A temporada foi aberta no último fim de semana, com o primeiro turno das eleições presidenciais do Chile e deve se encerrar em dezembro de 2018, na Venezuela, caso o presidente Nicolás Maduro não resolva adiar a data.
Tal ciclo normalmente seria um sinal da força da democracia na região, mas os pleitos vão ocorrer em meio à crescente insatisfação de eleitores com casos de corrupção, a desconfiança em relação à classe política tradicional e estagnação econômica.
Esse cenário deve na maior parte dos países abrir espaço para outsiders, especialmente populistas, tanto da direita quanto da esquerda, aponta um relatório elaborado pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU), ligada à revista britânica The Economist.
"Isso cria oportunidades para aproveitar o sentimento anti-establishment e criar surpresas nas eleições de 2018”, diz o documento. No Chile, Colômbia, México e Brasil, os atuais presidentes registram baixos índices de aprovação, e dificilmente devem conseguir fazer um sucessor.
Dois nomes de populistas que vem crescendo nas pesquisas são destacados pela consultoria: o ex-oficial militar e deputado federal brasileiro Jair Bolsonaro, populista de direita, e o mexicano Andrés Manuel López Obrador, de esquerda.
Brasil: uma chance para o centro
No caso do Brasil, o relatório aponta que, se a economia continuar a demonstrar sinais de retomada, maiores vão ser em 2018 as chances de candidatos centristas, mais alinhados ao mercado, afastando o temor da ascensão dos populistas.
Isso deve beneficiar especialmente o PSDB, que, ainda que tenha sido duramente atingido por escândalos de corrupção, ainda é visto como fiscalmente responsável e menos propenso a aventuras que possam colocar uma retomada econômica em risco.
"Se a recuperação incipiente da economia brasileira se fortalecer, as chances de vitória de um candidato de um partido centrista – muito provavelmente do PSDB – vão florescer”, diz o documento, que aponta ainda que altos índices de rejeição de pré-candidatos como o ex-presidente Lula e Bolsonaro devem torpedear suas chances em um segundo turno caso o adversário seja um centrista. No momento, um dos nomes mais cotados para assumir a candidatura do PSDB é o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
A consultoria prevê que o PIB brasileiro de 2018 tenha crescimento de 2,3%, após uma alta de 0,7% neste ano.
O cenário mais desolador apontado pelo relatório seria um segundo turno entre um candidato de extrema esquerda e um de extrema direita, "o que representaria uma quebra do histórico de consenso pragmático do Brasil”.
"Nesse contexto, a campanha presidencial deve ser obscurecida por preocupações com a volta do populismo econômico que contribuiu para a brutal recessão de 2015-2016. Por ora, os investidores estão tendo uma visão otimista, mas devem ficar mais nervosos conforme as eleições se aproximem."
Ainda sobre o caso brasileiro, o estudo aponta que o vencedor das eleições herdará "contas públicas precárias” e vai precisar aprovar mais reformas impopulares.
Assim como ocorre no Brasil, a insatisfação com o atual presidente, Enrique Peña Nieto, está alimentando forças antiestablishment. Seu governo sofre com acusações de corrupção e uma grave crise na segurança pública. Também há o fator Donald Trump, o presidente americano que estremeceu as relações com o México ao lançar planos de construir um muro na fronteira.
"Tudo isso é útil para o atual líder na corrida”, diz o relatório da EIU. O líder nas pesquisas é justamente o populista de esquerda Andrés Manuel López Obrador, fundador e líder do Morena (Movimento de Regeneração Nacional). A eleição está marcada para 1° de julho.
Esse cenário deve na maior parte dos países abrir espaço para outsiders, especialmente populistas, tanto da direita quanto da esquerda, aponta um relatório elaborado pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU), ligada à revista britânica The Economist.
"Isso cria oportunidades para aproveitar o sentimento anti-establishment e criar surpresas nas eleições de 2018”, diz o documento. No Chile, Colômbia, México e Brasil, os atuais presidentes registram baixos índices de aprovação, e dificilmente devem conseguir fazer um sucessor.
Dois nomes de populistas que vem crescendo nas pesquisas são destacados pela consultoria: o ex-oficial militar e deputado federal brasileiro Jair Bolsonaro, populista de direita, e o mexicano Andrés Manuel López Obrador, de esquerda.
Brasil: uma chance para o centro
No caso do Brasil, o relatório aponta que, se a economia continuar a demonstrar sinais de retomada, maiores vão ser em 2018 as chances de candidatos centristas, mais alinhados ao mercado, afastando o temor da ascensão dos populistas.
Isso deve beneficiar especialmente o PSDB, que, ainda que tenha sido duramente atingido por escândalos de corrupção, ainda é visto como fiscalmente responsável e menos propenso a aventuras que possam colocar uma retomada econômica em risco.
"Se a recuperação incipiente da economia brasileira se fortalecer, as chances de vitória de um candidato de um partido centrista – muito provavelmente do PSDB – vão florescer”, diz o documento, que aponta ainda que altos índices de rejeição de pré-candidatos como o ex-presidente Lula e Bolsonaro devem torpedear suas chances em um segundo turno caso o adversário seja um centrista. No momento, um dos nomes mais cotados para assumir a candidatura do PSDB é o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
A consultoria prevê que o PIB brasileiro de 2018 tenha crescimento de 2,3%, após uma alta de 0,7% neste ano.
O cenário mais desolador apontado pelo relatório seria um segundo turno entre um candidato de extrema esquerda e um de extrema direita, "o que representaria uma quebra do histórico de consenso pragmático do Brasil”.
"Nesse contexto, a campanha presidencial deve ser obscurecida por preocupações com a volta do populismo econômico que contribuiu para a brutal recessão de 2015-2016. Por ora, os investidores estão tendo uma visão otimista, mas devem ficar mais nervosos conforme as eleições se aproximem."
Ainda sobre o caso brasileiro, o estudo aponta que o vencedor das eleições herdará "contas públicas precárias” e vai precisar aprovar mais reformas impopulares.
Assim como ocorre no Brasil, a insatisfação com o atual presidente, Enrique Peña Nieto, está alimentando forças antiestablishment. Seu governo sofre com acusações de corrupção e uma grave crise na segurança pública. Também há o fator Donald Trump, o presidente americano que estremeceu as relações com o México ao lançar planos de construir um muro na fronteira.
"Tudo isso é útil para o atual líder na corrida”, diz o relatório da EIU. O líder nas pesquisas é justamente o populista de esquerda Andrés Manuel López Obrador, fundador e líder do Morena (Movimento de Regeneração Nacional). A eleição está marcada para 1° de julho.
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