Você que se solidarize com essas pessoas, tá ok?Jair Bolsonaro se negou a prestar solidariedade às famílias dos 19 mortos na chacina policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro
sexta-feira, 22 de julho de 2022
Besta do Apocalipse
Dar mais quatro anos de mandato a Bolsonaro para quê?
Você já se perguntou por que Bolsonaro quer mais quatro anos de mandato? Para fazer o quê, e por quem? Lembra-se se ele já disse por que quer mais quatro anos?
Não vale responder com o que você suponha que ele queira fazer, mas com o que ele tem dito ou já disse. Não vale citar frases vagas, do tipo fazer o país crescer e todos os brasileiros serem felizes.
Você pode não gostar de Lula, Ciro Gomes, Simone Tebet, mas faz ideia do que eles desejariam fazer se fossem eleitos. Lula, pelo que já fez em dois governos; Ciro e Simone pelo que prometem.
E Bolsonaro? Ao se eleger há quatro anos, ele dizia que, primeiro, era preciso “destruir o sistema” para depois reconstruí-lo. Nunca deixou claro o que era o “sistema”, nem o que poria no lugar dele.
Se por “sistema” entenda-se o modo como a economia era conduzida, nada mudou. As reformas que ele prometeu fazer não fez. A da Previdência foi deixada pronta por Michel Temer.
Se por “sistema” entenda-se o modo como a política em geral era conduzida antes dele, nada também mudou, a não ser para pior. Hoje, o Congresso dispõe do Orçamento Secreto, uma aberração.
Os militares, antes recolhidos aos quartéis, entraram no governo e voltaram a se meter com o que não deveriam. São mais de 6 mil. A democracia chega mais fraca e ameaçada ao cabo de quatro anos.
E a vida das pessoas melhorou? Como melhorou se a Educação foi desmontada, a Saúde também, a inflação cresceu, e 60 milhões de brasileiros acordam todos os dias sem saber o que vão comer?
Que novos programas sociais foram criados? Ou que programas sociais existentes foram ampliados ou reformados? Esmola para comprar a reeleição não é programa social, é só esmola.
Pense bem: mais quatro anos de Bolsonaro para quê? Para ele corrigir os erros que cometeu? Ou, por não reconhecer, cometer outros? Ou para tentar avançar na obra de destruição do país?
A reconstrução do “sistema” – quem sabe? – ficaria para um terceiro mandato, se não dele se a Constituição não fosse emendada, de um dos filhos ou de um seguidor fanático.
O Brasil, hoje, é menos ou mais respeitado pelos demais países? Seu presidente é menos ou mais ouvido pelos líderes mundiais? E suas sugestões são menos ou mais acatadas?
Em que parte do mundo um chefe de governo convoca embaixadores estrangeiros para dizer que o sistema eleitoral do seu país não é confiável? Um sistema pelo qual ele foi eleito?
Sem convocar embaixadores, Donald Trump foi além: recusou-se a aceitar a derrota e tentou dar um golpe, estimulando a invasão do Congresso. Bolsonaro é uma cópia mal feita de Trump.
Se isso nada disso envergonha você, é porque você sempre foi bolsonarista, e não sabia. E agora que sabe, não se incomoda. Passe bem enquanto puder.
Não vale responder com o que você suponha que ele queira fazer, mas com o que ele tem dito ou já disse. Não vale citar frases vagas, do tipo fazer o país crescer e todos os brasileiros serem felizes.
Você pode não gostar de Lula, Ciro Gomes, Simone Tebet, mas faz ideia do que eles desejariam fazer se fossem eleitos. Lula, pelo que já fez em dois governos; Ciro e Simone pelo que prometem.
E Bolsonaro? Ao se eleger há quatro anos, ele dizia que, primeiro, era preciso “destruir o sistema” para depois reconstruí-lo. Nunca deixou claro o que era o “sistema”, nem o que poria no lugar dele.
Se por “sistema” entenda-se o modo como a economia era conduzida, nada mudou. As reformas que ele prometeu fazer não fez. A da Previdência foi deixada pronta por Michel Temer.
Se por “sistema” entenda-se o modo como a política em geral era conduzida antes dele, nada também mudou, a não ser para pior. Hoje, o Congresso dispõe do Orçamento Secreto, uma aberração.
Os militares, antes recolhidos aos quartéis, entraram no governo e voltaram a se meter com o que não deveriam. São mais de 6 mil. A democracia chega mais fraca e ameaçada ao cabo de quatro anos.
E a vida das pessoas melhorou? Como melhorou se a Educação foi desmontada, a Saúde também, a inflação cresceu, e 60 milhões de brasileiros acordam todos os dias sem saber o que vão comer?
Que novos programas sociais foram criados? Ou que programas sociais existentes foram ampliados ou reformados? Esmola para comprar a reeleição não é programa social, é só esmola.
Pense bem: mais quatro anos de Bolsonaro para quê? Para ele corrigir os erros que cometeu? Ou, por não reconhecer, cometer outros? Ou para tentar avançar na obra de destruição do país?
A reconstrução do “sistema” – quem sabe? – ficaria para um terceiro mandato, se não dele se a Constituição não fosse emendada, de um dos filhos ou de um seguidor fanático.
O Brasil, hoje, é menos ou mais respeitado pelos demais países? Seu presidente é menos ou mais ouvido pelos líderes mundiais? E suas sugestões são menos ou mais acatadas?
Em que parte do mundo um chefe de governo convoca embaixadores estrangeiros para dizer que o sistema eleitoral do seu país não é confiável? Um sistema pelo qual ele foi eleito?
Sem convocar embaixadores, Donald Trump foi além: recusou-se a aceitar a derrota e tentou dar um golpe, estimulando a invasão do Congresso. Bolsonaro é uma cópia mal feita de Trump.
Se isso nada disso envergonha você, é porque você sempre foi bolsonarista, e não sabia. E agora que sabe, não se incomoda. Passe bem enquanto puder.
O sentido do bolsonarismo
O Brasil político tem perdido um tempo enorme com assuntos adjetivos da crise pela qual passa o país, tal o complexo cruzamento de realidades sociais e políticas desencontradas que ganharam corpo e visibilidade a partir do dia 1º de janeiro de 2019.
O bolsonarismo vitorioso é consequência do lento agrupamento da diversidade de anomalias e contradições que foram desdenhadas pelos partidos de motivação social. Tornou-se ele um aglomerado de resíduos antidemocráticos da democracia frágil, o negativo que encontrou sua lógica no conjunto de irracionalidades que deu vida à sua política do absurdo. Um sistema criado para assegurar o primado de uma política de crescimento econômico sem compromisso com o desenvolvimento social. Seu objetivo tem sido o de assegurar ganhos de Primeiro Mundo num país de Terceiro Mundo. A explosão da miséria, da fome, do desemprego detonaram esse modelo econômico.
Só lentamente tem conseguido o Brasil político definir como atuar, nas eleições e também depois delas, como uma frente democrática contra o autoritarismo e a herança maldita que dele ficará.
Temos tratado o bolsonarismo como assunto menor e não como gravíssima anomalia em nosso processo político. Referimo-nos aos bolsonaristas como caricaturas do que deveria ser o político e não como aquilo que são: caricaturas ativas que tiveram êxito na usurpação do poder e no desmonte das conquistas sociais.
Não cuidamos de decifrá-lo, conhecer-lhe a origem, os fatores, o enraizamento na sociedade, a ação corrosiva contra as estruturas frágeis da democracia, as alianças de interesses antissociais que neles se corporificam. O bolsonarismo não está sozinho na crise e na agonia. O sistema partidário também está.
As esquerdas, do mesmo modo, não estão a salvo. Os grupos e partidos políticos se determinam reciprocamente. Elas precisam retornar à dialética e rever-se criticamente para identificar quais são as contradições do momento histórico e a implícita práxis social do possível, transformadora.
O nosso grande desafio é o de assumir que o bolsonarismo, para ser superado, tem que ser estudado e conhecido como o que é, esdrúxulo objeto de conhecimento. A falta de seriedade do bolsonarismo tem que ser estudada a sério como problema, social e político, como eficaz máquina de limitação e empobrecimento da cidadania e de transformação do Brasil numa sociedade carneiril.
É ele expressão tardia e extemporânea de uma estratégia política que remonta ao período final da Segunda Guerra Mundial, quando já estava em andamento a Terceira Guerra. Uma estratégia que se tornará a da geopolítica do universo de poder em que estão inseridos países como o nosso. Não mais a do confronto de potências. Mas a do confronto do Estado repressivo e armado contra a sociedade, para tratá-la como inimigo interno porque abriga os que perfilham carências sociais e de expressão política que podem conduzi-la a uma coalizão possível de interesses e sujeitos capaz de mudar a vida e superar contradições.
O bolsonarismo revela nossa alienação política, nossa dificuldade para contrapor uma ação política consequente a políticos de anedota.
No bolsonarismo se reflete a alteração da realidade dos confrontos militares decorrente da explosão das bombas atômicas no Japão. Com ela a função dos militares encolheu. A definição de inimigo e o modo de combatê-lo é outra. O inimigo, praticamente no mundo todo, é hoje um inimigo inventado. E uma das funções dos militares na atualidade é a de inventá-lo ou a de supô-lo para combatê-lo. Os reais novos inimigos, por outro lado, como a produção e o tráfico de drogas, que aniquilam a vida de suas vítimas e nisso a sociedade inteira e o próprio capitalismo, vicejam porque as forças de segurança não os têm como centro de referência de sua formação.
No cumprimento de sua função de desmantelar a sociedade e disseminar a desordem permanente, o bolsonarismo é expressão de uma realidade política propositalmente criada com o objeto de instituir a insegurança, a incerteza e o medo como mediações permanentes da instabilidade política. E nesse sentido militarizar as instituições e a competência cidadã da sociedade.
É o que fragiliza a certeza necessária ao desenvolvimento das utopias de superação de tudo que nos tornamos naquilo que deixamos de ser. Somos hoje parte de um sistema político e de uma economia mundializados que têm os seus gestores, seus cúmplices, sua tecnologia, sua capacidade de desmonte das bases sociais e políticas que fazem do homem comum autor de sua própria história. Impedidos de nos saciarmos do que a realidade possibilita até o limite do subestimado possível. Para vencer iniquidades e misérias.
O bolsonarismo vitorioso é consequência do lento agrupamento da diversidade de anomalias e contradições que foram desdenhadas pelos partidos de motivação social. Tornou-se ele um aglomerado de resíduos antidemocráticos da democracia frágil, o negativo que encontrou sua lógica no conjunto de irracionalidades que deu vida à sua política do absurdo. Um sistema criado para assegurar o primado de uma política de crescimento econômico sem compromisso com o desenvolvimento social. Seu objetivo tem sido o de assegurar ganhos de Primeiro Mundo num país de Terceiro Mundo. A explosão da miséria, da fome, do desemprego detonaram esse modelo econômico.
Só lentamente tem conseguido o Brasil político definir como atuar, nas eleições e também depois delas, como uma frente democrática contra o autoritarismo e a herança maldita que dele ficará.
Temos tratado o bolsonarismo como assunto menor e não como gravíssima anomalia em nosso processo político. Referimo-nos aos bolsonaristas como caricaturas do que deveria ser o político e não como aquilo que são: caricaturas ativas que tiveram êxito na usurpação do poder e no desmonte das conquistas sociais.
Não cuidamos de decifrá-lo, conhecer-lhe a origem, os fatores, o enraizamento na sociedade, a ação corrosiva contra as estruturas frágeis da democracia, as alianças de interesses antissociais que neles se corporificam. O bolsonarismo não está sozinho na crise e na agonia. O sistema partidário também está.
As esquerdas, do mesmo modo, não estão a salvo. Os grupos e partidos políticos se determinam reciprocamente. Elas precisam retornar à dialética e rever-se criticamente para identificar quais são as contradições do momento histórico e a implícita práxis social do possível, transformadora.
O nosso grande desafio é o de assumir que o bolsonarismo, para ser superado, tem que ser estudado e conhecido como o que é, esdrúxulo objeto de conhecimento. A falta de seriedade do bolsonarismo tem que ser estudada a sério como problema, social e político, como eficaz máquina de limitação e empobrecimento da cidadania e de transformação do Brasil numa sociedade carneiril.
É ele expressão tardia e extemporânea de uma estratégia política que remonta ao período final da Segunda Guerra Mundial, quando já estava em andamento a Terceira Guerra. Uma estratégia que se tornará a da geopolítica do universo de poder em que estão inseridos países como o nosso. Não mais a do confronto de potências. Mas a do confronto do Estado repressivo e armado contra a sociedade, para tratá-la como inimigo interno porque abriga os que perfilham carências sociais e de expressão política que podem conduzi-la a uma coalizão possível de interesses e sujeitos capaz de mudar a vida e superar contradições.
O bolsonarismo revela nossa alienação política, nossa dificuldade para contrapor uma ação política consequente a políticos de anedota.
No bolsonarismo se reflete a alteração da realidade dos confrontos militares decorrente da explosão das bombas atômicas no Japão. Com ela a função dos militares encolheu. A definição de inimigo e o modo de combatê-lo é outra. O inimigo, praticamente no mundo todo, é hoje um inimigo inventado. E uma das funções dos militares na atualidade é a de inventá-lo ou a de supô-lo para combatê-lo. Os reais novos inimigos, por outro lado, como a produção e o tráfico de drogas, que aniquilam a vida de suas vítimas e nisso a sociedade inteira e o próprio capitalismo, vicejam porque as forças de segurança não os têm como centro de referência de sua formação.
No cumprimento de sua função de desmantelar a sociedade e disseminar a desordem permanente, o bolsonarismo é expressão de uma realidade política propositalmente criada com o objeto de instituir a insegurança, a incerteza e o medo como mediações permanentes da instabilidade política. E nesse sentido militarizar as instituições e a competência cidadã da sociedade.
É o que fragiliza a certeza necessária ao desenvolvimento das utopias de superação de tudo que nos tornamos naquilo que deixamos de ser. Somos hoje parte de um sistema político e de uma economia mundializados que têm os seus gestores, seus cúmplices, sua tecnologia, sua capacidade de desmonte das bases sociais e políticas que fazem do homem comum autor de sua própria história. Impedidos de nos saciarmos do que a realidade possibilita até o limite do subestimado possível. Para vencer iniquidades e misérias.
A cada reeleição, nova devastação
Mal refeito da devastação que Dilma Rousseff se permitiu perpetrar, para se reeleger em 2014, o Brasil se vê mais uma vez assolado pela sanha devastadora de um presidente irresponsável, disposto a se reeleger a qualquer custo, como se não houvesse amanhã. Não há país que aguente a recorrência de devastações de tais proporções, a cada oito anos.
Embora só faltem cerca de 70 dias para as eleições, os danos mais graves do desastroso projeto de reeleição de Bolsonaro ainda parecem estar por vir. Mas os estragos já constatados compõem um quadro assustador de demolição institucional.
Do ponto de vista estrito da política econômica, já no final do ano passado, o governo escancarou seu descompromisso com a preservação do regime fiscal. Alarmado com seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto, o presidente não relutou em promover injustificável calote de dívidas judiciais e uma mudança oportunista na regra de correção do teto de gastos, para viabilizar, às pressas, a concessão do Auxílio Brasil e outras expansões de dispêndio, em 2023.
A invasão da Ucrânia, no começo deste ano, foi o que bastou para nova escalada de inconsequências na condução da política econômica. Tendo percebido que, mesmo com demissões em série de presidentes da Petrobras, não conseguiria mudar a política de alinhamento de preços internos de combustíveis a preços internacionais, o Planalto continua determinado a passar por cima da legislação que protege a empresa de ingerências do governo.
Em paralelo, o presidente, articulado com o Centrão, patrocinou a imposição de reduções arbitrárias na cobrança de ICMS pelos estados e novo e vasto pacote de medidas eleitoreiras que, a menos de 90 dias do primeiro turno, reajusta em 50% o pagamento mensal do Auxílio Brasil e concede subsídios a caminhoneiros e taxistas.
Tudo por meio de PEC, com base em fantasioso estado de emergência, para driblar restrições impostas pela legislação fiscal e eleitoral. E com maciça conivência da oposição.
A esse desmantelamento dos arcabouços de regras fiscais e eleitorais, vem-se sobrepondo novo surto de ataques do Planalto à lisura do processo eleitoral, com deplorável envolvimento de oficiais de alta patente das Forças Armadas e patética e constrangedora pregação do próprio presidente ao corpo diplomático acreditado em Brasília.
Ao eleitorado, resta escolher a que forças políticas entregar a Presidência, em janeiro de 2023. Às que, agora, vem devastando o país? Ou às que o devastaram na última reeleição?
O PT perdeu a oportunidade de dar ao país uma demonstração convincente de que já não comunga com a irresponsabilidade fiscal que vicejou no último governo petista. É lamentável que o partido tenha preferido votar em peso, tanto no Senado como na Câmara, pela aprovação da escabrosa proposta de emenda à Constituição patrocinada pelo governo.
Mesmo sabendo que a aprovação favoreceria Bolsonaro, o PT não escondeu a matreira satisfação com que ajudou a desmantelar o aparato de controle fiscal montado pelo governo Temer, para lidar com o descalabro que lhe foi deixado pela presidente petista.
No governo, ainda há quem se agarre ao jogo do contente e continue insistindo que, não obstante todos os excessos eleitoreiros dos últimos meses, o quadro fiscal continua sob controle. A verdade, contudo, é que esse suposto controle, à base de calote dos precatórios, está fadado a se esvair como uma miragem, quando o aumento do Auxílio Brasil de R$ 600 se mostrar irreversível e cessarem os efeitos benéficos sobre as contas públicas que têm decorrido da aceleração da inflação, do adiamento de reajustes da gigantesca folha de pagamentos do governo e do desempenho inusitado da arrecadação, na esteira da alta de preços de commodities.
E, esvaída a miragem, o novo governo constatará que já não poderá contar com qualquer ancoragem fiscal crível. E que a gestão das contas públicas estará ao sabor de negociações desalentadoramente desequilibradas com um Congresso tão ou mais irresponsável do que o atual.
Embora só faltem cerca de 70 dias para as eleições, os danos mais graves do desastroso projeto de reeleição de Bolsonaro ainda parecem estar por vir. Mas os estragos já constatados compõem um quadro assustador de demolição institucional.
Do ponto de vista estrito da política econômica, já no final do ano passado, o governo escancarou seu descompromisso com a preservação do regime fiscal. Alarmado com seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto, o presidente não relutou em promover injustificável calote de dívidas judiciais e uma mudança oportunista na regra de correção do teto de gastos, para viabilizar, às pressas, a concessão do Auxílio Brasil e outras expansões de dispêndio, em 2023.
A invasão da Ucrânia, no começo deste ano, foi o que bastou para nova escalada de inconsequências na condução da política econômica. Tendo percebido que, mesmo com demissões em série de presidentes da Petrobras, não conseguiria mudar a política de alinhamento de preços internos de combustíveis a preços internacionais, o Planalto continua determinado a passar por cima da legislação que protege a empresa de ingerências do governo.
Em paralelo, o presidente, articulado com o Centrão, patrocinou a imposição de reduções arbitrárias na cobrança de ICMS pelos estados e novo e vasto pacote de medidas eleitoreiras que, a menos de 90 dias do primeiro turno, reajusta em 50% o pagamento mensal do Auxílio Brasil e concede subsídios a caminhoneiros e taxistas.
Tudo por meio de PEC, com base em fantasioso estado de emergência, para driblar restrições impostas pela legislação fiscal e eleitoral. E com maciça conivência da oposição.
A esse desmantelamento dos arcabouços de regras fiscais e eleitorais, vem-se sobrepondo novo surto de ataques do Planalto à lisura do processo eleitoral, com deplorável envolvimento de oficiais de alta patente das Forças Armadas e patética e constrangedora pregação do próprio presidente ao corpo diplomático acreditado em Brasília.
Ao eleitorado, resta escolher a que forças políticas entregar a Presidência, em janeiro de 2023. Às que, agora, vem devastando o país? Ou às que o devastaram na última reeleição?
O PT perdeu a oportunidade de dar ao país uma demonstração convincente de que já não comunga com a irresponsabilidade fiscal que vicejou no último governo petista. É lamentável que o partido tenha preferido votar em peso, tanto no Senado como na Câmara, pela aprovação da escabrosa proposta de emenda à Constituição patrocinada pelo governo.
Mesmo sabendo que a aprovação favoreceria Bolsonaro, o PT não escondeu a matreira satisfação com que ajudou a desmantelar o aparato de controle fiscal montado pelo governo Temer, para lidar com o descalabro que lhe foi deixado pela presidente petista.
No governo, ainda há quem se agarre ao jogo do contente e continue insistindo que, não obstante todos os excessos eleitoreiros dos últimos meses, o quadro fiscal continua sob controle. A verdade, contudo, é que esse suposto controle, à base de calote dos precatórios, está fadado a se esvair como uma miragem, quando o aumento do Auxílio Brasil de R$ 600 se mostrar irreversível e cessarem os efeitos benéficos sobre as contas públicas que têm decorrido da aceleração da inflação, do adiamento de reajustes da gigantesca folha de pagamentos do governo e do desempenho inusitado da arrecadação, na esteira da alta de preços de commodities.
E, esvaída a miragem, o novo governo constatará que já não poderá contar com qualquer ancoragem fiscal crível. E que a gestão das contas públicas estará ao sabor de negociações desalentadoramente desequilibradas com um Congresso tão ou mais irresponsável do que o atual.
Direito de eleição ou direito de taição?
Como em tantos outros países, as pessoas votam, mas não elegem. Votam em um, governa outro: governa o cloneEduardo Galeano
Cuidado com a aritmética!
Êta!...Então a eleição está ganha!. Lula tem 42 por cento da preferência do eleitorado nacional e Bolsonaro 36 por cento, apontam as pesquisas. Não é bem assim. Pesquisas divulgadas com antecedência tem o mesmo propósito de uma propaganda explícita. Pretende fazer o eleitor acreditar que aquele candidato já está eleito. Uma falsa indução. A premissa condutora é a de” não se vota em candidato previamente derrotado”. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por alguma conveniência, faz de conta que não vê.
Nada mais enganoso que essa aritmética absolutizada, mesmo que esteja assinada por um grande instituto de pesquisa. Existem mais de 100 no Brasil. Alguns copiando os resultados dos outros, e alguns vendendo opiniões. Assim, foi em eleições anteriores e, nesta próxima, não parece diferente.
As indicações de resultados prévios entre Aécio e Dilma, Bolsonaro e Haddad e em alguns estados marcaram grandes enganos das pesquisas. O candidato que lidera as pesquisas, na maioria dessas disputas é quase sempre atropelado no final, embora até o última momento as pesquisas o indiquem como potencial vencedor. Em geral, os institutos de pesquisa concentram-se em dois dos candidatos com melhores resultados, com vistas a um segundo turno ou não. Há pesquisas tendenciosas cujas conclusões vem acompanhadas da afirmação - verdadeira pregação - de que” Não haverá nem segundo turno!".
Esquecem-se dos votos dos candidatos pouco citados, dos votos nulos e brancos - já chegaram a 20 % dos votantes -, dos indecisos que podem mudar o voto na última hora (está ainda em 4 %) e dos ausentes. Somados chegam a milhões de eleitores. Existem estudos no campo da política eleitoral, mostrando que, o número de votos perdidos pelo eleitorado é maior que os conquistados pelos eleitos: em geral, mais de 50 %. Dir-se-ia que se trata de uma performance democrática.
Fiquem atentos. Pesquisas indicam tendências, dificilmente apontam, por antecipação, vitoriosos. Ajudam a nortear campanhas. Elas se aproximam de alguns resultados, mas não conseguem captar no cenário real os acasos e as incertezas no comportamento humano. Nunca se sabe tudo da pesquisa, embora, por exigência do TSE, ao serem registradas, as pesquisas são obrigadas a revelar os métodos usados, o período e os objetivos a serem alcançados.
Os maiores interessados em conhecer resultados prévios das pesquisas eleitorais são os empresários, atentos ao futuro da economia e, por extensão, dos seus negócios. Mal concluída uma eleição, os políticos distribuem os cargos para os cabos eleitorais, e já estão preocupados com a próxima. Os empresários não são assim. Para eles, cada eleição é um drama ou uma solução para os investimentos. Por isso, financiam pesquisas eleitorais, como álibi, para conhecer as tendências e fazer projeções sobre a nova política econômica. Daí aqueles financiamentos de campanha tentando fortalecer os candidatos que mais compactuam com seus propósitos empresariais ou os que mais tem chance de sair vitoriosos das eleições.
Os empresários não estão nem aí para os partidos. O fulano, sendo eleito, vai abrir a economia à busca do desenvolvimento, conceder estímulos e isenções fiscais; o outro vai exercer um controle fiscal rigoroso para equilibrar as contas públicas e os empresários e empreendimentos em andamento serão suas vítimas. A equação é simples. O resto é pantomina. Por isso as mudanças no Brasil são lentas: Primeiro o meu, depois o do Abreu.
Após a eleição de Obama nos Estados Unidos, amparada nas redes sociais digitais, houve grandes mudanças na estrutura das campanhas, mas por aqui centenas de candidatos ainda dependem da propaganda analógica e dos Correios para comunicar-se com os eleitores. Se este for o caso, não confie que terá êxito. As pesquisas tem seus problemas e nos Correios existe uma militância não expressa que interrompe qualquer processo eleitoral. Ninguém sabe, ninguém viu: o certo e que a correspondência eleitoral - pesquisas, cartas, folders, santinhos e até cartazes costumam não chegar, ou se chegam, os prazos já venceram. Existem regras, manuais operacionais, mas os servidores são distópicos, agem organicamente, quase sempre em sentido contrário, acho que nem sempre por opção ideológica, mas disposição mesmo para o trabalho. Tem regras e ritmos próprios.
Na verdade, pesquisas eleitorais são mesmo é um bom negócio, quando não trabalham para candidatos caloteiros. Quase todos o são. Se perdem a eleição, não pagam as contas. A Rede Globo conseguiu, certa vez, financiamento para acompanhamento prévio do resultado das eleições presidenciais no Brasil, fazendo boca de urna (proibida) nas maiores cidades do País. Usou duas estratégias: selecionou aqueles colégios eleitorais mais representativos e ouviu o eleitor no momento em que ele acabava de dar seu voto. Resultado: acertou em cheio, e divulgou o resultado no mesmo dia, usando inclusive seus comentaristas políticos para dar legitimidade pública. Onde chegamos: o sistema Globo esteve próximo de dirigir o País. Seus proprietários, diretores, repórteres, atores e atrizes ainda são cortejados por aí
Foi o maior vexame para o TSE, que demorava quase uma semana para anunciar os resultados das eleições. Digamos que esses eventos não mais seriam possíveis, e que as pesquisas que estão sendo divulgadas até agora são todas duvidosas: Lula tem 42 % dos votos; Bolsonaro, 36%, Ciro tem 9%, a Tebet (de um dos maiores partidos do País) 4%. O Data Folha divulgou recentemente uma nova provocação: 12 %, pelo menos, do eleitorado decide mesmo em quem votar quando está, de fato, em frente ao desafio de uma urna. Fiquem espertos. Até aqui a aritmética não bateu.
Nada mais enganoso que essa aritmética absolutizada, mesmo que esteja assinada por um grande instituto de pesquisa. Existem mais de 100 no Brasil. Alguns copiando os resultados dos outros, e alguns vendendo opiniões. Assim, foi em eleições anteriores e, nesta próxima, não parece diferente.
As indicações de resultados prévios entre Aécio e Dilma, Bolsonaro e Haddad e em alguns estados marcaram grandes enganos das pesquisas. O candidato que lidera as pesquisas, na maioria dessas disputas é quase sempre atropelado no final, embora até o última momento as pesquisas o indiquem como potencial vencedor. Em geral, os institutos de pesquisa concentram-se em dois dos candidatos com melhores resultados, com vistas a um segundo turno ou não. Há pesquisas tendenciosas cujas conclusões vem acompanhadas da afirmação - verdadeira pregação - de que” Não haverá nem segundo turno!".
Esquecem-se dos votos dos candidatos pouco citados, dos votos nulos e brancos - já chegaram a 20 % dos votantes -, dos indecisos que podem mudar o voto na última hora (está ainda em 4 %) e dos ausentes. Somados chegam a milhões de eleitores. Existem estudos no campo da política eleitoral, mostrando que, o número de votos perdidos pelo eleitorado é maior que os conquistados pelos eleitos: em geral, mais de 50 %. Dir-se-ia que se trata de uma performance democrática.
Fiquem atentos. Pesquisas indicam tendências, dificilmente apontam, por antecipação, vitoriosos. Ajudam a nortear campanhas. Elas se aproximam de alguns resultados, mas não conseguem captar no cenário real os acasos e as incertezas no comportamento humano. Nunca se sabe tudo da pesquisa, embora, por exigência do TSE, ao serem registradas, as pesquisas são obrigadas a revelar os métodos usados, o período e os objetivos a serem alcançados.
Os maiores interessados em conhecer resultados prévios das pesquisas eleitorais são os empresários, atentos ao futuro da economia e, por extensão, dos seus negócios. Mal concluída uma eleição, os políticos distribuem os cargos para os cabos eleitorais, e já estão preocupados com a próxima. Os empresários não são assim. Para eles, cada eleição é um drama ou uma solução para os investimentos. Por isso, financiam pesquisas eleitorais, como álibi, para conhecer as tendências e fazer projeções sobre a nova política econômica. Daí aqueles financiamentos de campanha tentando fortalecer os candidatos que mais compactuam com seus propósitos empresariais ou os que mais tem chance de sair vitoriosos das eleições.
Os empresários não estão nem aí para os partidos. O fulano, sendo eleito, vai abrir a economia à busca do desenvolvimento, conceder estímulos e isenções fiscais; o outro vai exercer um controle fiscal rigoroso para equilibrar as contas públicas e os empresários e empreendimentos em andamento serão suas vítimas. A equação é simples. O resto é pantomina. Por isso as mudanças no Brasil são lentas: Primeiro o meu, depois o do Abreu.
Após a eleição de Obama nos Estados Unidos, amparada nas redes sociais digitais, houve grandes mudanças na estrutura das campanhas, mas por aqui centenas de candidatos ainda dependem da propaganda analógica e dos Correios para comunicar-se com os eleitores. Se este for o caso, não confie que terá êxito. As pesquisas tem seus problemas e nos Correios existe uma militância não expressa que interrompe qualquer processo eleitoral. Ninguém sabe, ninguém viu: o certo e que a correspondência eleitoral - pesquisas, cartas, folders, santinhos e até cartazes costumam não chegar, ou se chegam, os prazos já venceram. Existem regras, manuais operacionais, mas os servidores são distópicos, agem organicamente, quase sempre em sentido contrário, acho que nem sempre por opção ideológica, mas disposição mesmo para o trabalho. Tem regras e ritmos próprios.
Na verdade, pesquisas eleitorais são mesmo é um bom negócio, quando não trabalham para candidatos caloteiros. Quase todos o são. Se perdem a eleição, não pagam as contas. A Rede Globo conseguiu, certa vez, financiamento para acompanhamento prévio do resultado das eleições presidenciais no Brasil, fazendo boca de urna (proibida) nas maiores cidades do País. Usou duas estratégias: selecionou aqueles colégios eleitorais mais representativos e ouviu o eleitor no momento em que ele acabava de dar seu voto. Resultado: acertou em cheio, e divulgou o resultado no mesmo dia, usando inclusive seus comentaristas políticos para dar legitimidade pública. Onde chegamos: o sistema Globo esteve próximo de dirigir o País. Seus proprietários, diretores, repórteres, atores e atrizes ainda são cortejados por aí
Foi o maior vexame para o TSE, que demorava quase uma semana para anunciar os resultados das eleições. Digamos que esses eventos não mais seriam possíveis, e que as pesquisas que estão sendo divulgadas até agora são todas duvidosas: Lula tem 42 % dos votos; Bolsonaro, 36%, Ciro tem 9%, a Tebet (de um dos maiores partidos do País) 4%. O Data Folha divulgou recentemente uma nova provocação: 12 %, pelo menos, do eleitorado decide mesmo em quem votar quando está, de fato, em frente ao desafio de uma urna. Fiquem espertos. Até aqui a aritmética não bateu.
Quem não te conhece, que te compre!
Não confio em ti, general. Proclamastes a República em nome do povo e deixastes o povo fora das urnas. Não aceitastes que mulher votasse. Excluístes os analfabetos, ou seja, quase todo mundo. Não bastasse, continuastes açoitando negros nos quartéis.
Falas em nome do povo, mas morres de medo do voto popular. Na República Velha, inventastes de salvar estados cujos governantes eleitos não te agradavam.
Depois, defendestes o voto secreto dizendo que todos os males advinham do sistema eleitoral. Derrubastes o presidente eleito, mudastes o sistema político e, por pressão, aceitastes o voto da mulher. Mas persististes deixando o povo longe das urnas.
Achando pouco, inventastes mentira deslavada para impor uma ditadura e negar a manifestação da vontade coletiva. Empurrastes goela abaixo da sociedade uma Constituição copiada da Polônia fascista.
Quando não conseguistes mais manter a ditadura, destes duas opções ao povo: eleger um de farda de azul ou outro, verde-oliva. E te espantastes com a votação dos que queriam mudança social. Impusestes a clandestinidade aos que levantavam bandeiras populares.
Depois quisestes destituir um velho caudilho transformado em ídolo do povo. O homem queria um país com ciência, tecnologia, indústria e direitos sociais. Com teus aliados de sempre, atazanastes de tal forma o velho que ele se matou. Tirou de tua boca o gostinho de vê-lo injustamente preso como ladrão.
Em seguida, mais uma vez, repudiastes o veredito das urnas. Só o contragolpe de um colega sensato asseguraria posse ao eleito.
Renitente é tua sanha contra o voto. Derrubastes de novo o presidente da República e impusestes 21 anos sem eleições livres. Distribuístes porrada sem piedade! Os que te contestavam, mandavas matar ou mofar na cadeia.
Quando fostes obrigado a acatar eleições, mesmo indiretas, quebrastes a cara, teu candidato dançou.
Engolistes a seco a decisão do Constituinte de 1988 que garantiu o voto do analfabeto. Que fajutice este regime republicano que proclamastes: os mais humildes esperaram cem anos para ter direito de votar. Como tens medo de urna, general!
Os brasileiros começaram se acostumar a votar e, à sorrelfa, tramastes contra as eleições. Em conluio com malandros de paletó e juízes pequenos, articulastes a derrubada de uma mulher honesta e a prisão de um líder popular.
Exibistes tua força usando um celular. Admirável! Nem precisastes deixar a tropa de prontidão.
Finalmente, arranjastes um bufão para a cadeira presidencial. Avalizastes seu governo. E que ao babaca fossem imputados os teus desígnios, hein? Muitos imaginam candidamente que os males provêm de tua marionete atrabiliária. Mais sandices ele diga, melhor para desvincular as imagens de seu fabricante. És bom em manobras que chamas de “psicossociais”.
Mas, com esta patuscada de contestar urna eletrônica, te arriscas a estragar o resto de consideração que ainda deténs diante de alguns incautos.
O que pretendes? Arruaça, baderna? Programas a comoção social para atacares de mantenedor da lei e da ordem? Queres o país em chamas para justificar a saída da tropa às ruas? Que palhaçada! Que vontade incontida de mando!
Finges nada ter a ver com a tragédia anunciada. Há quem diga que não quebrarás a institucionalidade. Quem não te conhece, que te compre. Abandonarás o vício de vida inteira?
Segura tua alergia à vontade do povo. Contenha teu medo das urnas. Pare de bancar o falso salvador da pátria.
Cuida de tua obrigação. Prepara-te para matar estrangeiro cobiçoso e deixa o povo brasileiro, que te sustenta, escolher seu rumo!
Falas em nome do povo, mas morres de medo do voto popular. Na República Velha, inventastes de salvar estados cujos governantes eleitos não te agradavam.
Depois, defendestes o voto secreto dizendo que todos os males advinham do sistema eleitoral. Derrubastes o presidente eleito, mudastes o sistema político e, por pressão, aceitastes o voto da mulher. Mas persististes deixando o povo longe das urnas.
Achando pouco, inventastes mentira deslavada para impor uma ditadura e negar a manifestação da vontade coletiva. Empurrastes goela abaixo da sociedade uma Constituição copiada da Polônia fascista.
Quando não conseguistes mais manter a ditadura, destes duas opções ao povo: eleger um de farda de azul ou outro, verde-oliva. E te espantastes com a votação dos que queriam mudança social. Impusestes a clandestinidade aos que levantavam bandeiras populares.
Depois quisestes destituir um velho caudilho transformado em ídolo do povo. O homem queria um país com ciência, tecnologia, indústria e direitos sociais. Com teus aliados de sempre, atazanastes de tal forma o velho que ele se matou. Tirou de tua boca o gostinho de vê-lo injustamente preso como ladrão.
Em seguida, mais uma vez, repudiastes o veredito das urnas. Só o contragolpe de um colega sensato asseguraria posse ao eleito.
Renitente é tua sanha contra o voto. Derrubastes de novo o presidente da República e impusestes 21 anos sem eleições livres. Distribuístes porrada sem piedade! Os que te contestavam, mandavas matar ou mofar na cadeia.
Quando fostes obrigado a acatar eleições, mesmo indiretas, quebrastes a cara, teu candidato dançou.
Engolistes a seco a decisão do Constituinte de 1988 que garantiu o voto do analfabeto. Que fajutice este regime republicano que proclamastes: os mais humildes esperaram cem anos para ter direito de votar. Como tens medo de urna, general!
Os brasileiros começaram se acostumar a votar e, à sorrelfa, tramastes contra as eleições. Em conluio com malandros de paletó e juízes pequenos, articulastes a derrubada de uma mulher honesta e a prisão de um líder popular.
Exibistes tua força usando um celular. Admirável! Nem precisastes deixar a tropa de prontidão.
Finalmente, arranjastes um bufão para a cadeira presidencial. Avalizastes seu governo. E que ao babaca fossem imputados os teus desígnios, hein? Muitos imaginam candidamente que os males provêm de tua marionete atrabiliária. Mais sandices ele diga, melhor para desvincular as imagens de seu fabricante. És bom em manobras que chamas de “psicossociais”.
Mas, com esta patuscada de contestar urna eletrônica, te arriscas a estragar o resto de consideração que ainda deténs diante de alguns incautos.
O que pretendes? Arruaça, baderna? Programas a comoção social para atacares de mantenedor da lei e da ordem? Queres o país em chamas para justificar a saída da tropa às ruas? Que palhaçada! Que vontade incontida de mando!
Finges nada ter a ver com a tragédia anunciada. Há quem diga que não quebrarás a institucionalidade. Quem não te conhece, que te compre. Abandonarás o vício de vida inteira?
Segura tua alergia à vontade do povo. Contenha teu medo das urnas. Pare de bancar o falso salvador da pátria.
Cuida de tua obrigação. Prepara-te para matar estrangeiro cobiçoso e deixa o povo brasileiro, que te sustenta, escolher seu rumo!
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