sexta-feira, 30 de maio de 2025
82% dos judeus israelenses apoiam a expulsão de moradores de Gaza
Uma pesquisa recente com judeus israelenses revela um crescente conforto com a ideia de expulsar palestinos à força – tanto de Gaza quanto de dentro das fronteiras de Israel. A pesquisa também constatou que uma minoria significativa apoia o massacre de civis em cidades inimigas capturadas pelo exército israelense.
Em desarmonia com a natureza
O Senado aprovou, na semana passada, um novo marco federal para o licenciamento ambiental: o Projeto de Lei nº 2.159/2021, que deverá agora passar por nova votação na Câmara dos Deputados. A revisão foi pautada na busca por maior celeridade e eficiência no processo de licenciamento, com o objetivo de reduzir o chamado “entrave ambiental”. Na prática, ela promove o autolicenciamento de empreendimentos de baixo a médio impacto ambiental e dispensa uma série de atividades do licenciamento, entre elas uma ampla gama de atividades agropecuárias.
Em outras palavras, abre as porteiras para a degradação ambiental, favorecendo alguns poucos setores industriais e econômicos e prejudicando amplamente a sociedade em termos de resiliência climática, bem-estar e saúde. Além disso, aumenta significativamente os riscos de poluição e de perda de vegetação nativa altamente biodiversa.
Isso ficou particularmente evidente quando os senadores incluíram, de última hora, uma emenda que literalmente desconstrói a Lei da Mata Atlântica. A modificação, que parece ser singela, nada mais é do que a eliminação do principal princípio norteador dessa lei: a proteção de florestas em estágios mais avançados de sucessão. Estamos falando, em particular, de florestas mais maduras, com árvores de grande porte, alta biodiversidade e biomassa — reconhecidamente importantes aliadas no enfrentamento das mudanças climáticas, tanto em termos de estoque de carbono quanto de proteção contra eventos climáticos extremos.
Essas florestas, que se desenvolveram ao longo de décadas — ou mesmo séculos — agora podem ser mais facilmente cortadas do dia para a noite com a passagem de um correntão.
A autorização para o corte dessas florestas, que só deveria ocorrer em situações excepcionais de utilidade pública e após análise de órgãos estaduais ou federais competentes, passa agora a poder ser feita no âmbito municipal. Infelizmente, muitos municípios — em especial os menores ou localizados em áreas remotas, que frequentemente coincidem com regiões mais preservadas — não dispõem de equipe técnica qualificada nem de órgãos dedicados a essas análises socioambientais.
Delegar essa decisão ao nível municipal significa transferir um processo que deveria se basear em critérios técnico-científicos e no interesse coletivo para um ambiente mais vulnerável a pressões políticas e a interesses econômicos de setores restritos da sociedade. Considerando que a Mata Atlântica abriga cerca de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas (um quarto do bioma), que geram poucos benefícios socioeconômicos, é difícil entender por que o desenvolvimento econômico requereria o corte de remanescentes de florestas maduras — que representam menos de 12% do bioma.
O Brasil deveria priorizar ações que criem as condições necessárias para avançar rumo ao desmatamento zero e à restauração plena das áreas degradadas. No entanto, o novo licenciamento ambiental, com a mudança da Lei da Mata Atlântica, caminha na direção oposta, facilitando o desmatamento de florestas e outras formações nativas que beneficiam cerca de 140 milhões de brasileiros. O desmatamento zero deveria começar com a plena proteção das matas mais maduras.
O aperfeiçoamento do licenciamento ambiental depende de um equilíbrio entre celeridade e qualidade. O ganho de velocidade não pode ocorrer em detrimento da qualidade. Seria mais lógico reforçar os órgãos ambientais responsáveis pelo licenciamento do que fragilizar — ou mesmo eliminar — o processo. Com a fragilização promovida pelo Projeto de Lei nº 2.159/2021, quem perde é a sociedade brasileira, que conviverá com paisagens mais poluídas e degradadas, sofrerá ainda mais com as mudanças climáticas e seus eventos extremos e vivenciará a perda de um patrimônio natural altamente biodiverso.
Com isso, estamos indo abertamente contra o bom senso e violando as diretrizes do Marco Global da Biodiversidade, aprofundando nossa desarmonia com a natureza.
Em outras palavras, abre as porteiras para a degradação ambiental, favorecendo alguns poucos setores industriais e econômicos e prejudicando amplamente a sociedade em termos de resiliência climática, bem-estar e saúde. Além disso, aumenta significativamente os riscos de poluição e de perda de vegetação nativa altamente biodiversa.
Isso ficou particularmente evidente quando os senadores incluíram, de última hora, uma emenda que literalmente desconstrói a Lei da Mata Atlântica. A modificação, que parece ser singela, nada mais é do que a eliminação do principal princípio norteador dessa lei: a proteção de florestas em estágios mais avançados de sucessão. Estamos falando, em particular, de florestas mais maduras, com árvores de grande porte, alta biodiversidade e biomassa — reconhecidamente importantes aliadas no enfrentamento das mudanças climáticas, tanto em termos de estoque de carbono quanto de proteção contra eventos climáticos extremos.
Essas florestas, que se desenvolveram ao longo de décadas — ou mesmo séculos — agora podem ser mais facilmente cortadas do dia para a noite com a passagem de um correntão.
A autorização para o corte dessas florestas, que só deveria ocorrer em situações excepcionais de utilidade pública e após análise de órgãos estaduais ou federais competentes, passa agora a poder ser feita no âmbito municipal. Infelizmente, muitos municípios — em especial os menores ou localizados em áreas remotas, que frequentemente coincidem com regiões mais preservadas — não dispõem de equipe técnica qualificada nem de órgãos dedicados a essas análises socioambientais.
Delegar essa decisão ao nível municipal significa transferir um processo que deveria se basear em critérios técnico-científicos e no interesse coletivo para um ambiente mais vulnerável a pressões políticas e a interesses econômicos de setores restritos da sociedade. Considerando que a Mata Atlântica abriga cerca de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas (um quarto do bioma), que geram poucos benefícios socioeconômicos, é difícil entender por que o desenvolvimento econômico requereria o corte de remanescentes de florestas maduras — que representam menos de 12% do bioma.
O Brasil deveria priorizar ações que criem as condições necessárias para avançar rumo ao desmatamento zero e à restauração plena das áreas degradadas. No entanto, o novo licenciamento ambiental, com a mudança da Lei da Mata Atlântica, caminha na direção oposta, facilitando o desmatamento de florestas e outras formações nativas que beneficiam cerca de 140 milhões de brasileiros. O desmatamento zero deveria começar com a plena proteção das matas mais maduras.
O aperfeiçoamento do licenciamento ambiental depende de um equilíbrio entre celeridade e qualidade. O ganho de velocidade não pode ocorrer em detrimento da qualidade. Seria mais lógico reforçar os órgãos ambientais responsáveis pelo licenciamento do que fragilizar — ou mesmo eliminar — o processo. Com a fragilização promovida pelo Projeto de Lei nº 2.159/2021, quem perde é a sociedade brasileira, que conviverá com paisagens mais poluídas e degradadas, sofrerá ainda mais com as mudanças climáticas e seus eventos extremos e vivenciará a perda de um patrimônio natural altamente biodiverso.
Com isso, estamos indo abertamente contra o bom senso e violando as diretrizes do Marco Global da Biodiversidade, aprofundando nossa desarmonia com a natureza.
Como os rentistas sabotam o desenvolvimento nacional
O Brasil vive sob o domínio de uma narrativa que se tornou senso comum: o Estado está sempre à beira da falência, os gastos públicos são intrinsecamente perigosos, e qualquer política que beneficie a população através do aumento de gastos governamentais representa um risco fiscal inaceitável. Esta narrativa não é acidental – é uma construção deliberada que serve aos interesses de quem lucra com a manutenção da escassez artificial em economias monetárias e capitalistas, os rentistas.
Para compreender essa dinâmica, é fundamental reconhecer que vivemos em uma economia onde diferentes grupos têm interesses estruturalmente antagônicos. De um lado, encontram-se aqueles que dependem do desenvolvimento real da economia – trabalhadores, empresários produtivos, setores voltados para o mercado interno. Do outro, aqueles que extraem renda através de operações financeiras, beneficiando-se da volatilidade, da escassez de crédito produtivo e das altas taxas de juros.
O discurso dominante inverteu completamente a relação entre Estado e economia. Transformou o ente capaz de criar moeda em refém daqueles que dela dependem. Esta inversão não é produto de ignorância – é resultado de uma sofisticada operação ideológica que obscurece deliberadamente como funciona um sistema monetário soberano.
Quando economistas do mercado financeiro afirmam que “o Estado precisa se ajustar como uma família”, estão propagando uma analogia que sabe ser falsa. Uma família é usuária de moeda; o Estado soberano é seu emissor. Esta diferença não é técnica – é fundamental para compreender o espaço fiscal real de qualquer nação.
A insistência nesta analogia revela sua funcionalidade política: manter o debate econômico dentro de parâmetros que legitimam a primazia dos interesses rentistas sobre as necessidades nacionais de desenvolvimento.
A experiência do governo Dilma oferece lições inequívocas sobre os limites da estratégia conciliatória. A tentativa de conquistar credibilidade através do ajuste fiscal radical não apenas falhou em seu objetivo político – aprofundou drasticamente a crise econômica e criou as condições que viabilizaram o golpe de 2016.
Este episódio demonstra que o setor rentista não busca políticas “tecnicamente corretas” – busca políticas que maximizem seus rendimentos, independentemente de seus custos sociais. A manutenção de juros elevados, a austeridade fiscal procíclica e a subvalorização cambial inflacionária não são erros de gestão – são características funcionais de um modelo econômico que subordina o desenvolvimento nacional aos imperativos da acumulação financeira.
O terror fiscal baseia-se em uma compreensão deliberadamente equivocada sobre as capacidades de um Estado monetariamente soberano. Países que emitem sua própria moeda enfrentam limites reais – inflação, constrangimentos de recursos produtivos, pressões cambiais – mas não enfrentam limites financeiros no sentido convencional.
Reconhecer esta realidade não significa defender gastos ilimitados ou irresponsáveis. Significa compreender que as restrições relevantes são aquelas relacionadas à capacidade produtiva da economia, não aos saldos nominais de contas públicas. Um Estado que possui recursos ociosos, desemprego em massa e necessidades sociais urgentes enfrenta, na verdade, um imperativo ético de mobilizar estes recursos – não uma restrição fiscal que o impeça de fazê-lo.
É fundamental que o governo desenvolva uma comunicação sistemática que eduque a população sobre o funcionamento real da economia. Isto inclui explicar as diferenças entre Estados emissores e usuários de moeda, demonstrar como funciona o sistema bancário, e expor os interesses específicos por trás das demandas por austeridade. Implementar políticas antifragilidade
Em vez de buscar aprovação dos mercados financeiros, o governo deve construir sua legitimidade através de resultados concretos para a população. Isto inclui políticas de pleno emprego, investimentos massivos em infraestrutura, fortalecimento dos serviços públicos e redução das desigualdades regionais.
A obsessão com metas de inflação descontextualizadas serve principalmente para manter elevados os rendimentos financeiros. Uma política monetária verdadeiramente soberana deveria considerar o pleno emprego como objetivo primário, utilizando a taxa de juros como instrumento de desenvolvimento, não como mecanismo de transferência de renda para rentistas.
Somente o Banco Central tem o poder ilimitado de criar reais na economia brasileira. Se utilizado de forma competente, este poder pode inviabilizar quase completamente a viabilidade das estratégias sabotadoras utilizadas hoje pelo setor financeiro para manter refém o governo brasileiro. A oferta infinitamente elástica de swaps cambiais (aplicações remuneradas pela desvalorização cambial mais algum prêmio) tornariam inviavelmente custosa a especulação cambial. Já a estabilidade da taxa referencial de juros de curto prazo (a Selic) tornaria inviavelmente custosa a especulação contra títulos públicos. Fortalecer as instituições democráticas
O combate ao poder rentista requer o fortalecimento das instituições que representam os interesses populares. Isto inclui tanto o parlamento quanto os mecanismos de participação social, criando contrapesos efetivos ao poder econômico concentrado.
O Brasil enfrenta uma janela de oportunidade que pode não se repetir. O fracasso das políticas neoliberais tornou-se evidente mesmo para setores que antes as apoiavam. A população demonstra crescente ceticismo em relação às promessas do mercado financeiro. O cenário internacional oferece espaços para políticas mais soberanas.
Desperdiçar esta oportunidade em nome de uma conciliação que sabemos ser impossível representa mais do que um erro político – representa uma traição histórica às possibilidades de transformação que o momento oferece.
O desenvolvimentismo do século XXI não pode repetir as ingenuidades do passado. Deve reconhecer que o setor rentista não é um parceiro relutante do desenvolvimento nacional – é seu adversário estrutural. Políticas que beneficiam genuinamente a população brasileira ameaçam diretamente os mecanismos de extração de renda que sustentam este setor.
A escolha é clara: ou o Brasil constrói uma economia voltada para as necessidades de seu povo, ou continua sendo uma plataforma de valorização para o capital financeiro internacional. Não há meio-termo técnico que resolva esta contradição fundamental.
O momento exige coragem para enfrentar os interesses que se beneficiam da subserviência nacional. Exige também a inteligência para construir alternativas viáveis que demonstrem, na prática, que outro modelo econômico é possível.
A história julgará se soubemos aproveitar esta oportunidade ou se permitimos que mais uma geração fosse sacrificada no altar da ortodoxia rentista.
Para compreender essa dinâmica, é fundamental reconhecer que vivemos em uma economia onde diferentes grupos têm interesses estruturalmente antagônicos. De um lado, encontram-se aqueles que dependem do desenvolvimento real da economia – trabalhadores, empresários produtivos, setores voltados para o mercado interno. Do outro, aqueles que extraem renda através de operações financeiras, beneficiando-se da volatilidade, da escassez de crédito produtivo e das altas taxas de juros.
O discurso dominante inverteu completamente a relação entre Estado e economia. Transformou o ente capaz de criar moeda em refém daqueles que dela dependem. Esta inversão não é produto de ignorância – é resultado de uma sofisticada operação ideológica que obscurece deliberadamente como funciona um sistema monetário soberano.
Quando economistas do mercado financeiro afirmam que “o Estado precisa se ajustar como uma família”, estão propagando uma analogia que sabe ser falsa. Uma família é usuária de moeda; o Estado soberano é seu emissor. Esta diferença não é técnica – é fundamental para compreender o espaço fiscal real de qualquer nação.
A insistência nesta analogia revela sua funcionalidade política: manter o debate econômico dentro de parâmetros que legitimam a primazia dos interesses rentistas sobre as necessidades nacionais de desenvolvimento.
A experiência do governo Dilma oferece lições inequívocas sobre os limites da estratégia conciliatória. A tentativa de conquistar credibilidade através do ajuste fiscal radical não apenas falhou em seu objetivo político – aprofundou drasticamente a crise econômica e criou as condições que viabilizaram o golpe de 2016.
Este episódio demonstra que o setor rentista não busca políticas “tecnicamente corretas” – busca políticas que maximizem seus rendimentos, independentemente de seus custos sociais. A manutenção de juros elevados, a austeridade fiscal procíclica e a subvalorização cambial inflacionária não são erros de gestão – são características funcionais de um modelo econômico que subordina o desenvolvimento nacional aos imperativos da acumulação financeira.
O terror fiscal baseia-se em uma compreensão deliberadamente equivocada sobre as capacidades de um Estado monetariamente soberano. Países que emitem sua própria moeda enfrentam limites reais – inflação, constrangimentos de recursos produtivos, pressões cambiais – mas não enfrentam limites financeiros no sentido convencional.
Reconhecer esta realidade não significa defender gastos ilimitados ou irresponsáveis. Significa compreender que as restrições relevantes são aquelas relacionadas à capacidade produtiva da economia, não aos saldos nominais de contas públicas. Um Estado que possui recursos ociosos, desemprego em massa e necessidades sociais urgentes enfrenta, na verdade, um imperativo ético de mobilizar estes recursos – não uma restrição fiscal que o impeça de fazê-lo.
É fundamental que o governo desenvolva uma comunicação sistemática que eduque a população sobre o funcionamento real da economia. Isto inclui explicar as diferenças entre Estados emissores e usuários de moeda, demonstrar como funciona o sistema bancário, e expor os interesses específicos por trás das demandas por austeridade. Implementar políticas antifragilidade
Em vez de buscar aprovação dos mercados financeiros, o governo deve construir sua legitimidade através de resultados concretos para a população. Isto inclui políticas de pleno emprego, investimentos massivos em infraestrutura, fortalecimento dos serviços públicos e redução das desigualdades regionais.
A obsessão com metas de inflação descontextualizadas serve principalmente para manter elevados os rendimentos financeiros. Uma política monetária verdadeiramente soberana deveria considerar o pleno emprego como objetivo primário, utilizando a taxa de juros como instrumento de desenvolvimento, não como mecanismo de transferência de renda para rentistas.
Somente o Banco Central tem o poder ilimitado de criar reais na economia brasileira. Se utilizado de forma competente, este poder pode inviabilizar quase completamente a viabilidade das estratégias sabotadoras utilizadas hoje pelo setor financeiro para manter refém o governo brasileiro. A oferta infinitamente elástica de swaps cambiais (aplicações remuneradas pela desvalorização cambial mais algum prêmio) tornariam inviavelmente custosa a especulação cambial. Já a estabilidade da taxa referencial de juros de curto prazo (a Selic) tornaria inviavelmente custosa a especulação contra títulos públicos. Fortalecer as instituições democráticas
O combate ao poder rentista requer o fortalecimento das instituições que representam os interesses populares. Isto inclui tanto o parlamento quanto os mecanismos de participação social, criando contrapesos efetivos ao poder econômico concentrado.
O Brasil enfrenta uma janela de oportunidade que pode não se repetir. O fracasso das políticas neoliberais tornou-se evidente mesmo para setores que antes as apoiavam. A população demonstra crescente ceticismo em relação às promessas do mercado financeiro. O cenário internacional oferece espaços para políticas mais soberanas.
Desperdiçar esta oportunidade em nome de uma conciliação que sabemos ser impossível representa mais do que um erro político – representa uma traição histórica às possibilidades de transformação que o momento oferece.
O desenvolvimentismo do século XXI não pode repetir as ingenuidades do passado. Deve reconhecer que o setor rentista não é um parceiro relutante do desenvolvimento nacional – é seu adversário estrutural. Políticas que beneficiam genuinamente a população brasileira ameaçam diretamente os mecanismos de extração de renda que sustentam este setor.
A escolha é clara: ou o Brasil constrói uma economia voltada para as necessidades de seu povo, ou continua sendo uma plataforma de valorização para o capital financeiro internacional. Não há meio-termo técnico que resolva esta contradição fundamental.
O momento exige coragem para enfrentar os interesses que se beneficiam da subserviência nacional. Exige também a inteligência para construir alternativas viáveis que demonstrem, na prática, que outro modelo econômico é possível.
A história julgará se soubemos aproveitar esta oportunidade ou se permitimos que mais uma geração fosse sacrificada no altar da ortodoxia rentista.
A inutilidade (?) dos nossos dirigentes
Mesmo sem pesquisa de campo, é intuitivo que quase 100% das pessoas concordam que os maiores problemas da humanidade são pobreza, guerras, criminalidade (inclusive corrupção), destruição da biosfera e opressão de minorias. Claro, há outros, mas, no geral, concorda-se quanto a estes. A capacidade tecnológica do mundo atual é plenamente suficiente para eliminar todos eles, rapidamente. Se isso não ocorre é sinal da inutilidade dos nossos dirigentes?
Na realidade, nossos dirigentes optam por serem úteis aos que os tornaram dirigentes; por isso são inúteis ou mesmo contraproducentes para as pessoas em geral. Ou seja, defendem aqueles que financiaram e deram suporte às suas trajetórias até o poder, muito antes e apesar das eleições, onde as há. É exatamente por assim preferirem que se tornam, pior que inúteis, danosos para a quase totalidade dos humanos.
Um exemplo, entre muitos: em 2021, mais de 140 dirigentes mundiais prometeram zerar o desmatamento até 2030. No entanto, em 2024 a perda de florestas alcançou, globalmente, 6,7 milhões de hectares, ou 67.000km2! É uma cifra opaca, pois quem consegue visualizar, num mapa, a extensão de tal área? Para maior clareza devemos torná-la de mais fácil visualização.
Essa área desmatada, no ano de 2024, foi equivalente a um quadrado de 260km de lado! Trata-se de um território 11,5 vezes maior que o nosso Distrito Federal, que tem 5,8mil km2. Agora, pegue o mapa do Brasil, multiplique a área do DF por 11,5 e veja o tamanho do estrago em apenas um ano!
Grande parte dessa perda foi causada por incêndios, em razão das mudanças climáticas que tornam o clima mais quente e seco. Logo, a tendência é de aceleração da perda de florestas; agora, pergunte-se como viverão seus filhos e netos num planeta sem cobertura florestal.
Como podem ser chamados “líderes” aqueles dirigentes que permitem tanto dano à nossa única casa? Não é melhor reconhecer que são úteis apenas para aquele pequeno grupo que os ajudou a galgar a escorregadia e perigosa escalada rumo ao cume, ascensão esta muitas vezes mediante recurso a crimes os mais variados, desde sonegação fiscal à corrupção a assassinatos e compra de magistrados? Não são tais dirigentes inúteis para as ditas “pessoas comuns”? Ou seria melhor chamá-los danosos?
Chamar essas pessoas de “líderes” é falsear a realidade, assim como empresas petrolíferas fazem ao dizer que “produzem” petróleo, quando apenas o extraem.
Como os demais problemas acima citados, esses dirigentes têm sido incapazes de reduzir a pobreza, pois ainda hoje 80% dos humanos sobrevivem com menos de US$10,00/dia!
Assim, para o grosso da humanidade, esses dirigentes são piores que inúteis, são gravosos. E ainda elevam gastos militares pagam – com nosso dinheiro! – marqueteiros para dizerem que são ótimos governantes!
A estrutura da nossa representação política está podre – e não me refiro apenas ao Brasil! É enorme a dimensão das mudanças de que necessitamos para voltarmos a ter chance de construir um bom futuro comum!
Na realidade, nossos dirigentes optam por serem úteis aos que os tornaram dirigentes; por isso são inúteis ou mesmo contraproducentes para as pessoas em geral. Ou seja, defendem aqueles que financiaram e deram suporte às suas trajetórias até o poder, muito antes e apesar das eleições, onde as há. É exatamente por assim preferirem que se tornam, pior que inúteis, danosos para a quase totalidade dos humanos.
Um exemplo, entre muitos: em 2021, mais de 140 dirigentes mundiais prometeram zerar o desmatamento até 2030. No entanto, em 2024 a perda de florestas alcançou, globalmente, 6,7 milhões de hectares, ou 67.000km2! É uma cifra opaca, pois quem consegue visualizar, num mapa, a extensão de tal área? Para maior clareza devemos torná-la de mais fácil visualização.
Essa área desmatada, no ano de 2024, foi equivalente a um quadrado de 260km de lado! Trata-se de um território 11,5 vezes maior que o nosso Distrito Federal, que tem 5,8mil km2. Agora, pegue o mapa do Brasil, multiplique a área do DF por 11,5 e veja o tamanho do estrago em apenas um ano!
Grande parte dessa perda foi causada por incêndios, em razão das mudanças climáticas que tornam o clima mais quente e seco. Logo, a tendência é de aceleração da perda de florestas; agora, pergunte-se como viverão seus filhos e netos num planeta sem cobertura florestal.
Como podem ser chamados “líderes” aqueles dirigentes que permitem tanto dano à nossa única casa? Não é melhor reconhecer que são úteis apenas para aquele pequeno grupo que os ajudou a galgar a escorregadia e perigosa escalada rumo ao cume, ascensão esta muitas vezes mediante recurso a crimes os mais variados, desde sonegação fiscal à corrupção a assassinatos e compra de magistrados? Não são tais dirigentes inúteis para as ditas “pessoas comuns”? Ou seria melhor chamá-los danosos?
Chamar essas pessoas de “líderes” é falsear a realidade, assim como empresas petrolíferas fazem ao dizer que “produzem” petróleo, quando apenas o extraem.
Como os demais problemas acima citados, esses dirigentes têm sido incapazes de reduzir a pobreza, pois ainda hoje 80% dos humanos sobrevivem com menos de US$10,00/dia!
Assim, para o grosso da humanidade, esses dirigentes são piores que inúteis, são gravosos. E ainda elevam gastos militares pagam – com nosso dinheiro! – marqueteiros para dizerem que são ótimos governantes!
A estrutura da nossa representação política está podre – e não me refiro apenas ao Brasil! É enorme a dimensão das mudanças de que necessitamos para voltarmos a ter chance de construir um bom futuro comum!
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