sexta-feira, 10 de abril de 2015

Petrobras tá limpa!


O brasileiro é mesmo um milagreiro para deixar santo de quem se atrever no chinelo. Bastou colocar Aldemir Bendine, conhecido como "Valdirene", na presidência da Petrobras para Dilma se inflamar e garantir: "A Petrobras limpou o que tinha de limpar, tirou aqueles que tinha de tirar de lá de dentro e que se aproveitaram de suas posições para enriquecer os próprios bolsos. Mas a Petrobras continua de pé".

É o brado retumbante da mentira. Primeiro que não foi a Petrobras quem tirou, mas a Justiça obrigou a que fosse retirados. Outra é que não enriqueceram os próprios bolsos mas ainda os bolsos políticos, sob comando do PT. Dilma teve e tem um mestre do ilusionismo que segue religiosamente. Prefere jogar na latrina um passado a revelar a verdade em troca de esquentar o trono para o Flagelo de Garanhuns.

Dilma sabe muito bem que a Petrobras não só está assolada, estuprada, sucateada, nem se fez a limpeza devida. Apenas foram obrigados a cortar a bica do propinoduto para o PT e aliados. Para enfeitar a "limpeza", ainda estão embrulhados nas contas para aprovação que não saem nunca.

O que Dilma oculta é que a empresa está embicada para o fundo do pré-sal. Estão arrumando dinheiro estrangeiro para servir de boia. Lutam ainda para se livrar das ações no exterior que serão pagas regiamente com dinheiro dos brasileiros.

O PT e seus comparsas assaltaram tanto na mão grande a galinha dos ovos de ouro que deixaram a empresa na UTI, tática que ainda continuam a aplicar em outras estatais e órgãos governamentais.

A limpeza é tão boa que a Petrobras está "vendendo ativos" da BR Distribuidora, o que não quer dizer que está em pé. Em bom português e não no dicionário petista, significa que está sucateada e começaram a terceirização, que tanto o PT criticou como perda da empresa nacional. Começaram a privatizar a Petrobras e vão em seguida fatiar a Caixa Econômica.

Mentiram sempre que os outros fariam essas mesmas vendas que hoje preparam a fim de tapar o rombo que os roubos constantes deixaram. É preciso de muito dinheiro para tapar a buraqueira que tiraram do Brasil e dos brasileiros para se locupletarem e manterem-se no governo por 13 anos. E ainda vai faltar dinheiro. O trabalhador que aguente a canga.

Amor 'filial' no Congresso

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Eleito pelo povo para servir ao partido

Fabiano (ao fundo, atrás de Zeidan e
 Quaquá) deixou Maricá para servir ao Rio
Eleitor ainda acredita que seus eleitos vão mesmo cumprir as promessas. Grande piada. Mais um exemplo dessa farsa é o caso do deputado federal Fabiano Horta, insignificante vereador e presidente da Câmara municipal, em Maricá, que sempre se curvou às ordens dos chefões do PT.

Às custas do dinheiro público injetado pelo prefeito e presidente regional do PT, Washington Quaquá, o insigne vereador chegou à Câmara federal, onde ficou meros três meses. O deputado que deveria, segundo Quaquá, conquistar investimentos para o município, agora será um mero secretário municipal ... do Rio. Responderá pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário (o que será isso, meu Deus?) para que Wadih Damous, primeiro suplente do PT em Brasília, e ex-presidente da OAB, possa defender a legenda que cada vez mais beija a barra dos tribunais. Não é à toa que a instituição de tanto respeito em outros tempos hoje fornece defensores do banditismo petista.

A ordem do capo di tutti capi Lula é obedecida sem pestanejar. Horta, o pau-madado, vai gerir umna secretaria sem orçamento próprio, que devido aos cortes este ano terá apenas R$ 300 mil. Mais uma sinecura para aquele que foi "vendido" por Quaquá como o "homem de Maricá em Brasília". Agora será o homúnculo maricaense uma minúscula secretaria carioca, o que nada vai contribuir para Maricá. Enfim, os políticos petistas se servem do eleitor para servirem ao partido. Ou queriam que servissem ao eleitor?

Quem só comunica também se trumbica

Quem é que o padim Lula de Caetés pensa que engana com essa lorota de que a enorme crise que tornou sua afilhada Dilma Rousseff uma pata manca no Palácio do Planalto se deve à desarticulação política de Aloizio Oliva, que usa o sobrenome da mãe, Mercadante, para ninguém se tocar de que o pai era figurinha carimbada na ditadura militar?

Ao completar seu terceiro mês de mandato um dia depois de o golpe de 1964 ter completado 51 anos, a escolhida dele empatou com José Sarney, recordista absoluto de impopularidade desde 1989, com 64% de respostas "ruim" ou "péssimo" à pergunta do Ibope sobre o desempenho de seu governo. Com uma má notícia por dia, alternando recordes negativos na economia com revelações de novas gatunagens ou anúncios de medidas impopulares para tentar corrigir o incorrigível, ninguém precisa ter um sexto sentido premonitório para prever que não demora muito para ela sair de lanterna em punho pelos desvãos e porões palacianos onde tenta se esconder da plebe. E enquanto a pesquisa não revela o novo retrato, Sarney virou arroz de cuxá nos bailes do Planalto Fiscal.

Aí padim tirou do baú seu sermão de profeta da barcaça que afunda ao peso dos ratos do porão. Segundo a colega Vera Rosa, Sua ex-Excelência intensificou a pressão sobre a pupila para ela modificar a desarticulação política do governo, concentrando fogo no filho do general: "Mercadante vive falando de rating pra cá, rating pra lá. Que rating, que nada! A crise é política e o governo tem que resgatar a confiança. O resto vem naturalmente". Resto de quê, cara hirsuta? Lula tem motivos para não gostar do Mazarino do cerrado. Pois foi surrado por Fernando Henrique no primeiro turno da eleição presidencial de 1994 após ter levado em conta a falácia dele de que o Plano Real seria estelionato eleitoral. E depois chamou de "aloprados" seus asseclas que falsificaram dossiê contra José Serra na disputa da eleição estadual paulista de 2006. Mas essa é uma questão dele e Dilma não abre mão do direito de errar.

Na última pesquisa Datafolha, em que a avaliação de "bom" ou "ótimo" do governo federal desceu a cabalísticos 13%, o Congresso Nacional foi lembrado positivamente por apenas 9%. Devoto praticante da verdade pela metade, a mais enganadora das formas da mentira, o demiurgo do ABC só olhou para um lado da questão. Sim, é verdade que a relação da presidente com o Congresso é péssima, como atesta pesquisa da consultoria política Arko Advice, que ouviu 102 deputados federais de 22 partidos e constatou que 61% deles avaliam como "ruim" ou "péssimo" o convívio do Legislativo com o Executivo. Mas a verdade completa é que somente melhorar tal relação em nada tornará a "comandanta" mais popular.

De um lado, porque a imagem de deputados e senadores está ainda mais emporcalhada que a dela. De outro, porque as boas relações entre esses dois Poderes dependem muito menos de qualidades que Oliva não ostenta do que da gana dos parlamentares por um butim palaciano cada vez mais escasso nestes idos de vacas magras. O convívio entre os dois lados da Praça dos Três Poderes só vai melhorar quando houver mais verbas e cargos a distribuir. Se houvesse, nenhum congressista se melindraria com o chefe da Casa Civil lhe fazendo ouvidos de Mercadante nem com o estilo "deixa que eu cuspo" da chefona irritadiça.

O PMDB desconfia da irrelevância de articulação política para salvar o que resta deste desgoverno. Por isso Eliseu Padilha recusou o lugar de Pepe Nada Legal Vargas no palácio. Embora tudo leve a crer que ele se arrastará Ladeira do Pelourinho abaixo até o canto do cisne de 2018. Seu desprestígio crescente não resulta da falta de saliva em corredor, mas da sobra de material orgânico à tona sempre que se levanta algum tapete ou capacho. As obras não iniciadas ou atrasadas em 57% da rede de saneamento básico no Brasil passaram a ser a metáfora pronta ao alcance do nariz.

Na verdade, Dilma mentiu tanto que nem seu espírito santo de orelha, João Patinhas Santana do Bendegó, será mais capaz de resgatar alguma verdade que ela tenha dito por acaso e dela criar uma peça publicitária para ressuscitá-la neste pós-Páscoa. Tudo depõe contra isso: da delação premiada de Paulinho de Lula às fotografias em que ela foi flagrada ao lado do cão de guarda do Partido dos Trabalhadores na Petrobrás, Renato Duque. Na imagem que esboroa a olhos nus, os restos de verniz de sua honestidade pessoal, que evitam um processo de impeachment, são apagados por pegadas de sua protegida Erenice Guerra no cofre da Viúva. Sob o manto protetor de Dilma, Erenice, esse embrião de Graciosa Foster no Ministério de Minas e Energia e na Casa Civil, para a qual - suprema infâmia contra a Pátria - ela a indicou, prosperou à sombra do ancestral benefício da dúvida. A Operação Zelotes ameaça revelar a explicação para a ascensão social que moveu a fiel factótum de uma cidade-satélite para as margens do Paranoá.

Como sabe disso tudo e de muito mais, Lula não acredita nas próprias bazófias de intriga florentina contra o filho do general. Logo ele, que vendeu à Nação a suprema inverdade da gerentona que entrará para a História como o pior presidente da República! E que agora recorre ao velho truque de continuar enganando para não se enganar nem ser enganado. Não o faz por burrice, pois inteligência tem de sobra, ou alienação, por mais soberba que exiba e arrote. Mas, sim, porque não têm saída. Só lhes resta apostar na sorte, essa deusa caprichosa e cega, que sempre esbanjaram. Lula não confia em Dilma, mas na própria capacidade de evitar que ela repita a saga do Pedro da lenda infantil, devorado pelo lobo diante da omissão da aldeia que, após ouvir muitos pedidos de socorro mentirosos, não lhe acudiu.

Lula conta com a mágica de Goebbels, que fabricava verdades de mentiras somadas. É que Chacrinha disse: "Quem não se comunica se trumbica". Mas não contou que "quem só comunica também se trumbica.

José Nêumanne

Alguma decisão consensual pode contrariar direitos humanos?

Parece muito improvável. Aristóteles, chamado a opinar, certamente diria que ninguém pode ser contra direitos humanos porque ninguém pode ser contra si mesmo. Não é humano, portanto, ser contra os direitos humanos, que se alinham com o Direito Natural (estranhamente refugado pela esquerda quando se trata de defender o aborto).

Qual o equívoco cometido por aqueles que em nome dos direitos humanos defendem a manutenção da maioridade penal aos 18 anos? O problema, cuja existência a sociedade facilmente pode intuir, não está nos direitos, mas no estrabismo ideológico que transforma em direito aquilo que é torto e em torto aquilo que é direito. Com efeito, várias pesquisas de opinião e enquetes têm evidenciado que mais de 90% das pessoas são favoráveis à redução, e Aristóteles, chamado a opinar, certamente diria que não pode contrariar os direitos humanos aquilo que os seres humanos desejam em consenso.

Existem certos crimes que requerem desenvolvimento orgânico e intelectual para serem praticados. Requerem potência sexual, força física, capacidade de planejamento e execução. Quem está apto para os cometer está apto para assumir suas plenas consequências.

Por outro lado, certos delitos, que implicam maior agressividade, se enquadram totalmente naquilo que constitui um preceito moral universal: não faças aos outros o que não queres que te façam. Estupradores, torturadores, assassinos não se sentem bem sendo estuprados, torturados, assassinados. Existem delitos que são reprovados até mesmo pela ética dos presídios. Eles sabem.

As principais razões do aprisionamento de criminosos – por tempo proporcional à gravidade do delito praticado – são a defesa da sociedade, o desestímulo a novos crimes e a expiação. A ressocialização pela via da restrição à liberdade é uma idéia generosa ainda não suficientemente comprovada e depende muito mais do indivíduo que do sistema.

Raramente a lei nada tem a ver com direitos humanos, na medida em que seu caráter geral se impõe sobre todas as pessoas ou grupos sociais inteiros. Assim, uma norma que disponha sobre a redução da maioridade penal se refere a tais direitos, sim, mas na direção oposta a que vem sendo objeto de argumentação por seus opositores. Trata-se da defesa dos direitos humanos – vida, segurança, propriedade – do cidadão de bem. Trata-se de proteger a sociedade como um todo e as pessoas humanas concretas da sanha de indivíduos aos quais a lei faculta escolher os governantes, mas considera incapazes de discernir sobre os piores atos que possam praticar.