sexta-feira, 22 de novembro de 2024

A disputa das ideias

Depois de todos os esforços do passado, entrámos num período de retrocesso. Vê bem como as coisas se passam hoje: quando um homem importante lança uma nova ideia no mundo, ela é imediatamente apanhada por um mecanismo de divisão, constituído por simpatia e repulsa. Primeiro vêm os admiradores e arrancam grandes bocados, os que lhes convêm a essa ideia, e despedaçam o mestre como as raposas a presa; a seguir, os adversários destroem as partes fracas, e em pouco tempo o que resta de um grande feito mais não é do que uma reserva de aforismos de que amigos e inimigos se servem a seu bel-prazer. O resultado é uma ambiguidade generalizada. Não há Sim a que se não junte um Não. Podes fazer o que quiseres, que encontras sempre vinte das mais belas ideias a favor e, se quiseres, vinte que são contra. Quase somos levados a acreditar que é como no amor e no ódio, ou na fome, em que os gostos têm de ser diferentes, para que cada um fique com o seu bocado.
Robert Musil, "O Homem sem Qualidades"

A arte de escapar dos cortes

Neste momento, o tema corte de gastos públicos subiu na agenda tanto aqui como nos EUA. Eleito, Donald Trump designou Elon Musk para comandar o processo no qual pretende economizar US$ 2 trilhões. Será possível? A que custo, em termos políticos?

Parece que a tática de Musk é a de cortar o máximo, errar por excesso, nunca por timidez.

No caso brasileiro. O corte de gastos públicos parece um consenso, restando apenas a grande dúvida: cortar para cima ou para baixo? Supersalários, máquina dispendiosa, fantásticos subsídios às empresas. O panorama nas alturas é animador para quem maneja a tesoura.


Um dos episódios mais dramáticos desta história de cortes ocorreu na Grécia. Uma política fiscal descontrolada acabou levando o país a uma dívida impagável. Fundo Monetário Internacional (FMI) e União Europeia pressionaram e um plano de cortes atingiu salários e aposentadorias. Era triste ver os velhinhos assustados com a pobreza que se aproximava. Na verdade, a pobreza veio acompanhada de desemprego e exclusão social. E, em 2015, um partido de esquerda, o Syriza, foi eleito com uma política contra a austeridade que sufocava o país.

Apesar das boas intenções, a Grécia concedeu, de acordo em acordo, à pressão do mundo financeiro e teve de se ajustar à nova situação, ao custo de muito sofrimento.

O exemplo grego, vivido num momento muito difícil, mexeu com as normas de vigilância financeira da União Europeia, mas, sobretudo, colocou o debate sobre limites de uma política de austeridade.

A posição do Brasil não é semelhante à da Grécia. Mas as premissas sobre os limites de planos de austeridade estão de pé, sobretudo num país onde a pressão de cima para baixo é muito forte. É politicamente mais fácil derrubar algum tipo de benefício social do que suprimir os supersalários, por exemplo. Há três anos o deputado Rubens Bueno redigiu um relatório minucioso sobre os penduricalhos que elevam os rendimentos às alturas, muito acima do permitido por lei. Esse relatório, contudo, dorme na gaveta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, presidida por Davi Alcolumbre – aliás, favorito para a própria presidência do Senado.

A elite da burocracia federal é poderosa, assim como as empresas que recebem subsídios do governo. O mundo financeiro pressiona cegamente: não importa tanto como fazer o corte, desde que seja feito.

Há muitos anos que participo desta discussão. Houve uma época em que foi preciso acentuar o potencial da revolução digital para reduzir custos. Houve ano em que o governo federal gastava R$ 800 milhões só com passagens e diárias. As conferências a distância já eram possíveis e enfatizávamos esse caminho, mas a pressão para manter o velho esquema de viagens era muito forte: as diárias ampliavam os salários.

Pensando bem, em todos os debates sobre uma economia em todos os Poderes da República, é possível afirmar que dinheiro não falta. O grande obstáculo é subjetivo. O Brasil não reduz os custos da máquina porque as forças que se beneficiam dela não deixam.

Num contexto como esse, reduzir benefícios sociais é uma proposta obscena, apesar de que a desorganização e o atraso tornem esses benefícios mais caros e ineficazes. Muitas vezes mencionei aqui a experiência da Índia, que criou o número pessoal e evitou que milhões fossem para o ralo – mais um exemplo de como a tecnologia pode ser uma aliada no programa de cortes de gastos.

Dificilmente esta questão do uso racional dos recursos vai se resolver apenas com um rápido corte de gastos. É preciso uma grande mexida que possa contar também com a participação social.

É um pouco melancólico gastar dinheiro mal num país que precisa ao máximo de seus recursos. Mais triste ainda é compreender que uma reviravolta racional sempre foi possível. O País, nesse particular, parece o personagem de Kafka parado anos diante da porta de um castelo sem compreender que ela sempre esteve aberta para ele.

De novo, estamos sendo confrontados com nossas limitações políticas. É quase impossível realizar uma campanha nacional, mobilizar a maioria da sociedade para que este processo de racionalização aconteça.

Não se trata apenas de liberar recurso para as necessidades fundamentais do País. Enquanto o dinheiro for gasto de forma errada e a máquina também, por incompetência, não responder aos anseios mais profundos, que chegaram a se manifestar nas revoltas de 2013, a própria democracia estará fragilizada.

A fórmula escolhida é um combustível para aventuras políticas e soluções autoritárias, ainda que sejam soluções ilusórias, destinadas apenas a eleger extremistas.

Interessante como é difundido o discurso de defesa da democracia, mas como ele se concentra apenas na necessária defesa das liberdades. Os riscos mais profundos não são captados, sobretudo a frustração popular diante de um Estado que coleta implacavelmente os impostos, mas não consegue devolvê-los em forma de serviços eficazes.

A dificuldade de ver essa realidade, até mesmo de tomar consciência dela, está na grande resistência a aceitar cortes na própria seara, tanto em ministérios como em empresas oficiais, estendendo-se até os salários acima da lei. É uma cegueira perigosa para a própria sobrevivência do aparato burocrático.

Bolsonaro é um doente terminal que respira por meio de aparelhos

Por aqui pelo menos, golpe foi sempre para derrubar governos. De 1930 para cá, só houve um golpe promovido por quem governava: o de 1937, sob o comando do então presidente Getúlio Vargas.

Vargas chegou à Presidência na crista da Revolução de 1930. Derrotado na eleição daquele ano, ele encabeçou um movimento militar golpista e derrubou o presidente eleito.

Para não largar o poder, Vargas deu o golpe de 1937 que instituiu o Estado Novo, governando até 1945, quando foi deposto. Eleito em 1950, matou-se em 1954 para não ser novamente deposto.


O presidente Jânio Quadros protagonizou em 1961 uma bizarra tentativa de golpe a favor dele mesmo: renunciou ao cargo para voltar nos braços do povo e com mais poderes. Não voltou.

Sabendo ou não, dado que não é de muitas leituras, Bolsonaro quis repetir Vargas, aplicando um golpe a seu favor. Uma vez derrotado em 2022, conspirou para impedir que Lula tomasse posse.


Surpresa alguma. Bolsonaro jamais escondeu seu intuito de abolir a democracia por meio de um golpe de Estado, jamais. Foi coerente do princípio ao fim de sua carreira política.

Só seus fanáticos seguidores, os desinformados e os incrédulos por natureza podem se espantar em vê-lo indiciado pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado.

Escrevi aqui em 10/5/2022

“Por mais que neguem, os militares e Bolsonaro estão unidos na tarefa de semear dúvidas não só sobre a segurança das urnas eletrônicas como sobre o processo de apuração.”

E aqui em 18/5/2022 depois de Bolsonaro ter dito que não era crime pedir o retorno da ditadura:

“Bolsonaro bate palmas para os malucos e espera que eles dancem. Ao final, quem dançará será ele.”

E aqui em 18/7/2022:

“A ditadura de 64 acabou depois de 21 anos, mas o golpismo que fazia parte do DNA dos militares continua a circular nas veias dos que um dia expulsaram Bolsonaro do Exército por má conduta.”

E finalmente aqui em 21/7/2022:

“[…] os bolsonaristas dão sinais de que irão forçar a abertura das portas do inferno se Lula for eleito; e, por mais que Flávio Bolsonaro negue, com o apoio do pai dele.”

Quem disse: “O povo armado jamais será escravo de ninguém”? Não foi Nicolás Maduro, o ditador da Venezuela. Não foi Vladimir Putin, presidente da Rússia e ex-comunista.

Foi Bolsonaro quem disse na campanha de 2022, e acrescentou:

– Somente os ditadores temem o povo armado. Eu quero que todo cidadão de bem possua sua arma de fogo para resistir, se for o caso, à tentação de um ditador de plantão.

Em abril de 2021, Bolsonaro ouviu de Abraham Weintraub, ministro da Educação, a sugestão de mandar prender os ministros do Supremo Tribunal Federal, chamados por ele de “vagabundos”.

Ao lançar-se candidato à reeleição, Bolsonaro disse a certa altura do seu discurso:

– Estes surdos de capa preta [referindo-se aos ministros do Supremo] precisam entender o que é a voz do povo, que quem faz as leis é o Executivo e o Legislativo. Não vamos sair do Brasil. Nós somos a maioria, somos do bem. Nós temos disposição para lutar pela nossa liberdade.

São justamente os “surdos de capa preta” que irão julgá-lo tão logo o Procurador-Geral da República o denuncie. Deverá fazê-lo no primeiro semestre do próximo ano, no mais tardar.

O escândalo do mensalão do PT estourou em julho de 2005. O julgamento dos 40 acusados começou em 2012, terminando no ano seguinte. Bolsonaro já está inelegível até 2030.

Se for condenado, sua inelegibilidade se estenderá por muito mais tempo. Entendam de uma vez por todas: Bolsonaro é um doente terminal que neste momento só respira por meio de aparelhos.

Golpismo bolsonarista vem dos porões da ditadura

As investigações da Polícia Federal acerca das tramas golpistas no entorno de Jair Bolsonaro vão confirmando o que já se sabia: o ex-presidente é um filhote dos porões da ditadura militar, discípulo e admirador de Carlos Brilhante Ustra e da facção de torturadores e fanáticos que viviam nos subterrâneos tenebrosos do regime e acabaram derrotados durante seu processo de decadência.

Mentiroso contumaz, sádico e inimigo da democracia, Bolsonaro foi acusado de indisciplina em campanhas por ganhos salariais no Exército e de tramar explosões de bombas para desestabilizar os comandos. Foi considerado culpado por uma junta de três coronéis e depois absolvido por 8 a 4 pelo Superior Tribunal Militar, numa decisão acochambrada, que antecedeu sua saída da Força.


Beneficiando-se de medidas judiciais heterodoxas da Lava Jato, que levaram seu maior rival à prisão, Bolsonaro cresceu num momento internacional de turbulências em democracias. Contou com o apoio de elites econômicas de visão curta, quando não apenas chucras e irresponsáveis, e de uma classe média indignada com a corrupção e com o sistema político. Ganhou ainda o voto de uma massa de pobres desesperançados, entorpecidos pela mistificação religiosa e pelo moralismo evangélico reacionário.

Com sua experiência de ativista incendiário, Bolsonaro promoveu comícios e alastrou a politização na caserna, sob a sombra cúmplice de figuras sinistras como o general Eduardo Villas-Bôas. Seu partido usava farda.

Visto inicialmente com simpatia por setores expressivos da mídia, que acreditaram numa hipotética revolução liberal na economia a ser liderada pelo mitômano (o termo é de Persio Arida) Paulo Guedes, o ex-capitão não demorou muito a mostrar os dentes, que, aliás, já havia exibido, mas se fingia que não morderiam.

Conhece-se bem o que se passou a viver no Brasil, um vendaval a cada semana. O governo desmontou os mecanismos de proteção ambiental, apostou contra a crise climática e as vacinas, passou a atacar a imprensa, com sua característica perversão misógina, e a solapar a lógica da democracia. O ministério, um horripilante trem fantasma, contava com um general da ativa, Eduardo Pazuello, na Saúde.

Como nunca se viu desde a ditadura, a ocupação de cargos públicos por militares e policiais disparou. Ao mesmo tempo, surgiam as relações com milicianos e apostava-se no armamentismo.

Às primeiras evidências de fracasso político, Bolsonaro entregou a chave do cofre para o centrão e tratou de investir contra as instituições que poderiam certificar uma já factível derrota eleitoral. Tramava-se contra o Estado de Direito, golpistas acampavam diante de quartéis acolhedores, e a urna eletrônica era apedrejada todo dia. Um resultado negativo seria visto como fraude.

A conspiração dos nostálgicos dos porões, que arrastou beócios extremistas à "festa de Selma", continua se revelando ao país. O complô, que incluía até planos de assassinatos de autoridades, não contava com a maioria da cúpula militar, mas nada pode ser visto como fato isolado. É preciso de uma vez por todas estabelecer um cordão de isolamento entre a política e as Forças Armadas. E revisar na Carta o artigo 142, que só fomenta pretensões fantasiosas na caserna.

A receita mágica para combater a desinformação

Lamento informar que ela não existe. Não há uma receita mágica para combater a desinformação. Não há sequer receita. Nem de abracadabra, nem com os pés na terra.

O que sabemos: há mil ideias e mil esforços para lutar contra a desinformação; os resultados são abaixo de zero; esta é uma batalha perdida; não podemos desistir; está cada vez pior; só vai piorar; as armas que temos são rudimentares.

E eu – defeito que me é sempre apontado – sou uma otimista.


Primeiro ponto: não falo dos erros dos jornais. Até o Papa Francisco confunde mau jornalismo e erros dos jornais com desinformação. No ano passado, sem a ingenuidade do Papa, Elon Musk, a querer desconversar, insistiu, numa entrevista à BBC, em perguntar ao jornalista que o entrevistava se a BBC nunca tinha publicado informação errada, portanto também ela desinformando, como quem diz: vocês erram, nós erramos, todos erram, para quê esta conversa sobre desinformação no Twitter?

Infelizmente, o jornalista pôs os dois pés na ratoeira e respondeu-lhe. Em tudo o que disse – e disse muitas coisas – o jornalista da BBC não disse que erros são uma coisa e desinformação é outra. O jornalista também podia ter dito que Musk estava a baralhar as duas com a intenção expressa de criar confusão e desinformar.

Há o célebre erro do New York Times que, em 2016, noticiou o facto de Gary Johnson, ex-governador do Novo México e nesse ano candidato à Casa Branca, ter admitido, no programa Morning Joe, na MSNBC, que não fazia ideia do que era ou onde era Aleppo, cidade que na altura estava diariamente nos títulos dos jornais. A história tem um picante extra: ao escrever sobre o erro de Johnson, o New York Times identificou Aleppo como “capital” do ISIS — que na verdade era Raqqa. E um segundo picante: ao perceber o erro, o Times corrigiu e escreveu que Aleppo era o “bastião” do ISIS — que também era falso.

Isso são erros.

Desinformação tem que ver com intencionalidade: ao contrário dos erros, a desinformação é feita com a intenção expressa de atirar erros e informação falsa para a arena pública. Ao contrário dos erros, a desinformação tem motivos expressos, em regra económicos e políticos. E a terceira característica é que, ao contrário dos erros, a desinformação é feita para criar confusão e destruir a confiança nas instituições, pessoas ou grupos.

A situação está de tal modo grave que há quem fale de “distúrbio de informação”, usando a linguagem médica para as doenças.

Vivam todos os que dedicam os seus dias a fazer verificações de factos. É útil e é uma obrigação do jornalismo. Hoje como nunca. Mas serve de pouco. Digo isto consciente da inutilidade das muitas horas que dediquei a fazer verificações de factos. São essenciais e obrigatórias. Mas servem de pouco e podem até ser contraproducentes.

O filósofo político basco Daniel Innerarity fala sobre os “danos laterais” do combate às fake news em Uma Teoria da Democracia Complexa – Governar no século XXI (Ideias de Ler, 2021) e propõe uma solução que nos deixa aflitos: “A resposta está em mais debate e pluralismo dos media”.

Ficamos aflitos porque sabemos como isso é cada vez mais difícil. Já foi até inventada a palavra “broligarquia”, junção de bros, o clube dos “rapazes” que fazem as coisas à sua maneira, e oligarquia. O problema é que também ficamos aflitos ao ouvir os especialistas e políticos que definem estratégias anti desinformação e que dizem que a melhor ferramenta que temos é o bom jornalismo e as verificações de factos.

Há quem diga que nos restam as emoções.

Li há dias sobre a abordagem do Betterplace Lab, uma ONG alemã que faz workshops sobre combate à desinformação. Defendem que as emoções são a melhor arma e que devemos começar por assumir que cada um de nós tem um lugar no sistema da desinformação. Depende de cada um de nós, não só dos outros, dos “maus”.

A ideia tem uns pozinhos de psicologia e introspecção. O Betterplace Lab fala da “disseminação inconsciente” e pede para “cada um de nós refletir sobre si próprio” na cadeia da desinformação: “Tenho de me perguntar: ‘Ok, mas isto é mesmo verdade? Ou será que só quero acreditar nisto e, por isso, gosto de pensar que é verdade? O mesmo se aplica a uma afirmação que considero falsa e que desencadeia em mim uma emoção forte.” Nesses casos, “pare e pense: ‘Porque é que me sinto assim e de onde é que isto vem?’ Faz sentido olhar mais de perto para as nossas próprias necessidades e valores. Apercebemo-nos de que, muitas vezes, não se trata de informação, mas de emoção”.

Diz o Betterplace Lab que “a desinformação não é só um problema de insuficiência de fatos”, pois “os fatos muitas vezes existem e poderiam corrigir as coisas”. O problema é que “a informação não chega a muitas pessoas”. Em vez disso, devemos partir do princípio de que a desinformação tem um efeito psicológico em nós e por isso se torna contagiosa. “Se a desinformação tem mais que ver com emoções do que com informação”, é nas emoções que deve ser combatida. “De pessoa para pessoa e com base na empatia. Se conseguirmos compreender porque é que a outra pessoa acredita ou difunde certas coisas, podemos entrar num diálogo a esse nível. Se compreendermos as emoções e as necessidades subjacentes, podemos entrar muito mais cedo num diálogo construtivo do que se nos separarmos ainda mais da pessoa com mais argumentos a nível factual (aos quais a pessoa provavelmente não responderia).”

Como diz uma amiga, parece shanti-shanti. E há o problema de sermos oito mil milhões. Mas eu já estive neste lugar muitas vezes e sei que é verdade.

O que nos resta para receita de combate à desinformação? Encontrar uma fórmula para encher o mundo com factos, desmentir mentiras construídas com a intenção de criar confusão e descrédito, e aproximarmo-nos de quem pensa de forma diferente de nós.
Bárbara Reis)