Basta olhar dois minutos para a realidade. Três governadores (isso mesmo, 3) estão na cadeia ao mesmo tempo por corrupção avançada: Antonio Garotinho, Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral, já condenado a 15 anos e processado em diversas outras ações penais como ladrão serial. O governador atual chama-se “Pezão”. Além disso, está respondendo a inquérito por receber propinas de corruptores variados. Também estão no xadrez todos os presidentes da Assembleia Legislativa eleitos nos últimos vinte (isso mesmo, 20) anos, entre eles o tenebroso Jorge Picciani. Tanto quanto esse “Pezão”, e também denunciado na justiça, o ex-prefeito Eduardo Paes tenta escapar da cadeia pela acusação de crime eleitoral e roubalheira na construção de um campo de golfe. É como se o Rio de Janeiro tivesse se transformado num hospício, onde os loucos assumiram a direção e passaram a governar (e roubar) o resto da população.
O curioso, mais uma vez, é que quando a gente olha mais de perto, sempre aparece junto com essa gente a mesma cara de sempre – sim, ele próprio, em pessoa, o ex-presidente Lula. Tornou-se quase inevitável. Pegue-se, ao acaso, um acusado, preso ou condenado por roubalheira grossa: Lula está sempre grudado com ele. É Renan Calheiros. É Jader Barbalho. É Geddel e os seus 51 milhões. É Michel Temer. É Antonio Palocci, e mais Joesley, e mais Ike Batista, e mais as gangues dos partidos da “base aliada”. Agora é a vez do Rio. São fotos, vídeos e gravações de Lula com o sub mundo carioca, e ainda por cima com Dilma, jurando-se amor eterno e “parceria” mútua. Lula, em discurso filmado, aparece dizendo que é “um dever moral, ético e político” votar em Sérgio Cabral. Em outro vídeo, agradece “a coragem de Jair Picciani” – enquanto Cabral diz que é indispensável a união dele próprio, de Lula e do mesmo Picciani para salvar o Rio de Janeiro. Quanto aos Garotinhos, melhor nem falar. Só pode ser tudo pinga da mesma pipa, é óbvio, mas há um grande faz-de-conta nacional de que Lula nem sabe quem é essa turma. O que se sabe, com certeza, é que até Al Capone ficaria incomodado em sua companhia.
J.R. Guzzo