A intenção era louvar o chefe e sua capacidade de gestão, em contraste com a gastança desenfreada dos “esquerdopatas”. A ministra Damares Alves escreveu: “Vamos deixar o povo julgar”. Mas era tudo mentira.
Os governistas emparelharam coisas totalmente diferentes. A cifra de Dilma englobava os gastos com passagens de todos os servidores do governo, enquanto o número de Bolsonaro levava em conta só as viagens do presidente. No ano passado, na verdade, o valor total destinado a passagens foi de R$ 421 milhões, segundo o Portal da Transparência.
A máquina de propaganda do bolsonarismo se alimenta de mentiras, informações distorcidas, dados maquiados e comparações esdrúxulas. A função desse mecanismo não é só confundir o debate público, mas principalmente enganar os próprios apoiadores do governo.
Em certas situações, o presidente elabora mentiras sob medida para suas bases. Criticado por seguidores, ele inventou que sofreria um impeachment se vetasse a destinação de R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral.
A desonestidade chega a níveis ridículos. Na sexta (10), Eduardo Bolsonaro reclamou que os incêndios florestais na Austrália não receberam do Instituto Chico Mendes a mesma atenção dada às queimadas na Amazônia. Não deveria ser preciso explicar que o órgão ambiental federal não tem nenhuma relação com desastres em outros países.
Bolsonaro e sua equipe não espalham absurdos para fazer com que seus críticos mudem de ideia. O objetivo é convencer simpatizantes de que o governo vai bem e fazer com que eles mesmos espalhem essas lorotas de baixa qualidade. O presidente, nesse caso, trata seus apoiadores como se fossem ingênuos ou idiotas.