Chamado de lobista ou ladrão, qualquer indivíduo que tenha um mínimo de dignidade e vergonha na cara deve procurar imediatamente a Justiça para exigir provas das acusações e processar, nos termos da lei, o descarado mentiroso. E, se o cidadão tem vida pública, aí tem a obrigação, mais que qualquer outra pessoa, de buscar a verdade. Pois bem: o que tem saído ultimamente na imprensa de todo o mundo – já não é notícia só no país – é que o ex-Luiz é rico lobista das empreiteiras.
Dona Dilma também é culpada, se não por incompetência ou burrice, pela Teoria do Domínio do Fato, pois, como presidente do Conselho Deliberativo da Petrobras, era responsável pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que deu um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão à empresa, e por “otras cositas mas”.
Eu, particularmente, não acho que é só isso. É isso e mais mensalão e petrolão, duas desgraças cujo desfecho minha geração e a deles não terão vida para ver. Não consigo sequer imaginar quando nosso país sairá dessa enrascada, quando penso que ainda virão as CPIs dos fundos de pensão e o tsunami do BNDES.
A propósito, uma revista importante, a “Veja”, fez uma comparação interessante entre duas empresas do mesmo porte e de potencial idêntico, ambas mundiais, que tiveram o ano de 2007 como definidor de seu futuro: “enquanto a Petrobras anunciava a descoberta do campo Tupi na Bacia de Santos, uma fronteira promissora de exploração sob a camada de sal, a quilômetros de distância da nossa costa, a Apple do presidente Steve Jobs apresentava o iPhone, o primeiro celular a explorar verdadeiramente as potencialidades da internet móvel e sua integração ao dia a dia das pessoas”. Pois bem, há poucos dias, as duas empresas voltaram a dar notícias extraordinárias: enquanto a Apple anunciava um lucro de 13,6 bilhões de dólares no primeiro trimestre do ano, a Petrobras divulgava um prejuízo de mais de 40 bilhões no exercício fiscal passado. Enquanto a Apple pagará dividendos a seus acionistas, a Petrobras nada poderá pagar por consequência da corrupção havida.
Se não basta o que acabo de dizer, todos os que se interessam pelo drama por que passa nosso país devem ler o livro “Una Oveja Negra al Poder”, que deve estar chegando às livrarias, de autoria de André Danza e Ernesto Tulbovitz, dois jornalistas uruguaios. O livro relata os cinco anos do governo de Pepe Mujica do Uruguai e apresenta uma interessante declaração do homem do fusca velho: a de que o inocente ex-Luiz lhe revelou numa visita em 2010 que “neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens. Essa era a única forma de governar o Brasil”.
Pois é. Essa forma de governo do PT, tal qual cupins, roeu as entranhas do país, que crime vergonhoso...
Sylo Costa