasil e o BNDES somaram omissão de registro de passivos da União na ordem de R$ 21,9 bilhões, o que representa cerca de 54,4% do total de R$ 40 bilhões das “pedaladas fiscais”.

Quanto ao FGTS, que tem como agente operador a Caixa Econômica Federal, além do saldo relativo a adiantamentos efetuados pelo FGTS à União no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, foram identificados dois outros créditos junto à União. Um deles, com saldo de R$ 638,4 milhões ao final em setembro de 2014, representa valores relacionados à Resolução do Conselho Curador do FGTS 574/2004. O outro, com saldo de R$ 10,05 bilhões, é decorrente da arrecadação da contribuição social de que trata a Lei Complementar 110/2001.

A Lei Complementar n° 110/2001 autorizou a CAIXA a realizar créditos nas contas vinculadas do FGTS, referentes ao complemento de atualização monetária da aplicação dos percentuais de 16,64% do Plano Verão (janeiro de 1989) e 44,8% do Plano Collor I (abril de 1990).

“Vê-se, portanto, que, por parte do governo federal, restou prejudicada a ação planejada e transparente propugnada na LRF, uma vez que não foram prevenidos os riscos, tampouco corrigidos os desvios que ocasionaram o “desequilíbrio” das contas públicas da União em cerca de R$ 40 bilhões no exercício de 2014, tendo sido geradas e omitidas dívidas em desobediência às condições impostas pela mesma LRF, desrespeitando-se, pois, o princípio constitucional da legalidade, bem como os pressupostos do planejamento, da transparência e da gestão fiscal responsável”, aponta o Tribunal.

Entre as razões pelas quais esses passivos devem ser registrados na DLSP, o Tribunal menciona a existência de financiamento concedido à União, os montantes já são devidos pela União e os valores estão registrados nos ativos do Banco do Brasil, do BNDES e do FGTS.

Dessa forma, o discurso de Lula que tenta justificar o fato de o governo ter desrespeitado a Lei de Responsabilidade Fiscal, com o argumento de que o fizeram para atender aos mais pobres, é falho. Das pedaladas de R$ 40 bilhões, R$ 6 bilhões foram de atrasos à Caixa Econômica para o pagamento de programas como Bolsa Família.

Em coluna publicada no jornal O Globo, de hoje (15), Miriam Leitão afirma que as despesas do Tesouro para carregar a dívida contraída para transferir recursos para o BNDES ou as contas da equalização de taxas de juros provam que a política econômica do PT se destinou aos mais ricos.

“O discurso demagógico de pedaladas feitas para favorecer os pobres é desmentido pelos fatos. O gasto com as grandes empresas foi infinitamente maior do que com os programas de transferência de renda”, afirma.

Miriam destaca que as pedaladas não foram realizadas para pagar os beneficiários do Bolsa Família porque faltou dinheiro, mas tiveram razões eleitorais. “Mas, além disso, os números mostram a quem se destina a maior parte dos subsídios e subvenções pagos pelo Tesouro: às grandes empresas”, aponta.

Dyelle Menezes

Judas, aqui, não se enforcaria

Judas ao menos teve a dignidade de se suicidar depois que entregou Jesus por 30 moedas.
Políticos e empresários por todo mundo também se utilizam da mesma prática para pagar o prejuízo financeiro e moral que provocaram com a corrupção.
No Brasil, onde a corrupção campeia nos altos escalões, nem se cogita de tal prática "bárbara". Preferem se fazer de santos e bater à porta da Justiça, aqui de cegueira franciscana em causa alheia.

O reino da licenciosidade e o império da impunidade

Depois de confirmações e desmentidos ficou claro, esta semana, o conluio entre o governo e a Câmara, ou seja, entre Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, com o beneplácito do Lula. Seu objetivo é impedir o impeachment da presidente da República e forçar a decisão do Conselho de Ética da Câmara de não condenar o deputado.


Coisa de quadrilhas da velha Chicago, entre ameaças, agressões verbais, desfaçatez e muita falta de moral. Porque se existem evidências de Dilma haver cometido crime de responsabilidade, teria que ser iniciado um processo. Da mesma forma, se o presidente da Câmara recebeu e escondeu na Suiça dinheiro podre da Petrobras, nada mais necessário do que submetê-lo à apreciação dos encarregados de zelar pela ética, na casa a que pertencem.

Apesar disso, e abrindo-se ainda a hipótese de o acordo ser desfeito, salta aos olhos estar avançada a lambança no Executivo e no Legislativo. Participam dela, além dos três personagens centrais, o vice Michel Temer, o chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, o ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, e os principais líderes do governo e da oposição, do PT, do PMDB e do PSDB.

No fundo, desejam todos salvar-se pretendendo que tudo continue como está: nenhuma punição política e muito menos jurídica para os que sabiam e participaram da roubalheira, rasgaram a Constituição, descumpriram e lei e levaram o país ao desastre em que se encontra. Desde que salvem o pescoço, sacrificam a ética e a verdade. Uns poucos ainda reagem, mas a maioria entoa a Oração de São Francisco em sua versão mais cruel: é dando que se recebe. No caso, propinas, dinheiro podre, a falência das instituições e o descalabro que nos assola. Tratar de superar a crise econômica, nem pensam.

Indaga-se até quando o Brasil viverá no reino da licenciosidade, assistindo de braços cruzados desenvolver-se o império da impunidade. Pelo jeito, não há prazo para a indignação popular se levantar.

Calcula o Banco Central que este ano o Brasil pagará 500 bilhões de reais de juros, tanto para os bancos quanto para os especuladores, que no fundo são a mesma coisa. E nem se cogita de reduzir a indecente taxa de 14.25% ao mês para o cidadão comum. Os juros do cheque especial e do cartão de crédito chegam a 600% ao ano. Esses números talvez expliquem a melancólica sessão do Congresso onde compareceu o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Nem o PT compareceu, como devia...