sábado, 28 de setembro de 2024
Eliminando o terrorismo com terrorismo
Bibi Netanyahu, as Forças de Defesa de Israel e seus apoiadores políticos americanos de colo oficialmente perderam a cabeça! Israel está decidido a iniciar uma guerra massiva no Oriente Médio. Eles estão conduzindo um genocídio completo, cutucando o urso com nações que têm exércitos permanentes capazes de desencadear uma devastação apocalíptica. E Bibi sabe muito bem que Biden, a casca oca na Casa Branca, junto com nosso Congresso comprado e pago, dará a Israel o que quiserem — diabos, eles até jogariam tropas americanas no fogo se Netanyahu pedisse!
De acordo com o Haaretz, “Netanyahu não se envolverá em nenhuma conversa de cessar-fogo e reféns pelos próximos 45 dias, nem aceitará nenhuma ideia diplomática sobre o Líbano. Ele tem interesse em prolongar a guerra para sua sobrevivência política, tornando-a uma questão eleitoral que poderia prejudicar a vice-presidente Kamala Harris”, escreve Alon Pinkas. Quarenta e cinco dias após a publicação, cai bem no dia 6 de novembro (dia da eleição) — Netanyahu está ativamente tentando sabotar a eleição dos EUA em favor de Donald Trump. Como diabos Biden e Harris não podem ver isso chegando? Eles são realmente os políticos mais desinformados e ineptos que já tropeçaram para chegar ao poder?
Pelo amor de Cristo ressuscitado, Biden, pare de financiar e permitir esse lunático! Se não for por moralidade ou decência, então faça isso por pura autopreservação. Netanyahu vai matar milhares de pessoas, destruir o que resta do seu legado e entregar a eleição a Trump em uma bandeja de prata. Acorde, cara!
Economia ou meio ambiente: o que fazer?
O mundo encontra-se em uma encruzilhada: promover o desenvolvimento econômico ou cuidar do meio ambiente? Uma situação sem saída, a famosa “sinuca de bico”.
“O que fazer?”, na famosa expressão de Lênin sobre de como se organizar para tomar o poder: formar o partido. Outrora, isto foi importante, como instrumento de transformação social. Assim foi o Partido Democrata nos Estados Unidos; o Partido Trabalhista na Inglaterra; o Partido Social-Democrata na Suécia. Mudaram e formataram as sociedades. Hoje, os partidos são mais instrumentos de contenção e de controle social do que de representação política e de transformação social. As ideias nascem, vigoram, e morrem, como tudo.
“O que fazer?”, então, na drástica situação do apogeu do capitalismo e do ocaso de nossa existência? Da economia, do planeta, e da alma humana.
Se desenvolvemos, a tudo estragamos. O planeta é pequeno, com somente 40 km de ar, 75% da atmosfera nos primeiros 10 km, e com biodiversidade agressiva, com espécimes que não se entendem e vivem em guerra. Mesmo, e principalmente, entre os homens. Os dados de Chris Hedges, em seu livro “Tudo que as pessoas deveriam saber sobre as guerras”, 2023, mostram que nos últimos 3.400 anos tivemos somente 268 anos sem guerras, ou seja, 8% de paz.
A crescente inflação será o grande indicador da derrocada mundial, pela crescente escassez de produtos, devido ao desequilíbrio ecológico. Guerras e pandemias se intensificarão. As elites não se preocupam com a ecologia, achando que o dinheiro manterá o seu status, esquecendo que seus produtos, como carros, computadores e demais produtos, dependem da existência de sociedades numerosas e organizadas.
“O que fazer?” O homem não tem solução. No impasse das decisões radicais, segundo a Teoria dos Jogos, o homem tende a seguir por soluções moderadas, e irá aterrissar em futuro próximo no nível de horror prescrito pelo filme “A máquina do tempo” de George Pal, do livro de H. G. Wells. Temos que chegar a alguma solução inédita, de consenso na humanidade; ou mesmo de dissenso, desde que funcione; estabilizando a humanidade em algum nível de funcionamento, conhecimento, e de saber. Somente à beira do abismo o homem tomará uma decisão, para o bem ou para o mal. O paradigma ainda não se formou, nem embrionariamente, para que possamos saber “O que fazer?”
E o Brasil queima, nas matas de seu país, na secagem de seus rios. No filme “O dia em que a terra parou”, de Scott Derrickson, o então alienígena recém chegado à Terra, na intérprete de Keanu Reeves, quando questionado sobre o propósito de eliminar a humanidade em outro planeta, o planeta Terra, devido aos danos gerados ao meio ambiente, diz que “esse planeta não é de vocês”. Que aprendamos a ser bons inquilinos.
“O que fazer?”, na famosa expressão de Lênin sobre de como se organizar para tomar o poder: formar o partido. Outrora, isto foi importante, como instrumento de transformação social. Assim foi o Partido Democrata nos Estados Unidos; o Partido Trabalhista na Inglaterra; o Partido Social-Democrata na Suécia. Mudaram e formataram as sociedades. Hoje, os partidos são mais instrumentos de contenção e de controle social do que de representação política e de transformação social. As ideias nascem, vigoram, e morrem, como tudo.
“O que fazer?”, então, na drástica situação do apogeu do capitalismo e do ocaso de nossa existência? Da economia, do planeta, e da alma humana.
Se desenvolvemos, a tudo estragamos. O planeta é pequeno, com somente 40 km de ar, 75% da atmosfera nos primeiros 10 km, e com biodiversidade agressiva, com espécimes que não se entendem e vivem em guerra. Mesmo, e principalmente, entre os homens. Os dados de Chris Hedges, em seu livro “Tudo que as pessoas deveriam saber sobre as guerras”, 2023, mostram que nos últimos 3.400 anos tivemos somente 268 anos sem guerras, ou seja, 8% de paz.
Adicionalmente, os sistemas políticos de hoje dependem do aumento do PIB para a sua manutenção. Quando o PIB aumenta, o governante se reelege, ou faz o seu sucessor; quando o PIB não aumenta, o governante é substituído, e nem faz o seu sucessor. O aumento do PIB está vinculado à ideia de melhoria da condição de vida da população, o que, entretanto, não tem acontecido, com o aumento da desigualdade entre as classes sociais de 1980 para cá, segundo o “World Inequality Report”. O aumento do PIB, além de não resolver o problema da desigualdade, esbarra nos limites dos recursos naturais, escassos no planeta. A temperatura do planeta aumenta, com secas e queimadas. Já se cuidarmos do meio ambiente, limitador que é da atividade econômica, os problemas sociais aumentam, com a desagregação política. Nas sociedades, não existem soluções cooperativas que limitem o desenvolvimento econômico conjuntamente com a distribuição de renda. Ou seja, “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, na clássica insolução do desespero, se permitam-me o neologismo.
A crescente inflação será o grande indicador da derrocada mundial, pela crescente escassez de produtos, devido ao desequilíbrio ecológico. Guerras e pandemias se intensificarão. As elites não se preocupam com a ecologia, achando que o dinheiro manterá o seu status, esquecendo que seus produtos, como carros, computadores e demais produtos, dependem da existência de sociedades numerosas e organizadas.
“O que fazer?” O homem não tem solução. No impasse das decisões radicais, segundo a Teoria dos Jogos, o homem tende a seguir por soluções moderadas, e irá aterrissar em futuro próximo no nível de horror prescrito pelo filme “A máquina do tempo” de George Pal, do livro de H. G. Wells. Temos que chegar a alguma solução inédita, de consenso na humanidade; ou mesmo de dissenso, desde que funcione; estabilizando a humanidade em algum nível de funcionamento, conhecimento, e de saber. Somente à beira do abismo o homem tomará uma decisão, para o bem ou para o mal. O paradigma ainda não se formou, nem embrionariamente, para que possamos saber “O que fazer?”
E o Brasil queima, nas matas de seu país, na secagem de seus rios. No filme “O dia em que a terra parou”, de Scott Derrickson, o então alienígena recém chegado à Terra, na intérprete de Keanu Reeves, quando questionado sobre o propósito de eliminar a humanidade em outro planeta, o planeta Terra, devido aos danos gerados ao meio ambiente, diz que “esse planeta não é de vocês”. Que aprendamos a ser bons inquilinos.
Das palavras e da guerra
Não só os sentimentos criam palavras, também as palavras criam sentimentos.(…) São a vida e quase toda a vida – a razão e a essência desta barafunda. É com palavras que construímos o mundo. (…) Mas agora que os valores mudaram, de que nos servem estas palavras? É preciso criar outras, empregar outras, obscuras, terríveis, em carne viva, que traduzam a cólera, o instinto e o espanto.Raul Brandão
Não sei que palavras utilizar , quando os dias que correm são dias de vergonha . Queria registar toda a perplexidade dorida que cresce , sempre que eclodem as notícias diárias. Mas « os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo» escreveu Wittgenstein, no século XX. Perante a barbárie, esgotam-se os caminhos da linguagem. Perante a crueza das realidades emergentes do mundo actual, é impossível ser claro , sem que a emoção nos embargue e o horror nos tome.
A verbalização é uma capacidade inerente à pessoa humana, à sua relação com o mundo e respectiva materialização. Eis porque se quedam as palavras numa agónica aporia, num silêncio de espanto perante o terror que milhares e milhares de seres humanos vivem, numa parte deste nosso mundo. E, quando esse terror é propagado pela tirana ambição de um só homem, de que nos servem as palavras que conhecemos? Recusam-se a traduzir a ferocidade do homem capaz de negar o outro homem. Teriam de ser medonhas , numa obscuridade indefinível , que logo ficariam opacas pela sua enormidade. Como criá-las ? E inventá-las para quê , quando são glosadas infamemente pela boca do carrasco. A inversão de posições, o plano da realidade é empurrado para a vítima invadida, quando o agressor se diz ser ele próprio a vítima. O Ocidente está a sofrer o resultado da sua ambição, grita o louco facínora, enquanto lança bombas sobre crianças e gente desprotegida. Não lhe basta dizimar um país, mas quer estender a ameaça ao mundo ocidental. Que tipo de homem tem tamanha ambição?
E lembro-me de repente dum filme muito antigo
Em que o criminoso perguntava:
“De quoi est fait un homme, monsieur le comissaire?”
e nos seus olhos lia-se o pavor
de quem viu um abismo e não lhe sabe o fundo...
De quoi est fait un homme? De que são feitos os homens
que queimaram vivos outros homens? Que tinham centos de crianças
a morrer de fome e pavor, escravos como os pais?
que matavam ou deixavam morrer homens aos milhões,
que os faziam descer ao mais fundo da degradação,
torturados, esfomeados, feitos chaga e esqueleto?
Eram esses mesmos homens
que faziam pouco da liberdade,
que vinham salvar o mundo da desordem,
que vinham ensinar a ORDEM ao planeta!
Sim, que traziam a paz com as grades das prisões,
a ordem com as câmaras de tortura...
Assim disse Adolfo Casais Monteiro, no magnífico poema Europa.
Sei que não sei dizer as palavras nem exactas nem reais .Tento reconhecê-las em quem as soube produzir. Mas sei, isso sim, que há dor a mais nos rostos de quem sobrevive à morte encomendada por um só homem. Homem que traz as grades da tortura para impor a Ordem do seu amordaçado mundo. As palavras emudecem. E, se algumas sobreviverem, talvez repitam como Sartre: "Ces mots durs et noirs, je n’ en ai connu le sens que dix ou quinze ans plus tard et, même aujourd’hui, ils gardent leur opacité : c’est l’humus de ma mémoire."
Maria José Vieira de Sousa
Os nomes de urna duplos dos candidatos
As eleições municipais do dia 6 de outubro nos darão indicações atualizadas do estado do Brasil político, no voto da sociedade local, primeira instância de nossa consciência política.
Nos últimos anos, muita coisa mudou na função do município na estrutura política do país. Ele passou a ser a antessala dos governos dos estados e da própria União. Senadores e deputados federais e estaduais alternam seus mandatos com mandatos municipais, diretamente ou por meio de parentes. O Brasil se municipalizou em seus 5.569 municípios.
Os mandatos locais e regionais, no município e no estado, transformaram-se em instâncias de espera e de passagem, prefeitos e vereadores aspirando a um mandato na escala superior do poder. O município é hoje lugar da política e de pretexto da política.
Na mera ação de alguns, os mandatos municipais e estaduais tornaram-se transitórios, até mesmo não completados, o eleito na expectativa de subir e chegar ao poder dos poderes. Com isso, foram minimizados e desfiguraram a representação política numa eleição intermediária. Os eleitores desencantam-se quanto à possibilidade de que os políticos cumpram o que legalmente deles se espera.
Não é uma surpresa, portanto, que as campanhas eleitorais reflitam os efeitos do pouco caso das minorias pela função pública e a desnecessidade de convencer o eleitor de que uma candidatura representa uma causa social e política.
O voto é de significação coletiva. Mesmo com os nomes de urna. Tiririca não só se elegeu e reelegeu, como arrastou consigo candidatos que provavelmente não teriam sido eleitos. É no conjunto dos votos que a sociedade se faz representar e faz reivindicações. Além do que, os derrotados legitimam o mandato dos vencedores.
Os eleitores formam um corpo que elege em nome de quem vota, não importa em quem, e até mesmo de quem não vota. O eleito não é o dono do voto recebido.
Em princípio deveria perder o direito de candidatura para outro mandato durante o mandato de eleição anterior. Não perde porque lhe é assegurada a discutível legalidade de renunciar para aspirar a outro mandato em outra instância durante mandato ainda não integralmente cumprido.
Essa facilidade minimiza o eleitor e o torna cidadão de segunda categoria. O voto não é uma delegação, pois torna-se nessa possibilidade uma usurpação de vontade política.
Um dos reflexos dessa anomalia aparece também na possibilidade do candidato se apresentar ao eleitorado como duplo ser. O de seu nome civil verdadeiro ou o de seu nome de urna.
Há aí um lado interessante de nossa política esquisita. Os candidatos de duplo nome se apresentem aos eleitores com a denominação que lhes dá a identidade pela qual são conhecidos face a face e reconhecidos nas relações sociais cotidianas, as do município. Na figura jurídica do eleitor, é a sociedade que se manifesta. Mesmo no voto no candidato alienado, oculto num apelido.
Numerosos candidatos se apresentam ao eleitorado agregando ao nome a função ocupacional, desde toda a hierarquia militar e policial (até um general) até toda a hierarquia religiosa das igrejas evangélicas: pastores e pastoras, bispos e bispas, diáconos, presbíteros.
Em nossas eleições, com os nomes de urna, os eleitores são acolhidos na sala de votação para escolher um representante que o representará sob disfarce. Identificam-se aos poucos, e não a todos.
Há um lado político significativo na possibilidade de uso de nome de urna por candidatos. Os apelidos comumente dados aos negros, para estigmatizá-los e minimizá-los, são por eles adotados politicamente para inverter o sentido depreciativo do preconceito. A vítima legitima o que a militância não considera politicamente correto.
Alguns dos apelidos de urna de candidatos pretos: Preta Nascimento, Preto de Direita, Nego do Óleo, Preto da Farmácia, Negro Gando, Neguinho São Rafa, Negão do Povo, Nego do Caldinho. A eleição e o nome de urna fazem da igualdade jurídica dos candidatos instrumento do efeito bumerangue das ações. A ação política é aí, ao mesmo tempo, o seu contrário, luta.
Os nomes de urna indicam crise de identidade do brasileiro comum, mesmo daquele que tem título universitário. Igualam os social e culturalmente desiguais. Propõem uma busca política fora da política. Revelam o poder da ironia. A incerteza quanto ao quem é o candidato, mas também quem é o eleitor.
Diferentemente do que pressupõe a Constituição, o candidato se dá a ver por um fator de alteridade, como a ocupação e a profissão. Ou o estabelecimento comercial ou de serviço em que trabalha e supostamente o torna conhecido. Alguns com grande originalidade, como o Marquinho do Pé na Cova, provavelmente um coveiro. Todos precisam dele.
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